Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Mas quando os dias não caem em minhas mãos, te vejo como um botão metafísico em flor;
fazendo sombra de um pássaro em meu quintal desproporcional.
Na qualitativa desesperada de cantar algo que possa lhe servir de algo.
Sou retroativo quando me falam de você.
[Estou esperançoso sobre nós dois.]
Tentei entender, mas me aproximei.
Agora a tua dor é uma ponte deslocada,
onde desemboca ao seu encontro
no portuário do meu peito.
E eu sempre vou esperar a sua chegada;
seja de baixo de chuva, ou quilômetros de estrada.
devagar abro a varanda e sento no sofá
pego a garrafa
e as estrelas começo a observar
e as mesmas me vejo a traçar
traço bem devagar
as linhas do teu sorriso e olhar
e me vejo a sonhar
esperando que esses finos traços
me levem a teu abraço
Quisera o poeta abandonar o seu ofício
Sofrer difícil foi sentir
Transmitir lhe doeu e deu
Rompeu a aurora de sorrisos fáceis
Vulgarizaram suas faces
Transfiguraram seus dizeres
Que seres, seus seres
De infelizes compreenderes
Ofereceu-se esmola em sua arte
E parte a parte
Feneceu a honestidade da esperança
Que outrora velho moço
Hoje é o velho no poço
Silenciar é o presente que o presente traz
Aquele que é capaz de aguardar
A sinfonia certa
De certa sonoridade
Da sonora idade de sua liberdade
(sem título)
Vendo teu rosto
Me doou
Compro tua beleza
Que inspira ação
Te alugo
Rabiscando palavras
Pra roubar
só risos
Sol que me resta
Às sombras
É o desejo
Acordo pegado
Da cor do pecado
Meus Brasis
Teus cabelos
Nós, os sambas,
Teus olhares
Tua voz,
Ainda oculta
Anda tão culta
Que me corta
Me reparas
Quando arraso
Raso
Teu rosto me arrasta
Tua boca é o beco
Que sonho não ter saída
Provo na prova
O ramo do rumo da prosa
Que breve se atreve
E apruma o entrave
É trinca de ais, em cima de trinca de reis
Aprovo, apraz, a proposta
E posto, no post o que é posto
Aposto que posto o oposto, após
A pena da pena
Na bruma do imbróglio
Surgiu na multidão
Furtivo olhar, paixão
Céu negro se encheu de cor
E a lua acendeu o farol
Chama é de queimar
Brilha um pavio
Vela pra saldar
Feitio de oração
Basta a faísca de um só olhar
Queima como veneno
É o que encandeia o nosso altar
Que se revela sereno
Brilho transcendental
A duras penas
Arranco minhas penas
Asas rasas apenas
E peno o penar
Retiro o pano
Planejo pleno
É plano
Plaino
Companheira
Penso em partir
Parte à parte
Há toda parte
Aparte minha parte
Como o parto
Parte a arte
Dá a luz
Em paz o caos
Há paz
Ah a paz...
Quando ela fala
Meu corpo se balança
Até o ouvido dança
Arrepia por inteiro
Pois o tempero
Causador do piripaque
Desse seu belo sotaque
É o bão jeitin mineiro
Lamento na presença do luar.
Por intermédio da ansiedade
meus, uivos poéticos ao sereno
Na companhia do Anseio carnívoro De um lobo sedento e lascivo Observando-o com avidez!
Ao Frenesi exalado por tua epiderme.
O som orquestrado por violinos fúnebres.
Colocará um encerramento ao vosso sofrimento.
