Poesia Ei de te Amar Vinicios de Morais
O VENTO
É só o vento que me traz todos
Vestígios que me lembram de ti
O mar fala no horizonte já vago
O nevoeiro tece nuvens macias
Os suspiros de cores de aromas
Relata o inverno a tentar despertar
Não chove lá fora, chove dentro
Do peito profundo talvez molhado
De tantas memórias tuas já perdidas
Esquecidas de mim num sopro gelado
Para salvar a minha alma em ruínas
Afastei-me de todos os nossos silêncios.
Temos de dar graças à força
- De Deus que nos chama
Para a vida
- Para o amor
- Para esquecer a mágoa.
ᶫᵒᵛᵉ♥ ᶫᵒᵛᵉ♥ ᶫᵒᵛᵉ♥ ᶫᵒᵛᵉ♥
MORTALHA NAS ONDAS DO MAR
I
O mar de mortalha, embalada por gemidos
Que rasgas a carne de uma dor, dilacerante
Embalsas, todas as dores, entre murmúrios
Desfalece, misteriosamente num total afligir
II
Martírio transfigurado já pela sua angústia
Sombra das noites pesadas de tanta agonia
De tanto pavor da morte, desaparecia longe
Madrugada desses pensamentos impacientes
III
Os corvos voavam ao seu redor já famintos
Enroscados a sua negra fria mortalha de dor
Desespero, na agonia da carne que se dilacera
Entre gemidos de chagas abertas sangue podre
IV
No chão que a carne se rasga, que se despedaça
Soberbo sol, assombro das lágrimas recalcadas
Dolorosa alma torcida num espasmo de angústia
Amargamente numa aflitiva treva de dilaceramento
V
O mar observara tudo, descida subterrâneos fatais
Era uma mortalha para tantos homens um túmulo
Criptas infernais onde trêmula derrama a sonolenta
Claridade de augúrios medonhos, indefiníveis sem
VI
Nomes nos túmulos tapados pelas ondas do mar - - Contemplativo.
PAUSA DE VERBOS
I
Não nego que me entrego sempre
Que cheguei ao ponto do insano
Procuro refúgio nas ondas do mar
E é na loucura que no mar navego
Se o tempo insiste em levar-me
Perdi-me intoxicado na dura vida
Mergulho no vento, pó sem horas
Cada dia é estranho, já sinto na pele
II
Os meus medos costumam voar
Só queria ser, um poeta irreverente
Eu entrego-me, mas nunca me nego
Num sensível sorriso já permanente
Já que algumas vezes ele quis ficar
Mas o amor morre nos meus versos
Sem tecer uma única palavra minha
Sento-me descalça na calma varanda
III
De uma outra linguagem da nostalgia
Em vez de ir, quero ver tudo a passar
Ocorre-me, então, com alguma certeza
Não é uma questão de palavras soltas
Antes de fechar as noites vazias no mar
Desfaço no meu peito, fragmenta tarde
Onde tropeço com minhas asas violeta
A passear, meia-noite numa pausa verbos.
Amo-te.....e ....gosto....
Quando me adoças com mel
E quando me acordas com café
Gosto....porque.... me fazes gostar.
BRINCAR PORQUÊ
Porquê brincar com as palavras
De um texto em ordem na melancolia
Porquê brincar com as letras
De um texto que se estende ao infinito
Porquê brincar com as vírgulas
De um texto mergulhado deste abismo
Porquê brincar com os pontos
De um texto de sublime cor da ternura
Porquê brincar com as páginas
De um livro inacabado por escrever
Porquê brincar e não ler, porquê.
Que a fonte do desejo
Tenha o formato de uma flor
Que o perfume desta flor
Seja a luz, do nosso amor.
CORAGEM
A minha alma está partida, dividida
Despedaçada já sem forças, eu só peço
Que minha coragem vença o meu medo
Que o meu corpo não se quebre de pranto
Que a minha alma não se perca em agonia
Que a minha mente permaneça sempre erguida
Que os meus joelhos se dobrem à esperança
Que o meu coração não seja devorado pelos lobos
Que os meus inimigos me respeitem e não me temam.
Nenhum sentimento
Está livre da saudade
Nenhuma paixão
Está livre da dor
Quando coração
Conhece o amor.
