Poesia do Nordeste
Honra sertaneja.
Muita gente ainda padece
por esse Brasil inteiro
a corrupção apodrece
o político brasileiro
quase nenhum merece
e quem dera se um tivesse
a honra de um vaqueiro.
Ser forte.
Dos pingos que tem caído
se armazena pra abastecer
na lavoura tem florido
mas dá pouco pra vender
e o tempo passa sofrido
mas esse povo aguerrido
não desiste de viver.
Minha dor.
Esse é o maior desacato
que se pode ter certeza
somos os donos de fato
do império e da riqueza
mas em troca só maltrato
e o que falta no meu prato
está sobrando em sua mesa.
Meu sertão
Quando no sertão cai a chuva rega as plantações
Quem cedo madruga colhe emoções
Na varanda tomo um café e fumo um cigarro
Enquanto observo a brisa embaçar os vidros do meu carro
Escuto o canto dos pássaros no pé de goiabeira, e as cigarras melodicas no pé de serigueira
Quando no sertão chega a seca racha os solos e seca as águas
E as enxadas ja não cultivam mãos calejadas
Na varanda, descontente substituí os cafés por aguardente
E a brisa fresca pelo sol quente
No pasto seco vejo as vacas magras
E no terreiro urubus famintos devoram uma carcaça de cabra
Quando no sertão cai a chuva rega a emoção
Quem cedo madruga colhe a plantação
De verdade.
Tristeza aqui jamais
somos um povo guerreiro
quem aporta nesse cais
tem o sorriso verdadeiro
se pede a benção aos pais
sabe que o amor vale mais
do que um monte de dinheiro.
Interior tem.
Como é bom o interior
tem cheiro de natureza
tem pássaro cantador
e peixe na correnteza
café passado ao coador
e o milho tem mais sabor
no cuscuz da nossa mesa.
O nordestino!
O nordestino não arrodeia
também não quer aparecer
a coisa quando tá feia
a gente luta para viver
não importa a vida alheia
e prefere a barriga cheia
do que ser rico sem ser.
Tranquilidade!
Vivo em paz no meu sertão
com o suor do meu batente
colho o trigo e faço o pão
com o milagre da semente
de que adianta uma mansão
em cada conta um milhão
mas a cabeça dormir quente.
Rumo!
Sinto o clima sem mudança
o chão rachado no sertão
o sertanejo faz andança
sem rumo e sem direção
e pela seca que avança
só as águas da esperança
ainda irrigam o coração.
Raiz.
A vida aqui é um combate
a cada ano uma guerra
cachorro fraco não late
cabrito magro não berra
nem que o destino maltrate
ou mesmo a seca me mate
não abro mão dessa terra.
Belezura nordestina!
Tanta gente com frescura
que não fala o que preste
acha que charme e ternura
só se encontra no sudeste
com certeza é sem cultura
e não conhece a belezura
das meninas do nordeste.
Interiorano!
Essa terra me acalma
lugar de grande valor
da macambira a palma
não falta um agricultor
e eu amo a vida calma
que eu tenho no interior.
Intenso amor!
O nosso amor é imenso
por essa terra de luz
cada dia mais extenso
com a graça de Jesus
e o nordeste é tão intenso
quanto o gosto do cuscuz.
Agradeça!
Não reclame da sua vida
sem outras vidas conhecer
se a sua mesa é servida
há outras tantas sem ser
no seu prato tem comida
jamais dê uma mordida
sem antes agradecer.
Nossa manhã.
Sua visita é bem vinda
aqui na nossa região
a seca maltrata ainda
mas já com moderação
e quando a noite se finda
a manhã nasce mais linda
nas cidades do sertão.
►Pequena Roça
Sobre o sol um calor sem igual
Acima da estrada de terra, sobre o céu o grande farol
Os carros de bois seguem com uma trilha sonora
Os garotos estão ali, dando banho as hortas
O homem batalhando para o crescer de sua pequena roça
Reparando os portões de ferro enferrujados, com sua antiga solda
Sua esposa torna-se companheira de dança da enxada
E lá de longe pode ser ouvido a serenata da cigarra
Os vaga-lumes brilham nas noites mais claras.
O suor desce como lágrimas do Nordeste
E os corpos respiram com aquelas brisas leves
O campo rural floresce, e a santa Mãe as vozes agradecem
E aqueles humildes portões prevalecem
O tempo machuca os pais daquela terra,
E os filhos então tornam-se herdeiros dela.
Em meio ao trabalho árduo, um prestígio
Lá naquela casinha de madeira encontra-se um abrigo
Um lugarzinho quentinho, para fugir do frio
A pequena roça muitas vezes passa por momentos terríveis
O homem, com um palito em sua boca, sabe dos perigos
E na mata espreita animais que se tornam inimigos.
Viver sobre o solo arranhado não é difícil, disse um dos filhos
Difícil é racionalizar a força ao segurar o garfo
Pois o corpo se torna mecanizado, acostumado com o trabalho pesado
Ele acordou junto ao cacarejo do galo,
E fechou os olhos ao nascer da noite, com os dedos calejados
A vida no campo possui seus pontos altos e baixos
Seus pontos fortes e fracos,
Mas aquela família sempre estará pronta para o trabalho.
Cuscuz sim!
Da culinária nordestina
vem do milho da região
essa comida é divina
e mata a fome no sertão
com tudo cuscuz combina
com charque na margarina
e até mesmo com camarão.
No sítio!
Aqui tem macaxeira
tem pé carregado
café na chaleira
e bode guisado
dinheiro pra feira
uma vaca leiteira
e um chão adubado.
Seca e fé!
A vida é um tanto dura
vivemos por nossa fé
toda dor tem sua cura
na hora que Deus quiser
pouca água entre a secura
enquanto tiver rapadura
nós daqui num arreda o pé.
Colheita!
Seja na chuva ou no vento
o nordestino é pioneiro
vem daqui todo sustento
que vai pro país inteiro
e os heróis desse evento
é quem bota o alimento
na mesa do brasileiro.
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