Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

Cerca de 60177 frases e pensamentos: Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

LITERATO

Como quisesse erudito ser, poetando
As brancas paginas da imaginação
As quimeras, vestidas de inspiração
Inventaram asas e partiram voando

Forasteiros rumos, dores, nefando
Cores e sabores, o amor e a paixão
Choros, risos, escoados do coração
Criando, o tempo vário ortografando

Estranhos os nomeio da serventia
Os desígnios com os seus caminhos
Compungido, vi que distinto é o dia

Assim, por longo tempo fui perdido
Nos versos nem sempre os carinhos
A poesia, da vida, nem tudo é vivido!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/08/2019, 05'55"
Cerrado goiano
Olavibilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SEM DITA

Num poema todo criado de incerteza
De noturna inspiração e de tristura
É que eu vi a insônia em desventura
E ( mais que desventura) de rudeza

Ditar em vulgar estro da aspereza
Um ardor na trova sem suavidade
Sem luz, sem brisa da venustidade
Que até nem sei se há tal fel frieza

Uma malícia, mística, uma mistura
Desta feita de medo, de amargura
E da lágrima duma dor derradeira

Ó lampejo, visão aflita e nervosa
Crias a poesia agasta e chorosa
Sem deixar provar a sorte inteira!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/08/2019, 05'35"
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Porta aberta

Mesmo quando você me disse
Vá, pois a porta esta aberta.
Não há nada que lhe impeça de voar
Não se prenda a mim
Siga seu vou
Mesmo quando você me disse
Que não tinha nada para me oferecer
Que não havia nada para se prender
Pois na porta
Nem fechadura mais não há
Para que se tranque
Eu entendi tudo que quis dizer
Só que você é que não entendeu
Que eu só aprendi a lhe amar
Não aprendi a lhe desamar.

Inserida por VJCPoesia

⁠Matando a saudade

Eu já matei a saudade
Milhares de vezes
Tantas foram às vezes
Que já me sinto um assassino
Mais ela sempre teima em volta
Sempre se aproveitando da sua ausência
Basta um breve momento
E já esta ela a me rodear
Como um predador
Em busca de sua presa
Por isso me desculpe
Pelas vezes que te ligue
Sem quase nada a falar
Era a saudade que eu estava a matar.

Inserida por VJCPoesia

⁠Olhar

E é no fundo dos seus olhos
Que poso ver, quase tudo.
Nestes olhos que me atraem
Olhos que lhe traem
Que quase me deixa ver
No mais profundo
Do seu íntimo
Coisas que sua boca relutar em dizer
E é nos seus olhos
Que posso ver
Mais que as aparecias ou palavras podem dizer
Esta luta interna
Que seu rosto não me deixa ver
Mais basto eu olha
No fundo dos seus olhos
Para que eu poso-me
Reconectar-me a você e poder dizer
Gosto de olha pro mundo
Quando eu olho com você!

Inserida por VJCPoesia

⁠Medo

Não tenho medo
Das brigas
Das fadigas
Das diferenças
Das desavenças
Tenho medo
De não termos brigas
Para lhe reconquista
A cada uma delas
Tenho medo
De não ter fadiga
Para nos seus braços descansa
Tenho medo
De não termos diferenças
E não poder aprender cada vez mais a Nos respeitar
Tenho medo
De não termos desavenças
De não poder nunca discorda
Não tenho medo
Dos seus gritos
Dos seus gemidos
Dos seus conflitos
Dos seus delírios
Tenho medo
De não ouvir sua voz a me grita
De não lhe provocar nem um gemido
De não lhe apóia em seus conflitos
De não fazer parte de seus delírios
Medo maior mesmo eu teria,
É de nunca te encontra!

Inserida por VJCPoesia

⁠Declaração de amor à enfermagem:
Enfermagem, enfermagem,
Vou divulgar esta mensagem
Na terra e no céu
Para você, enfermagem:
eu coloco e tiro o chapéu!

Inserida por onasilva

⁠Uma breve viagem

A vida é uma viagem
Passagem só de ida
Vejo meu presente
Se distância de mim
Embora se distancie
Ficaram marcas
Desilusões
Feridas
As bebidas
Ressaca sem ao menos
Uma gota enjerida
Coisas da vida
Refaço minhas malas
E nelas vou levar
Tudo que me for leve
Minhas alegrias
Minhas conquistas
As melhores lembranças
Seguirei em frete
Amando mais que nuca
Nesta pequena viagem
Que é as nossas vidas
Meu futuro me aguarda
Já na próxima estação.

