Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Não pare no farol do caos.
A vida também pode ser bonita.
Portanto, não desista.
Continue seguindo a trilha.
Habita uma paz imensa
nas trilhas benditas
da minha terra natal
e tudo à minha volta
se traduz poesia
na paisagem do meu ser.
Eu me podei
e agora
eu só quero germinar
minhas sementes profundas
e reflorescer cada vez mais
folhas, gomos e pétalas de poesia.
Eu vivo à flor da pele
os sentidos da alma
em profunda incisão
toda a imensidão
que a caneta
entre os meus dedos
jamais poderá viver.
Eu vibro intensamente
nas veias do pulsar
da minha inspiração
e sou vulcão
eructando letras
sem nem mesmo
saber escrevê las.
Amei!
Amei tanto a ti
Que me perdi.
Quase morri.
Porém, renasci.
E estou pronta
Para amar outra vez.
Porque a vida foi feita para morrermos de amores.
DIFRAÇÃO
Esse costume de ir deixando
Parte de quem somos
Um pouco aqui
E um pouco ali
Á cada lugares que pisamos
E ao final das contas
Permanecemos inteiros
Mas fragmentados pela estrada
Onde cada frase dita
Pode ser parte da minha difração
Desvelos
Em desvelos de lençóis
Sonhar Sonhei
Ria dessa fantasia
E distanciosamente
A tua companhia
Nadei nas expectativas
Criei asas e não voei
Não te vi...
Mas pensei
Que aconteceria
Então acordei
Desse sublime sonho
Que apago
Mas volta.
A DANÇA
Agora já tarda
O ponteiro não para
Sem intervalos nem pausa
entro na dança
Erro passos
Cometo delitos
E muito sem querer
Encontro o teu retrato
Não culpo a moldura
Então mudo o cenário
me acostumo com o ritmo
Se burlei o esquecer
Ele apenas retorna
No infringir do entardecer
BAGAGEM
És minha tormenta
passaporte para solidão
Não sei como seguir
A sombra da tua direção
És meu erro
Minha melhor estação
Afaga o meu defeito
Num riso arrependido
De incomparável medo
Não retrocedo, sigo
Canso sem parar
Num corte não desisto
Vou em frente, Sigo
É mais leve que alterne
As prioridades Que carrego
comigo na bagagem
MANIFESTO BORBOLETA
Hoje pela manhã
primeira vez do meu olhar
Com um lindo panapaná
Lisonjeada e sem acreditar
Não há quem vendo aquilo
Não pare um instante
Pra com calma observar
Aquela cidade pequena
Ruas vazias e amenas,
tomadas por essa cena
cercada pela enchente
Em nove de fevereiro
Num ano décimo sexto
A planta sobre pedra
Já estava decorada
Das pétalas alaranjadas,
Por todos os lados,
E todas as ruas
Tenho algo á Declarar...
-De todos os coletivos
Ah, eu prefiro,
Um lindo panapaná
Bem cedo, pro dia bem
Eu começar
Aquelas borboletinhas
Levaram meus pensamentos
Em suas asas á voar
Ligeiras e sem rumo,
Lá se ia a greve
De um lado á outro á migrar
Monarcas Que instigam,
os olhos de quem na vida
já pôde contemplar
Depois de tudo isso
Afirmo que no mundo
Ainda há esperanças
Baseado na confiança
Da lagarta de charneira
Achando que sobreviva
Á sua Jornada
E vendo o fim
Sem ser rotulada
Tão triste o desfecho
Das tão cheias de coragem,
batem as asas de flor em flor
Vem borboletinha
Pousar na minha mão
Contagia todo sorriso
E alegra meu coração
ANELOSER
Á cada volta
Significados gravados
Raizes intensas
Licenciosas em anelo
Do viver distensas
Calibradas entre passos
Caminhos não percorridos
Sorrisos entrelaçados
Uns bem resolvidos
E outros mal acabados
EU LABIRINTO
Minha mente é um labirinto
entre!
E se perderá
Não queira mofar
Nas elevadas confusões
Em minhas indecisões
Sentado num chão
Caído em círculos
Fruto da dialética
Da saída, Não sentida
Rápida despedida
Lembrança apoiada
Em travesseiro inquieto
Se te olho me desperto
Se me esbarro, lembro
E se me perco, me encontro
Sou assim
Se quero dou as pistas
E você encontra o caminho
Entre tantas
Inacabadas saídas
FANTASIA DE CRIANÇAS
A magia dos cinemas
Os deixa á imaginar
as crianças da cidade
Vivem a fantasiar
Pra molecada da fazenda
Aventura é o que há
E nos tempos de chuva
Não há mais o que inventar.
Na hora do pôr-do-sol
As brincadeiras na fadiga
Vamos nos preparar
Para a hora da cantiga.
