Poesia de Luz
AMOR FUGIDIO
Luz que vieste do oculto
Luz que cega sem brilhar,
Que convida a mar de amar
Maré negra de outro vulto.
Por que andaste no ofusco
Do meu sol de companhia,
Quando eu somente te pedia,
Essa coisa do amor que busco.
Fugiste. Eu vi, eu sei,
Porque por ela me dei,
Na noite longa que dormia.
Um sono de olhos abertos,
Como que a fixar a luz,
A tua, dos olhos incertos.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 06-01-2023)
LUZ
Que luz
Que tão tarde
Queres brilhar
Como fogueira que não arde
Na minha escura vida
Que até se me não engana
A amargura invertida,
Nunca soube que existias.
Falso reflexo
A querer alumiar
O meu espelho convexo
Em teus remorsos
Por expiar,
Nos meus derradeiros dias.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 29-04-2023)
LUZ PERDIDA
Tantos anos na escuridão,
Procurei um dia a luz
No túnel da ilusão,
O brilho que me seduz.
Fiquei cego na minha cruz
Da vida,
De tanto olhar sempre em vão,
A luz da minha partida.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 28-11-2023)
Existem três coisas que não se apagam:
a luz da consciência,
o fogo do amor,
e a força silenciosa do ser.
Não se vive pela metade
quando se ama por inteiro.
Não se alcança o eterno
com passos inseguros e coração alheio.
Meio coração
não ergue castelos,
não toca os céus,
não sustenta promessas.
A grama não fica verde sozinha —
é preciso regar.
O amor também.
É preciso cuidar, se doar, se entregar.
Seu amor.
Meu amor.
Nosso amor.
Não como dois,
mas como um só jardim.
Seja luz onde houver escuridão,
sorriso onde reina o silêncio,
abraço onde falta o afeto.
Leve esperança a quem se perdeu no caminho,
coragem a quem teme dar o primeiro passo,
e amor onde o mundo esqueceu de amar.
A vida floresce nos pequenos gestos —
e você pode ser o começo da mudança.
Luz de Mel, a Abelha Bailarina
No coração de um campo florido, vivia uma abelhinha chamada Luz de Mel. Ela não era a mais veloz nem a maior produtora de mel da colmeia, mas tinha um dom especial: sua dança.
Sempre que saía para buscar néctar, Luz de Mel voava com leveza, fazendo giros no ar, rebolando a cintura com graça e encantando quem a visse. As outras abelhas trabalhavam sérias e focadas, mas Luz de Mel acreditava que o mel ficava ainda mais doce quando colhido com alegria.
— Você deveria se apressar! — dizia a Abelha Rainha. — O néctar precisa ser colhido rápido!
— Mas dançar me faz colher com mais amor! — respondia Luz de Mel, girando no ar.
Certa manhã, uma forte tempestade se aproximou, e as abelhas correram para a colmeia. Porém, uma flor especial, chamada Flor do Sol, ainda não havia sido visitada. Seu néctar era raro e precioso, e sem ele, o mel daquela estação não teria o mesmo sabor.
Sem hesitar, Luz de Mel partiu em um voo ágil e gracioso. Com sua dança, desviou das gotas de chuva e dos ventos fortes, mantendo-se firme no ar. Quando alcançou a Flor do Sol, colheu seu néctar com delicadeza e, dançando entre os pingos da tempestade, retornou segura para a colmeia.
A Rainha ficou impressionada.
— Sua dança salvou nossa produção!
E assim, Luz de Mel provou que sua alegria não era apenas um capricho, mas uma força. A partir daquele dia, sua dança se tornou parte do ritual da colmeia, e todas as abelhas aprenderam que o trabalho pode ser ainda mais bonito quando feito com leveza e encanto.
Maturidade é
você continuar
achando a luz
do outro bonita.
Mesmo depois
dela deixar de
ilumina a sua rua.
Às vezes
não é poeta
É só alguém
que entendeu
que não pode
haver nenhuma
luz no fim do túnel
porque a luz é ele
Aproxima-se a luz
Que o mundo inteiro alumia,
Que cada pranto alivia,
Que cada passo conduz.
Eis o Natal de Jesus,
Mestre bom e companheiro,
Deus fiel e mensageiro,
Sem pecado, sem defeito,
O exemplo mais perfeito
Do amor mais verdadeiro.
NA BATIDA CERTA
Nossos corpos tocaram em sintonia
Tocaram uma sinfonia
Aquela noite, naquela luz
A partitura mostrava suas notas
Aquele dueto de dois corpos
Num tom que subia, ressoava
Ecoava
Por hora flauta, por hora tambor
Por hora gaita de boca, teclado
Soprava, aspirava
Tocava
Tocava, tocava
E o som acalmava e ensurdecia
Até chegar na barra dupla
Onde se acabava em uma fermata
Neste profundo abismo do sentir,
Onde a luz e a sombra podem se unir.
Amar é...
dançar entre risos e lágrimas.
É vida pulsando também em tramas trágicas.
Mulher combina com flor, pelo seu cheiro e seu amor;
Combina com luz, pelo brilho que produz;
Cheia de talentos e qualidades, dotada de força e vitalidade;
Transforma tudo com sua mão, conquista a todos com seu coração;
Sentimentos mais puros que transmite, não há nada que a limite.
“Sou a luz da minha escuridão.”
Não posso consertar o mundo, mas sei quem pode.
Ninguém vai me impedir de voar, mesmo na chuva, vou encontrá-lo.
Mesmo com os olhos fechados posso ver o caminho para acalmar meus sonhos inquietos.
luz lunar
força da noite e da madrugada
em um açoite com o dia
fostes o suor do meio dia
a poesia da pessoa amada.
pingos gélidos de dor
sucumbe a pena em vapor de esperança
da fonte pecaminosa do horror
renasce o amor e jamais se desmancha
pois o cemitério
da ilusão
é o mistério
da noite em oração
retidão e justiça
razão e luz
iluminação da vida
no contestar reluz
na faceira vontade de ser verídica.
Entre os embates revolucionais
nas disputas pelo amor-perfeito
o argumento ideal de forças virginais
perfaz a idiossincrasia do direito.
O sol desaponta por trás do mar e a luz se esconde na procela debaixo de um esplêndido luar, há águas, há horizonte, há lágrimas...
Chorarei por toda vida até que as águas de março inunda os meus mistérios e afogue um antigo amor em seus ministérios...
estarei a rezar em confissão por um amor vadio que conquistou meu coração.
LUZ PARDACENTA
o sono agigantou-se em um clarim sombreado pelas formas abstratas do ser e do sentir que transborda a nossa essência flácida e de glórias como o raio profundo da grandeza celeste sob o luar das estrelas e do consistório resplandecente da grande varonil, silenciosa e serena das margens de um rio calmo que vai escorrendo e vai escorrendo sem destino e sem a sombra do amor que vai-se e esvai-se ao acaso.
A noite lacrimeja de alegria o horizonte serenando a face da terra sob a fímbria de luz de um luar esplendoroso.
O acaso soprava favônios perfumados e o alvorecer prenunciava o amanhecer com seus raios dourados.
Os sonhos são estilhaços de luzes jogadas no firmamento feito estrelas nevoeiradas.
O silêncio da madrugada é a poesia suave de sua voz adormecida e os nossos mistérios trancafiados nas noites já esquecidas.
