Poesia que Fala de Teatro
Coração caipira
No meu coração caipira de estuque
Olho a vida e abraço com a tradição
Conto causos, estórias com emoção
Pois sou o cheiro caipira deste chão
Assim vou, assim sou, sou mineirão
Caboclo apreciador de moda de viola
Que não vive sua alma presa em gaiola
Se esbalda no cerrado e na fazendola
Troca o sapato pela botina meia sola
Coração caipira, gabola, sem truque...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Zarpar
O cerrado é seco, chove pouco
Vou zarpar pro mar
Sem chuva a gente fica louco
As nuvens de lá tem pingos a gotejar
Levarei somente uma camisa
Deixo aqui meu erário, o poetar
Lá vou viver de brisa
Pois aqui brisa não há
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Espelhado osrev\verso
Verso no osrever
do
odahleps(e)spelhado...
vai no osrevni da mão
inacabada inspiração...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Sou eu
Eu sou o desigual do cerrado
torto
árido
de morro lascado
pelo fogo queimado
rebrotado
na menor das chuvas.
Sou descampado
só tenho nas mãos as luvas
que escrevem o traçado
das rimas em melancolia
iguais a do cerrado
poetadas na poesia
de um plebeu.
O cerrado sou eu...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Miragem
Quimeras não me deixes só, no fundo
Do fosso da ilusão, deste veloz mundo
Subindo e descendo, remando trova
Tentando entender e ser alguma prova
Além, de estar debruçado no horizonte
Querendo mirar uma tal e desejada ponte
Que possa me levar ao outro lado, reverso
Se nas mãos só tenho o meu amor e verso.
(Pois, cada miragem, solidão, eu confesso).
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
ESTABELECER
Eu quero esta com você...
Assim como a sua sombra
a sua corrente da alma
sua água corrente, sua onda
a musica em sua banda.
Eu quero esta com você...
Ser as pétalas da sua rosa
as folhas de todo verde
os espinhos de suas hastes
o copo da sua sede.
As marcas de todos os rastos
as margens do seu caminho
o pulsar da sua vida
o medo em seus cantinho.
As areias da sua praia
poeira do seu deserto
a distancia da sua esperança
a felicidade do seu perto.
Antonio Montes
Poema do imaginário
Vamos pulsar a vida
Expulsar e por de partida
Qualquer forma de desamor
Some no abraço o laço acolhedor
É preciso amar
É preciso atar
No olhar, a cumplicidade
Chegar mais na felicidade
Como quem chega
Para alguma parte
E sempre rega
O sonho em arte
A vida em entrega
“O silêncio é o exato momento do nada no lamento.”
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
No acaso a vida nos abençoa com aquela pessoa exclusiva. Que a cumplicidade nos cativa, e que especial se torna a felicidade. Presente de Deus na sua bondade, de pai, que nos dá a chance de conhecer; nos dá está especial convivência, para que possamos entender o valor da partilha...do amor... do abraço... e aí neste laço poder afirmar:
- você é meu amigo!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
DÓI
Como dói este silêncio fantasiado de não.
A incerteza que regula o compasso do coração.
Um esperar descontrolado que inibe o respirar.
Um sentimento desacreditado que não cansa de esperar.
Uma ilusão infantil de alguém que se apaixonou.
Na espera do sim, de daquela a que amou.
Como dói a vida ferida.
A ferida vivida.
O sentimento continuo, neste mar de dor.
Como dói o silêncio escondido, neste caos chamado amor.
Como dói te ver e não lhe ter
Como dói viver num mundo, que desconhece meu amor por você!!!
CÂMERA LENTA
o que vejo ao recordar
do que passou e se foi
é a vida a desenhar
o sobe e desce, me perdoe
se sanha no poetar apresenta
é que num giro, o que corrói
são saudades em câmera lenta...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
O que há nessa cidade
De tão especial?
Não consigo ficar triste,
Não consigo ficar mal.
