Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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⁠INQUIETA SAUDADE

Afogo o meu amargor em um nada
O peito em recordação é cortante lei
É fato este sentimento que não sei
Que invade a alma com uma espada
Parte alguma é o vão do meu sentir
Sussurros bradam da emoção rude
Onde deixo o agudo chorar amiúde
E choro sem que possa, assim, sorrir

E, então, o poema quem, comigo
Soluça no vazio da noite, lastimoso
Danoso o ter numa vil quantidade
Teimoso, delicada sensação persigo
Maldigo e renego este limo viscoso
Tão amargo, duma inquieta saudade!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 outubro, 2022, 21’19” – Araguari, MG

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⁠... E VERSA-SE UM SONETO

... e versa-se um soneto arruelado
Na vil saudade, num gesto amargo
O coração com sentimento calado
E versos dispersos deixado ao largo
... e versa-se um soneto tão letargo
A alma ansiando tudo compassado
E a solidão infundindo o descargo
Mais do que deve, o pesar, atado

... e versa-se o soneto sucateiro
Nos suspiros do querer esquecer
Custe o que custar, teimosamente
... e versa-se um verso do madeiro
Da crucificação do soneto a sofrer
Chora o verso, queixa, inutilmente!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 outubro, 2022, 21’19” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠EU, POETA DO CERRADO

Eu, tenho o toque pulveroso do cerrado
O cheiro de mato, uma sensação plural
Uma imensidade, ora árido ora normal
Tão cheio de reconto e tom encantado
Projecto do chão de um céu encarnado
Num traço caipira, e sentimento igual
Escrevo com uma transmitância verbal
Bordando os amores, dores e o agrado

Eu, poeta do cerrado em construção
Aqui nasci, raiz, sonhador do sertão
Que canta, chora, sonha, faz poesia
Escrevo-me por inteiro, sou presente
Nos galhos tortos, no vento fremente
Eu, tenho o toque agreste da pradaria!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 outubro, 2022, 20’54” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠OS MEUS VERSOS

Meus versos nostálgicos, de amor
São lembranças de valiosa versão
São cânticos no compasso interior
Poéticas da minha própria emoção
São estâncias tão cheias de sabor
Expressão que brota da inspiração
Sentidos, afagos, mimos ao dispor
A expressiva flor dada com paixão

Versos que tem designação, olhar
Tem sentimento, um vital acalanto
Só não percebe quem não estimou
É aquele voo d’alma sem abreviar
É o encanto, o gostar tanto, tanto
Aquela sensação que nunca passou!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 outubro, 2022, 19’40” – Araguari, MG

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⁠ENTURVAR NO CERRADO

Esmorece as caliandras no enturvar
É o dia que se despede em partida
Com seu pôr do sol em um versejar
Cá no cerrado, escuridão incontida
Galhos retorcidos, mal desenhados
Sombreiam o chão na cor garrida
Traçando uns detalhes encarnados
O céu estrelado, graça, desmedida

O horizonte com laivos cinzentos
Melancólicos, pardando o sertão
É a noite imbuída no seu manto
Pia a coruja: canto com lamentos
Ritmando o noturno com sensação
Dando ao olhar, o encanto, tanto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 outubro, 2022, 18’56” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MÃOS-POSTAS

Poéticas sem norte, leva-me pra sintonia
Das emoções plenas, quiméricos cantos
Asas da imaginação, os encantos, magia
Ou me perca, a devanear, sonhos tantos
Poéticas sem norte, leva-me para a urgia
Das ilusões, cuida dos meus juízos santos
Ou não. Traga-me cânticos com melodia
Quando, suas cadências, são quebrantos

Sentimentos, sensações, em liberdade
Que põe liberto o destinto pro criador
Tendo narrativa e emotiva descoberta
Ah! poética sem norte! Tende piedade!
Inunda a alma do poeta com o que for
Contanto que não seja poesia incerta!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 outubro, 2022, 16’08” – Araguari, MG

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⁠ORGULHO

Meus são os versos do chão cerrado
Poética acre, puro céu e denso mato
No galho tortuoso o poema trançado
Escrafunchado de um singular recato
Eu entendo o sentimento acentuado
O luar que prosa inspiração e trato
E ao meu versar, o versar fascinado
Com um perfume ao sensível olfato

