Poesia Felicidade Drummond
O poeta aventureiro, singra os mares da utopia. Vive um sonho, vira o dia. Na vigília de encontrar, seu bocado de magia. Navegando entre borrascas, ele exerce a poesia.
Em meu caminho havia um bosque de eucaliptos. Era imponente feito montanha de cordilheira. As folhas esmeralda, me recordaram pedras preciosas. Seu aroma, porém, trouxe meu pai de volta. Parei. Chorei. Depois sorri e continuei, confiante. Somos o bosque também.
Não que minha intensidade devesse ser motivo de incômodo, mas peço perdão de qualquer forma. Apenas é que sou poesia e vivo poeta. Não existe outra forma de ser, sem ser intensidade. Mal-afortunado é o que me definiria, se eu fosse sequer capaz de pensar em dizer que poderia viver sem o amor, ou melhor, sem o amor intenso, que, pelo visto, são duas coisas diferentes. Teria ainda menos sorte, se, além de capaz de pensar isso, eu fosse capaz de dizer. Logo eu, que tanto grito o silêncio e, ainda sim, é possível enxergar amor nas minhas palavras não ditas.
É inacreditável a incoerência da vida com as verdades ditas por poetas que acreditam que exista a forma certa!
É sábio aquele que consegue viver as poesias, as canções, as declarações, mesmo não sabendo escrevê-las.
Nos faz falta frações de momentos vividos, olhares no tempo perdidos, de nossas vidas. Vividas em amizades que nos dão saudades... Tão rápidos nesta curta eternidade... Tudo é pó, e poeira a vaidade.
Paixão é a explosão da chama, que dura uma fração, tão intenso, que nenhuma tempestade apaga, só os conselhos do vinho...
A vida é escultura na areia, resistindo entre a onda e o vento. Cinzelado pelo amor, abraços, Deus, alento.
Um dia a gente acorda, olha no retrovisor do fado, e vê que a distância é proporcional ao tempo. Aí você levanta e vê que o epítome nunca pode ser um passatempo.
A despedida tem que ser devagarinho, até acostumar com a hora, tentando elastizar um pouquinho, o encontro de ir embora
O livro e a morada das letras. Quem mergulha em tuas páginas, vive ilusão, sonhos... Viaja no mundo da imaginação
Poetar é uma explosão de alma tão intensa, que nada acalma, só papel e tinta e os conselhos do vinho...
Nenhum som é mais bonito que o do abraço. Ele ressoa a proteção do laço, e pronuncia "paz e bem" nos braços.
Não economizo amor, invisto. Não engulo amor, respiro. Não silencio amor, grito. Não guardo amor, demonstro. Não escondo amor, escandalizo. Não unifico amor, pluralizo. Não sonego amor, declaro. Não desprezo amor, abrigo. Não verbalizo amor, pratico. Não divido amor, multiplico. Não publico amor, politizo. Não prendo amor, liberto. Não julgo amor, aceito. Não torturo amor, sinto. Não desenho amor, pinto. Não soletro amor, poetizo. Não espero amor, faço. Não cobro amor, eu amo.
Não economizo amor, invisto. Não engulo amor, respiro. Não grito amor, silencio. Não guardo amor, demonstro. Não divido amor, unifico. Não nego amor, declaro. Não desprezo amor, abrigo. Não verbalizo amor, pratico. Não subtraio amor, multiplico. Não prendo amor, liberto. Não julgo amor, aceito. Não torturo amor, sinto. Não soletro amor, poetizo. Não espero amor, faço. Não cobro amor, eu amo.
Há um mundo que sangra, sangra nos olhos da Maria das Dores, Joana da Liberdade, e do Santo António, mas Matias Malvado, não se importa. Mas não importa muito, se há algum propósito a encontrar, encontraremos, a menos que ele seja um mistério.
A vida é muito curta para usar sapatos apertados, que nem tomar café esquecido como alguns abraços gelados.
Alma sangra pela duvida de alma gêmea, coração fica apertado pela insegurança de alma machucada por outras almas, mas amor nunca desiste, amor cura. Não perca a fé.
Se todas as vias nos levassem a uma unica estrada, hoje tenho certeza que esta estrada seria o amor, não importa quantos desafios no caminho tentem nos destruir, o importante é o que cultivamos dentro de onde nem precisamos nos levantar para ir.
Linda e pálida, deitado em um mato com cheiro de cravo, sussurra meu nome com voz de sono, chamado dos anjos. Meu coração dispara em súbito para, só para apreciar em silêncio o som do movimento de seu corpo girando na grama.