Poesia de Filha Querida
Conversar com alguém diferente
É ter novos ares, é colorir a mente
É adrenalina de experimentar coisas novas
É fazer valer o agora
É criar doces lembranças, é dar risadas maravilhosas
É trabalhar o raciocínio de um jeito leve e simples
É expandir horizontes
É descobrir novos gostos, é sentir horrores
É idéias trocar
É compartilhar forças, conhecimentos e gostos
E tudo isso multiplicar
Conversar é uma montanha russa mental
Me diz, já percebeu como é incrível conversar?
Não nasci pequena e antes que me acusem de arrogância, digo: nem você. Todos nascemos com nosso tamanho bem formado, contudo nos fizeram crer que estávamos do tamanho errado. E agora, precisamos colocar toda a nossa humana versão real, exposta como se fosse loucura, como se fosse doença, como se fosse incomum. Mas não meus senhores, essa nossa condição, só se manteve escondida por nossa própria aceitação de coloca-las bem ali, debaixo do tapete para que pudéssemos nos encaixar aos poucos comuns que sequer suspeitam da sua própria loucura e acham que se esconder faz parte da normal e real postura.
Então, visto o tempo de incubação ou germinação, eclodimos, estamos paridos novamente, este ser estranho, aparentemente catatônico e sem cópia. Então, vejam bem, é hora de pôr à mesa a abundância encolhida e por isso, acolhida. Hora, senhores... de ver!
Ah senhores senhores, doce e ingênua versão. Hora de repaginar, mudar, transformar e arriscar... sair do berço e cair no colo da Mãe, Mulher, Preta, Pobre, Silenciada pela falta e pela arrogância do mundo de interpela-la como escória ou como se não fosse competente o suficiente para responder ao mundo. E olha ela aí, viu? Se não, volte de novo porque é agora senhores... hora de se rever criatura!
Kátia de Souza - 17/01/2022
Presentear alguém de forma imprevisível
Faz o dia de alguém ser mais cheio de vida e inesquecível
Pois essa pessoa vai se lembrar de você
E sorrir, por alguém lembrar dela
Ela vai se sentir tão especial
De um jeito que só quem viver vai saber
É fazer um dia normal
Se tornar interessante de um jeito sobrenatural
Ser gentil traz forças dentro de mim
E traria para a população também
Se tivessem coragem pra abraçar
Pra elogiar
Pra sorrir
Ser idiota
Eajudar
Coisas assim mudam muita coisa
E pro bem
Pena, que por ser simples
Não ligam
O simples é lindo!
Não é só porque não atende a sua expectativa
Que seja realmente uma porcaria
Se olhar com carinho
Verás como todo o mundo é maravilhoso
Como um sorriso
O melhor da música
É sentir
Como um lindo caos e loucura
Que passeiam como uma montanha russa
Dentro de si
A MENINA DE PALMARES
Havia uma menina
cuja infância se foi na cheia
afogada nas águas pretas
e escuras do Rio Una
Daqueles tempos molhados
carrega consigo meia dúzia de fotos
e os espaçamentos da memória
cujas lacunas completam o inteirar de sua história
Na inocência dos seus olhos
brincava com a farra das águas
assistindo do alto da casa que lhe era abrigo
junto com outras crianças que como ela
aguardava o retorno desalojado dos pais
Era uma infância úmida devorada pela fome da boca
inundada de dilúvios e pelo banhar selvagem do rio
Não nasceu dos ossos das costelas
mas da mesma argila e do mesmo barro que Adão
Por sobre as águas das chuvas e do lado
boiavam entre bonecas e tiaras
as sobras flutuantes de suas lembranças
e do vestido submerso de sua primeira comunhão
apenas sobreviveu o terço presenteado de sua mãe
No leito em que hoje dorme convivo com suas noites
e me banho todo dia me enxaguando
nos afetos encharcados dos líquidos
de seus mais profundos amores
A minha perspectiva de vida era poder estar sempre em sua companhia.