Nas minhas mãos, a poesia orgulhosa
Se te poeto, sertão, na sua imensidão
É com a imaginação e tons especiais
E, então, pressintam a quão formosa
Natureza, que suspira, pulsa, é paixão
Neste imenso dom de poder ser mais!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 novembro, 2022, 17’37” – Araguari, MG

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⁠INDECISÃO

Possa lá prosseguir amargurado!
Andar com uma sensação poente
Se uma apertura atroz e sofrente
Enche de bruma o verso poetado
Se o sentimento cá tanto povoado
Que tenta impor está dor ardente
Logo este pesar assombra a gente
Tão pungente e tão determinado

Seja a poesia doce ou então salina
Sempre há aquela inspiração afim
Sempre há rumo em cada esquina
Sei lá qual dos versos é razão, enfim,
Se é o perdão ou é a justiça divina...
Ou se é a sedução dizendo que sim!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 novembro, 2022, 14’24” – Araguari, MG

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⁠Flores Murchas

Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas...

Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Versadas...

De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas

Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Desenganadas...
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso...

Flores murchas
Murchas flores
Tristes louvores
Encantadas!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 dezembro, 2022, 18’52” – Araguari, MG
Versão musical para o poema “Flores Murchas”

Inserida por LucianoSpagnol

⁠COVARDE

Se, assim, bater de novo à minha porta
Ah saudade! deixai quieta a minha dor
Não mais me traga sensação que corta
Que açoita a emoção com aflitivo ardor
Do pouco o tudo na recordação importa
E nada comporta um gesto tão opressor
Pois bem, cada lágrima pesar transporta

Então, dar-me-ás suspiro pra lhe transpor
Mas, aí! no peito bate forte está aflição
Sussurra em voz alta, em árduo alarde
Avidando um aperto no sisudo coração
Tremo... Sôfrego... E doloroso... sufocado,
... me deixo bater a saudade como covarde
E me ponho a sofrer como um apaixonado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 11’42” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONVICÇÃO

Por saber que não mais de te versarei
Permita que entre nós só a recordação
Deixada nos versos cheios de sensação
Que existiu um dia, agora, não mais irei
Não que eu quiz, e que ingrato serei
Saiba que te amei em cada emoção
Loucamente, na minha maior paixão
Entendo, que poesia tivemos, eu sei!

Não que a escrita te apagou, narrativo
Vive a saudade, num maçante motivo
Em uma poética evidente e tão picuinha
Mas, neste perseverar em ser presente
Um tormento parece-me tão unicamente
E, sabes que não mais será prosa minha!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 novembro, 2022, 21’00” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NATAL EM SONETO (dezembro)

24 de dezembro, uma noite tão presente
Noite Cristã, zelo ao Pequeno Nazareno
Um amigo amor, um desígnio tão pleno
A infância em recordação, inteiramente
Nestes veros meu cantar doce e ameno
No pisca-pisca de sentimento inocente
Lépida cantiga, total sensação que sente
Mesa posta, nossa gente, o crer sereno

Ó Menino Nazareno, sentido, confiança
Aquela verdade que nos traz esperança
Aquela inspiração que nos dá devoção
E, no coração o tanger do fervor imerso
Neste emocional, só um pequeno verso:
Dum soneto de Natal em devota canção!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 19’42” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CÂNTICO DO CERRADO

Já não ouvem os cantos das seriemas
Estridentes brados vindos do cerrado
Cessaram as sonatas, coaxes e poemas
Dos sapos, tão trêfego e tão sussurrado
Onde andarão as maritacas e as emas
Que nas planícies vinham dar significado
Pela imensidão do sertão e ecossistemas
Onde andarão? Foram apartadas do prado?

Já não ouvem aqueles apelos suplicados
O silêncio invade, os feitiços são penados
Os jatobás e os ipês não sombreiam mais
O chão tão desprezado de cuidados urge
Torna-se escasso a cada alvor que surge
Cala-se o sertão nas urgências essenciais

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro, 2022, 05’42” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠chove lá fora

acordei
e vi que chove
observei
que não era só lá fora
revestido de breu
minh’alma
também, chora!
dengosa
amorosa
queixando de tudo
do silêncio mudo
da carência
daquela ausência
amargo sentido
coração partido
ah! e o meu amor
na sofrência, na dor...

chove lá fora
cá dentro do alento
também chora!
triste sentimento
sem compaixão
sedento
cheio de ilusão
lamento... dura hora
vão... solidão
chove lá fora!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 dezembro, 2022, 13’37” – Araguari, MG
versão para “Chove”

