Poesia Completa e Prosa
Pensamentos
"Acho que escrever sobre meus sentimentos é algo muito contraditório. Nunca me sinto da mesma forma, sei apenas que existe dentro de mim uma dor imensa que me corrói e me deixa incrivelmente cruel. Essa sensação de estar morrendo pouco a pouco a cada dia que passa me deixa solitária. Me vejo como se estivesse completamente, totalmente e inteiramente sozinha; nem meu coração se encontra mais aqui, ele acabou se perdendo pelas inúmeras vezes em que foi quebrado em pedaços. Eu gostaria de acordar amanhã pra voltar no tempo e nunca ter te conhecido, mas sei que me arrependeria pois você foi a melhor coisa que me aconteceu; e a pior, também. Não, você não sabe como me sinto. Você não imagina como sinto-me pela metade, logo eu, que sempre fui tão inteira... Perdoa se te cobrei tantos pequenos detalhes, porém esqueci de avisar-te que sou movida a estes, que são os mais sinceros. E, sim, adoro coisas sinceras, simples e minúsculas, aquelas que não conseguimos enxergar, apenas sentir. Com todas as forças que ainda me restam, eu te amo. Por todas as lágrimas que escorrem pelo meu rosto nesse exato momento, eu te amo. Ignorando cada defeito e erro bobo cometido que me fizeram vários buracos até que eu me destruísse por completa... É, eu te amo. Nunca poderei explicar-te o porquê ou dizer-te até quando, somente sei que mesmo sendo como um puro paradoxo, o sentimento que sinto é completo, único, certo e verdadeiro. E também sinto-lhe informar que desisto de você, mas que ainda te amo."
Cesar
"Cesar, você me feriu.
Agora terei de procurar outros derivados para me afogar,
já que os Maurícios foram embora,
os Vinícius preferem ficar sozinhos
e os Eduardos gostam de rapazes (às vezes).
Terei de procurar outros mares em vez desses rios rasos que caí indo te procurar... E de preferência com um Caetano ou um Moraes de salva-vidas.
Cesar, você me partiu.
Agora tudo que me matou quando te ouvi, fez-me sentir mais viva...
mas nem por isso fui atrás dos Rafaeis ou dos Brunos
pois só o seu nome composto, Cesar, me fazia mergulhar em qualquer dicionário.
Cesar, amo-te tanto...
E um segundo sem um beijo seu
é um ponto novo que eu costuro no peito.
Cesar, você faz falta.
Agora qualquer livro de história que eu abro,
eu te vejo.
Sejam títulos os Júlios ou os Caesares
todos sempre me lembram você.
Sejam próximos ou com acento
todos sempre me lembram você.
Caesar;
César;
Cesar."
Desfoque
Ele me faz perder o fôlego e o foco.
Minha visão nunca esteve tão danificada
nem meus lábios tão felizes.
Ele é o meu pecado mais perigoso
e o meu erro mais gostoso.
Ele me deixa com a melancolia profunda
de uma noite inteira aguando
vontade e saudade.
Ele juntou todos os meus cacos
e reconstruiu só a metade
para que enfim, de mim, o que sobrasse,
ele completasse.
As estrelas sempre observam!
Um segredo: eu sorrio com teu sorriso, fico estático, concentrado no momento em que seus olhos se apertam e seus lábios se esticam, é o mais lindo que eu já vi, daí eu me perco num limbo criado por sua presença.
O meu mundo vira espaço vazio que só se preenche com tua imagem. É onde eu quero morar, neste ambiente de amor.
Se para isso eu precisar retirar a lua do céu e dela fazer um abajur de canto para seu quarto, ou viajar milhas só para dizer que eu estou ao seu lado, eis que faço, fiz e farei até que não haja mais espaço no tempo de vida que, como uma expiração, se esvai quente e lentamente.
Não há dúvidas dentro da certeza incerta que se instaura dentro do meu espírito que eu te amo! Até quando eu não quero, eu te amo! Até quando eu não deveria, eu te amo!
Belas palavras nem se assemelham ao cintilar estonteante da sua forma, maravilhosa forma, forma de pensar, de agir, se estar, de ser, de querer, de me querer, que de tanto que me quis, um dia, me teve pela eternidade.
DEGRAUS DA DISCRIMINAÇÃO
Discriminação, não é só...
A cor da pele e sim! A falta de amor...
A falta de amor para com os de profissões,
ingênuas... Incluindo nesse quesito; até
mesmo os nossos professores e outros.
A discriminação hoje abrange a falta
de amor para com, os de posição social e
financeira, fisiológica e espiritual e até
mesmo, a falta de amor para com o lugar
em que se nasce, vive e reside.
