Poesia te Perdi
Sobre o que você faliu.
Você veio de uma vida de corpos, drogas e boa música, as letras verdades, poemadas e ritmadas, nunca foram tão vazias, quanto as palavras faladas por ti, sim prefiro o escritor. Aquele poeta meia boca que me seduziu e engoliu inteiro sem nem me deixar respirar. Mas, eu como diz suas letras formadas, me debatia em ti e sim me debatia demais.
Me debatia demais porque conheci além do poeta, porra, que merda que eu fiz. Conheci além do faz de contas, sobrevivi ao encantamento, trouxe o pior de você, para que tu mesmo pudesses conhecer, ensinei que pra ser bom, não se precisa sofrer ou fazer sofrer.
É você não aprendeu, tornou a ir e sem nem o ter aprisionado o soltei. Voa folha, voa e caia na água, pois folha solta sem caule, morre de fome. O que esperar de um homem folha?
Ele vive de sugar pra se alimentar. Suga a força do sol e os nutrientes da terra, não iria sugar a mim, árvore fincada e com raízes sólidas, árvore de valores invertidos e concebidos?
Não se trata apenas de libertar a folha para a morte, mas quis tanto que a folha apenas aprendesse algo quando ela fosse.
Ela/Ele se foi e me deixou no silêncio da ignorância, no bloqueio frio de algo que poderia nos conectar, mas eis-me aqui conectado a ti pelo que jamais te largou, desejando intimamente que tu caias na água e brote de novo.
Desejando aqui que tu brotes e vire árvore e que lembre-se que o tempo passou e trouxe consigo o enigma da metamorfose, agora sou água e posso sua fome matar.
A'Kawaza
Uma seiva de cinza
A cidade cinza não atrapalhava ver o brilho de cada olhar morto, aliás, tudo era tão fúnebre, quanto o sorriso de uma criança. Crianças, elas normalmente são felizes, ou deveriam ser, talvez seja por que elas não saibam que vão crescer, que terão que pagar contas e gastar o dinheiro pra se alimentar, talvez elas não saibam que vão passar 08:00, 12:00 horas trabalhando, é elas não sabem.
A inocência então é a fórmula da felicidade? Ou será a ignorância? Se for a ignorância, porque será que "conhecimento não ocupa espaço"?
Cair na ignorância ou voltar a ser inocente é algo que não sei se me deixaria feliz, me alimentei tanto de conhecimento, de corpos de línguas e seus sucos, bocas e suas palavras.
Não quero deixar de comer, nem de me embriagar de cada ser que eu poder tocar. Enveredo-me em um labirinto de corpos e mentes que eu sugo até o último sumo, até a última gota, engordando assim minha "feliz" solidão, vivendo assim a minha feliZcidade.
A'Kawaza
Sobre o tempo...
Três décadas atrás comecei a contar meu tempo, tempo que eu conheci Cronos, tempo que conheci Tempo, tempo que conheci Kitangana.
Sobre o tempo, ainda é pouco tempo pra que eu escreva sobre ele, nem sei se é perda de tempo, me ajuda Tempo.
Parei de ter crise existencial, Tempo mostrou-me que eu o estava perdendo, parei de contar o tempo, agora conto com ele.
Atento-me ao tempo, tempo que não para, tempo que não começa, tempo que não termina é tudo é sempre.
Então Tempo de todo tempo, tempo que embala tempo, tempo que badala tempo, me ajude a ter mais tempo, não me faça o perder, apenas quero aproveitar você! E no tempo de minhas três décadas Zara Tempo!
*Kitangana e Tempo Nkisi de matriz Africana
A'Kawaza
NOTA
Anota ai que enquanto tu
escreves o tempo passa.
Anota que a nota que te dão ninguém nota.
Anota que suas notas não tem valor.
Anota que o tempo ja passou,
tá passando, vai passar.
Anota que não existe ninguém acompanhado e que a solidão é algo inevitável, notável!
