Poesia de Desejo
Adormecer?
Perante as sombras e a quietude,
Quando o Sol se afasta e a Lua surge,
Eu sinto-me completo nesta plenitude,
O silêncio abraça-me e o meu ser abrange,
À medida que todos adormecem, eu acordo,
Esta é minha fraqueza, eu concordo.
Pela forma como corre a carruagem, a palavra tem pressa de chegar! Dentro dela, princesa ou vassala, senhorio ou o próprio cocheiro: há pressa em dizer. Arrancar dos lábios a vírgula que ficou presa no olhar, as reticências incômodas acorrentadas na boca, os pontos de exclamação entupidos nas vias nasais, a verdade neurótica e possessa atormentada no peito-masmorra. Enfrenta o barro escorregadio, enfrenta as árvores contorcidas na estrada, os bichos peçonhentos dotados de curiosidade, os labirintos dos lodos, a chuva, salteadores e serial killers, o breu da noite. Apressa os cavalos com com as chibatadas e beijinhos, atravessa pontes e Idades Médias. E chega. Ao Adeus de Teresa, à Musa encurralada no alto de uma torra, à hora íntima e fatal.
A palavra é o precipício para o inefável, a oportunidade do cego de atravessar a rua, o começo, o fim. Por ela, amores nascem. Por ela, Pandora morre. E, se carruagem faltar, a palavra voa: pelos ares, ondas, raios. Despesa é pra guardar feijão, arroz, lata de leite; relicário: joias; palheiro: agulhas. A palavra é bicho solto, leão, tigre, água, vontade que dá, passa e não fica.
Nunca
Nunca fomos realmente parceiros
Daquele tipo de casal que parece ser apenas um de tão conectado
Nunca me senti sua confidente e nunca senti que poderia realmente lhe falar tudo pelo qual vivi, pois muito tentei lhe falar e você nunca escutava
Nunca tive certeza do seu amor, pois gestos de carinho vindos de você sempre foram algo raro
Nunca me senti realmente desejada, pois para você a magreza sempre foi algo importante
Nunca me senti realmente parte da sua vida
Nunca
Sempre quis fazer dar certo
Sempre torci para que tudo mudasse
Sempre quis que realmente fôssemos uma família
Sempre quis o amor, a amizade e a parceria que nunca tive
Hoje me resta desejar...
Desejar que encontremos tudo isso junto a outra pessoa, já que não consegui nada disso junto a você
Gosto quando me enches
O corpo de desejos
Amo, quando me enches
A alma de sorrisos
Adoro, quando me enches
O coração de felicidade
CAMINHO
Caminho pelas ruas do esquecimento
No chão onde me deixaste perdida
No sabor orvalhado de estrelas
Para beijar-te com a poesia na boca
Para contar os sonhos que por ti criei
No tempo em que o tédio fugia de nós
E os teus olhos cobriam-me da noite
Neste caminho de pedras que submissamente
O teu corpo me tapava com flores
Para caminhar pelas pedras onde deixei
A minha alma, pois o coração contigo ficou
Para amar-te se me deixares.
Cercada de amigos,
Eu nem existo;
No fundo do poço,
Eu sou um bom moço;
Em distração,
Não tens coração;
Mas na solidão,
Tu queres minha mão;
Acompanhada,
Não queres nada;
Num abismo profundo,
Tu queres o mundo;
E se não tens ninguém,
Me queres também;
Mas se já tens a tudo,
Me fazes de entulho;
"O orgulho".
Interdição
Triste é o sol que não me aquece a pele;
O amor que não atravessa a ponte;
O olhar que só se vê ao longe;
O abraço que não chega na gente.
Triste é a alma que não sai nas palavras;
O sentimento encerrado em silêncios;
Triste é o não que não vira palavra;
A solidão em sonhos tão vazios.
Triste a devoção que domina os loucos;
Um Deus que dá a felicidade a poucos;
Triste a fantasia de dizer que se vive
quando, na verdade, sempre se esteve morto.
Bruno Ramos - Conceição da Barra, ES
28/05/2018
Não reprimo meus desejos,
Não aceito na minha vida, uma vida mais ou menos,
Sou mulher, forte, segura, sei o que quero...
Quero sentir tudo que posso e quero...
E qdo quero, posso...
NÃO
Não desistas de mim
Para que eu possa enterrar
As sombras, os medos
Que tanto me atormentam
Não desistas de mim
Para que tente agarrar todos os sonhos
Que há tanto deixei de sonhar
Não desistas de mim, por favor
Preciso de retomar o vôo
Que deixei a meio
Porque sozinho
Tenho medo de não conseguir
Não desistas de mim
Tu sabes porque eu te amo.
O TEU OLHAR
O teu olhar é uma flor
Num deserto de dunas
Onde o teu corpo
Ficou ancorado
Nas lembranças
Por florir
Das saudades
Dos teus beijos
Do teu despertar
Dos teus afagos
Que eram o perfume
Que alimenta o meu jardim
Para florir de felicidade.
