Poesia sobre o Desabrochar da Idade
sentimos o luto
em todas as coisas não ditas
que uma boa mulher não deveria confessar,
talvez divididas apenas
com quem é possível compartilhar
meio século, a nostalgia, as verdades
cruéis e duras de se articular
as jovens irão descobrir,
e torcer que não venha o dia em que verão
o mundo desconfigurado pela perda
os pais irmãos o genro
desaparecerem, a possibilidade de futuro
mais curta, as ausências acumuladas,
e um outro silêncio
não o do entendimento
a dispensar palavras
quando se tem uma boa amiga
cariocas não gostam de dias nublados
veja essa maravilha de cenário, o asfalto como passarela
a piscina na laje, o turista na comunidade
o carioca é cordial, bora marcar
só que não
tá brabo o trânsito, duas horas pra ir duas pra voltar
o preço do litrão, você sabe como é
mas vem chegando o verão, promessa de vida
vamos fugir, diga que irá, irajá
para qualquer lugar comum
desejo um mundo em que
seja fácil
ser só
em que os porteiros
não deem bom-dia
boa-tarde
não me olhem
boa-noite
um mundo em que
a farmácia
seja um de cada vez
sem os toques
dos corredores
sem o deseja a revista
apoiar as crianças
o câncer
moedinhas aqui
já tem cadastro
fidelidade senhora
sem tempo para
sorrir sem
graça
não
obrigada
desejo um mundo vazio
de amenidades
feito de explosões
terremotos
tufos de cabelo
terra nos olhos
um mundo
desmesurado
todo mato
algumas cabras
latas vazias
um mundo sem frutas
sem matérias
reportagens
sobre colesterol
glicose
taquicardia
desejo um mundo
sem filosofia
animalesco
cheio de pelos
as garras afiadas
visão noturna
instinto
de fuga
desejo um mundo
do qual eu possa
fugir
há um dia em que a mulher
pergunta a si mesma
pergunta para outra
mulher
e as perguntas pairam
flutuam
sobre a cabeça
as perguntas incomodam
e vazam como excremento
de aves de árvores de céu
nesse dia a mulher procura
a resposta
por que de que adianta
se há mãos que fazem dançar
as cordas
e os pequenos membros
do corpo vivem em sacolejo
o ventre morre em liminares
gestações que formam mãos
de homens
e a partir do ventre
as mãos nutridas pela mulher
saem na direção do mundo
de tudo que é externo
de tudo que é global
antropológico
fágico
e social
e a mulher nesse dia pergunta
para outra mulher
para o espelho
de que isso tudo
adianta
O time joga, a bola rola sem parar, o coração em transe, espera a rede balançar .
Só que calma há que se ter, esporte é sempre emoção, vamos ficar na torcida, sem estressar o coração.
Seu João, um chapéu laranja e sua bicicleta
Hoje conheci Seu João, perseverante pescador!
Munido de sua bicicleta, anzol e carretel improvisado,
Anda de um lado a outro da praia esperando seu fisgado!
Não consigo ver o seu rosto muito bem,
Aprendi o seu nome por ter sido gritado por outro alguém.
Também não enxergo o seu sorriso, apenas sua paciência.
E a cada peixe que ele pega, eu solto um riso. E ele? Mantém a decência.
Chapéu laranja, sol a pino... Carrega consigo uma esperança, que espero vê-lo sorrindo.
Não parece se importar muito com a paisagem ou já não mais a admira,
Os olhos sempre fitos no mar, não pode errar a mira!
E assim o dia passa, puxa anzol, lança anzol e vez ou outra guarda a caça.
Queria pescar com Seu João e talvez escutar a sua alma...
Mas o que ganhei hoje, foi para admirar a sua calma.
E lá vai ele com sua bicicleta novamente:
Uma caixa de isopor, um chapéu laranja e a sua pesca que me deixou contente.