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Eternamente

Sobre o sonho escrevi teu nome um dia
Mas a ilusão a levou tal escrita na areia
Onde o mar apaga, insisto, mas todavia
A emoção vela pra que a saudade a leia
Ó fado breve, tão fugaz, desdita aflição
O que é mortal tem seu tempo. O final
E nós passaremos, e os enredos ficarão
Afinal, o que ampara é o vínculo imortal

E, assim, me parece que só o vil perece
Não! O amor, o afeto, nem tudo some
Coração consome e a alma engrandece
Nos meus versos, jacente é o seu nome
Então, nos teus abraços, eternamente
Recordação duma felicidade incontida
Tão grande, querida, vontade se sente
Pois, lembrar-te-ei mesmo após a vida!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 dezembro, 2022, 05’42” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SAUDADE QUE CONFESSO

Depois que te perdi, só depois, da tua partida
Senti no peito, um vazio, que cá eu confesso
Um calafrio na alma, aquela pior dor sentida
E, se há igual, parecida, afirmo, não conheço
Suspiros sofrentes e aquele choro espesso
As noites tão compridas na ilusão perdida
Ladeando a emoção, cujo o certo endereço
É o coração, que arde numa aflição sofrida

Depois que foste, só depois, singular paixão
Me vi significado em uma constante tortura
De sussurros duma surtada dorida contrição
De não retribuir, a ti, o carinho que me dava
Com exatidão, repondo com minha ternura...
Ah! Saudade, está sensação, não imaginava!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 janeiro, 2023, 19’56” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠UMA ILUSÂO PERDIDA

Se um dia, ao pé do barranco, vires caída
Uma ilusão luzente, na gramínea deitada
Envolta em sonhos e quimera rendilhada
Com certeza, de alegria e ventura garrida:
Dobra-te em mesura, dá-lhe uma atenção
Não a deixe sem poesia, abraça-a contigo
Faze da tua imaginação um poético abrigo
Aconchegado n’alma e na versada emoção

Leve-a a todo o canto, e cheia de encanto
Crie, suspire, tente, em um versejar tanto
Que faça do prazer recanto, e descanso
E não deixe o estorvo, desejoso, saqueá-la
Lute, desfrute, curte e vai ligeiro ofertá-la
A um raro coração, então, juntos e manso!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 janeiro, 2023, 20’18” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

“FELICITÀ”

Estes versos são risadas cheias de alegria
Desfastios que eu acalento no meu peito
São satisfação, são amor, um afável feito
Rimas que ataviam a felicidade na poesia
É o festejo, um conto, sonhos, solenidade
Aquele gesto tão repleto de fantasia terna
A vida! O ser! O maneio na ventura eterna
O enredar da liberdade com a cumplicidade

“Felicità”! Sois o guia pra esse poema existir
A eterna confissão de quando tem o sentir
Que, então, o faz, a toda a gente ao me ler...
São frases que rimam o sorrir e, que acalma
Prosa que ganha o contentamento da alma
O bom agrado da sensação ao perceber ter!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 janeiro, 2023, 14’14” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ENTARDECER

Que lindo entardecer, cá no cerrado
Rubro o sol, luzidio, indo pro poente
E o céu, imenso, fastígio encantado
Num espetáculo, apaixonadamente
A brisa mansa, crepúsculo veludado
Neste tempo de verão, puro e quente
Duma belezura, o escurecer ornado
Ímpar, de magia e sensação diferente

Pouco a pouco, num cenário intenso
De um perfume agreste, o incenso
Do chão e um fascínio tão inebriado
O pôr do sol, em uma graça sossegada
No horizonte cintila a chama ofuscada
Da noviça noite, cerra o dia no cerrado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 janeiro, 2023, 18’51” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O VERÃO NO CERRADO

Nessas tardes cálidas, reluzentes
Do verão no cerrado, de chuvosas
Tardes caprichosas, tão torrentes
E vagalumes com cintilas formosas
Quedo-me frente a tais ingredientes
Que coroam estas terras frondosas
De verde, dando vitalidade as gentes
Do sertão, em alegrias maravilhosas

Um misto de gratidão e felicidade
Criando no íntimo ilusão e vontade
Pulsando com sensação o coração...
É um período que, então, acontece
O novo e a esperança que aquece
Colorindo de poética e luz o verão!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 janeiro, 2023, 20’19” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

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