Poesia eu sou Asim sim Serei
Se não sou por mim, então quemserá por mim? E se não sou pelos outros, então o que sou?
Rabbi Hillel
Vamo acordar, vamo acordar
Agora vem com a sua cara
Sou mais você nessa guerra
A preguiça é inimiga da vitória
O fraco não tem espaço e o covarde morre sem tentar.
Há pouco me deparei com uma situação. Sou advogada e hoje fui escalada para a triagem, juntamente com um nobre colega de profissão. O fato foi o seguinte:
Um homem chegou ao local e, grosseiramente, esmurrou a porta de vidro, dizendo, em alto tom, que desejava que sua esposa fosse atendida logo. Inicialmente, logo pensamos: "Que sujeito mal-educado!" E solicitamos que aguardasse, pois sua esposa seria atendida no momento correto, já que sua senha era a de número 8 e ainda estávamos atendendo o cliente de senha número 1.
Enfim, chegou o momento da esposa do homem grosseirão ser atendida. Seu semblante era triste. Procurava os papéis que solicitamos, em meio a diversas sacolas e uma bolsa, e não os encontrava. Parecia confusa. Quando, aleatoriamente, comentou que seu filho havia morrido há cerca de 2 meses em um trágico acidente de moto. Seus olhos avermelhados seguravam lágrimas com as quais lutava para que não caíssem e molhassem sua face.
Naquele momento, lembrei-me de uma frase dita por Augusto Cury:
"Por detrás de uma pessoa que fere há sempre uma pessoa ferida. Ninguém agride os outros sem primeiro se autoagredir. Ninguém faz os outros infelizes, se primeiro não for infeliz."
E, nesse momento, meu coração se encheu de empatia e compaixão por aquele homem grosseirão, que, certamente, possuia o coração ferido.
Minha lição do dia foi essa. Não revide grosserias! Principalmente de pessoas com as quais você não possui convívio. Essa pessoa, provavelmente, está enfrentando uma luta e pode estar extremamente ferida. Seja gentil e a vida lhe retribuirá!
Cotidianos
Vou vivendo meu próprio.
Não escapo aos meus estragos,
Mas sou quem mais desfruta
Meus amargos e doces
Cotidianos.
Ninguéns
Faço parte de uma massa anônima
Sou mais uma dos oito bilhões de ninguéns.
E se perguntam para onde vou:
"Para o desconhecido".
Lancei-me numa vida sem recurso de chão.
Sou sem eira e nem beira ,
Uma vivente que escapuliu
Da asa de um qualquer pedrês.
E dou uns pulos grandes,
Só pra ver se encontro.
Inocente é o tempo no mundo em que o suposto tempo profundo se mostra ser superior. Sou mais que possam me pesar.
Esse mundo é pequeno demais para minha vida total.
Lucidez -
Sou noite, sou distância, solidão,
madrugada que me arrasa o pensamento
sou na vida o que não morre, o sentimento,
sou loucura, tenho Amor no coração.
Donde venho e não venho, desespéro,
onde estou, aonde vou, onde me dei,
há em mim uma dor que já não quero
na verdade porque a tenho eu já nem sei.
Já nem sei o que hoje sou e onde vou
já nem sei se o que vivi foi perdido
não me digam por onde ir porque não vou
prefiro os meus passos sem sentido.
Verdade, Agrura e Lucidez -
Sou noite e solidão!
Minha Vida um acidente!
Num sentir que se ressente!
Tenho cal no coração!
D'onde venho não quero.
Onde estou não sei.
Onde vou desespero.
E afinal onde irei?! ...
Quem dizem não sou.
Quem pensam também.
Só estou onde não vou.
Num vazio que vai e vem.
Mas vou! Mas vou!
E alguém me espera?!
Ninguém me sente!
Estou só. Quem dera!
Todos são ausente!
Sou passo. Sou nocturno.
Sou da estrela Firmamento.
Sou da noite e nunca durmo
no meu próprio pensamento.
Que seja! Que seja!
Um fruto apodrecido.
Um corpo que medrou.
Um morto esquecido.
Um sonho que voou.
Alguém que não veio.
Ninguém que chegou.
Meu corpo. Teu seio.
Quem sou?! Quem sou?!
Minha Vida parou...
Minha Vida Passou...
Sou noite e solidão!
Minha Vida um acidente!
Num sentir que se ressente!
Tenho cal no coração!
Infortunio -
Sinto não saber quem sou!
Porque habito neste corpo!
Porque vivo neste mundo!
Trago por ilusão uma ilusão
comigo ...
Não sou nada! E por nada ser,
nada posso ...