COZINHO NO FOGO
Cozinho no fogo do teu olhar
Desejos de pensamentos carnais
Piso a neve fria branca descalça
Vomito palavras ardentes na alma
Que me queima o sangue do corpo
Letras tuas que saem da minha boca
Na parede do nevoeiro de pura neve
Entre a chuva silenciosa de um silêncio
As mãos invisíveis acariciam os quadris
Que se escondem quando a memória
Do corpo é a luz do próprio pensamento
Sente um beijo suave sobre o coração
Eterna noite nos teus quentes braços
Entre todas as carícias de beijos sem parar
Cobrindo todo o teu corpo frio, no meu
Flores da minha agonia, do meu desejo
Outono, primavera, verão, inverno em ti
Cozinho no fogo da tua carne de tantos desejos
Desejos do meu corpo ao encontro do teu.
Somos feitos, de barro
De argila, de dores
De sorrisos, de esperança
De erros, de escolhas
De quedas, de saudades
Que nos ensinaram a aprender a viver.
LOUVADO NÓ
Louvado seja o meu tormento
Ao remo livre atado onde ardia
Deste meu cansado sofrimento
Que se instala na parede já seca
Do coração sem brigo, sem fluxo
Inverno deixado no tempo manso
De um ser vivo em triste espanto
Procissão de uma qualquer solidão
Paciência, sentimento de mal-estar
Na incerteza, do viver das esperas
O calendário na esperada primavera
Chuva onde húmida cai em cada dia
E chega, a tua voz parte o silêncio
Chove amor nos meus pensamentos
Neblina perturbada da tua ausência
Pobre asseio de uma alma abandonada
Desata o nó da voz muda, marcada
Gotas, choro das pálpebras fechadas
Louvado seja este doloroso tormento
Deste meu cansado triste sofrimento.
SONHO MAL LIDO
Apenas um sonho voa mais alto
Numa viagem talvez inesquecível
Que sempre desfruta o sentimento
Talvez no suave sussurro da alma
Gostaria de ser um bom poeta, mas
Não tenho argumentos para a escrita
Muito menos o sabor ou a sabedoria
A vida é uma maré de pontos, vírgulas
Letras minúsculas, maiúsculas de dor
Sei que a vida é bela, é repleta de voos
Mas a palavra morre na amarga solidão
Entre a degustação da ruína em decepção
A escrita reaparece invisível sobre a folha
De uma história mal amada, mal contada
Mal lida, mal escrita sem alma, sem corpo
Um presente na ausência de um belo sonho.
PERDA
- A solidão quanto é...
Sofrida, vivida, sentida
Por nós próprios permite
Que toda a roupa que seja
- Engomada por nós esteja
Vazia do nada ela apodera-se
- Do coração da nossa alma
A solidão acompanha-nos
- Na vida ela é muda, surda, cega
Em forma de roupa suja de cor
- Mas trás um vestido negro de cetim.
Não sei do que vale esperar,
Sempre que espero acabo por desesperar.
Eu só espero que da próxima vez que tiver esperança,
A minha espera traga bonança.
TANTO SOL ❤️❤️🌷.
Sabes quantas vezes
Eu já te amei
E tantas eu te esqueci
Nesta entrega total em que
Os nossos corpos se fundiram
Foram tantos quanto
O sol que em mim te escondi
Tantas vezes te amei
E outras chorei o meu sofrer
Na tua carne quando por ti
Eu oblitero-me elimino-me
Quantas tantas vezes fui o corpo
Apenas o teu desejo carnal
Deste meu eterno corpo junto a ti
De hoje e sempre
Quantas vezes eu já amei-te
Quantas eu esqueci-te
Foram tantas quantas as luas
Que amei-te sem pudor
Quantas vezes amei-te
Outras chorei o meu pesar
E sem pudor em ti instigo-te
Nos meus sonhos insanos
Quantas vezes eu já amei-te
E outras quantas eu desejei-te
Foram tantos quantos o sol
Aqueceu-me com loucura
Pois a nossa existência consiste
Nesta insana paixão
Eu na tua carne enquanto
Por ti oblitero-me totalmente.
❤️❤️
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