A discriminação hoje além de premiar a cor,
a posição social e a profissão...
Como se fosse uma peste! Ela se alastrou-se
infectando o ar e ao amor para com os seus,
moldando-se ate mesmo, entre parentes.
Ouve um tempo em que a discriminação
era pregada somente aos de cores escuras
hoje a discriminação alastrou-se, vive sem
cura... Abriu as portas, agregou-se as ruas,
aos quintais e aos jardins aos bairros aos
lugares e as moradias diferentes das sua.
Hoje se discrimina profissões, posição social
e financeira, aos rudes de entendimentos
e até mesmo aos de deficiência sociológica
e física.
A discriminação hoje, se perdura em
seu reinado, chibatando os ingênuos de
poder social, profissional e financeiro...
Toda poderosa e dona de si, espalha ordens
sobre os olhos e olhares d'aqueles que
ávidos de visão, estão sego para com o
mundo intercalado na diferenças social,
profissional e racial.
Antonio Montes.
" E o céu virá sobre nós,
tanto que ficaremos mudos,
e suas cores serão rosas e flores
imensos jardins
brotarão beijos
como brotam querubins
não mais haverá dor
pois o amor contemplará toda face
todos sentirão o perfume
e o aroma da existência
e não haverão guerras
os homens sentarão à beira dos abismos
e não temerão
as mulheres herdarão toda beleza
cada qual com seu tipo
ninguém dirá que é o fim
pois o amor será a certeza
nos próximos dias ...
A casa das memórias
(Victor Bhering Drummond)
A velha casa ainda estava lá.
Preservando memórias, mistérios
E provocando medos.
Eram só retratos na parede
Pinturas e rabiscos na alma
Incapazes de fazer mal a nenhuma
Criatura sequer.
Abri a porta, senti o cheiro das coisas guardadas.
Sentei no sofá; voltei nos anos
E encontrei a festa do dia do batizado
Sendo celebrada novamente
Nas sala do meu coração.
(Outono no Sul - Registros de uma Casa Velha, 2017)
Eis que o sol já adormece.
E a lua, ainda que singela, exibe sua beleza.
O dia que se foi, a noite que chegou.
As horas se passaram,
E a vida continua com seu lindo espetáculo...
E a lua? E essa lua?
Tão minha, mas de todos nós.
Tão pequena e singular,
Mas amplamente magnífica e esplendorosa.
Essa lua...
PEDIDO A UM SABIA
Sabia que canta tanto
o seu canto de encantar
após seu breve encanto...
Faz balanço em seu canto
e encanta com seu voar.
Sabia... Ensina-me amar?
Assim com esse cantar seu
que sempre meigo a escutar...
O cantar da natureza
a dadiva do nosso Deus.
Faça com que eu ouça
as verdades do nosso mundo
não me deixe tão ateu.
Ah, quanto ao belo timbre seu...
empreste-me por segundo
para encantar o mundo meu.
Eu preciso cantar o amor
com as cordas vocal da vida
semear jardim com flor
surripiar toda grande dor
de uma raça tão querida.
Antonio Montes
AFIADA
A sua conversa fiada,
não fura
e com esse enredo
cheio de cantos...
Não esta tão afiada assim.
Por tanto, não corta nada,
em vez de lamina...
Poderia ser uma espada.
Espada com encanto,
que talha, farfalha
e que faz pedaços,
causa pranto, espanto
como navalha.
Antonio Montes
ÁGUAS DE CHUVAS
Águas de chuvas
que caem em março...
Faz calhamaços nos maços;
mata a sede na rede
e revigora as cores verdes.
Aproveite o jato, d’água
que não voa, mas esta molhada
molhando tudo, molhando a taipa
para construir a casa
singela, amassada e talhada
para a sua amante amada.
Águas de chuvas
despencando sobre o morro
psiu! Socorro!
Entupimento de bueiro,
meu Deus! Será que morro?!
Águas de chuvas
desaguadas das represas
para nadar, á Teresa
expondo felicidade plena
no calor da sua mesa
águas de chuvas de março
que mormaço!
Que beleza!
Antonio Montes
AMANHECER DA PRECISÃO
Logo sedo nas cidades
passa passos invisíveis
dotados de necessidades.
Passam com, precisões incríveis
tristezas e felicidades
vão penando nas verdades...
Uns passos carregam lagrimas
outros carregam esperanças
e tem aqueles das saudades.
Tem os passos do padeiro
jornaleiro e o senhor leiteiro
pelas orlas da intensidade.
