Poesia Poema Natureza
SONETO BREVE
Curto é o caminho que termina a vida
E nele: por do sol, luares, risos e dores
Pra no final mancheia de terra e flores
E se deixar saudade lágrima na partida
E nesta despedida, que seja sentida
Se não, que seja pelos reles valores
Afinal: - amei e tive os meus amores
Todos na forma pela alma absorvida
Senti sabores por onde pude passar
Tive traidores, mas aprendi a perdoar
Não se vive inteiro se não tiver amor
E na morte, brando quero ter o olhar
Minha fé é minha sorte, meu rezar
Neste sonho vou sonhar com o Criador!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
CLAUSTRO
No silêncio do claustro solitário
Do vazio acerado desta morada
Numa vastidão da noite calada
Sombria aflição urde o cenário
Nele vagueio, e levo vergastada
Da tristura, desfiada num rosário
De lágrimas, sem um destinatário
Em cinzas de uma época passada
Na cíclica ladainha do fado vário
Aí, rezada em oração desfilada
Os ás da solidão do proprietário
E pelo claustro, a lacuna é criada
Em saudades, ausente no sacrário
Silenciado em uma muda fachada
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Despedi-me de Morfeu após sono profundo
Hélio anunciava o dia vindouro
Moros não entregava meu destino
Zeus não suspeitava o que me trazias
Dia de luta na palma de Ártemis
Hora da colheita traçada por Deméter
No tempo marcado por Cronos
Atena me ensina
Hermes anuncia
Quem tem a fibra de Héracles
Não se dobra nos meandros de Éris
Nem se entrega nos devaneios de Némesis
Vivi outro dia de cara para o Zéfiro
Nice vitoriosa se fez em mim
Morfeu novamente me chama
Hécate é quem me guia até ele
Parado fronte ao tempo
Quem espera não alcança
Não caminha nem avança
Parado, perdido em esperanças
Vã filosofia de lábios que murmuram
Ouvidos que não ouvem
Mãos que não tocam
Sentimentos que não transformam
Torpe ilusão de mentes errantes
Dos olhos que deixaram ver
Esperando imóvel, apático, no breu
Se brada o socorre não responde
Jaz quieto entregue a toda sorte
Pensa aligeirar-se com impulsos externos
Entregue está ao acaso do destino
Morreu mais ainda vive, inerte
Venturas passaram pelo caminho
O porvir perdeu a rota e o paradeiro
O desalento, inerente a vida do indiferente
Agora percebe o pesar de estar sozinho
No olhar de quem se esconde é que se pode ver a cegueira do mundo.
Campos, florestas, montanhas ou oceanos, tudo ficou preso lá fora.
Ali dentro restou apenas o sofrimento da prisão auto imposta.
Nem o vento que sopra livre pelos vales é sentido.
Ao negar-se, fechou a cela jogando a chave fora, sofre, e calado chora.
O ator de 54 anos, Domingos Montagner, deixa mulher e três filhos. Morreu numa tarde de quinta-feira, após passar a manhã gravando cenas finais de uma das mais belas e densas novelas da Rede Globo, Velho Chico. Um mergulho em uma tarde de quinta-feira. Em uma folga, ao lado da companheira de trabalho, Camila Pitanga. Rápido como o estampido de um estouro. Segundos de distração nas correntezas de um rio carregado de misticismo e significado. Um rio onde, dias atrás, cenas da novela se desenrolavam no afogamento e resgaste do seu personagem.
Em um estampido. Daqueles que causam choque e que não sabemos se é tiro ou se é bomba. Talvez, em um tempo menor do que o barulho que nos causa a mente. A vida se esvai. Escapa das nossas mãos em uma dança melancólica de perplexidade, como declarava os repórteres globais ao anunciar a morte do colega de emissora. Perplexidade. A morte e seus significados. E essa mania de mexer com o coração da gente. Com o estomago da gente. Eu, que tanto tenho me irritado ultimamente. Que tenho estourado por tão pouco. Que tenho dito tantas coisas desnecessárias a gente que não vale a pena, e deixando de dizer tantas coisas que vale a pena as pessoas necessárias. Eu, que tenho pedido pro dia ter um pouco mais de tempo pra que eu possa dar conta de tanta coisa. Que tenho mantido com o café uma relação séria e essencial para manter os meus olhos abertos..