Acordar de dia abrir os olhos e sentir sua energia...
Ilusão, ilusão apenas ilusão...
Mera expectativa, essa minha de quer ter você como minha todos os dias.
Devaneio em meio a este anseio que castiga pelo corroer do desejo de um dia te roubar um beijo minha BOYZINHA.
Hoje são apenas desejos que se perpassam para além da fugaz paixão e se concreta no coração.
Quero aproveitar o ensejo dos trocadilhos entre desejo e beijo para deixar os outros desejos que o dia de hoje permite.
Verdade absoluta
Eu nem sei o que dizer
Estou sendo estreada de novo com você
Já te falei né? Então... Também to descobrindo coisas em mim junto contigo. Você é tão mais do que você imagina pra mim, que não tem idéia. Ahm
Eu acredito e vivo isso como se fosse uma verdade absoluta. De verdade.
Pode até ser que você desista ali na frente por milhões de motivos, mas uma coisa é certa, eu vou viver isso, viver você, viver nós até a última gota. Mergulhei.
Tu me convenceste a mergulhar.
Você é tão foda, tão importante.
Putz... Fora o amor.
Ainda tem o amor.
Você sabe disso.
Não morra agora, pode demorar mais uns 60 anos pelo ao menos... Será pouco, mas será um bom começo.
MARIA, O AMOR SEMPRE VENCE
(Livro: Amar Até Dizer Chega)
AMIGO OCULTO
Eu ainda tenho medo
As vezes me pego tendo medo de ser feliz
As vezes meu medo é que seja verdade, outras que tudo não passe de uma enorme mentira
Ahn...Eu queria...
Não. Eu quero. Quero tanto que me perco nos rios de sentimentos que brotam das nascentes do meu coração encharcado de sentimentos e de amor. Você nunca mais me escreveu. Você também já não me parece com tanta empolgação. Sim. Eu sei o quanto é terrível algumas coisas, mas o mais terrível é amor não correspondido. E vá por mim, disso eu entendo.
As vezes eu pego pensando se de novo vão desistir de mim, porque o amor é menos importante que as outras coisas. Não Tô dizendo que eu quero que fique por obrigação. Ninguém é obrigado a nada, muito menos aqui nessas bandas. TO DIZENDO EM LETRAS GARRAFAIS que O AMOR DEVERIA SEMPRE SER O MAIS IMPORTANTE, mas as vezes parece que não é, esse é o meu medo.
Já vi tanta gente desistindo do amor...só não gostaria de passar isso novamente. Entende?
Eu não pedi nada não. Eu parei de pedir ha muito tempo. Foi apresentado a mim, jogado na minha cara, eu só aceitei o presente, eu achei ser presente, eu espero ser presente. Se não o meu presente, ao menos o seu presente. Se não der pra duas pessoas saíram felizes desse amigo oculto, que pelo ao menos uma saia.
(Livro: Amar Até Dizer Chega)
raiz quadrada submersa
pela terra incandescente
a visão ardendo branca
pela multiplicação de raízes
em voo e luminescência
asas que alcançam
as minhas asas negras
incorpóreas, vítreas
engolidas, trituradas,
crisálida abortada
mariposa cega
sem voo
respiração
sussurro
cessação.
(Pedro Rodrigues de Menezes, “mariposa cega”)
cascalhos da manhã
Uma criança
brilha em meus olhos
e me sacode sempre
Inda tenho sangue quente
queimando tecidos em meu corpo
Inda sinto as dores da vida
sobre os cascalhos da manhã
Inda sou moço e tenho planos
E sinto amor ao olhar a lua
(do livro "Licença Para a Vida")
Texto inspirado na música Sozinho de Caetano Veloso
"Às vezes no silêncio da noite", a gente chora, a gente ri, agradece, ora, pensa, repensa…
"Às vezes no silêncio da noite", a gente pensa em desistir. Mas depois de tanta luta, não dá pra largar tudo e dá adeus aos sonhos.
