Poesia Carinho Machado de Assis

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Primeiro me inspirei depois parei e pensei
Sentei e analisei, imaginei e anotei
Apresentei o que citei, cantei e gravei
Não falhei pois ensaiei, bem sei pois decorrei

Não plagiei criei, não cabulei, me preparei
MTA se intitulei e ao público me revelei
Se exagerei não notei, se errei melhorarei
Escorreguei e me levantei, não parei, abrandei

Não terminei pausei, um ano teorizei
Superei e retornei, trabalhos mostrei
Abandonos presenciei, desesperos notei
De grupos me divorciei, Hip Hop a sério levei.

Estúdios dispensei, no quanto improvisei
Com micro e fones que comprei e Samplitudde que baixei
«Mixtaps» compilei, lancei e divulguei
Rádio não precisei, TV nunca pisei

A escrita me viciei, a crítica me dediquei
Esquema rimático abracei e por inteiro me entreguei
Igual a mim procurei e nunca encontrei
Individualismo apostei e minha carga puxei

De desafios participei, fui derrotado e derrotei
Em locais onde passei, aprendi e assimilei
Sempre falei tudo que investiguei
E tudo que apoiei, sem abusar a lei.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Pessoas quietas têm mentes barrulhentas
Pensamentos rápidos, com palavras lentas
Por fora são flácidas, por dentro violentas
Até prova do contrário não são rabugentas

Discordam das ideias que vão contra seus ideais
Não são manipuláveis como as pessoas normais
E apesar de acreditarem que viemos de animais
São meigos e simpáticos para com os demais

Ignorados, destratados, representam a minoria
Os super-dotados, a maioria com miopia
Conhecedores devotados no cultivo da sabedoria
Observam calados a vossa hipocrisia

Autores de teorias, trovadores de poesias
Maestros de sinfonias, destros em filosofias
Conversadores versáteis pela bagagem de conhecimento
Quando olham uma parede, veem além do cimento.

Com a «caixa do pensamento» decifram as equações
Que se encontram ao vento, em sucessões
Antecipam um evento, em casa de calções
Fazem o devido reconhecimento e os planos de acções

Não creem em deus nem em contos de fadas
Apostam nos seus familiares e bradas
Praticam o bem, a troco de nada
Diferente de quem espera por palmadas

Mulher..., não é o que parece
Acham que não quer, que ninguém o merece?
Enriquecer, envelhecer, sozinho no estresse
Adoecer e depois morrer, não, ninguém merece

Ser igual é chato, ser diferente é duro
Dou por mim estupefacto, encostado no muro
Pelo simples facto de instruir um burro
Ser ignorante de facto hoje em dia é mais seguro.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Quando o receio supera a atitude de agir
O Homem se distancia da meta a atingir
Daquele sonho risonho começas a desistir
Ficas no chão a reflectir e não consegues discernir

É o medo da responsabilidade que está a surgir
Se apegas a mocidade, mesmo ciente da realidade
Que esta acção da verdade só te vai deprimir
A frustração consumir a cada ano de idade

Crescer meu mano não é fácil para ninguém
E abster-se do plano, não é solução também
(Depender do Pai ou mesmo do Tio?
Dar despesas a Mãe por medo de encarar o desafio?)

És uma pessoa adulta andando em rodopio
Sem plausível desculpa a este vício doentio
Mano a vida é luta que se trava dia a dia
Aposte na labuta, conquiste sua autonomia

O Homem não se define pelas velas que soprou
Pelos planos que traçou ou metas que alcançou
O Homem é ser sublime nas decisões que tomou
Nas batalhas que travou e nas pessoas que inspirou

Nascer para Morrer a vida são dois dias
O destino é único mas, muitas são as vias
Derrotas e quedas, tristezas e alegrias
Fazem parte da caminhada se é que tu não sabias.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Mal, afinal quem é o Pai desse mal?
É o ser transcendental ou o animal racional?
O diabo decerto é a opinião global
Um tal anjo esperto, governante universal