CASTIGO O CORPO
Castigo o corpo deste meu desalento
Não há quem saiba do que me consome
Dores que me castigam a alma já ferida
Sofro deste mal que ao desespero me leva
Neste vazio em que me encontro tantas vezes
Sem saber porquê, que me reduz a nada
Que me emerge nesta solidão, que me seduz
Como um louco para me ofuscar nesta luz
Que me tolha a visao, faz-me andar na escuridão
Onde bebo deste maldito veneno que a vida dá
Num desespero que me conduz a tentar morrer
Para voltar a nascer, florindo como uma flor
Nas saudades de ti, sim de ti amor.
BEIJA-ME
Beija-me com a doçura
Como se fosse a primeira vez
Beija-me com a paixão
Como se fosse a última vez
Beija-me como quiseres
Sem medo de me perderes
Mas beija-me com desejo
Nem que seja em pensamento
Beija-me a cada segundo
A cada hora da tua vida
Beija-me com os teus lábios
Desejosos de tanto prazer
Beija-me no silêncio desta noite
Mas beija-me com corpo e alma
SINTO FALTA
Sinto falta de me perder
No calor do teu beijo
Que seja capaz de incendiar
Todo o meu desejo
Sinto falta de sentir
O toque da tua mão
No meu corpo
Sinto falta dos teus olhos
Que me olhes com paixão
Que me faças sentir
Como ainda sou desejada
Sinto falta de um abraço
Que me console
Que me faça sentir
Que sou a única
Sinto falta de ti
De tudo que é teu em mim.
O VERSO
O verso fechado entre as pernas
De mil chaves, de mil portas
No inferno em labaredas quem sabe
Ou nas mulheres da rua que sofrem
Com os clientes mal amados
Entre os nervos dos poetas em verso
Mulheres mal faladas da torre de babel
Pela poesia desgovernada de esferas
A poesia é uma casa de formada gente
Talvez seja quem sou eu para desmentir
Nos sonhos fatídicos de todos os poetas.
CHÃO E MESA
Não gosto de amores assim
Comidos de garfo e faca
Pelas beiradas
Degustados em pequenas porções
Muito menos de amores frios
Que ficam no canto do prato
Já não descem na garganta
Nem pode ficar pra amanhã
Gostosos são aqueles comidos como fruta
Arrancados do pé ou pegos no chão
Mordidos com vontade
Que escorrem pelo canto da boca
TRAGO
Trago nos lençóis as cinzas
Que deixei fugir de mim
Água de lágrimas em sangue
De secos espinhos feridos na pele
Entre o limbo de um beijo molhado
Foge-me a insurreição das ondas
Neste pecado de morte a minha
Nos fincados silêncios estes
Que envelhecem a alma
Com saudades dos teus lábios, de ti
No calor dos nossos corpos
Quando numa luta de morte
Nos entregamos ferozmente.
Novamente você ousou me dizer que é todo meu em alma e corpo. Dona do seu coração e do seu destino. E que o impossível não existe e fará de tudo para viver comigo, para sermos um.... Disse que me tem em seus pensamentos todos os dias e como cirurgião tem até receio disso distrair sua mente...
Que imagina acordar ao meu lado e me desejar ainda mais... Que não imagina sua vida sem mim... E eu não sabia o que dizer!! Porque ele roubou todos os argumentos que fazem de um relacionamento de amor entre duas pessoas a coisa mais maravilhosa do mundo. Então eu respondi a verdade: eu nem sei o que te dizer...
Tremi com tamanha responsabilidade em minhas mãos. Se é totalmente verdade é difícil saber, e mais difícil ainda não querer acreditar. Meu desejo é realmente podermos nos encontrar. Olharmos nos olhos e manter o olhar até chegarmos às mais profundas intimidades que um olhar possa mostrar. E aí as verdades encontrar.
Na imensa partitura do azul do céu,
escreverei notas musicais com estrelas e pedirei ao vento que sopre a melodia até você, levando meu desejo de felicidades...
UMA FLOR E UM CORAÇÃO
Na rama de batata eu vi
Uma flor é um coração
E pelo meu amor eu senti
Um desejo e forte atração.
NUM MAR 🌸
Num mar de despedidas
Folhas tristes à minha porta
Nos pássaros já feridos
Eu serei mais uma mulher
Que anda sem pressa da idade
Vou deitar fora o meu mau humor
Para não me ferir mais no próximo
Amanhecer que estaremos juntos
E quando a loucura chegar, se chegar
Que não me traga mais solidão
Vou deixar voar as minhas borboletas
Sem perder uma simples lágrima
Entre as palavras vazias
Onde darei grandes gargalhadas
Nas folhas perdidas no outono
Pois estaremos juntos quando amanhecer.
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