"Às vezes no silêncio da noite…", a gente se decepciona. Lembra das amizades antigas, das novas amizades, das que deram certo, das que nem chegaram a ser amizade… das que pensamos ser amizade.
"Às vezes no silêncio da noite", a gente reconhece os erros. Relembra os acertos e rir de si mesmo pelas mancadas, dos micos que pagou…
"Às vezes no silêncio da noite", conversamos sozinhos: "tá vendo? Eu te falei… Você já disse isso para si mesmo? Eu já.
Ah! Às vezes o silêncio da noite é solitário, frio, melancólico, triste.
Todos temos o nosso momento de silêncio. Basta parar um pouco.
Quer saber? Parece triste. Mas no decorrer de um dia cansado, entre o deitar e o momento em que o sono chega, fique em silêncio. Fale com você mesmo. Fale com Deus. Ore. Agradeça. Peça. Seja forte. Faça o simples, mas o faça com vontade. E quando acordar, bem, aí é com você. Seja feliz. Boa noite.
As vezes
parece que nada sobrou
e
o que sou hoje
é apenas um sopro de
traumas, aflições
Me pergunto
como antes
me reconhecia,
como antes
tinha meu corpo junto da alma
como antes sabia
o que era no mesmo instante em que me via
Agora
me pergunto
“qual é essa tua nova versão de hoje?”
pois ao colocar meu olhar rente ao espelho
demoro para reconhecer as feições
de quem e̶s̶t̶e̶v̶e̶ está ali
Será que é
a mulher forte que tantos admiram?
a filha que sempre quis ser o sinônimo do orgulho?
a amiga gentil e companheira?
a irmã caçula que súplica por afeto?
a ex que deixou saudades?
simplesmente a mulher quebrada?
a romancista?
a força imbatível?
a intensidade?
apenas a casca do que um dia já fui?
Queria saber
qual a receita de me reconhecer
cara a cara
crua
nua
frente ao espelho
Talvez apenas procura
da cura
em meio a tanto desespero
mas permanecendo em frente
ao espelho
- o que vejo agora
Sorriso da madrugada
Eu olho para as paredes
E seus sorrisos perduram sem parar
A se eu pudesse, a seu eu quisesse
Me deixa mais uma vez, ver teu sorriso
Aquele da madrugada
Os lapsos de memória não param
E eles falam, dão meia volta
Se eu pudesse ver teus olhos de novo
Como naquela noite
Estava tudo tão lindo, tão agradável
Teu cheiro me confortava como uma canção
O luar brilhava
E a luz das estrelas fervilhavam,
Ao seu sorriso, teu sorriso da madrugada
Aquele tão puro que até eu caí em tua graça
Então por favor antes de ir embora
Me deixa mais uma vez, eu ver teu sorriso
Aquele da madrugada
"Bruxas são divas que se perfumam
Com essência de terra e canela
Que cantam e cozinham
Dançam e fazem poesia
Poucas vezes elas praguejam
Mas, quase sempre,
São incompreendidas..."
Exílio Nublado
O lençol me afaga a pele
Suave, mas é traiçoeiro
Ele me cura a angústia
Mas é na cura que ele me fere
E eu me levanto ao avesso
Triste, mas com esperança
De evitar o pedregulho
Que já me causou o tropeço
E eu insisto nas erratas
Ingênuo, mas já sabendo
Que o caminho que percorro
Já tem minhas pegadas
E eu não estou sozinho
Isto é, fora eu mesmo
E eu tento me abraçar
Mas eu sou só espinhos
O outono chegou!
E com ele, minha alegria...
Desculpe-me primavera,
mas é no outono:
Que meu jardim é poesia.
Não tem cor, aquele que já teve todas as cores;
Não tem sexo, aquele que já teve todos os sexos;
Não tem religião, aquele que já teve todas as religiões...
Não tem nome aquele que já teve todos os nomes!
As batidas do meu coração
pedem paixão
pedem desejo
querem emoção
ele não gosta do chato
e odeiam o parado
