Poesia Curta
SEGUNDO HEXÁSTICO
onde está o pão da vida?
— no sacrário do si mesmo
tu somente és único verbo
hóstia que se dá de si
e sendo da cruz do madeiro
o único cristo a resistir
TERCEIRO HEXÁSTICO
vida de infinda busca eterna
venturosa… enigmática… é
fio de navalha… é mágica
nada quer do morto passado
nada espera do futuro
dela sabe-se só o presente
QUARTO HEXÁSTICO
esquece a glória prometida
vaidade é tesouro pobre
resiste só ao instante fátuo
sucesso luta nobre é
revela assim sabedoria
sagrando a alma da poesia
QUINTO EXÁSTICO
não revela à toa o teu segredo
guarda-o no baú da tua razão
melhor não saberem dos medos
assim não te imporão degredos
falsos demônios anjos são
todos parados nos umbrais
SEXTO HEXÁSTICO
eis-me aqui sujeito póstumo
zumbi de deambulações
aedo de poemas tortos
catando esmos corações
ditirâmbico sem o báquico
hino para minhas orgias
SÉTIMO HEXÁSTICO
líquidos eruditos vãos
velhos discursos si produzem
ágoras de sós volatizam
logos e verbos pós-modernos
etéreos assim conduzem
infernos campos niilistas
OITAVO HEXÁSTICO
poetas líquidos não enformam
voláteis são vãs plantações
semeadas em campos estéreis
espigas de milhos sem grãos
debulhadas não dar para o pão
não mata a fome de inférteis
Os meus sonhos guardam poemas
os meus poemas guardam saudades
As saudades são dilemas
os meus sonhos, tempestades...
NONO HEXÁSTICO
brisa cálida… envolvente
afasta de mim esse cálice
nunca mais o beberei
jamais quero a embriaguez
soberbia e sucesso vãos
póstumo caminho eterno
DÉCIMO HEXÁSTICO
desejo é toda potência
motor de toda existência
valor supremo dessa vida
intrínseco da natureza
convenções jamais o impedem
sagrado faz-se eterno verbo
DÉCIMO PRIMEIRO HEXÁSTICO
a dor me cobre a ossatura
invade a carne de tod’alma
s’instala na tumba da carne
alimentando pensamentos
desconstruind’identidades
valores morais sedentários
Queria te fazer feliz, mas talvez eu suma
queria te trazer pra mim, mas eu nunca trago.
lembro de você sempre que eu fumo, é que você era quente igual a ponta do meu cigarro.
E some do pensamento sempre depois do ultimo trago.
DÉCIMO SEGUNDO HEXÁSTICO
Onde some o ser humano
resta tão-somente o homem
prisioneiro do si mesmo
fluídico e sem forma própria
agrilhoado à sua caverna
é sombra sem a luz do dia
Já na minha alma se apagam
As alegrias que eu tive;
Só quem ama tem tristezas,
Mas quem não ama não vive
De Saudades vou morrendo
E na morte vou pensando:
Meu amor, por que partiste,
Sem me dizer até quando?
DÉCIMO TERCEIRO HEXÁSTICO
não bastais com incompetência
até quando há de sangrar
a miserável paciência
manada rum’ao precipício
metadestino imanente
glória do rei concupiscente
Foi amando que encontrei as respostas tormentosas, duras, gélidas, injustas mas necessárias.
Amando intensamente desisti daquilo que era inútil e que nunca seria realidade mas tudo isso se alcança, amando.
DÉCIMO QUARTO HEXÁSTICO
o discurso e a modernitude
túnicas de líquidas almas
escarros de um mesmo beijo
adubam todas mentes dóceis
sombras eternas do humano
presas na tumba do decano
Na vida, a cada passo, passo,
presa ao caminho, feito nó,
na esperança, sem desfazer o laço
pois é sabido que o fim é o pó
Passo e volto e tenho pelo passo, apreço,
vivendo sempre a crença dos felizes,
sem pressa, buscando o que mereço
mesmo que alguns passos levem a deslizes
"Me sinto livre nos corações das palavras, nelas, cada batida descongestiona as vias das linhas, dando a cada ponto final, um novo começo, e a cada vírgula, uma pausa que faz andar a vida".
Gleydson Sampaio das Neves
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