Anota também que você é individual e que isso é bom.
Anota que a felicidade está em você!
Anota que se nota o seu
valor, quando você nota ele!
Anota que a melhor nota é da música que você canta ou ouve.
Anota que o prazer nem sempre é notado, anota que essas são as notas!
Apenas pare de tomar nota, isso é roubo, viva e não tome nota disto!
A'Kawaza
O novo!
Torna-se cada vez mais gustativo
o gosto do desconhecido.
Você me embriaga com suas palavras sinceras cheirando a álcool.
Sua voz que não diz o que é, apenas diz,
diz e se faz dizer, mexe comigo de dentro
pra fora, não apenas a ouço,
tenho sensações.
Ela não vem sozinha aos meus ouvidos,
além de perturbar meus timpanos com seu tom grave, ela ainda perturba minhas noites, me causa poluções e já não consigo e nem quero disfarçar...
Ejáculo o podre e puro prazer de você e você nem aqui está!
A'Kawaza
Déjà vu
Sua vida é constante repetição, você troca só o corpo por outro, os sonhos são os mesmos e os anseios iguais, você já viu isso mil outras vezes, mas o desejo de tua carne podre e o egoísmo de sua mente sórdida, não lhe permite parar.
Você vive a verdade de suas mentiras, quantas lágrimas você viu chorar? Talvez seja esse seu alimento e por um excesso de sentimento, até minhas lagrimas C' fez secar.
E a cada vez que você vai embora, minha mente me trai, me traz toda história daquela memória, que insisti em te recordar.
Depois que o conheci bebi água no deserto, a sua fonte secou, foi molhar em outro lado, e eu aqui sou sol, areia e farrapo!
O levei além mar, achando que assim a felicidade nos fosse achar, ela achou você, mais um dèjá vu você está a viver.
O levei além mar pra tu navegar além de minhas veias, pra que meu sangue fosse só mais um nas estatísticas de apodrecimento sugatório, pois é isso que um parasita faz, somente suga!
O levei além mar para mais um Déjà vu você viver. Navegue em outro rio, pobre rio Jordan.
A'Kawaza
Preta
Preta, preta sim, preta sua, preta minha, apenas preta.
Preta nega que quebra incendeia, que sorrindo balanceia, preta ancas e cadeiras, preta de fala clara de candeia.
Preta de batalha, luta e suor, preta guerreira, bruta mulher que a flor cheira. Gata garota, menina mulher.
Rainha, vassala, seu escravo é meu olhar.
Ela anda e o povo passa mal, passa homens e mulheres, ninguém viu igual. Tem a raça no tom, na voz, na beiça e no som, tem um black do bom, cheia de colares e búzios, conceda a nós o seu uso!?
Vejo você negra, mulher, faceira, de pele limpa e alma de amor,
Obrigado preta, por tonar esse mundo com mais cor!
A'Kawaza
Denise
Canto o canto e o encanto, no branco do seu sorriso, no verde dos seus olhos e no ouro do seu cabelo.
Sinto as notas que você diz a cada frase versada, por uma voz velada, de vez engraçada, de vez engasgada e até embriagada.
Aquela preguiça e aquele andar, aquele sentido que não há, vejo aquela menina que bebe, aquela menina que é pura, aquela menina menino, aquela menina sorrindo, que sorrindo espanta dor, que sabe semear o amor, que a esperança dos seus verdes olhos nasce a cor.
E falando em colorir, aquarela ela é, de sorriso branco, olhar verde insinuando, alma plena de cores claras, vida hard de cores rasas, de primária não há cor, só seu coração que é sangue fresco de puro e vermelho sabor! A'Kawaza
Eu sou a areia do tempo, dentro da ampulheta da vida e deixo que a vida me molde grão a grão
A.Kawaza
Do outro
Um está no outro, como se no outro estivesse um e na realidade eles até tentaram ser dois, mas não conseguem.
