Poesia Sufoco no Peito
A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.
O sol surge lentamente, anunciando um novo dia. Renovação na ponta dos dedos. Dedos que surpreendem com suas palavras inesperadas. A noite povoada de sonhos. Duas dimensões no mesmo tempo, no mesmo espaço. Observo. Meus olhos estão povoados de imagens e o coração distingue suas cores, nuances e tonalidades. Dia silencioso, tranquilo. Talvez isso seja paz. Lembro de pessoas que passaram por minha vida. E me parece como personagens de um livro de ficção. Eu sou a protagonista da minha vida. Deus é o escritor. Dias tristes. Dias alegres. Caminhando na corda bamba do circo da vida. Pão e circo. Nem tanto pão, nem tanto circo. Equilíbrio. Minha alma questionadora não para. A vida é como é. As pessoas falam, dormem e acordam. A vida é isso. Queria eu ver a vida assim de modo tão simplista. Eu quero sempre mais. Mas hoje eu estou em paz. Quero um bom lugar para sentar. Quero simplesmente olhar. Hoje eu só quero que o dia passe suave. Até mais.
Cai a noite silenciosa. Quantos mistérios existem em seu silêncio? O sol se esconde e a noite escura nos convida à reflexão. O dia foi suportável, ainda que em alguns instantes lágrimas molharam meu rosto. A felicidade é frágil e dentro dela se escondem temores. Mas também é nela que se esconde a esperança. Já quase não me movo. Essa apatia vem carregada de densas culpas. Talvez o tempo esteja cobrando seu preço. Sou um ser frágil, enfrentando uma densa poeira, que machuca meu rosto. Nascer diferente com uma frágil esperança de futuro. Entretanto sigo minha sina. Choro quando não é possível conter no peito uma angústia ardilosa. E sorrio de esperança, porque apesar de tudo, a felicidade mora em mim. Queria saúde, queria amor, queria tantas coisas. E às vezes a solução é não querer. Espero um medicamento que me cure de mim. Eu não sou mais a mesma. Desconheço sorriso largos e como uma largarta vou rastejando nesse solo árido. Esperando que um dia enfim eu seja como uma borboleta, grande, colorida e leve. Espero o tempo que esse dia chegará. Até então, não vou descansar. Que venha a noite, escura e densa, meu peito suporta, forte como uma gaivota.
Às vezes eu não sei até quando eu vou aguentar. Minha cabeça me tortura vertiginosamente. Meu coração parece ter mil toneladas o comprensando. Esse vazio que ressoa como uma música hipnotizando o ambiente. Música que não é mais que ruído. Eu estou me rasgando de dor. E ninguém se importa. Lágrimas negras escorrem no meu rosto e as pessoas fazem anedota. Eu estou doente, profundamente doente e não há ouvidos que me ouçam. Não há mãos que apertem a minha. Não há palavras. Não há ninguém. Apenas eu sozinha à noite me contorcendo de dor. Faço mil orações e me pergunto onde está Deus que parece não me ouvir. Transtorno bipolar. Duas palavras e um trator atropelando minha alma. De onde virá a ajuda. Estão todos envolvidos com seus lares. E meu lar, que é minha alma transborda como em uma enchente. Por que dar um fardo tão pesado para mim que sou tão frágil. Deus meu, que mora nas estrelas, abrande essa dor carnal. Tantas vezes eu tentei partir, mas continuo aqui como rocha. Eu sou frágil na superfície, mas sei quantas noites escuras eu superei. Peço um fôlego a mais. As vezes me pergunto porque sou tão resistente. Poderia partir leve como uma ave que some no céu. Partir como um peixe que se esconde em oceanos profundos. Sinto dor. Uma tristeza asfixiante. Mas só por hoje eu não vou partir. Beberei um copo d'água e dormirei. Em meio a meus pesadelos eu vou me contorcer. Ao acordar não vou querer me levantar. Mas levantarei, tomarei um café e pensarei que sobrevivi, sem nenhuma empatia alheia. Eu me olharei no espelho e pensarei em esquecer os tolos e os insensíveis. Eu resistirei e dessa terra só parto quando meu tempo acabar. Eu sou rocha, pedra de ribeirão. Eu suporto a dor, porque em mim mora um flor delicada, prestes a desabrochar.
Como uma pluma, meus sentimentos flutuam no ar assim como uma folha levada de um lado a outro. A dor se dissipa lentamente e já não reconheço palavras lançadas no ar. Vida minha, que tanto me dá e tanto me tira, tira dos meus pensamentos as perguntas e me deixa flutuar. Eu quero a leveza da carícia de um gato. Eu quero o canto dos pássaros. Estou cansada da minha dor, desse peso inútil. Estou cansada do meu peito carregado. Deus meu, tire-me o peso de viver. Tira essa angústia inútil que desfaz os meus mais belos pensamentos. Eu quero a paz de uma coruja, silenciosa, com seus grandes olhos. Dai-me a graça de sentir o mundo como uma árvore que brota, anunciando que mais um fruto promete fartura. Queria a paz de tudo que é belo no mundo. Senhor, dai-me sua paz.