Inserida por VJCPoesia

Banana

Ah! A banana...
da terra
prata
ouro
delicia soberana

Na roça
no quintal
minha, sua, nossa
preferência nacional

Ah! A banana...
Capital!
Que da Mãe Terra emana

Viva o bananal...
natureza, prana
fortuna tropical

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
39/004/2020, cerrado mineiro

copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

CHOVE

Acordei
E vi que chove
Observei
Que não era só lá fora
Revestido de breu
Minha alma
Também chora
Dengosa
Amorosa
Reclama do olhar
Da sua beleza singular
Sua essência
Desta sua silenciosa ausência
Não importa os desencontros
A sua irreverência
Não diminui o meu amor
Nem a dor
De sua indolência
Onde está?
Os sonhos sonhados
Os beijos por nós calados
Curvo-me diante desta ferida
Aberta
Sofrida
Tocada sem nenhum pudor
Nenhuma compaixão
Nenhum valor
Acho que foi só ilusão!
Agora solidão...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, 30/08/207
05'30"

Inserida por LucianoSpagnol

Pequizeiro no caminho

Há um pequizeiro ali
No cerrado, solitário
Onde canta a Juriti,
Num doce cenário...

Onde o vento, venta bom
Onde o tempo tem razão
E o coração cala no tom,
No horizonte do sertão...

Cá tudo é calma, espera
Quem testa, a alma adoça
O gosto é de quimera,
E o povo, gente da roça...

Na poesia, agridoce canção
Deste seco chão, de cheiro
De primavera, de inspiração,
No caminho, há um pequizeiro...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE CARNAVAL (de outrora)

Distante da folia, o cerrado me afigura
A saudade como um saudoso tormento
Lembrar dela é uma sôfrega tal tristura
Esquece-la é nublar o contentamento

Ausentar de ti é a mais pura amargura
Todo momento é gosto sem fomento
Máscaras sem brilho nem alegre figura
Uma fantasia no samba sem afinamento

E no saudosando os tempos de outrora
Enquanto fugaz vão-se os anos, enfim
O que tenho pra agora, só silêncio afora

De toda a diversão a quietude em mim
É regente, pois já não sou parte da hora
E meu carnaval vela o traje de arlequim

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Carnaval
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BOCA DA NOITE

na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANTANDO O CERRADO (soneto)

Essa vossa árida serena formosura
Que as exibe, és casta e tão tanta
Tanto mais a cena vossa apura
Quanto mais os olhos prende e encanta

Mostrais vossa diversidade em tal ventura
Com uma graça igualado duma infanta
Que põe alfim alguma desdita e tristura
E o espanto se aumenta ou se aquebranta

De tal beleza entrajais, oh vária flora
O meu enlevo, de guita tal tecendo
E destecendo o desencanto, um engano

Que, se ei perdido o extasiar outrora
Agora és só elogio os faço dizendo
Pra asinha referir-te como tal soberano

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Abgar Renault

Inserida por LucianoSpagnol

REMENDO

Foi o devaneio que guilhotinou
os sonhos. Os fez sem aparato
E se estão intactos, aqui estou
invisível no evidente anonimato

Desenhei quimeras com giz
sem tronco, cabeça e braços
Colhi amor que ninguém quis
pra remendar os meus pedaços

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA RAZÃO

Na prepotência do querer ser altivo
Que arde na desavença em chama
E queima no ódio que não se ama
Acinzentando num desafeto cativo

É um tal sentimento insano, adjetivo
Que então contamina a alma na lama
Do egoísmo, que o zelo nunca clama
O acolher nos abraços, e ser passivo

Que devoto tanto, esse, que flama
A injustiça, num arbítrio explosivo
Tiranizando o viver em um drama

Onde há razão no ato opressivo?
Quando o Verbo, oferta proclama:
- Amar com amor para estar vivo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

chororô

o cerrado chora
chororô
chove lá fora!

é chuvarada, sinhô
18horas: melancólica hora
e eu também tô:

- chorando...
pobre pecador!
que no peito vai gotejando

uma tempestade de amor
de chuva e choro infando
lá fora chove, e eu sofredor!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

a coitada

fui ali na janela
ouvir a chuva
magricela
tão turva
ela estava chiando
ai, como sussurra
fica só reclamando
da secura, e hurra
e empurra a poeira
do telhado
escorre pela beira
da rua, e desanuviado
refrescado, na sua eira
ah! feliz, está o cerrado...
e numa tranqueira enleada
a chuva desce a ladeira
a coitada!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2919
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ASPEREZA DO CERRADO

Ai a aspereza do cerrado
Não a entende ninguém
É sublime o céu encarnado
E são encantados também
Traz na secura do teu ar
O empoeirado vai e vem
Do vento nas folhas a chorar
E as estrelas no céu além
São versos ao poeta poetar
Que nunca será um porém
São feiticeiras noites de luar
Que ao olhar nos faz tão bem
Só quem embala na emoção
Entende a alma que aqui tem
Está matuta e rude vegetação
De flores, e trovadores também
Ai a aspereza do meu cerrado
Que nunca nos trata como refém
Chão que chora o amor e o amado
Na viola que do cancioneiro provém

Ai a aspereza do tortuoso cerrado
Impregnado aos que aqui vivem...
E aos poetas também!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

privação

a saudade é um ato estranho
se você a mata ela vive
se você vive ela avulta no tamanho
é uma dor em aclive
um suor sem banho

é funesto

invade todo o sentimento
é de vazio gesto
aos olhos abafamento
indigesto
ao desejo recolhimento

solidão

e eis que ela é etc e tal
torpor, paralisia, emoção
retiro

saudade é ausência fatal
suspiro

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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