Censo comum é a ponte do conhecimento actual
Eu não creio em dogmas acredito na moral
O dogma é veneno da potência intelectual
Única certeza trivial é que o mal é real

Ausência do bem, insatisfação da conduta
De alguém para outrem, com ou sem desculpa
O mal é histórico, nascido da labuta
Arquitetado pelo homem, o mal reside na disputa

Homem transfigurado em animal selvagem
Facto mais que consumado, não se trata de miragem
O fim é justificado pelo meio que é usado
Mesmo que o resultado prejudique o irmão do lado.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Supondo que Eva e Adão foram nossos ancestrais
Ignorando a evolução, ideia que viemos de animais
O homem como pensamento evoluiu até demais
Multiplicando o conhecimento até aos dias actuais

Da palha ao cimento, das pedras aos metais
E todo aprimoramento de outros materiais
A exploração das plantas para fins medicinais
O controlo do vento e outros ecossistemas naturais

Tudo parece uma beleza ao olho desatento
Mas a Mãe natureza acha o homem violento
Pela nossa destreza em quase todo evento
Que expeliu muita tristeza até o actual momento

Evoluímos na tecnologia através da ciência
Esquecemos da sabedoria que é a verdadeira essência
A real primazia que daria sentido a existência
Se não fosse pela hipocrisia que reprimiu a consciência.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Existo e sou real não me descrimine
Acelero a morte de quem não se previne

Sou mortífera, criação da ciência
Carnívora, tiro-te a existência
Não tenho estrutura, não tenho aparência
Não tenho moldura, não tenho clemência

A escala decimal, reduzo sinais vitais
Responsável desse mal
Transforma vidas em restos mortais.

Existo e sou real não me descrimine
Sou mais penal que qualquer crime
Te agrado, sou o pior veneno
Se propago e ganho mais terreno.

Existo e sou real não me descrimine
Sou mais penal que qualquer crime.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Eu não nasci assim estranho como sou
E não culpo a mim ou quem me criou
Sou fruto da sociedade ela que me moldou
Na busca de integridade que a mesma rejeitou

Por mais solitária que seja minha pessoa
Um tanto arbitrária, céptica que até enjoa
Preciso de companhia, além do meu ego
E procuro dia a dia, a falsidade não me entrego

Pois viver de aparências e não ter identidade
Convergem na mesma triste realidade
Fingir gostar e ser só para ser aceite
Digo: não é viver quero ser diferente

Apurado ou não seu campo de visão
Aparência é ilusão, obstrução da percepção
De conhecer o que é, além da configuração
Exterior que também, é uma distorção

Serei o que quero (eis o cerne da questão)
Opinião nem espero para saber que é enganação
C.D.F. (cabeça de ferro), que seja isso então
Ao menos me venero quando rejeitado na nação

Diferente de vós, ó fracos de coração
Que procuram aprovação, de quem vos pisa sem educação
Estúpidos sem noção, aparentam o que não são
Carentes por atenção, marionetes da globalização.

Todos sentimos a necessidade de se enquadrar em um grupo social, que partilha das mesmas ideias que as nossas. Quando somos rejeitados a primeira, por vezes vestimos máscaras só para sermos aceites. Vivemos de aparência para agradar a terceiros, não queremos ser vistos como estranhos. Mas eu digo, ser estranho é ser diferente, e ser diferente num mundo de iguais, é o que nos torna especiais.

