Poesia Toada do Amor de Carlos Drumond

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a terra está para o satélite
como a água para a atmosfera
tudo gravita – a vida – equi
libra-se ainda que se esquive

Pense em quantos anos foram necessários para chegarmos a este ano
quantas cidades para chegarmos a esta cidade
e quantas mães, todas mortas, até tua mãe
quantas línguas até que a língua fosse esta
e quantos verões até precisamente este verão
este em que nos encontramos neste sítio
exato
à beira de um mar rigorosamente igual
a única coisa que não muda porque muda sempre
quantas tardes e praias vazias foram necessárias para chegarmos ao vazio
desta praia nesta tarde
quantas palavras até esta palavra, esta

É sobre quando o sol chega
E a luz invade
E o pássaro vive livre amando o ar
E os seus jardins ficam mais vívidos
E quando me faço chuva
Na imensidão de suas campinas.
Simples assim.

Não escute os medíocres que te dizem: "Você não pode!"
Não escute os covardes que te dizem: "Não arrisque!"
Não escute os desconfiados que te dizem: "Eu não creio!"
Não escute os preguiçosos que te dizem: "Não trabalhe!"
Nem escute o fracassado que te diz: "Não tente!"

Só escute o otimista que te diz: "Avança, você pode!"
Só escute os valentes que te dizem: "Não se renda!"
Escute o inteligente que te convida a usar a mente.
Escute os entusiastas que animam e dão alento,

Os grandes vencedores que sonham com o impossível!
Escute os que conhecem o caminho para a vitória.
Eles construirão mundos, impérios, galáxias, sóis.
Você encontrará o maior tesouro que existe na vida...
A liberdade verdadeira,
a consciência de quem você é:
UM SER TOTAL, SEM FRONTEIRAS, SEM LIMITES, SEM MISÉRIA.

Leva-me!

Leva-me nesta jornada
Leve como uma brisa.
Por sobre as pedras da estrada
Até o ponto sem divisa.

Leva-me sem o peso
Desta minha consciência
E deste corpo que está preso
Em sua própria existência.

Leva-me em suas asas
Às moradas altaneiras.
Onde o sol tem suas casas
Rodeadas por roseiras.

Leva-me às nuvens
Donde cai a fina neve.
Onde encontro as origens
Pra minh'alma ser mais leve.

Meia lágrima


Não,
a água não me escorre
entre os dedos,
tenho as mãos em concha
e no côncavo de minhas palmas
meia gota me basta.

Das lágrimas em meus olhos secos,
basta o meio tom do soluço
para dizer o pranto inteiro.

Sei ainda ver com um só olho,
enquanto o outro,
o cisco cerceia
e da visão que me resta
vazo o invisível
e vejo as inesquecíveis sombras
dos que já se foram.

Da língua cortada,
digo tudo,
amasso o silencio
e no farfalhar do meio som
solto o grito do grito do grito
e encontro a fala anterior,
aquela que emudecida,
conservou a voz e os sentidos
nos labirintos da lembrança.

Sei, é o que eu poderia esperar
Ver você tão perto e mesmo assim longe
A se esquivar.
Se aproxima, belisca, sussurra coisas malucas
E quando eu olho, volta a se esquivar.
És um tiro no escuro, nunca sei o que esperar.
Suas duas faces o condena...
Uma me ama, a outra insiste em me odiar.

Escute só
isto é um poema
não vai alinhar conceitos
do tipo liberdade igualdade e fé
Não vai ajeitar o cabelo
da menina que trabalha
com afinco na caixa registadora
do supermercado
Não vai melhorar
Não vai melhorar
isto é um poema
escute só
não fala de amor
não fala de santos
não fala de Deus
e nem fala do lavrador
que dedicou 38 anos
a descobrir uma visão
quase mística
do homem que canta
e atravessa
a estrada nacional 117
para chegar a casa
ou a algum lugar
próximo de casa.

Neste começo d’hoje
tuas costas negavam
qualquer espécie de outono
Afinal
a ideia de estação
é só um tema ilusional
engendrado por humanos
que nunca puderam desenhar
tua coluna vertebral
a dedo nu

tenham atenção a esse nó
que acontece no estômago
no preciso momento em que
esperam por vosso amante

Declaração


Amo mulheres
que se amam,

mulheres amadas,
fêmeas fecundas não fecundadas
e outras mais que levam no ventre

futuros de outras
mulheres amadas

que se derramam pela madrugada
e dão à luz suas virtudes roubadas

amo-as irrestrito
suave e em delito
par
em
par
a todas e a cada.

Me vesti de Bráulio Bessa
Só para te dizer
Lute pelos seus sonhos
Até porque
"só se compreende um sonho se o sonhador for você."

Sinto me sozinho meu mundo desaba, a cada dia e parece não haver esperanças.
Será que caminho eu deveria tomar?
Em qual direção e seguro pra se ir?
Estou tão triste, agora , há anos me encontro assim.
Sinto que não tenho nada, e os dias são todos iguais.
Sonhos eu já me esqueci de sonhar, e de acreditar, nada existe pra mim e tudo tão vazio.
Ao menos uma vez eu queria estar com alguém, que segurasse minha mão e não dissesse nada apenas ficasse ali comigo , quietos calados , pois eu simplesmente gosto do som do silêncio.
Às vezes penso em tantas coisas que eu queria ou desejaria fazer , temo que ainda eu não tenha feito nem metade.
Meu coração nao suporta mais viver assim, minha cabeça dói estou morrendo a cada dia mais.
Ah! como eu imploro por algum tipo de sentimento, mesmo que seja pouco, mesmo que seja breve.
Mais que pelo menos, me faça existir.

