Poesia de Pais de Pedro Bandeira
Amor doente
Veio como brisa nos dias quentes de verão
Soprou feito tempestade acenando o fim
Encandeia com o sorriso
A primeira miragem.
Saciei meus devaneios , relutei com a despedida
Impetuosa inconstância
Revelaste algo dentro de me
Quem seria além de te.
Sois o rio que derrama as águas
O vinho que mata minha sede
E seca minha boca
Infortúnio é te amar.
Minha bruxa maléfica
Por vezes tentava me manter aquém,
Mas é impossível para quem sente permanecer alheio,
Não posso fugir, sei bem de onde veio.
Aquele lugar perto do mar não merece meu desdém.
Da distância onde falar à presença me bastava,
O simples estar, era o suficiente, minha saudade a abraçava.
E nem esse poema rápido poderia ser organizado,
Quem dirá dos meus sentimentos, todos exagerados.
intocável
Por entre as ruas e vielas
Por todas as cartas amarelas pelo tempo
Em cada pétala que cai
Em cada gota de chuva .
Entre os fios do meu cabelo negro
Em cada minina particula
Naquela sala cor de folha seca ,
Dancei ,com a sintonia perfeita.
Brilhava ao amanhecer
Era seus olhos fugindo da ira
Era meu eu quente naquela pira
Eu queimei você.
Não sei quando finda
Uma ou outra estação
Mas sei que é primavera
Quando muros se cobrem
De Heras e um botão de rosa
Aparece na janela.
E minha alma ri
Porque tão logo
Estará ali.
_Saudade das horas
em que as heras violam nos muros
Todos os espaços vazios
Então, vem me traz, outra vez
a primavera!
O melhor que eu poderia fazer dos meus dias ainda não o fiz,
estou sendo cobrado pelo tempo, continuo devendo no presente, mas no futuro enxergo os atrasos e as promessas que serão cumpridas.
E lá se foi o vento
da esperança
com outras lembranças
causar outros desalentos.
Esse vento que leva um tempo
não só bate as portas
fende-se janelas
e arrombam telhados
de sofrimento.
Mata a esperança
que já não é mais tão viva.
__E daí? o que se atenta?
É a vida! E tudo fica certo
depois, em seu devido lugar
onde deveria estar.
Fecham-se a abóboda
e as cortinas de um espetáculo
monossilábico, sem prosa...
Ninguém fala!
Para que?
E logo ali na casinha branca
uma rosa amarela se escancara,
linda e bela.
sem medo de nuvens,
sem temer o tempo
e o vento que talvez
um dia retornará.
A V E R S Ã O
Nunca gostei dos calados,
Que falam pelos cotovelos;
E só vomitam mefíticos,
Raquíticos,
Ovos mal estrelados,
Enrolados em novelos
De frustração.
Que desilusão!
Que pivete!
O que ali vai de falsete!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-12-2022)
ATE quando se pode esperar?
QUANDO vai ficar claro?
SE você se lesionar?
PODE querer se isolar?
ESPERAR... mostrar que ainda vale a pena...
No mais longínquo ser...
Me procuro sem parar
E nessa jornada incessante
Não sei aonde chegarei
Não sei aonde irei parar
Nascente
Hoje foi mais um dia produtivo de pura perfuração,
tempos atrás eu estava a deriva cavalgando com o meu cavalo com água turva até o pescoço dentro de um pântano,
a mesma fé que move montanhas está me ajudando a atravessar essa por dentro, não me canso de cavar,
consigo ver uma luz no fim do túnel, as últimas pedras são tiradas, o outro lado é visto, foi vencido, tudo aqui é belo, ganha significados, tem um começo, meio e uma infinidade de oportunidades brotando de uma nascente cheia de valores.
Super seres
Existem pessoas que são como uma rocha, fortes como tal,
existem pessoas que são de gelo, sem coração,
já outras parecem o Sol, sua energia é tão poderosa que transforma todo o ambiente.
Violei-me
As palavras são cuspidas da minha boca
Vagarosamente, empurradas para fora
Jorradas como rio em forte correnteza
Destilando da garganta pela língua.
Em um engasgar seco eu repeti
Estou dissipada, navegou no meu sangue
Me encabulou zombando de mim
Jogo na mesa quem da as cartas?
Suspense , mistério não tão mistério assim
Envergonhado pior de todos os golpes baixos ,
Essa piada o amor .
Se um ser tolo
É alguém que procura...
Nutre sentimento singelo
E ainda tratado c/ loucura
Ser tolo, é alguém que se importa?
Meu senhor...
Se ser tolo, é ser idiota
Por querer dar seu melhor
Se for querer viver c/ quem ama
Se ser idiota significa demonstrar
Tão idiota pra valorizar
Num mundo onde querem só sentir
Eu sou o maior idiota que vai existir
Por querer apenas amar... e persistir
RESQUÍSCIOS DO CORPO
Nem te amo
Nem te reclamo
Nem por ti oro
Ou desadoro
Ruína do meu corpo
Morto,
Feito carne balofa.
Se nesta vida
Rude e sofrida
Nunca me serviste de alcofa,
Que lá na outra menos dura
Onde a fineza e rijeza perdura,
Não me envergonhes cachopa,
Com tuas esfinges de gordura.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 12-12-2022)
O simples
Na pequena casa de madeira as velas acesas iluminam a escuridão,
a janela aberta permite o cheiro do mato entrar,
os cavalos descansam, os cachorros estão com seus olhares hipnotizados pela beleza da lua e das estrelas,
o sereno aqui e a cerração acolá são as companhias de cada gole dado na boa cachaça,
o silêncio da noite calma as vezes é interrompido pelo rastejo no mato,
sentado na cadeira de balanço observo a paisagem sem celular, sem televisão, sem carro e me emociono ao perceber o quanto è bom poder desfrutar da simplicidade.
O lamento do violão
Da janela , a chuva caia
Escorria nos vidros
Dançava gota a gota
Faziam ziguezagues .
Meus olhos acompanhavam
De um lado para o outro
Tic tac, tic tac
Voltas e meia com os polegares.
Um passo um suspiro,
Declinando a cabeça
Lamentava por algo perdido
Ou simplesmente
Por não ter nada a dizer ...
Eu tenho medo da humanidade
Eu tenho medo de ser humana
Eu tenho medo da fragilidade
Mas eu choro sempre
Lágrimas jorram dos meus olhos
Como água jorra de uma cachoeira
Eu já fui uma vencedora
Antes da maldita metamorfose do tempo
Agora sou normal
Estou na maldita média
Aquela que prende os que não são extremamente inteligentes
E os que não são extremamente burros
O gosto das uvas
Revirei-me outra vez
A cama fez jus ao meus pensamentos
Meus segredos sonhos ,meus medos , Derrepente aquela sensação ,
Aquela de, encontrei eu achei
Achei o que eu procurava ,
Pobre mente atormentada .
Insana infundada ,
Dar me as mãos e só flutue
Pise nos degraus imaginários
E sonhe junto a me
Essa história sem pudor.
Quem é você ?
Quem és tu que chegas de mansinho Aproximando uma pedra por vez .
Um estalar de garganta , um dois três
É vinho,tinto ,suave, seco, tardio doce
Ou passado , eu não sei
A me só me resta esperar
Por esse breve encontro talvez.
A morte pode até me encontrar desprevenido e me levar.
Mas no ultimo dia, quando Meu Senhor me chamar...estarei de pé...porque Meu Redentor Vive.
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