Inserida por LJ_Nhantumbo

De oitenta e um à noventa e um
Foram dez anos que não houve jejum
As mentes trabalhavam, reportavam o que importava
Se inspiravam no que observavam, educavam quando repavam

As cabeças abanavam ao «boom-bap» que tocava
Os ouvintes imitavam o artista que apresentava
Na rua, no palco, onde quer que se encontrava
Ao sol, a lua, o MC improvisava

Sem receio ou censura, a alma se libertava
Nascia assim a cultura que a negritude representava
Quatro pilares na estrutura, era tudo que suportava
O B-Boy que dançava, o DJ que tocava

O Grafiteiro que pichava e o MC que apresentava
Época de ouro passou, o Hip Hop se desintegrou
Individualismo se alastrou e a cultura declinou
Fedelhos invadiram, a internet ajudou
Entre eles competiam, pela imagem, pelo flow
Os puros assistiam no que tudo se tornou
Alguns desistiam outros tantos se vendiam
Ramificações surgiam mas o underground não abalou

Equipados de dom, consciência e competência
Guardiões do nosso som, resistiam as tendências
Criticavam os que não entendiam, elogiavam os que sentiam
As raízes que fortaleciam e impediram a decadência.

Inserida por LJ_Nhantumbo

Não sou de brincadeira
nem muito forte e nem tão fraca
seilutarà minha maneira
não dou murro em ponta de faca
Não sou tímida e nem ousada
sou real e sou do bem
um pé na nuvem e outro na estrada
o caminho conheço muito bem
Gosto de aprender sempre nova lição
ensino também o pouco que sei
respeito e ser respeitada faço questão
e dessa forma até meu fim viverei

Inserida por neusamarilda

A cidade movia-se como um barco. Não. Talvez o chão se abrisse em algum
lado. Não. Era a tontura. A despedida. Não. A cidade talvez fosse de água.
Como sobreviver a uma cidade líquida?
(Eu tentava sustentar-me como um barco.)

Inserida por pensador

Os marinheiros invadiam as tabernas. Riam alto do alto dos navios. Rompiam a
entrada dos lugares. As pessoas pescavam dentro de casa. Dormiam em
plataformas finíssimas, como jangadas. A náusea e o frio arroxeavam-lhes os
lábios. Não viam. Amavam depressa ao entardecer. Era o medo da morte. A
cidade parecia de cristal. Movia-se com as marés. Era um espelho de outras
cidades costeiras. Quando se aproximava, inundava os edifícios, as ruas.
Acrescentava-se ao mundo. Naufragava-o. Os habitantes que a viam
aproximar-se ficavam perplexos a olhá-la, a olhar-se. Morriam de vaidade e
de falta de ar. Os que eram arrastados agarravam-se ao que restava do interior
das casas. Sentiam-se culpados. Temiam o castigo. Tantas vezes desejaram
soltar as cordas da cidade. Agora partiam com ela dentro de uma cidade
líquida.

Inserida por pensador

Não temos uma arma apontada à cabeça,
dizias-me. Mas era impossível que não visses,
impossível. Eu ao teu lado com aquela dor
no pescoço, imóvel, cuidadosa, o cano frio
na minha testa, a vida a estoirar-me
a qualquer momento. Era impossível que não visses
o revólver que levava sempre comigo. Por isso dormia
virada para o outro lado, não era por me dar mais jeito
aquele lado, era por me dar mais jeito
não morrer quando nos víamos,
era para dormir contigo só mais esta vez,
sempre só mais esta vez,
sempre com o meu amor a virar-se de costas,
sempre com o teu amor apontado à cabeça.

Inserida por pensador

Demoro-me neste país indeciso
que ainda procura o amor
no fundo dos relógios,
que se abre
como se abrisse os poros solitários
para que neles caiam ossos, vidros, pão.
Demoro-me
no ventre desta cidade
que nenhum navio abandonou
porque lhe faltou a água para a partida,
como por vezes desaparece a estrada
que nos conduz aos lugares
e ali temos que ficar.

Inserida por pensador

portanto eu pego minha bicicleta
e como de costume você faz meu retrato
de cabelo todo desenhado no vento
em jeito de menino que está sempre indo embora
à mesma hora e que amanhã se tudo der certo
voltará à mesma hora para o mesmo amor
a mesma mesa a mesma explosão
com toda a certeza a mesma fuga
porque você e eu a gente é feito de matéria
escorregadia, i.e., manteira, azeite, geleia
e espanto.