É infinita a paúra causada em imaginar-se fora do outro, não sendo nem mesmo um.
Um está no outro e desse outro que abriga dois, só se vê e se sente um.
Tente separar um ou outro e veja o que você vai achar! Vai achar um em outro e outro em um, sendo assim eles são mais que unidos, eles são Unos!
A'Kawaza
Tirei as dores do caminho, pra desfilar o amor, se pra você a vida tem espinho, deixe-me ser flor!
A'Kawaza
O abraço
Lindo o abraço,
O abraço que acolhe,
O abraço que desaba
O ser em lágrimas,
O abraço que conforta.
Lindo o abraço que marca,
O abraço que surge,
O abraço de quem
Ama,
O abraço é lindo.
Nem todos resistem
Ao abraço.
O abraço, o abraço
É poderoso,
O abraço tem poder,
O abraço cura o ser.
O abraço que nem sempre
Recebemos.
O abraço, que nem sempre
Se é dado.
Ah, o abraço, o abraço
De mãe, o abraço de pai,
Da avó, do avô, tio,
Tia, amigo, amiga, colega, irmão
Irmã...
O abraço
É benéfico.
O abraço é raro,
O abraço passa energia,
O abraço torna o ser
Mais humano.
Ainda me resta o parco tempo que resta,
Para conhecer o amor, para viver sem temor,
Para buscar ser quem sou, sem temer o amanhã.
Eu hoje viajei no tempo...
Mas por um momento pequenino.
Eu vi a manga madura no pé...
Olhei pra ela com olhar de menino.
Parar... Sentir... Por um momento
O movimento sutil do vento
Que toca a folha e faz cair
O ciclo eterno se repetir
Em cada dia, uma sensação...
Mudamos junto com a estação
A natureza grita, tirando o sono
Ela diz... Venham ver o Outono!
Deus está sonhando
O Criador está sonhando.
Como saber?
Sua mente não está cheia
de pensamentos ocupando
espaço. É porque ali. Algo foi criado.
Se funcional? Depende como e quando
foi creado. Por isso, as diversas formas,
o o sente. Se feliz. É leve. É porque
é funcional o bastante para crear uma
realidade. Verdadeira. Boa , ou não tão boa.
Mas está ali. E um dia ela, se encaixa em
alguma história que foi plasmada.
Preenchendo o vazio do uni-verso.
Com a energia da Vida.
Da Vida nada se perde.
O que é bom para um. É mau para outro.
O que é mau para outro. É bom para um.
E assim o universo se amplia.
Pensante, vivido e sofrido.
Mas chegará o momento.
diferença não existirá.
Porque ambos os lados serão
indiferentes. Pela seleção natural.
Há de equilibrar os contrapesos.
a ponto de extinguir sentimentos sofridos.
Porque o Criador, também está aprendendo,
no agora. Ele sorri. Quando sua creação sorri.
E chora quando sua creação sofre.
O fato é: A Vida jamais se extinguira.
Pela fato de se passar para outros planos de consciências.
Ou mesmo , transmigrar para outros corpos.
Para continuar novos ciclos.
Do Criador não se perde nada.
E Ele se conhece através de nós.
E sua Neutralidade permite a justiça
na distribuição de todas as forças
realizadas.
Por isso. Não existe, nós e eles.
O bem e o mal.
Um cochilo do Criador. E tudo
muda de lugar.
Deus toma partido da Vida.
E Justiça e Misericórdia.
Ainda vão habitar o coração
das criaturas da terra.
Quando as forças já equilibradas.
o sofrimentos , ora observados
serão como o cair natural de um
fio de cabelo.
Bons sonhos Criador.
marcos fereS
A Coxia
Palco vazio.
Atores na coxia.
Começa a peça,
Donde antes não havia.
Primeira cena. Na ribalta se exibiam.
Atores interpretando. Plateia, aplaudia.
Sonhos. Queremos sonhos. E por peça isso acontecia.
Fecham-se as cortinas. Todos juntos na coxia.
