Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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-Quando você não sente mais nada...

Quando chega o momento que você não sente mais nada
o único fio de esperança é fechar os olhos e gritar para si mesmo um foda-se bem alto na vaz esperança de sentir algo.

Inserida por gustavo_domingues

O que eu te dedicaria?
Te dedicaria meus lábios?
Meus beijos?
Meu coração?
Ou as amêndoas de meu coração?
Não saberia o que te dedicar, so saberia te amar com toda minha poesia.

Inserida por izadora_ortega

Para meu pai
Talvez não seja fácil,
É necessário coragem,
Não É um dia especial,
Como a segunda que nasci.
É uma mera quarta chuvosa,
Mas preciso de coragem para sentir a paz e a certeza.
Não sou cabeça cheia, talvez uma poeta fugitiva.
Nunca vi algo tão fascinante quantos as palavras,
Queria te dizer pai,
Que eu estou crescendo,
embora eu tenha sido sempre adulta.
Procuro algo de além de meu conhecimento sobre a vida através de meus olhos leitores do mundo.
Procuro um conhecimento de lembranças de um breve futuro.

Uma parte de mim busca por conhecer pessoas, e fazer a maior loucura dos humanos que é se relacionar,
Não devo buscar felicidade.

Buscarei Conhecimento, além de aprendizagem.

Há muito escrevo sobre relações para estar pronta e mostrar o quão capaz sou,
Pai é inútil ter certeza,
Mas devo ter certeza de tua confiança e amizade.
Pai além de nossa relação ser a melhor que tenho,
Eu queria te contar um pouco sobre nada e um pouco sobre tudo.
Eu quero me apaixonar e chorar, escrever poesias.
Quero sair para lanchar e namorar.
Quero sair no fim da tarde com o nascimento das estrelas,
Quero chegar em casa dando gargalhadas,
Quero cantar igual ao tim maia,
Só espero ser ainda eu, e sua filha. E pode dividir um pouco das meras historias.

Inserida por izadora_ortega

"Descontrolado
Alucinado
Paranoico
Abusado
Obsessivo
Compulsivo", disse.

um animal empalhado em sua estante

ela é um demônio
em forma de anjo

e
as palavras tuas
me feriram
igual fere a um casulo
de borboleta.

Inserida por HudsonHenrique

Não pergunte o porquê
algumas coisas nem eu mesmo sei responder

E palavras são assim...
Imprescritíveis.

Inserida por HudsonHenrique

Ela não me acompanhou na minha jornada.
Pra ela fui só um jornal,
que se lê e joga fora

Em meus sonhos de mentira
seria tão fácil me jogar
igual um avião de papel
pelos arranha-céus.

Inserida por HudsonHenrique

Luzes e movimentação sem meus óculos.
Parecem pequenas estrelas se rachando e partindo ao meio, embora fossem todas coloridas de vermelho.
Como a luz de freio de um carro.

Inserida por HudsonHenrique

Não espere grandes acontecimentos...
Cante uma canção. Sorria de novo e de novo!
Plante um jardim ou até mesmo uma flor.
Olhe nos olhos... Ria de si mesma...
Escreva uma poesia.
Seja um vento menino a revoar por todos os cantos.
Não espere grandes acontecimentos.
Somente Viva!!!

Inserida por Leilamel

guardei as fitas cassete que você gravou para mim
com músicas do rádio
apertava o rec junto com o play para gravar
as fitas cassete
cortava as propagandas que às vezes invadiam a música
não posso mais tocar
as músicas que você gravou para mim direto do rádio
não tenho mais toca-fitas

restou sua mensagem gravada na secretária eletrônica
na mini fita cassete da secretária eletrônica do aparelho de fax
não posso mais escutar
seu último recado gravado na mini fita cassete
não tenho mais secretaria eletrônica que use mini fitas cassete
(elas também morreram)
tenho apenas caixa postal que grava mensagens de voz
de quem ainda deixa mensagens de voz
que serão apagadas em trinta dias

Inserida por pensador

#RIP

os e-mails continuam a chegar
também as cartas

a página do facebook segue sem
atividade

inúmeros cadastros em infinitos sites
senhas irrecuperáveis

boletos de entidades beneficentes
convites, promoções, corretores insistentes

revistas e jornais: volte a ser um assinante
estamos com saudade

não se pode mais
morrer em paz

Inserida por pensador

NESPEREIRA

era uma nespereira e
eles não sabiam como
protegê-la

quanto tempo leva
gestar um poema

era uma nespereira e
espiávamos dentro dos
saquinhos feitos de jornal

pode levar uma infância curta
ou uma vida inteira

era uma nespereira e ansiávamos que
amadurecessem para enfim
comermos o poema

Inserida por pensador

a impertinência da cura.
arrancaram meus caninos,
tenho as gengivas suturadas à mostra.
de medo: tormenta