Vão espalhando as noticias
que pelas sombras da catingueiras
seguem com velocidade.
Antonio Montes
O MEU CALAR (soneto)
Solidão arde tal qual fogueira acesa
É como em um brasido caminhar
Perder-se no procurar sem se achar
Estar no silêncio do vão da incerteza
O que pesa, é submergir na tristeza
Dum incompleto, que nos faz cegar
Perfeito no imperfeito, n'alma crepitar
Medos, saudades... Oh estranheza!
Tudo é negridão e dor, é um debicar
Rosa numa solitária posposta na mesa
É chorar sem singulto e sem lacrimejar
E se hoje o ontem eu tivesse a clareza
Não a sentia como sinto aqui a prantear
Teria a perfeita companhia como presa!
Luciano Spagnol
Final de novembro, 2016
17'00", cerrado goiano
VICISSITUDE
O canto parou no ponto
tanto encanto, não encantou!
Lagrimas cairão em planto
pelos canto de tanto amor.
Uma fada ao onipresente
nas redes de tantas telhas
chamas, inflamam inocentes
crepitando suas centelhas.
Carreira estacionou na talha
um curto prescrevendo o tempo
escrevendo mais uma falha
surpreendendo os sentimentos.
O choro rascunhou a marca
registrando o cruel momento
deitando os sonhos nas macas
de um terrível descarrilamento.
Antonio Montes
DISSOLUTO
Ali na lapide, um vigário
que pelo carteado do um mundo
foi enterrado, e nunca vingarão.
Estamos vivendo um jogo de favas
todavia, ganha os donos do baralho
imperadores podres e reis das cartas rasas.
No tempo, estão comprando o falho
ninguém, ninguém é dono de nada
estamos pagando a tinta dos entalhos.
Vivemos, milênios de ignorância...
hoje, cobram-nos pedágio do imposto, posto
e os roubos que nunca tivemos gosto.
Todavia a primavera renova os galhos
mas os frutos continuam, mesmo sabor
a misera na UTI, agonizando com a velha dor.
Antonio Montes
ANCORA DA SAUDADE
Lá vem no mar à caravela
na praia a saudade d’ela...
Salta brilho no olhar.
As ondas, balança a ânsia
esperança torna-se pujança
diante de tanto amar!
À vontade éâncora no peito
os ventos arrastam sentimentos
que voam além do mar.
Momentos, perde-se no labirinto
o tinto do luar em noite cheia
de amor em meio às areias...
são lagrimas de um chorar.
Antonio Montes
NÃO QUERO FLORES
Flores ao morrer?... Não!
Eu não quero flores ao morrer
morto não poderei sentir perfumes
muito menos ver
Se não pode me mandar flores...
Enquanto vivo morto... Pra que?!
Flores e sorriso?
Sim, sim eu preciso
... Preciso enquanto estou vivo
Morto não terei alegria nem prazer
também não poderei agradecer
então não!...
Eu não quero flores ao morrer.
Antonio Montes
AO LÉU
Um choro na noite
no amontoado lixo
um cão, há se fosse...
Seria um feitiço?
Apena um inocente
para a morte jogado
atirados aos braços
de uma vida um fado.
Nem sabe ao que veio
e o que fazer agora
sobre frio e reio
sua alma triste, chora.
Não conhece o mundo
nem os beijos gerado
ao nascer por segundo
teve o peito minguado.
Antonio Montes
VERÃO NO CERRADO
Um vento seco, no sertão ressequido
Mas, o céu está úmido, está aquoso
As nuvens cavalgando no azul vívido
As aves (andorinhas) num voo gostoso...
Pontilhando o céu com o seu colorido lívido
Ao som das cigarras num canto preguiçoso
É o verão dando as caras no cerrado árido...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
PASSADOURO
Minha chave não trinca, as trincas do aqui
pois no buraco de trincar, não pode abrir,
se a minha chave trincasse, as portas de mim...
Talvez o mundo falasse antes do meu partir.
Mesmo assim, vou levar as chaves por onde ir
tentarei, abrir portas, caminhos, aonde andar
se nos riscos da vida eu não saber discernir
então saberei, que na verdade, não sei amar.
A minha chave, foi feita para abrir a solução
com ela quero abrir, os portões do jardins florido
se lá eu não encontrar a flor do meu coração...
Então saberei que vivo no mundo de atrevido.
Abri noite, porta da lua e as janelas das estrelas
o eco escuro para o urro do lobisomem passar
abri, meu sorriso de sentimento para vela
e o jardim do meu perito, para viver e te amar.
Antonio Montes
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