Inserida por pensador

Cai a chuva no portal, está caindo
Entre nós e o mundo, essa cortina
Não a corras, não a rasgues, está caindo
Fina chuva no portal da nossa vida.
Gotas caem separando-nos do mundo
Para vivermos em paz a nossa vida.

Cai a chuva no portal, está caindo
Entre nós e o mundo, essa toalha
Ela nos cobre, não a rasgues, está caindo
Chuva fina no portal da nossa casa.
Por um dia todos longe e nós dormindo
Lado a lado, como páginas dum livro.

Inserida por pensador

Eu gostava de poder dizer
que entrei no teu corpo como um pássaro
espreitando através de invisíveis ruínas
e que o som da tua voz bastava
para me salvar

mas de nada serve inventar palavras
quando as palavras que inventamos
não passam de frágeis lugares de exílio
dos gestos inventados fora de horas
delimitando o espaço de tantas mortes prematuras
de que jurámos ressuscitar um dia

- quando os deuses se lembrassem
de acordar ao nosso lado

Inserida por pensador

Que limbo é este onde
Pelo meio da noite às vezes aparecias
Mas apenas para desfazer esquecidos silêncios
Porque bem sabes ao terceiro Whisky
O amor é sempre eterno

Inserida por pensador

'OS ACENOS DO AMOR...'

A amor novamente acena cintilando os escombros
Lençóis embrulhados com nódoas
Tempos de assombros levando os amores de outrora.
O amor sucumbiu,
Despencando os olhares...

Decerto,
O Júbilo momentâneo perfurou corações
Navegando no antes [no agora e no depois]
Ele vai acenando
Nas suas ruas de granizos...

O Amor derrama seus novos espinhos nocivos
Coadjuvante subalterno manda flores
Tornou-se criança,
Cheio de esperança na escadaria de sabão
A visão o fantasma perfura-lhe...

A liberdade carcerária é imanente
O Amor corrói em todas as direções contrárias
E as almas se apaixonam novamente
Fervilhando prerrogativas no almoço,
No café da manhã...

O Amor sequioso agora ganha forças
Partilha alegrias extraordinárias
Mas novamente as maresias cristalizam mágoas,
E vem a solidão no almoço,
Outras fomes no café da manhã...

Inserida por risomarsilva

'NÃO DESISTA... '

Sonho esparramado no amanhecer.
Na alma,
caminhos sem rumos.
Rotatividade devorando o pôr-do-sol.
E uma insônia impregnada no peito...

Olhos fechados,
sonolentos à procura de grãos de areias.
Estrelas são diariamente ofuscadas.
Salobro o café da manhã não vê sentimentos.
Tudo vai se distanciando...

Não desista dos distantes corpos celestes.
Tampouco dos sonhos que há de se conquistar.
Trilhe os caminhos de ausências,
e sinta-se forte o bastante para transformar vidas.
Cultive o amor próprio já esquecido...

Seja sedento por transformar sua jornada cervical em pulsos eletrizantes.
Junte os sonhos jogado nas calçadas.
Não desista de transformá-los um a um.
Deixando o coração aberto às descobertas
E um peito suspirando vida...

Inserida por risomarsilva

POR-DO-SOL

SÃO SERES HUMANOS
Apenas isso!
Contemplando o pôr-do-sol
Quebrando infinitos planos
Maresias turbulentas...

PARA ONDE VAI PUJANTE CREPÚSCULO?
Contratempos minúsculos
Discursos de ausências
Outrora fabuloso
Vagarosa dolência
Antigas canções de ninar...

MÃOS EM SEDENTÁRIO PIANO
Verbos naufragando
Faz guerras irascíveis no tempo
Inventando contratempos
Entardecer aparente
Lentamente
Ambos se esvaem ...

Inserida por risomarsilva

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