Tudo se renova ao passar das manhãs
e ha esperança de acordo, como queiras
Ao rever o hoje e se atrever e desafiar
a poesia não sabe a quem toca
nem espera sentimento, passa leve e sutil
Penetra como a água que é
repleta de vida, toca na alma
Sem explicar, afinal não ha ninguém
e alheia, anonima, vibra na pele em arrepios
E com tanto desafiá, pode te lembrar o delicado caminho
encontrar o teu mesmo pensar
Que guardas com bastante desatento
errante e imprevisível nada o define
mais simples é se dar e viver.
noite fria
com ventos nas ruas cantando sem rima
uma mulher gelada e nua em plena rua
acenando a mão para o céu.
e o gelo caindo sobre o véu da noite
gelando-me a carne sem piedade
eM todas as noites frias, ficava contemplando serena
o frio, plantado na alma do ser que habita
as faces das nuvens cinzentas
queria ser fogo e esquentar a terra
mas cada vez mais me encolho
com receio de virar pedra...
...........
e vem o dia...
sem a dança do sol nos arredores dos montes...
ciça b. lima
( in "balada do inverno triste " do livro "só poemas" )
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a criança que passa fome, tromba, rouba
se marginaliza e não vê perspectivas.
Quando quem pode não faz, quem faz quase nunca pode.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando embriagado pelo poder,
o homem engana, trapaça e mente
Quando crescem os prédios e diminuem o verde.
Quando a desgraça bate à porta de uma família
e os vizinhos fecham as suas para não ouvirem os gritos.
Quando faz frio e não há manta ; faz calor e não há água.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando quem deveria dar exemplo, peca.
Quem deveria dar segurança, oprime,
Quando há doces e brinquedos na vitrine,
A criança pedindo e o pai, no bar, bebendo,
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a mentira é amiga do dia
e a vergonha se esconde na noite.
Quando a coragem termina e
a testemunha não comparece.
Quando o barulho ultrapassa a capacidade do sentido
e o ar quase impossível de se respirar , é vida.
Quando aos domingos e feriados suas ruas ficam desertas
Fica tão triste a minha cidade !
Quando há na segunda-feira, o choro, o cheiro da morte.
o carro batido, o cansaço, a estrada e a velocidade.
Quando o ônibus passa de manhã e a tarde,
com gente pendurada, com os pés dentro e o corpo fora.
Quando a alegria é a síntese de um momento bom,
e a desgraça é duradora, analítica e densa ..
Quando há o grito de gol e a alegria se agita,
a torcida se irrita, o pai de família e a criança,
antes de voltarem para casa passam no pronto-socorro.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando o homem é triste,
pois a cidade triste é o homem triste.
A leitura me dá asas quando a realidade me prende, me joga numa gaiola e me dá de comer um alpiste barato. E dessas asas as penas são a poesia e do canto alegre é criado a fantasia. Não vou romantizá-la, mas é ela que me romantiza. E assim sigo agradecendo por cada miníma linha.
- Sukays (@2golesemsaturno )
Acendo um cigarro e o trago...
E trago também a paz artificial
não merecida, mas no mínimo se fez
necessária para manter a ordem
do meu ser, da minha cabeça e
do meu corpo trêmulo.
Cada uma das pessoas deste mundo
É um verso, de uma estrofe
Das muitas que compõem ...
A eloquente poesia
A que chamamos de vida
Viva e contemple a miséria
Viva e prove da dor
Sucumba ao desespero
Sinta a fome doer
Sinta o desprazer de está vivo
Se beneficie de promessas
E limite sua existência
Torne-a insignificante
Para almeja o paraíso que tanto prometem
Comtemple quase que imutavelmente
Seu desejo pela morte
E desista graças ao medo.
Conta um conto
em todo canto
contadora
taxa minhas baixas
e entra no meu peito
pois nele nada
é imposto
OBLITERAÇÃO
As músicas aliviam a dor!
Causada por essa confusão
Fogo, morte e Destruição
Chega ao fim de uma nação.
OBLITERAÇÃO
Durante o dia não se ver o Sol.
Imensa fumaça trouxe a escuridão.
Todos estão com máscaras no rosto.
O oxigênio diminuiu pela poluição..
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