Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Saudades de mim
Ai que saudades de mim!
Dos dias felizes
Ai que saudades de mim!
Dos dias mais leves
Quando o riso era solto
Quando o sonho era o alimento
E tudo era motivo de contemplação
Quando as coisas mais simples
Causavam-me emoção
Saudades de outras horas...
Saudades como doem agora!
Limites
O tempo todo eu só queria sair daqui, sair sem precisar voltar, sair sem dar satisfações nenhuma depois.
É que aqui é minha prisão temporária, a prisão que aceitei.
Através da porta de vidro o dia parece zombar de mim, o sol invadindo meu campo de visão, meu corpo afunda na cadeira me fazendo aceitar o pesar de que agora ela é minha cela.
Sinto por dentro tudo queimar. Inquietude. Todas as minhas células procurando uma saída, meu pulmão lutando por oxigênio, o coração descompassado.
Depois a fuga, só pra recompor, só pra buscar no sol um pouco de recarga, um pouco de força.
De volta, os olhos encontram o mesmo plano de fundo, é tudo igual, meus movimentos já estão limitados. Limitados. Limitados. E eu estou no ápice do limite, por um triz de algo. Minha sanidade está por um fio e, meu maior temor é que esse fio rompa e interrompa de novo, tudo outra vez.
O amor caía do céu, envolvido numa garoa fina de verão.
A moça dos cílios compridos não percebeu e mais uma
vez abriu o guarda-chuva ao invés do coração
Tem gente que vê mais não consegue enxergar
Escuta mais não consegue ouvir
Existe mais não consegue viver
E morre mesmo sem morrer
Amando sem conseguir amar
Queria tanto ter alguém pra chamar de AMOR
Você não sabe a falta que você me faz
Mesmo que talvez eu ainda não te conheça, saiba que não paro de pensar em você
Solidão é quando a mente esta cheia
Mais o coração está vazio
É conversar consigo mesmo
É se isolar em meio a multidão de pensamentos
Sometimes
I tear a stamp inside me
And I annihilate the words that consume my soul...
To scream, what for?
You really know I tell about you
When I am all alone and I murmur for the distance
That there is always between us .
A long kiss lost in the silence Of an eternal night is enough to make my soul calms down.
But even so I am all alone Lost inside myself Always in the search for an impossible dream, That delays in coming.
Sometimes, so many times I interrogate myself
In the morning and in the falling of the night
If everything is worthwhile.
If the reason of my existence had any middle or a purposed end, after all we are so many That feel and see life like this and the rest is the whole that we will never understand.
I tear inside me an Inexplicable border, so that my life starts to make any sen .
Then I repeat so many other things...
itAnd you who think you are a woman, but you are not You are just a lost poem inside me since I was born to love you And suffer as nobody else suffers As I do it suffer for you.
Art, love and pain
They are the reason of all my suffering।
Who knows one day, even if it's late,
The world recognizes all the things that are hidden from the men's eyes today.
The color and strange lines are everything I leave you
As notes of a music
That has a form of a nymph or an angel
The mystery of life and the occultism that there are
When it seams to be so strange.
Lateness is just a moment inside the infinite...
Late when I even leaving forever, here I stay.
Era um domingo tépido,
Sem apetrechos nem delongas,
Mas o sol, ah, o sol,
O sol se fez presente
E todos abriram janelas.
Eu posso parecer piegas e extremamente chato, de tão meloso e romântico. Mas o que não somos se não poetas!? Eternos apaixonados, eternos falantes de amor, eternos críticos das formas de amar.
sonhamos por amor, vivemos por amor. E se parecemos tão piegas assim, desejo continuar piegas, desejo ser um eterno poeta, apaixonado, irritado, desiludido, amado.
Eu não sei na verdade quem eu sou, já tentei calcular o meu valor, mas sempre encontro sorriso e o meu paraíso é onde estou, porque a gente é desse jeito? criando conceitos pra tudo que restou...
(Eu não sei na verdade quem eu sou)
ACASO
Alivia essas dores
dos meus dissabores.
Chicote e açoites
no silêncio da noite.
Poeira na estrada
camisa rasgada
farinha no saco;
e a barriga colada.
A lenha no forno
e a brasa faz côro.
Senhor e escravo
é festa e chôro.
Caranga enfeitada
poeira na estrada
n'um passo ligeiro;
andarilho ando só.