[mãos de pólvora afagando o fogo]

Inserida por pensador

na estrada de terra
da cidade vazia
a criança preta empunha um pedaço de pau.
ela está nua e vê-se um corpo tão prematuro
quanto ruínas.
a boca intumescida da criança preta gutura
morte ao rei!
e na aridez inalcançável dos pés descalços
resiste
a criança tão criança e velha,
sozinha e livre –
o sino da igreja abandonada toca todo dia na hora errada.

Inserida por pensador

ela pediu pra eu não enlouquecer
parei de tomar os remédios pra tentar ser gente
mas uma chuva forte caiu
era janeiro
e me escorreguei
perdi o senso
disseram
é temporário
os tremores noturnos
a matriz de uma ânsia descabida
os rostos na janela
todas as noites
os rostos que catequizam as janelas
nas casas sem muro
não há o que se ver que não sobrecarregue a carne
o corpo ainda sente
curva-se ao inevitável
tomba no meio da rua e conclui
não se dá as costas pra morte
há sempre um diagnóstico
preto no branco
vou morrer de tempo ou
vou fazer o quê?
re:___________________.

Inserida por pensador

toda noite vem o homem
vestido de branco e
digo a ele
é impossível domar a água

I just sit on the ground in your way

o homem vestido de branco
anota a minha doença num papel.

Inserida por pensador

existi furiosamente
no instante quebrado que me dedicaram
seus olhos desocupados do
que poderia haver de mais belo

Inserida por pensador

Tem uma mulher
que eu amo.
Olhos doídos, pálpebras mornas.
Já acalentou crianças,
deu-lhes o corpo,
alimentou, limpou suas lágrimas,
fez sorrir com voz calma.
Filhos, talvez netos.
Soube renascer neles tantas vezes.
Conhece a fragilidade humana.
Eu beijo os lábios
fechados dessa mulher,
a partir dos cantos,
em pequenas lascas de ternura
e queda no vazio.
Essa mulher viveu coisas
que me abastecem.
Ela fala de alegrias,
de sóis, sobremesas, decotes,
livros, enganos.
Vai falando e contornando dores
com pequenas pausas,
no que os cílios superiores tocam
os cílios inferiores demoradamente,
e ela afunda.
Aperto sua mão e ela emerge.
Enquanto a ouço,
beijo seus olhos.
Digo-lhe que é uma mulher, ainda.

Inserida por pensador

Poucos homens despertaram em mim
o desejo de ser eu mesma.
Dois, talvez três em toda a vida.
O primeiro meu pai, que,
quando nasci,
perdeu-se amorosamente em mim
até se achar outra vez
mais tarde
não saberia precisar
esquecido de não ser, voltando a ser
homem.
Não tenho irmãos.
Tenho um primo que certa vez derrubei
no chão sem querer enquanto brincávamos.
Foi quando entendi
que o trabalho do ódio
é mapear circunstâncias
aleatórias
em torno de feridas alheias
que nem são nossas
portanto alheias
aprendidas.
É bonito como a criança resiste ao ódio,
se assim lhe permitem.

Inserida por pensador

Vieram os homens que eu
não queria, mas que me queriam,
e os que eu queria, e não pude ter.
Os homens que não pude ter
eram sempre enormes, ambidestros,
bonitos como o meu pai quando
meu pai não era homem,
quando meu pai era eu mesma,
perdido de amor.

Inserida por pensador

eu porém tantas vezes não estava pronta
banho tomado
penteada asseada jantada
crescida formada empregada quase morta
pra quando minha mãe chegasse
eu não estava pronta
eu resistia a todos os meus deveres
eu me insubordinava
eu teimava toda uma vida
(ainda teimo)
eu não me limpava
só pra ver se minha mãe chegaria
a despeito de mim
a despeito da sujeira do erro da noite
a despeito da espera a que
assim fingindo não esperar
eu me recusava
foi assim por muitos anos
minha mãe e eu
numa língua estranha e indecisa
embora fosse a mesma língua
a limpeza que eu deveria guardar para ela
e oferecer a ela
na volta
ainda guardo comigo
e de repente deparo com ela
(que ainda espera)
num livro
numa voz estranha
numa outra mulher
que também esperou
numa banheira vazia
o seu amor voltar

Inserida por pensador

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