Uma apertava o vestido. Outro, o script relia.
abrisse e as cortinas. E no palco subiam.
A plateia fascinada. Nenhum barulho faziam.
E a peça prosseguia. Quando o cair da lona.
Toda berlinda aparecia.
Se o que era caixa. Ribalta. Não se sabia.
Misturava-se tudo coxia, araras, atores roupas e bijuterias.
E o povo nada entendia.
Sonhos , precisamos de sonhos. Era o que queriam.
E o canastra. Que sempre queria aparecer.
Improvisou um texto. Para a peça socorrer.
E chamava também a plateia, para o teatro vir fazer.
Se subia no palco, tanta gente. Como nunca se viu.
Em certo momento? Não sabia. O que era coxia,
Caixa, plateia ou rouparia.
Todo mundo falando, todo mundo reclamando , todo mundo improvisando.
E ninguém mais se ouvia.
E da plateia se ouvia. Os sonhos, cadê os sonhos?
E pouca coisa de bom se fazia.
Fecham-se as cortinas.
E os atores saiam. A plateia não via.
E teatro esvaziou.
Era muita realidade encenar. E repetidos fatos para sonhar.
E a peça, divida. Só duas partes encenou.
A parte por detrás da coxia. E a parte, onde toda a plateia via.
Não entendendo nada. Foram o teatro esvaziando.
E o sonhos. Queremos sonhar.
O teatro estava fechado, para nova coxia arrumar.
Marcos fereS
Minas Gerais
Dia bonito
Alegre e de frio
Sorrio
Me encanto
Com os pássaros
Doce canto
Caminhos de terra
Poeira sobe
Com o vento no mato
Olho para o lado
Aceno distante
Lá está seu Fortunato
A beira da cerca
Tocando a boiada
Chapéu de couro
Ele não quer mais nada
Me aproximo
E saúdo
Tirando o chapéu
_"O cumpadi!"
_"Opa, bom dia! Vem com nois procê tomar um café"
Mesa posta
Café acabado de torrar
Aquele cheiro inconfundível
Do bom café pra variar
Broa fofinha,
Mãos da roça a afagaram
E tudo quanto põem a mão
Ficam que qualidade rara!
_"Ô seu moço, ainda tem queijo..."
_"Opa! Como bom mineiro, esse é meu desejo"
Coisa boa! Puro, o melhor que há
Quem ainda não provou que venha para essas bandas provar.
Segue a prosa
Olhando lá fora
O fogão de barro já consome a lenha
Olhando a senhora de lenço na cabeça
Percebo sua garra e sua paciência
O que é da roça é mais gostoso
Mas é árduo o trabalho
As crianças em volta, pedindo o almoço
É que na cidade 13:00 acontece o alvoroço
Aqui, os meninos sujos de terra
11:00 já começam a querer sentir o gosto
Sentir o gosto do arroz branco
Temperado com um tropeiro
Anguzinho com quiabo
Tem forças para brincar o dia inteiro
Pensei como é gostoso
Essa vida na fazenda
Quem casar com uma mineira
Sua vida vira lenda
Come bem dia e noite
Ô tempero bem falado!
Quando serve-se a mesa não tem um que não fique calado.
Sabedoreando Minas
E seus quitutes
O melhor lugar é aqui
De gente forte, feliz
E com saúde!!!
Verde Natureza
Terra dos verdes pastos, ao som dos pássaros, encanto a alma. Cheguei no meu recanto, estou aqui em meu canto, onde acaba-se o pranto.
O lugar de riso fácil, de paisagem admirável, de presença incomparável.
Eu gosto mesmo é do campo, do verde, do silêncio, me amanso.
Ah, boba moça!
Se achava dona da cidade
Quando viu a felicidade
Escapar de suas mãos.
Foi no campo que ninguém viu
A menina se redescobriu
Dona desse mundão
Sua vida com certeza é
No verde natureza
Rodeada da criação
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