Caçador e cachorro
no faro da caça.
A cana é doce
desgosto e cachaça.
Mamãe só me acorde
na hora do banho
não sou mais menino;
no erro me apanham.
Meu livro é meu mestre
nas horas sem sono.
Criança abandonada
igual cão sem dono.
Sem nome e sem história
sem o pão pra comer
e o futuro à frente;
só pensa em vencer.
INTROSPECÇÃO
Quero poder falar a você,
Meu amigo, minha amiga,
Que a vida vou levando,
Vou vivendo, vou cantando
E de quando em quando,
Ou por tristeza ou alegria,
Sem projetar ou desejar,
Derramo lágrimas sem parar
É a vida do poeta...
Parece sábio, pensador, cordato
Não transparece rebeldia
Somos como as ondas do mar, sempre girando
Muitas vezes, somente calmaria
Mas na grande maioria das vezes
Cheios, impregnados de melancolia
E aí o mar revolto nos projeta ao ostracismo
E ao desconectar, perdemos a sintonia
Estranhos de nós mesmos
É navegar no ceticismo
Nos fechamos para o mundo,
Momentos necessários, fundamentais,
Introspecção pensada,
Para que os futuros poemas, sejam reais
Um amor tão maluco,
que mesmo sendo
amante da liberdade,
escolhia todos os minutos
estar preso ao amor libertador
que sentia.
(...)Toda confusão
No fim, vira risada
E esta e s t r o f e
Vou d e ixar bag u n çada
Para vo cê ve r o q ue fa z co mi go
Mas é tanto amor, que, nossa...(A)BRIGO
A vida é difícil ou é apenas você que a vê sendo difícil?
Chegando a uma parte da estrada que se abria em dois caminhos, o jovem parou. O da esquerda era liso e plano e descia, um caminho fácil, aparentemente. Mas algo nele parecia ruim. O da direita era irregular e subia, era um caminho difícil, mas que parecia melhor. O jovem escolheu o último, e depois de uma longa e exaustiva caminhada se viu no topo de uma montanha. Embaixo, podia ver o fim da outra estrada, um lugar escuro e frio. O caminho até o alto foi mais desgastante e árduo, mas a conquista valeu a pena. Seus olhos viam o mundo com alegria e satisfação, diferente dos que escolhem descer e andar aos passos confortáveis da facilidade. A visão vai além do que está em frente. Ela vê aquilo que está dentro e reflete em tudo que está fora. O caminho certo pode render uma vista melhor.
Nau frágil
O barco dos homens
É fraco e sensível
As velas logo somem
O medo é visível
Sobre tantas ondas
O céu estronda
Os homens navegam
Raios os cegam
Viva é a esperança
Mas ela está longe
Os navegantes não alcança
Um mosteiro sem monge
No limiar de sua luta
O barco enfim aporta
Mas na pedra bruta
A vida se vê remota
A triste nau frágil
Deitou ao fundo do mar
O triste naufrágio
Aos homens virou lar.
Pode Mudar
O céu e o mar,
a lua e as estrelas,
a terra e o sol,
a dimensão e os planetas,
o branco e o preto,
o ar que respiro,
a flor e o fruto,
a nação e seu convívio,
o gerador e a criação,
a abelha e o mel,
o ouro e o diamante,
a noiva e o véu...
Pode mudar o mundo, as estações, as fazes do tempo e os corações; porém não mudam os meus sentimentos, um ardente desejo de amor a todo momento.
Não me importa
Não me importa
se estou triste
sem saber o que fazer,
se estou cada vez mais
apaixonado, maluco por você.
Não me importa este tormento
que me deixa impaciente com o tempo.
Sou sensível, compreensivo e paciente
por este amor, que me deixa
atormentado carente e sem calor.
Não me importa se aumenta
minha peregrinação, sou guerreiro e
destemido por esta louca emoção,
porque tenho guardado em meus sentimentos,
minha única e verdadeira paixão.
Sentimento imortalizado
Encontrei refúgio em teu coração,
meditei profundamente sentindo o inesperado,
nem mesmo poderia imaginar
um grande impulso em meu coração
incapaz de se explicar.
Não sei se foi magia ou
na verdade algo em comum,
porém me trouxe de volta alegria e
uma tranqüilidade intensa,
foi um grande encanto que me
deixou totalmente fragilizado,
pela primeira vez na vida eu
conheci um sentimento imortalizado.
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