A morte e seus efeitos. O sentimento de tristeza é obvio. Um ator, protagonista de uma novela em reta final. Mas, o choque é por saber o quanto somos e estamos à mercê de morrer. Amanhã, daqui a uma semana. Ou agora. Brincamos de viver, achando que nunca vamos morrer. E quando acontece um fato desses, engolimos seco. A morte mostrando quem manda. E quem se habilita a desafia-la agora?
AMAR (soneto)
E agora! Eu quero ter paixão
E assim, poder ter um amor
Viver de amar num coração
Paixão de amor, aonde eu for
E neste encanto, ter emoção
Num doce viver, e ao dispor
Um romance de flor, de razão
Suspiros, com ar arrebatador
Então, beber de magos lábios
O afeto citado nos alfarrábios
D'Alma, que faz a gente sonhar
Para na sensatez dos sábios
Mostrar e sem ter ressábios
Que bom, é ter e poder amar!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
AMANHECER
Abra a janela dos teus olhos,
preze a maravilha
do amanhecer.
É a vida renascendo, cantante,
bela,
No seu fugaz instante.
É preciso ir além, da cancela...
Acreditar,
tudo é constante,
quando existe o admirar...
Da dor faça um mirante
pra ver a alegria
contemplar.
Sorria! É mais um dia...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SAUDADE
No vazio da penumbra da solidão
teu cheiro tornou-se guia,
ti via no luar, nas folhas caídas ao chão;
que no bailar do vento, escrevia,
as saudades poetadas pelo meu coração.
E no anoitecer, ainda existia
parte de você na minha emoção.
Tão presente e tão sem argumento,
que a falta tornou-se imensidão.
Infinidade...
E nada de você no momento...
Só saudade!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Ela era famosa por ser desorganizada, bagunceira.
Tinha até a fama de bagunçar tudo que tocasse...
e adivinhe!?!?... é verdade!
Só de vê-la, já estou todo bagunçado.
Eu sou da arte
Sou a música carregada de paixão
Que foi cifrada pelo mais sábio dos músicos.
Sou a letra e a melodia que você para pra ouvir
Sou a música que voce escuta e chora
Outrora sorri
Eu sou da arte
Sou a arte que brilha no picadeiro
O malabarismo, a pirofagia e o riso
Sou a arte que brilha no circo
A arte que você para pra assistir
Eu sou um verso sertanejo
Sou uma poesia
A arte que causa estranhismo
A arte que causa medo
Eu sou da arte pintada
Da arte escrita
Da arte exposta
Numa carta, numa revista
Da arte guardada e jamais vista
Da arte natureza
Que a fotografia congela
Pra ter o prazer da sua beleza
Sou da arte
A arte que mostra a alma
Que corre no sangue
Que jorra na veia
Sou arte que colore o mundo
Sou arte pra vida inteira
Saudade ...
Quando te encontrar
Vai sentir a falta que me fez
Na distância do nosso abraço...
A ausência da sua mão na minha
Conduzindo o meu caminhar,
Vai sentir na urgência do meu olhar...
Vai entender o que não me consola,
Do tempo que partiu e não parou
Nem curou a dor que ficou...
Vai sentir que cresci com o que deixou
Que me fez vestir de sonhos, de vida!
Mas está difícil ser inteira sem te ouvir...
Está difícil estancar toda esta dor...
Ciclo sem fim
Vem primavera, vem com suas pétalas!
Traga sonhos, deixe-os voar!
Folhas q nascem, secam, caem, surgindo novamente!
Assim como a esperança!
Tens sempre que regar!
Pra cultivá-las!
Secam, caem, brotam novamente!
Transmutando-se!
Num ciclo sem fim!
Novas vidas em novas pétalas!
Novas oportunidades em novas folhas!