As manhãs inspiram esperança
E as noites, alegria
A serenidade inspira felicidade
E a liberdade dos campos, harmonia
Nenhum motivo parece merecer lágrimas
Derramadas em uma noite sombria
E as angústias, antes, tão pesadas
Diluem-se aos raios de sol do meio-dia
Não há prantos, não há choro
Não há ranger de dentes
Não há sentido no sofrer
Não há que se remoer dissabores
Há céus límpidos e estrelados
Natureza viva e esplêndida
Que nos sons de grilos e pássaros
Nos convidam a viver sem dilemas
A provar do amor manso com sabor de amora
E a viver a vida sem esperas e demoras
Apenas há o aqui e o agora...
Eu e A Tristeza:
Duas irmãs inseparáveis
Companheiras de mesa
E de insônias incomensuráveis
Com ela nunca estou sozinha
Sempre pronta para uma crise
Embarcando em profunda depressão
que as dores trazem em reprises
Dói mais ter sido bem quista
feliz e amada, em leito acalentado
depois largada ao relento
A nunca no paraíso ter pisado
Ah! Se tu soubesse como sofro,
como choro por tua causa...
Se sentisse metade da minha dor...
Ah, experimenta encarnar minh'alma!
Saberia o martírio de por ti esperar
numa vã esperança sem fim.
Tal como cordas acorrentam os meus pulsos,
aos espinhos de um belo jasmim.
Presa aos jasmins e seus encantos,
meus pulsos sangram, sangram e sangram...
Naquela distinta casa
de amareladas caducifólias
mora uma jovem menina
e um punhado de histórias.
Não sabe ser sozinha
No entanto, ela o é.
Naquela distante casa,
uma jovem, enamorada,
não sabe fazer rima
pro seu rapaz. No entanto,
sem saber como se faz,
ela o faz.
Mas naquela casa, a menina
distante do seu rapaz
em quimeras outonais enamorada
permanece escondida
em suas rimas, amarelada.
Envergonha-te de tuas vergonhas
Esconda todas suas entranhas
Façanhas mundanas imundas
De tua lascívia profunda
Fruto proibido da carne
Carne proibida do fruto -
o pão e o vinho na ceia,
prazeres postos à mesa.
Envergonha-te de lamber
Os beiços lambuzados de mel
Mas se tu estiveres ao fel
Vergonha nenhuma far-nos-á.
Se te fartas com o proibido
Mereces o mais terrível castigo:
a execrável perda da dignidade.
Saibas tu: és um nada,
além de prisioneiro
de julgamentos alheios.
SONETO EM BRANCO E PRETO
Quisera ter no alforje d'alma um poeta
vibrante e canoro, de algures secretos
do amor, ornados em versos discretos
e parido num singelo berço de asceta
Quisera atar-me em sonhos irrequietos
trazendo quimeras na pena da caneta
num dueto com a fulgor d'um cometa
que versifica a lírica d'outros quartetos
Quisera rimas, na simetria em linha reta
dos caminhos honrosos, versos epítetos
num alarido de fidalguia, terno e violeta
Quisera da poesia a alforria dos ginetos
d'amargura, d'um soneto branco e preto
pros variegados belos e sonoros sonetos
Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
Não serei muita coisa
Talvez, não serei nada!
Mas, nessa travessia
Que chamamos de vida
Os rótulos me apavoram.
ESTÁGIO
O amor, quando jovem... Criou asas
Ainda criança, saltou de alegrias
Plainou pela imensidão dos ventos
voou pelos espaços do tempo e transbordou...
Nos afincos dos seus sentimentos.
Cheio de garras...
O amor se encheu de esperanças,
aconchegou-se em seus chamegos
e jogou a toalhas dos seus medos.
O amor amplo, desabrochou seus segredos
e debruçado no degredo dos seus consolos
se encheu de anciã, se vestiu de duvidas
e desvirtuou-se na incerteza do amanhã.
O amor já ancião... Agora apita,
apita como se fosse um trem
pelos trilhos da sua saudade
pelos buracos de sua recordação
pelos tempos das vaidades
pelos abraços e apertos de mão.
Antonio montes
VIRADA
Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda
E o universo inteiro sozinho...
O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho
E sozinho o universo inteiro...
Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro
E inteiro sozinho o universo...
No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso
Sozinho, solitário não, romeiro...
Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
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