Quem sabe nos encontremos de novo
vítimas do acaso
Nessas ruas sem saída
dessa cidade que dormia
Labirinto de pedras e asfalto
Cobertos por tetos frágeis mas nada transparentes
Amanhã ou mês que vem
Procuramos um novo dia
Procuramos uma saída
Sol na palma da mão
E o violão,
desenvolvendo mais uma canção
Juntos só nós e as estrelas
Nós e o universo
tão sozinhos mas tão cheios de mistério
Luzes de calor
Luzes do céu
Nossas asas nos distanciam do aranha-céu
Pessoas nos sugam
E as cidades com suas grades,
ajudam
Fugir daqui é sensação de vento
Vento forte rompendo o cimento
Os estilhaços acenderam a chama que vem do centro
Nos perdemos naquele labirinto
nas ruas desalinhadas
Nos prendemos com cinto,
com ideias amarradas
Nos perdemos nas calçadas,
nos sinais, nos tijolos
Estamos construindo barreiras pelos solos
Nos perdemos no som,
nas faixas e na multidão
Nos perdemos em mais um vagão,
vagamos sem destino sem olhar pro coração
Nos perdemos em portas
Portas que não abrem
Nos perdemos no preto e no cinza,
esquecendo do verde e do azul da brisa
Óculos escuros mesmo sendo de dia,
escondemos o que o coração não via
A roupa de grife nos cobria,
jogando fora nossa carta de alforria
Marchem soldados,
temos cabeças de papel
Nossos olhos foram cobertos,
tampados por um véu
Ninguém parou pra ver o céu
Estamos muito ocupados cumprindo nosso papel
Marchem soldados,
temos o peito de aço
Coração controlado que não lembra do abraço
Corpo linchado
Soldado pau-mandado,
Foi mandado pra vala
sem nem ser notado
Recomece seu caminho
Seu amor se foi com o vento
Deixou escorregar na escuridão
Escapar na imensidão
Morrer no pensamento
Nas lágrimas se afogou
Seu desespero parou
O peso aliviou
Na chuva se molhou
Garota erga sua cabeça
Sorria de leve
Sua vida celebre
Seu caminho recomece
Seu jardim refloreça
Nessa terra celeste
Amigo
Amigo de momento
A muito tempo
Em silêncio
Em partida
À distância
Desde a infância
Amigo, só se tiver relevância
" Estamos presos
a alguma coisa
que nos falta.
Por isso,
mesmo tendo tudo,
nada nos basta."
Rodrigues de Senna, in trecho
do poema Falta.
O Universo conspira
sempre,
Por nós ele dá
um jeito,
Só nós dois
sabemos disso,
Como é lindo
a gente se ter,
De manhã até
ao anoitecer.
Por mais que o destino
tente,
E o mundo imperfeito
atente,
Não há nada mais
infinito,
- e mais do
que lindo
Do que o amor
da gente.
De todas as milhões
de siderações,
Descobertas pelo mundo
afora,
A mais bela apontada
foi você;
Que foi apontada por
um cometa,
Para que a gente
jamais esqueça.
De todas as paixões
que tive
Vividas nessa vida
adentro,
A mais linda e brilhante
é você,
Meu amor, minha luz,
meu tudo,
Não fico longe
de você por nada,
E sequer por um segundo.
Senhora de todas as letras,
Escrevo para o amor que virá,
Como um canto baixinho
- embalando -
O amor que comigo está.
Poetisa intimista,
Escrevo sobre o amor que virá,
Lindo me iluminará,
Mais brilhante do que as estrelas,
E tão vibrante quanto o luar,
Creio que comigo você ficará.
Senhora do meu próprio destino,
Sonho com o teu amor divino,
Com o arco-íris do teu olhar,
- magistral -
Com a delicadeza das minhas
- letras -
Irei te encantar...
Para escrever,
- basta crer
No amor que está para nascer,
E no fermento poético,
Que é capaz de fazê-lo alvorecer,
Acredite no amor como eu acredito,
- ele vive dentro de você
Só assim você fará o amor acontecer.
Cumpra-se a vontade do destino,
Ele é obra e graça do divino,
- dono do tempo -
Senhor dos ritmos,
- e do sentimento
Eu creio na força dos sonhos,
Nascidos dos meus olhos
- castanhos -
Não menos lindos,
Mas infinitos e capazes
De realizar todos os planos;
E por eles cruzar oceanos.
Tudo, tudo, tudo...,
Tudo pelos sonhos,
Ainda somos moços,
Temos um futuro,
Flores no peito,
E um amor bruxo.
Aos passos ritmados,
Brindados pelas castanholas,
Trocas de olhares,
E feitiços nos provocando,
Passos marcados,
E braços alternados,
Prendendo o desejo ao prazer,
- libertando os corpos -
Tocam os violões emocionados,
Nessa suíte espiritual,
Somos o esquadro e o compasso,
Não tememos mais o desenlace,
Atingimos o ápice,
Flutuamos com essa sinfonia,
Com a certeza e a total alegria
De estarmos completamente apaixonados.
Eu me abro imensamente
- só para você -
A rua é testemunha abaixo
A vontade morro acima
Faço uma obra prima
Para não sair da tua mente.