Paira em meus dedos de pássaros, viagens longínquas. Em minha mente de águia, prevejo o futuro. O futuro que já entardeceu enquanto estamos ainda em plena manhã. Que saudade eu sinto do futuro. Tudo novo de novo. Posso então me entregar ao instante, presente inerente. E me libertar das dores que me oprimem. A medicina divina me libertará de cada passo doente. Com a saúde restaurada, viajarei por todo o mundo. E tudo será novo para mim. O presente requer paciência e a tão falada resiliência. Quero ser livre. Quero te asas. Quero abandonar o ninho e voar como uma gaivota. Tanto quero e tanto será. É só esperar.
No ciclo da vida, novamente é noite e me proponho a escrever sobre a escuridão, interna e externa. É na noite escura que podemos ver as estrelas. E é na escuridão interna que percebemos que somos mais fortes do que pensamos. Da dor nascem flores. Nascem saídas e belezas. Apenas quem cruzou a dor pode apreciar as pequenas delicadezas. Selecionar o que vale a pena. Conviver com a dor, para supera-la. E ser luz celestial para aqueles que não sabem apreciar o belo no mundo. A dor me mostrou que sou mais forte do que eu pensava. A dor fez com que eu me amasse mais. Somos poeira cósmica, na imensidão do universo. Somos também estrelas que cintilam. Hoje o dia foi sereno, ocupado por pequenos afazeres. A alma esteve calma. Lembro-me do passado, quando eu tive mais energia. Agora amadureci e me aproximo da velhice. Duas etapas, a juventude que passou e a idade que se apresenta. Se eu pudesse voltar no tempo, eu cuidaria melhor dessa estrelinha que sou. Teria me amado mais e não teria permitido tanto desrespeito. Daria e receberia o amor que eu mereço. Teria autocompaixao. Aquela menina bonita, sincera e determinada. Mas o tempo não volta. Hoje consigo ver com mais clareza meus erros e acertos. Agora na maturidade meu coração é mais calmo. Minhas emoções estão mais estabilizadas. E percebo que minha estrela nunca se acabou. Estava apenas piscando alta e resplandecente. A estrela que sempre fui.
Minha escrita é sobre como traduzir com palavras o silêncio. Como traduzir um instante vago, pleno de lembranças e memórias. Aqui nesse espaço eu falo o que a realidade me apresenta. Falo sobre a dor, mas falo também em esperança. Esperança de dias melhores, de saúde e afetos. Meus versos são livres e seguem os meus pensamentos. Sou honesta. Escrevo o que é real para mim. Escreve o que eu sinto, sem tentar mascarar o mundo que me cerca. Falo sobre saúde mental de forma lírica. Falo da força humana para continuar viva e pulsante. Todos os dias a vida me apresenta desafios de sofrimento, mas eu respondo com palavras e versos. É assim que eu proteja das falácias da mente.
Entre o sangue que jorrava da minha alma e o fogo que ardia em meu espírito, vi meu próprio rosto na guerra interior.
Há saudades que devem permanecer apenas no território da memória — flores venenosas, belas de contemplar à distância, mas mortais quando colhidas. Quando o coração permite que o passado invada o presente e a razão se rende ao sentimento, corremos o risco de destruir tudo o que construímos com tanto cuidado.
Amei-te no instante em que não sabias existir, e desde então, o tempo apenas confirmou o que a alma já sabia.
A piedade é como o espírito: sem forma, não se vê nem se pode tocar — só se sente e se ouve; é vida, não sistema.
Porque quebrarei a soberba da vossa força; e farei que os vossos céus sejam como ferro e a vossa terra como cobre.
A extrema vaidade do corpo sufoca o espírito, que é o mais importante. A estética está acima da saúde?
Os judeus se desviaram da Torá para seguir o Talmude e, depois, a Cabala. Os cristãos se desviaram do evangelho para a teologia da prosperidade. Poucos ainda são fiéis à piedade bíblica.
A mente é como a água: agitada, destrói tudo em seu caminho; tranquila, reflete tudo ao seu redor; e, quando dirigida, corta até a rocha mais dura.
O único inimigo mortal da águia é o corvo; e, para vencê-lo, ela sobe ao nível mais alto dos céus, onde o corvo se torna sua presa.
Escrever é buscar refúgio nas palavras, navegar em minha alma . Transbordando a minha essência em cada escrito.Que a palavra alimente bons sentimentos em seu coração.
Eu não desisto de conversar com educação com ninguém. Só paro de conversar quando realmente não tem mais jeito.
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