Poesias sobre o Corpo
Eu quero que diante do meu corpo morto, estejam apenas as pessoas que foram felizes, comigo! Depois, sozinhas! Aquelas que não poderão dedicar ao meu corpo inerte o seu escárnio no dia do meu velório, se quiserem no silêncio que sempre as motivou a meu respeito, me dedicarem uma prece diante da minha cova, eu lá do céu ou do inferno, neste momento não posso determinar o que Caronte irá fazer, as ouvirei pois será o que me restará fazer, o tempo do perdão terá passado, existindo apenas o do arrependimento.
ACD Nº 2768
84-09/10/2016
Não é o corpo tampouco a objetiva,
na verdade são meus olhos, meu dedo e
meu sentimento que registram tudo.
Me ama? Me deseja?
Meu coração grita que te quer,
Não sei o que responder...
É amor tão grande que ele sente,
Não sei não coração, o que fazer?
Meu corpo chora a falta de te amar,
Não sei o que vou fazer...
É desejo insano que sinto de você,
Não sei não corpo, como suportar?
Coração se acalme, não grite assim,
Quem sabe ele também ame a mim?
Corpo meu se acalme, esfria e veja,
Pode ser que ele também me deseja!
Marta Gouvêa
Dentro deste corpo, dentro deste coração, se carrega sentimentos. O sangue circula a base de pulsação de sentimentos. E em cada célula está uma pessoa, uma história, uma memória. Cada batida do coração é movido por fé, o suor que seu corpo libera é esforço,
O ar que ela respira é puro, o ar que ela solta e impuro
ANTES, BEM ANTES
Antes ouvir suas broncas
Que conviver com seu silêncio
Antes sua presença ali brava
Que um rastro de saudade
Antes a visão clara da realidade
Que a miopia de um
sonho
Antes sua teimosia
Que um adeus inesperado
Antes ver seu rosto virado
Que a lembrança do seu
corpo
Por ter-se ido
Aurora Boreal
Imagem instigante a nos furtar as nossas perspectivas, ora candidamente convidativa, ora efêmera no eternizar, mas, indene de dúvidas, misteriosamente atraente até aos sentidos visuais mais céticos, não havendo espaços acinzentados a tornar esmorecida a força mística de cores tão esfuziantes e intensas, capaz de transcender pontes para quem ali se permitir, de corpo e alma, repousar.
Foi o tempo em que eu focava
na beleza do corpo,
no meu melhor momento concentro meus
pensamentos em virtudes.
Meu Luto
Amor é bom.
Amar faz bem.
Mesmo sendo ele eterno,
O ser não dura
E a dor do amor atravessa a alma, o corpo e o espírito,
Com todo o poder.
Do amor à dor,
Uma vida inteira num segundo.
Termina o que infinitas horas geraram.
A estaca profunda da dor do amor
É a marca que carrego comigo
Sempre vale a pena lutar pelo que acreditamos, mesmo que a chance seja de 1%.
Pois a nossa força interior dita tudo até o dia que a nossa alma se aparta do nosso corpo.
Na noite
encontramos o desejo,
o calor,
o toque,
o beijo
que acelera nosso coração.
A mão
que percorre o corpo,
o desejo
de sentir,
de gritar,
de ouvir.
O corpo
cada vez mais perto,
mais único,
mais entrelaçados
pelo abraço
que nos tornava um
Nos passos da morte,
no toque frio
da noite escura
todos definhamos,
a passos lerdos
do inevitável.
Meu corpo marcado
pela tua lembrança
que ainda sinto.
O único beijo
que roubou meu folego,
em um perfeito abraço,
entrelaçando nossos corpos
nos tornando um.
Se esta chuva fosse voz ela comigo gritaria... Reivindicando o meu choro para se unir a si. E eu não demoro a me tornar parte dela, sentindo em meu corpo derramar aquilo que muitos negam.
Se esta chuva me chamasse, clamaria pelo meu suor, que se envolve em gotas pelos lençóis, deixando a marca dizendo aqui estou.
