Poesia Morena Flor de Morais
Gritar no escuro?
Com um toque suave e gélido,
Com um beijo tão puro,
Um jeito esquelético,
Vendo uma lua enorme no céu,
Perdido num cemitério,
Vendo eu com um vestido e véu
Na minha frente a morte? Tão sério,
Hoje minha vida se excita?
Casei com a morte!
Muito loko não é, o bolo tendo uma foice?
Mas, belo corte!
Este bolo com o formato da foice.
Um rio vem da nascente,
seja ela de onde for,
as lágrimas que brotam na gente,
quase sempre são por amor!
Sentado, sem poder se mexer,
Vivo quieto, sem responder
Sou apenas um morto,
Já que estou sempre só
Na janela do hospital posso ver,
O sol brilhar, mas me sinto só,
Começo a piorar, tem alguém aí?
Não consigo me mexer neste quarto,
Não a ninguém por perto!
Este é o meu fim,
Seja quem for me leve enfim.
Veja a noite,
escuridão,
gritos ecoam
pelas esquinas,
por onde caminham
em silêncio
as almas perdidas
tão sem chão,
nem notam
que a noite
é pura poesia !
Corruíra no alecrim
Suspiro com teu cântico sem fim...
Com teu refrão passarinho
Sussurrante dá à brisa o frescor...
Deliro ver-te recitar ao vento
Enche meu pensamento de amor.
Às vezes falo, grito,
mesmo estando mudo.
Há sentimento
que não se traduz.
As palavras não dizem tudo.
Se a esta hora o agora
se fez em você passivo,
é porque de algum modo
estou em você cativo.
Se a esta hora meu verso
é espelho e você me lê,
é porque de algum modo
estou vivo em você.
Os vencidos não têm história
e a glória é tarde
para a palavra vazia.
Sincronizo o tempo
e os vencidos escorrem
pelo ralo da pia.
Sempre forte, mesmo emquimera,
fui remédio de minha própria dor,
fui tempo, fui verbo e espera,
tudo em nome do amor !
Ao alvorar
Quando o sol já nascido
Vem me ver de fantasia despido
Traz consigo um litro e meio de poesia
Um favo de mel e um pedaço de pão
Traz tua boca de veraneio
E o coração cheio de amor.
Conto do Desmantelo Azul
Uma vez, durante a primavera, eu vi o mar. Era fim de tarde, eu era criança, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro, no horizonte, do céu azul com um mundo de espelho azulado com moldura azul-dourada invadiu meus olhos, arrebatou minha alma. Nunca nada mais enxerguei.
Uma vez, durante a primavera, ouvi o mar. Era fim de tarde, eu criança era, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro do marulho azul com o silêncio azulado do infinito estourou meus tímpanos, ensurdeceu minha alma. Nada nunca mais ouvi.
Uma vez, durante a primavera, cheirei o mar. Era fim de tarde, criança eu era, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro da maresia de azul salgado com o aroma celeste de um céu azulado quase noite entranhou-se pelas minhas narinas, embrenhou-se em minha alma.
Nunca mais nada cheirei.
Uma vez, durante a primavera, degustei o mar. Era fim de tarde, era eu criança, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro de minha doce inocência com o azul salgado segredo das águas engravidou meu peito, emprenhou minha alma. Nada nunca mais provei.
Hoje, toda tarde, sento em frente ao mar, e uma suave fluida mão anil acaricia minha pele instantes antes de meu corpo se diluir na brisa marinha e meus poros explodirem em azul ao serem penetrados pela alma do mundo.
Arrancar do peito o indizível,
e deixá-lo exposto em minha cara,
pode ser um ato de extremo egoísmo,
mas é no fundo do abismo
que nascem as flores mais raras.
Não se limite
a dizer coisa com causa.
Não beba o eco ou o cio
que brota de versos alheios.
Não se banhe duas vezes
no mesmo vazio,
mesmo estando cheio.
Não caminhe por estradas conhecidas
nem queira novas perguntas
para suas velhas respostas.
Não se imite,
perca-se no caminho da volta.
Leio coisas que não escrevo
me atrevo a escrever verdades
meio a variedades de escritas variáveis
letras contaminaveis
e palavras confortáveis.
Desconfiáveis.
Poesia indomável
Protegida e autosustentavel
Te contaria tudo
se fosse confiável.
Vamos transformar braços em asas,
o céu alcançar em voos rasantes,
olhar do alto a cidade e suas casas
e alcançar talvez as estrelas mais distantes?
Isso tudo chama-se sonhar,
são momentos que fazem bem
nos ajudando a desestressar
dos problemas que a vida tem
Neusa Marilda Mucci - poetisa
Um jardim, seja pequeno ou grande, é sempre um canto de paz. Nele podemos nos desligar dos problemas, sentir o aroma das flores e ouvir os passarinhos que voam em alegria.
Um jardim é sempre vida!
Tem gente orando
Tem gente chorando,
Tem gente chorando e orando,
Mas sempre tem alguém sorrindo e olhando.
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