Nem bem, nem mal ...
Aonde ir ... não sei ... também!
Talvez peça demais à Vida!
Talvez lhe queira o que nunca
me dará!
Conhecer meu Ser sem fundo ...
Mas se a Vida me deu a Vida,
e isso é Grande, porque ma deu
infeliz e bloqueada, mal amada?!!
Melhor seria que ma não tivesse dado!
Não a pedi! Não a queria! ...
Não sei quem sou nem pronde vou
não sei onde estou nem quero estar
estar algures onde não sei
mas que me dei Paz para estar.
Estou cansado de existir sobreviver e reclamar
quero viver me dar prazer
ser feliz poder amar.
Talvez o amor sossegue a dor me dê razão me cure a alma.
Sou um simples viajante
Que viaja sem destino
Querendo te encontrar
Sou um simples viajante
Por onde eu passar
Lembranças vou deixar
Sou um simples viajante
Que está a procurar
Emoções que me faz suspirar
Sou um simples viajante
Que ao encontrar
Vou viajar para nunca mais voltar
Na estrada da vida, sou uma mera, simples e pequenina pedrinha,
Que se move a cada vento que sopra,
E aos poucos,
Vou chegando ao final da minha jornada.
Aquilo que faço hoje, ontem para mim era pecado.
Não sou bom nem mau, mas a pureza não habita mais em meus pensamentos, por muitas vezes me corromper nos deleites da minha cobiça.
Confissão sem Padre -
Sou Poeta
um sem-nome
alguém que nunca veio
alguém que sempre foi
esquecido de existir
turvo de pensar
desejoso de morrer
cansado de rezar!
Sou Poeta
um sem Pátria
sem familia nem destino
com destino de ficar
a caminho de onde vai ...
E aonde vai
este neto de si-mesmo
sem mãe nem pai?!
Sou Poeta
por caminhos de ninguém
sem ninguém a quem falar
com vontade de comer
a dor, a solidão,
meu destino é sofrer
onde irá meu coração
nessa ânsia, a correr?!
Sou Poeta
de si perdido
por Deus esquecido
de nadas feito
palavra amarga
ser Poeta
estar desfeito!
Sou o teu poema predileto, te é dado o direito de me ler, pois, possuis uma ousadia divina;
Meus versos, de subjugar a teimosia morante nos confins da tua alma humana;
Uma mistura de bons sabores sou, deguste-me, te foi dado um paladar aprimorado;
Homem moço, não ousa pisar meu solo interior sem saber o que vem buscar;
In, sanctus Graal
Florilégio
Sou uma pessoa
muito simples.
Meu único luxo
é ler Cruz e Sousa
e Murilo Mendes
no original.
Cantiga de caminho
Sou filho de mãe mineira
meu pai é de Minas Gerais
sei rezar latim pro nobis
sou primo do preto Brás
Sou filho de pai mineiro
mamãe é de Minas Gerais
vou vivendo como vivo
faço o que ninguém mais faz
Desde menino eu misturo
o antes, o agora e o depois
sei somar zero com zero
e ainda divido por dois
Desde menino eu misturo
o antes, o agora e o depois
sempre que posso eu passo
o carro à frente dos bois
Sou filho de pai mineiro
mamãe é de Minas Gerais
sou rosa e pedra no caminho
sou capaz de guerra e paz
Sou filho de mãe mineira
meu pai é de Minas Gerais
dou volta e meia no mundo
e o mundo não acaba mais
Faz valia viver como vivo:
Não encho o saco de ninguém,
Não sou forasteira,
Não ando me drogando,
Roubando ou me prostituindo …
Só ando vivendo...
abraçando a vida, andando com a Fé e cantando nas minhas orações.
SONHOS DE UM POETA
Não sou poeta nato
Sou simplesmente poeta
E com outros poetas empato
No campo da arte dileta.
Meus sonhos de poesia
Também são meus encantos
No campo da alegria
Sem emoções nem espantos
Já andei por toda parte
Vi nas paisagens a beleza
Como sonho ou como arte
Pois quem a poesia abraça
Ama a vida e a natureza
Com todo encanto e graça.
Pequena Ode à Solidão -
Ó tristeza! Ó miséria!
Tudo o que fui e ainda sou ...
Alguém que chegou e não sorriu.
Que partiu e não voltou.
Sonhos proibidos - então -
homens ocultos, dores em vão ...
Noites sem vida - diz quem viu!
Dias vazios, calados, sem água ...
Iguais às noites, iguais aos dias,
distantes do possivel - como cal -,
do eterno, do real!
E vós - ausentes, perdidos também-
fingindo- mas sós ... tão sós ...