Atrevida
A ausência é atrevida
Frívola intrusa
Desmerecida
De mera atenção sequer
Uma pena é espaços
De difícil ocupação
Pois procuramos matérias
Da mesma qualidade
E mesma dimensão
Mas desde que o mundo é mundo
Quando a terra se apaixonou pelo céu
Se sabe
Que até melhor se encontra
Mas nunca igual
Pois a forma feita a ferro
Molda, levada a criar
Volta a esmaecer
E o ferro criador
Com grande potencial
De inúmero valor
Criar, peças únicas faz
Aquece e funde
Para a nova fórmula
Poder, capaz-se tecer
Amigos de coração!
Sinto o sentimento que faz sentir
Sinto que meu sentimento me faz refletir
Sinto aqui na alma meu coração pedir
Para dos meus amigos do peito não me despedir
Sinto que é mais forte do que eu,
E ainda é meu amigo, até o que já morreu
pois a amizade é uma coisa eterna
e não uma coisa boba que o coveiro enterra.
Amizade se conquista e se faz
Os inimigos da minha vida eu passo pra traz
Deixo a vida me levar até onde conseguir
Pois tenho meus amigos pra me seguir
Com eles tenho a maior segurança
Pois nossa amizade vem dês de criança
Estamos juntos dês de sempre e assim continuará
Pois nossa amizade é grande de mais pra se acabar
Nem ventos fortes nos derrubarão
Pois somos verdadeiros amigos de coração.
Incógnita.
Tão perfeita e sinistra
De mecanismo circular
Tudo é independente
Das mãos humanas, a trabalhar
Natureza misteriosa...
Tu me fazes pensar
Que o mais sábio
É o nosso Deus
Que a este mundo tenebroso
Veio embelezar
Quando do verbo fez real
E a ti, se pôs a desenhar
Matemáticos eficientes
E cientistas inteligentes
Ainda procuram...
Tua formula desvendar.
METAMORFOSE
Afogada em seus mistérios
Escapando a cada nado
Num infinito de mansidão
Das presas selvagens
O seu olhar profundo
Que só pertence á ti
No teu semblante
Os teus cabelos balançam
Como borboletas
Que voam
Que pousam
Que adormecem
Me enlouquecem
Numa freqüente metamorfose
ROSAS DA COR DO MAR
Há um caminho, já percorrido
Hum tão tempo
Se não me falha memória
Cujo chão é cor de rosa
Na arena tem estrelas
Soltas, desprezas
Lá no céu há branco paz
Nesse ar desatado ...
As sujeiras por sua vez
Não podiam faltar
Afinal, qual lugar
Que tem uma marca pra deixar
Não deixam...
Sujeiras rosas nesse mar
Folhas de outono
Aquela fina e leve seda
Transparecia o teu corpo
Encostava em tua pele
Após uma palestra
A volta pra casa era distante
E o meu corpo pedia,
Somente descanso
Foi quando Num instante
Eu me despejei
Lancei meu corpo
Sobre aquele banco de madeira
Banquinho de praça mesmo
O sol pouco nítido,
embaçado num clima abaixo de zero
Era tudo o que se podia ver
Naquela tardezinha...
Era outono, E haviam galhos
muitos troncos e galhos despidos
Pelo contratempo da estação
Folhas semelhantes á flores
Amarelinhas, que passeavam
Levadas por qualquer vento
Onde uma e outra, caiam sob mim
E uma jaqueta se certificava
de me agasalhar
E me proteger
Daquele espetáculo natural
Ensaiado e encenando
Destaque anual
E uma mutidão de solidão
Passou ali
Foi quando me enchi de coragem
Minhas pernas me deixavam sob os pés
Meus braços se abriam
E eu sentia aquela brisa me balançar
como aquele pneu pendurado numa corda
Esperando qualquer dia
Que uma criança sequer
Perceba o quão bom é
Se balançar no outono
Num finzinho de tarde
No caminho de casa.
SOL DE VERÃO
As paixões de verão
São quentes como sua estação
Sentem sua leve brisa
Veem as estrelas frente ao mar
Ao som das ondas
Dos coqueiros á bailar
As paixões de verão
Se sujam na areia
Enquanto á maré amansa
Correm descalças na praia
E na areia ?
Deixam pegadas e nomes
Na areia molhada
Abaixo da Lua
Que clareia o caminho
As paixões de verão
Criam situação
E adoram a pista de skate
Mesmo sem saber
Uma manobra sequer
Essas paixões mapeiam a praia
De norte á sul
Sobem no posto salva vidas
Só pra olhar o mar
Mesmo com medo
De tudo desmoronar
As paixões de verão,
São leves, rápidas e passageiras...
Assim como sua estação
Areia, mar e palmeiras.
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