Nada se repete assim como cada dia q passa!
Gotas de orvalho!
Q caem na terra!
Recicla!
Num ciclo sem fim!
Sem destino...
Exalei expectativas de paz ardente
Lutei por um amor...
- Vários amores -..
Todos hoje sem rosto...
Eram ilusões... Mágicas do deserto... Miragens...
Que me acompanhavam em sonhos...
Há trevas entre mim e esses amores...
Para onde foram? Que caminhos percorreram?
Não os achei em nenhuma estrada... Perdi-me nos caminhos por onde andei...
Os céus soluçaram pingos de azul
Tempestades... Invernos tristes e solitários...
E nesta manhã tão repleta de sombras...
Sinto-me cansada... Sem fulgor... Ouvindo somente o eco
De meus passos... Sem destino!
Um pouco de mim...
Vou sorrir mesmo triste, o coração é como um cofre que só nós temos a chave.
Deixo a tristeza no fundo, retiro a alegria da beirada, porque é melhor a dúvida diante de uns poucos talvez para sorrir, do que as muitas certezas para se entristecer.
Quando estou triste sento-me à soleira da porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem.
Não me interrogo e nem me procuro, apenas escrevo.
O que nos define não passa de palavras criadas através do ponto de vista dos outros.
Muitos me veem, alguns me enxergam e poucos me descobrem.
Sou o que quero ser para aqueles que apenas me veem.
Estamos trancafiados,
Nas grades do vitimismo.
Trancados na prisão do preconceito.
Pessoas fechadas, bocas caladas,
Mídia aberta.
Alineados,
Levados pela mídia.
Pessoas sem liberdade,
Que engolem a dor, opiniões,
A força!
Ninguém é obrigado a aceitar,
Ninguém pode ficar calado.
Cada uma pensa de jeitos diferentes,
Vive diferente, sofre diferente.
Não obrigue as pessoas
A aceitarem sua razão, a sua opinião.
Geração de pessoas fracas,
De mentes fracas.
Levadas pela mídia, pela mídia.
Fica na tua, viva na sua opinião,
Na sua religião,
No seu gênero.
Viva a sua...
...Vida!
Quero tê-la para sempre ao meu lado
Pois é ela a razão do meu viver
Seu amor enobrece o meu ser
Faz-me prisioneiro do mais belo sentimento
Quero tê-la para sempre ao meu lado
Pois é ela quem me dá alegria
E o que torna melhor o meu dia
E me afasta de qualquer sofrimento
Quero tê-la para sempre ao meu lado
Pois ela traz consigo a noite que escurece o mundo
Pela qual anseio cada segundo
Para que me ilumine aguardo cada momento
Quero tê-la para sempre ao meu lado
E fazê-la razão da minha vida
Sem medo de possível despedida
Assim contigo me contento.
A completude do ser
Você que ri sem motivo
você que chora sem dor
você que sabe o segredo
das asas do beija-flor
você que nunca desiste
você que tem esperança
você que não fica triste
você que é feito criança
você que busca um destino
você que sedo madruga
você que não sofre a ruga
você que é feito menino.
você que nunca tem medo
você que não desatina
você que canta e afina
as cordas do coração
você que anda sem pressa
você que perdoa a mágoa
você que enxuga a lágrima
você que planta uma flor!
você que é brisa e calma
você que é um mar sereno
você que é corpo e alma
você, antídoto e veneno
Eternidade, delírio da razão....
Quem salvará o homem do abismo
do silêncio que há entre o tudo e o nada?
A arte, a fé, ou o absurdo do não crer?
O que nos resta é a beleza
com o seu encantamento desmedido
a poesia irreprimível
do riso gratuito das crianças.
Se tudo isto nos faltar
apelemos para o amor
e para amizade...
Mas não esqueçamos
que sem o delírio da razão
não poderá existir
... eternidade.
Viver não é nada extraordinário,
se não fizermos algo relevante
algo extraordinariamente belo
e necessário, enquanto vivos.
Viver não significa nada
se não experimentarmos
o êxtase e o encanto
de um verdadeiro amor.
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