Essas distâncias
- não separam -
Os nossos corações
E as nossas mentes.
Eu me mostro carinhosamente
- só para você -
Em cores alegres
Em versos serenos
Faço tudo para te ter
- eternamente -
Com arte e perfumes
- amorosamente -
Para refrescar e te aquecer
- sensualmente -
Nas asas da minha plenitude
- amiúde -
Na minha pele com solicitude.
A gaivota está sobrevoando,
- acrobaticamente -
Concedendo o seu espetáculo,
- em círculos -
Celebrativos,
Plenificando o céu acinzentado.
A gaivota está se aproximando,
- certamente
Para alcançar o seu sustento,
- indiscutível
Sobrevivendo,
Exigência do momento.
A gaivota está me fazendo pensar,
Sobre a distância e o tempo,
A verdade que pode ser uma,
- duas -
Diferentes,
Convergentes,
E sobreviventes.
Gera em mim mais uma vez,
Esse doce outono discreto,
Não nego jamais,
Eu te espero,
Ao passar de cada segundo,
Longe, mas não alheia;
O teu amor é a minha teia.
Girassol em flor,
Inigualável amor,
Adorado sem tabu, e sem pudor.
Riscam no horizonte,
Os primeiros raios,
São as tuas luzes,
Amor em verso,
Namoro em prosa,
Amor em chama.
Sábios são os teus poemas,
Chamamento celestial,
Horas em valsa,
Maré de contentamento,
Indissociável sentimento,
Tesouro do tempo,
Trazendo você para mim...
Sempre me supreendendo,
Carinhosamente,
Esculpindo a poesia,
- adormecida
Feito a duna ainda em grãos,
Aromas marinhos,
Do mar e do vento bailando,
- revolucionando
Um amor em construção.
Modesta flor em tuas mãos,
Não menos delicada,
Não menos flor,
- maravilhada
De tanto amor,
Desabrochando em esplendor.
Eflorescida do teu sorriso,
Preciso do teu colo,
Do teu gozo,
Do teu mimo,
Do teu carinho,
É do teu amor que eu preciso.
Eu apenas escrevo,
O poeta é você,
Que sente e me cativa,
E sobretudo sente,
Não existe coisa melhor
Na vida de toda a gente.
Deslumbrante afeto púrpura,
Que esbanja ternura,
Doação de doçura,
Canto, sossego e riso,
És o meu paraíso,
Guardião do nosso templo,
Berço de nosso sentimento,
- indivisível -
Dádiva celeste e incrível.
Eu estou pensando em você,
E você está
pensando em mim;
Frondoso jeito
que me encontro
- pensando em você -
Ao encontrar
lindas flores
Num encantador jardim.
Eu estou pensando em você,
E te sentindo em mim..,
Macio e forte,
A tua natureza
é o meu norte;
Ao olhar estas flores vibro,
Admito, sonhar com você
Fazendo um coroa
de flores,
Para enfeitar
os meus cabelos.
Eu estou pensando
em você,
Em todos os nossos
desejos,
- intensos -
Profundos, sem tabus
e ledos,
Descobrindo juntos
os segredos.
Estou pensando
em você,
És o meu
amanhecer,
A minha paz e luz,
Você é cândido
e me seduz.
Estou pensando em você,
- aconteceu -
Estou te embalando,
E intensamente sonhando...
Asilada está em mim
- alegria indescritível -
Amanhecida, suave
E incrível!
Alegria poética de saber,
Que escrevo para te ter,
Te fazer sorrir e sentir.
Em cada letra lapidada,
Nasce um verso-joia,
Que forma um poema
- um tesouro -
Para fazer a tua alma
- serena -
E a tua entrega apaixonada.
A cada afeto embalado,
Surge ainda mais brilhante,
O meu despertar amante,
De escrever só para você;
Para que me repares
Toda a falta que só tu me fazes,
E para que não te esqueças:
E um dia aprenda me amar
Com a maior de todas as verdades.
O Rio de Janeiro sempre será lindo,
- mas hoje vestiu o seu luto
Por sonhos brasileiros
que
despencaram
do viaduto.
Foi acidente, que os findou
tragicamente.
Tantos planos resolutos,
Que se
esfacelaram por
milésimos
de segundos.
Foi acidente, que os arrancou
de nossa gente.
Destruindo vidas e mundos,
Abrindo terras e destinos,
De faixas etárias bem próximas,
Findando futuros e trajetórias.
- FIM DAS HISTÓRIAS!-
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