Poesia Harmonia
Escrever , escrever , escrever
é acreditar cada vez mais no que não se vê
abastecer o tanque lírico do coração
estancar o vazio que mora no fundo
do fundo da alma sempre a gotejar
é inventar mentiras aladas e
dar voz ao silêncio que habita nosso ser
ser outros , ser muitos
ver ... crer ... escrever ...
Tombei distraidamente
no azul do dia
e me perdi em seu olhar de luz.
Das nuvens que fugiram sorrateiras do céu
ouço a cantiga do vento e em seus acordes me embalo
como a criança no balanço do parquinho da praça
sem pensar em nada.
Só o instante interessa:
o raio de sol que aquece o corpo
a palavra amiga que acaricia a alma
a sentimento infinito de ternura e mar.
O amor, jamais prescreve ...
E é o sonho que nos move
silenciosos ou estrondosos
será que chegaremos?
E é pelo sonho que vamos
esperançosos ou descrentes
será que um dia há de ser?
Há que se renovar a fé no inominável
acreditar no brilho do inexplicável
ter confiança na força do acaso
alimentar a alma , o coração
sorrir diante do imensurável .
Sonhar. Crer. Sonhar. Partir. Ser.
Até que não sejamos mais que
uma lembrança no azul do tempo.
levo junto a mim
lá no fundo do peito
o verso costurado
o olhar encantado
o amor encarnado
o brilho do luar
cartão-postal ilustrando
a noite que de azul
se banha ...
Toda vida
observando lirismos:
tantos versos ...
Toda via
acalentando pensamentos:
tontos devaneios...
Todavia ,
sucessão de casualidades
passam
e a vida além espaça ...
Muito além daqui estrelas ecoam palavras
coração as digita no azul do infinito ...
" A vitória para alguns é apenas um detalhe, para outros o esforço de uma vida.
Fazer valer, essa é a maior conquista...
VANITAS
Só, em silêncio, a inspiração tímida e fria
Poeta... A prosa sai tremulante e inquieta
Rascunhando a estrofe em uma linha reta
De ilusão secreta, dor e suspiro em agonia
Febril, sua o devaneio, amotina a euforia
Bravia a alma grita, palpita, e então espeta
O nada, por fim, quer ser qual um profeta
Iluminado, falante e de alucinada idolatria
Poeto... cheio da minha imaginação cheia
Nascente do meu mais abismo profundo
E desagregada das paredes da teimosia...
Farto, agora posso descansar a cavalaria:
As mãos nervosas e o coração moribundo.
Arranquei-ti-ei pra vida, vivas tu ó poesia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DE UM TEMPO POÉTICO
(23.10.2018).
Acaba que meu interior
Vem contemplando a noite
Que se mistura ao seu verso,
E ao seu modo de viver a vida.
Abre-se então, a realidade da história,
No qual traz em si as filosofias ideais,
De um tempo poético das catedrais,
Em meio ao mundo mergulhado na paz.
ESSÊNCIAS DO AMOR
(24.10.2018).
Entro em mim, e tento compreender
As flores plantadas no meu jardim!
Entretanto, vejo bem mais do que isso.
Consigo perceber as essências do amor.
E não tenho medo de contar que,
Ainda necessito de transformação humana,
Para bem poder vivenciar toda as alegrias,
De não esquecer do lugar a qual nasci.
Assim como as ondas, sucedendo-se e borbulhando até junto às areias do mar...
eu louvarei a Deus nessa alegria,
por tudo que dele recebi,
pela visão que tenho da vida,
mesmo aquela que a minh'alma não compreenda
“SPLEEN”
O céu do cerrado, hoje, amanheceu plúmbeo
Sobre o espírito meditabundo, só e chuvoso
E, ungido toda a reta do horizonte, nebuloso
O dia virou noite, e o meu fausto olhar, ateu
Neste temporal escuro tal calabouço lodoso
Onde a vontade quer encontrar o êxito seu
Espavorido, o acaso coloca asas de fariseu
Em um voo infeliz, tão enfado e impetuoso
A chuva a escorrer as traças da melancolia
Imita as aranhas tecendo sua espessa teia
No beiral do vazio, numa angústia sombria
O trovão dobra, de repente, e furibundo
E a alma encarcerada em lúgubre cadeia
Chora o verso, suspirando e gemebundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, de 2018
Cerrado goiano
"Aproveite o meu verbo-salivo,
pois ainda há pulso
mesmo anêmico e frio
parece vivo
este meu discurso
sobre a pedra
sobre o rio...."
A NOITE
Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado
No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia
Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura
Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O verso,
as vezes agoniza,
busca respostas
além do infinito,
faz do poeta
um desaguar inútil de sua essência,
marca nas palavras
até alguns momentos
de extrema unção
quando jaz a letra,
que nem verbos conjuga,
vira montículo de cinzas
dentro do coração.
Há palavras que tornam momentos de solidão em revoar de estrelas. Palavras que trazem carinho e aconchego de ninho onde há o pouso do repouso. Palavras que tocam em pianíssimo aos ouvidos ávidos de sons que harmonizem o coração, estremecendo o corpo em êxtase. Palavras que abastecem e alimentam as horas, em que apenas o vento acompanha a viagem dos ponteiros no ranço do tempo que não para.
Suas palavras são cura para a alma, para as quais não tenho outras lindas e iguais. Apenas isso ...
Nas paisagens noturnas
a lua deixa suas marcas,
de uma luminosidade esmaecida,
outonando por todas as plagas,
e continua a vida...
À MINHA MÃE
Sei que a saudade, mãe! é bastante...
A esta, que não estou mais a teu lado
O aperto no peito, sentir, é constante
Vazio em vazio, um coração repicado
Aflição! Recordação! a cada instante
Ter... Volver, é um perceber replicado
De lembrança, no suspiro soluçaste
De ti, a falta, do teu amor tão amado
Minha mãe! Minha mãe! só saudade!
Estou com saudade! Cá lamentando
Passo a passo, a mais dura realidade
E aqui nestes versos tão maltrapilho
Minhas mãos, trêmulas, chorando
Lacrimejam saudades de teu filho...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Vejo a noite que se aproxima,
E o sol no derradeiro adeus
Todo o dia a natureza me ensina,
A grandeza de um poderoso Deus
FLORES EM TEU SORRISO
(27.10.2018)
Só contigo, eu consigo viver!
E sentir os sentidos do amor.
Nada mais irá mudar meu rumo,
Pois meu coração te faz caminhar.
No interior de mim!
Flores encontro por teu sorriso,
Que a alma apenas vem a se silenciar,
No tempo em que, tua face me resgata.
Chovem gotas esparsas, a esmo,
água, ternura da natureza,
onde tudo tem sentido,
um conforto e um carinho
Não tenhamos medo portanto
do tempo, nem do amanhã incerto,
nele haverá um alento
a suprir necessidades
Em meu canto, prometo,
em horas de escuridão,
sonhar com um algo melhor,
sempre, para todos e a mim,
Enquanto isso, percebo os pirilampos,
que voam piscando felizes,
durmo e sonho com a paz,
esquecendo o mundo e seus deslizes
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