Inocente Donzela

Quando se deu conta
Estava sozinha amarrada
Olhando para o vazio da sala

Ela sempre sonhou
Cresceu profetizando
Que seria arrebatada
Levada sem destino

Sua mãe aconselhara
Para ter cuidado redobrado
Estava determinada
Que se entregaria, até sua alma

Era de pouca conversa,
Aqueles meninos não a seduzia
Achava seus papos caretas
Procurava algo bem diferente

Tinha em mente uma entrega
Que ia rabiscado no papel
Seu príncipe um dominador
Ela submissa Rapunzel

Foram dias e noites de espera
Nem mesmo se mastubava
Amadurecera inocente virgem

Numa nuvem de tempestade
Como se fosse feiticeiro
Sem avisar o príncipe apareceu

Numa enigmática rede social
Dentro da super tela virtual
Bem fluente e bem dotado

Mesmo avisada ele a embriagou
Com gentileza e palavras doces
Decifrou-a inteira
Dominando a mente dela

Num gesto rápido e preciso
A tomou de surpresa de relance
Em silêncio a levou para longe
Num desconhecido lugar

Fez com ela tudo que sonhava
Com uma alta dose de exagero
A feriu no seu íntimo

Ela gritou, tentou fugir
Não conseguiu, dopada
Enquanto ele ria, dançava

Ela lembrou dos conselhos
De sua mãe amiga
Agora de nada adiantaria
Estava amarrada e sozinha

Leopardo Dom

Um dia o povo será pelo povo

Um país em crise
Pessoas sendo
Desempregadas,
Alimentos em valor
Elevado.
No meio da miséria
Instalaram
As olimpíadas,
Para a felicidade
Dos que nada tem,
Para enganar
A sociedade.
A corrupção todos,
Todos sabem,
Mas, continuam
Acreditando no governo.
Nos jornais da para vê
A violência, o Brasil
Sangra, o mundo sangra,
Desvalorização a instituição
Pública,
Eles não ligam pra gente
A sociedade sente na pele
A miséria, a desgraça,
A dor, a sociedade sente
E cala, nada fala.
Este é o meu país,
Este é o mundo.
E tudo avança,
Querem que trabalhemos
Até morrer, temos
De produzir, produzir,
Produzir até a morte,
Temos de trabalhar
Para o estado,
Temos de pagar imposto,
Temos de sustentar o governo,
Temos de sentir na pele
A opressão e nada
Podemos falar.
A polícia cala a nossa boca,
Recebendo as ordens do estado,
As redes de televisão,
A rádio, por sua vez
Aliena o povo, o povo
Por sua vez se conforma.
O povo pode dá a voz,
Principalmente os que sabem
Que não tem nada a perder.
Um dia o povo vai vencer
E o povo será pelo povo.

Eu vendo doce pra essa vida azeda
pra que amargo seja só o suor do trampo,
Eu quis um sonho e criei a receita
pra saber o sabor de ter milhões no banco.

Adoro seu senso de humor que descontrai. Sua beleza que me enfraquece. A vida nos seus olhos que me dá saudade.
(...) "Existe uma chama dentro de mim que sempre se acende ao ver ver seus olhos, sua essência de liberdade e aquele sol radiante dentro do peito. Basta uma fogueira para você me levar onde quiser..."

EQUILÍBRIO

Quem é teu remédio e tua doença?
Quem é tua fé e tua descrença?
Quem é tua asa e teu cadeado?
Quem é teu fim e teu inacabado?
Quem é tua resposta e tua indagação?
Quem é tua verdade e tua ilusão?
Quem tu tanto mata e continua de pés?
Seja quem for, na balança: tu és.

Lembranças, saudades, vontades e amores
Necessidade de ser lembrada.
Angústia, medo, remorso, infernizando-se para eles
Por eles? Instintos sufocados, morte certa
Vontade de ser agrupada.

Pedaços do que fui confrontam metades do que jamais serei
Completa, inteira, suficiente.
A dor do não ser, do nunca estar, do nunca partilhar
Felicidade! Poderei um dia encontrar-te?
Do teu mel, algum momento, provarei?
Só sonhar.

Torpor, inércia, falsa calmaria
Um momento de sossego compensa uma vida de agonia?

Fragmento do poema:
"O grito que ecoa da quebrada"


[...]Liberta a tua mente e segue, vai em frente
vai ver quem é a gente que você olha atravessado
quando para no semáforo e ergue o vidro apressado
observa com cuidado quem é o pretinho que tu olhas desconfiado
e aperta o passo quando ele passa ao seu lado
com a barriga vazia, com os sentidos embaralhados - de tanta fome.
Enxerga o estilo dele e entende de uma vez por todas...
Que esse é o estilo que faz sucesso por lá.
Descobre a palavra de ordem dos (marginalizados)
que você marginaliza ao julgar
e grita alto aos quatro ventos quando descobrires
da sua varanda ou de seu terraço milionário invocado.
O grito que ecoa da periferia é...
Mais respeito, por favor!
Pois já estamos cansados.

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