Se esta chuva no meu ouvido soprasse, sussurraria um segredo... Que ali já esteve antes, se misturando ao meu cheiro.
IMBUÍDO SÂNDALO
"Suavizei as termas do meu espírito aviado,
Avistei os corpos do além-inverso em adoração,
Custando em mim o imbuído sândalo em composturas
Com vícios para satisfazer ninhos rebocados
No vento estagnado e ungido
Que enluvou no penacho da crisálida
Meu daltonismo visceral e sem calosidades."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
AMAR
Amar é sentir
a tua mão no meu corpo ardente,
suspirando lentamente e dizendo
bem baixinho o teu lindo nome... Kaleb
poder sentir o teu suspiro de paixão
a dizer... te amo
Pele, o maior órgão do corpo humano.
Feita pra isolar, proteger nosso organismo.
Mas e o nosso coração?
É protegido pela pele ou assombrado por ela?
Um pensamento pode fazer sua pele transbordar de arrepio.
Relembrar seus segredos mais profundos faz sua pele derreter de desejo.
A pele protege, mas te trai na primeira manifestação de insensatez, de descontrole.
A mercê da pele, o coração se esconde e se engana.
O coração se protege.
Noite
No silêncio, a noite avança com um frio penetrante
O sono se aproxima lentamente, mas é corrompido por pensamentos dançantes
O corpo treme e busca abrigo, se emaranhando em tecidos que aqueçam sua alma
O corpo acalma, mas a mente é insana
A brisa fria é cintilante e o pensamento, que faz curvas coloridas, começa a encontrar
seu caminho
As cores se perdem, a palidez predomina
Nuances de cinza, mesclados de preto, uma tela borrada e confusa
Ele chegou
Era um amor quase platônico.
O amor entre a Agulha e a Pele.
Havia um esforço mútuo para que elas não se vissem.
Mas esse encontro era inevitável.
Ao se encostarem, a magia, ou feitiço, se realizava.
Vagavam pelo corpo, noite adentro, perdidos em seus anseios, em suas alucinações.
Mas, mais forte que esse amor, era a dor que ele trazia.
Então, num rompante, elas se separavam e juravam nunca mais se encostar.
O único descrente nessa promessa era o Corpo, condenado a presenciar calado o encontro desses eternos amantes.
Metafísicas antropofágicas
Fora do corpo não há salvação:
decifra-me ou devoro-te!
A minha carne é verdadeira comida
e no fim, seremos consubstanciados
como nos sonhos do ameríndio guerreiro.
Devora a minha carne que é sua.
MEU TEMPO ESTA SENDO LEVADO POR UM VENTO
QUE SÓ ESPALHAM CINZAS
QUEIMADAS POR UM PERÍODO DE SOMBRAS
E O SOL QUE AQUECIAM MEU CORPO
ME MANTEM EM LUZ QUE OFUSCAM MEUS OLHOS
MINHA MENTE SE OPÔS A GUARDAR O TEMPO DA LUZ
MINHAS MÃOS CRIAVAM OS VENTOS
O VENTO QUE DESTRUÍAM AS PÉTALAS
AQUELAS BANHADAS PELA LUZ DO SOL
CONTINUO EM BAIXO DA ARVORE
SEGURANDO MEU MACHADO PELA LAMINA
E OS MEUS DEDOS CORTADOS JÁ NÃO TÊM MAIS FORÇA
JÁ NÃO BATO MAIS NA ARVORE QUE PRODUZ A SOMBRA
VEJO MEU TEMPO SENDO LEVADO
POR UM VENTO QUE SÓ ESPALHAM FOLHAS
QUE EU APANHO COM AS MÃOS ENSANGUENTADAS
E A SOMBRA QUE REFRESCA MEU CORPO
MANTEM MEUS OLHOS PROTEGIDOS
MINHA MENTE SE OPÔS A ESQUECER OS VENTOS
OS VENTOS QUE EU CRIEI...