Poesia Carinho Machado de Assis
É domingo hoje
mas nós não saímos
é o único dia
que não repetimos
e que dura menos
Mas põe o teu rouge
que eu mudo a camisa
não como quem
de ilusão
precisa
Tomaremos chá
leremos um pouco
e iremos à varanda
absortos
Também eu trago a saudade
nos sentidos
se dissesse que não
era mentira
Também eu perdi um cão
casas
rios
Mas hoje
tenho mulher
amigos
e uma saudade mais real
é que me inspira
Não durmo ainda
Só na cama
o tempo
ainda é meu
como a palavra
Discretamente
me agito
no colchão
Não penso em Deus
na morte
Imprimo
Aqueço-me
Escuto
conservo a posição
Depois das 7
as montras são mais íntimas
A vergonha de não comprar
não existe
e a tristeza de não ter
é só nossa
E a luz torna mais belo
e mais útil
cada objecto
Mudamos esta noite
E como tu
eu penso no fogão a lenha
e nos colchões
onde levar as plantas
e como disfarçar os móveis velhos
Mudamos esta noite
e não sabíamos que os mortos ainda aqui viviam
e que os filhos dormem sempre
nos quartos onde nascem
Vai descendo tu
Eu só quero ouvir os meus passos
nas salas vazias
Devo dizer que sempre preferi
os versos feridos pela prosa
da vida, os versos turvos
que tornam mais transparentes
os negros palcos do tempo, a dor
de sermos filhos das estações
e de andarmos por aí, hora após
hora, entre tudo o que declina
e piora. Em suma, os versos
que gritam: Temos as noites
contadas. E também
os que replicam:
Valha-nos isso.
Ao fim da noite, no frio do táxi, pousas
a cabeça no meu ombro – e assim entramos
duma vez e inteiramente na nossa vida.
Lá fora, pelo contrário, tudo perde realidade;
há em toda a parte um sossego abstracto,
as ruas parecem pintadas – betão entre
as árvores – numa tela baça. Vamos por lugares
que não reconheço, a minha geografia é vaga
e omissa como a dos velhos cartógrafos
que desenhavam um mundo cheio de espaços
em branco. É onde estamos agora, num
intervalo do mapa rente à primeira manhã –
que será a nossa e também a última.
Depois de tudo, no vazio
da manhã inabitável,
ajuda-me a negar
este remorso:
eu só queria uma canção
que não morresse
e a hipótese de um poema
que não fosse
o lugar onde me encontro
uma vez mais,
sem desculpa, sem remédio,
diante de mim mesmo.
Que mais podemos fazer?
Este amor é um país cansado
que não nos deixa mudar.
O medo cerca as fronteiras
e a capital é Nenhures,
cidade de perdulários
e pequenas ruas tortas
onde vem morrer a noite –
aqui estamos ambos sós,
desunidos, extraviados,
não há táxis na praceta
nem cinzeiros nos cafés
e perdemos os amigos
entre as curvas de um enredo
que deixámos de seguir.
Mas não era nada disto
o que tinha na cabeça
ao começar a escrever:
os versos chamam o escuro,
abrem os portões ao frio
e eu quero estar nas colinas
do outro lado do rio.
Vejo-te um pouco como se já não houvesse
uma casa para nós. As grandes perguntas estão aí
por todo o lado, onde quer que se respire, dentro
dos próprios frutos. É o começo da noite
e os cinzeiros já estão cheios de meias palavras:
porque escolhemos tão pouco
aquilo que nos pertence?
Vejo-te de olhos fechados enquanto me confiavas
a tua história – à mesa da cozinha, quase um espelho,
quase uma razão. As minhas canções preferidas
pareciam convergir para ti a certa altura, dir-se-ia
que te vestias com elas. E no entanto
como se apressaram as grandes florestas a invadir
as gavetas, como misturaram as raízes
no eco que fazia o teu desejo contra mim.
Compor infinidades de laudas...
É um desabrochar de almas para almas.
Basta ler para sentir!
E se encontrar em algumas páginas.
Sem nada saber
cheguei ao mundo em versos e alma
descascando palavras do meu ser
como se a vida fosse
fatias e gomos de poesia
mas sei que vou partir
desfolhando-me sementes de saudade
sem saber por certo
se eu me escrevo ...
me leio ...
ou se sou analfabeta.
Ó Mama África!
Tu que vistes teus filhos serem arrancados dos teus seios.
Sentiu o estalo do chicote que ardia feito fogo,
No tronco eram castigados, sem mesmo serem culpados,
Só queriam liberdade para todos.
Ó Mama África!
Teus filhos ainda sofrem o mesmo castigo,
São marginalizados, desvalorizados, oprimidos...
Mas tu ensinastes teus filhos a ter resistência,
São guerreiros natos,
E jamais esquecem sua essência,
Ó Mama África!
Teus filhos vêm reconstruindo a história,
Lutando por liberdade.
Tem um preto em cada canto do mundo, Transformando a sociedade
Noutr'época redimido, amedrontado e fútil,
Instalei em minha angústias alheias das quais não precisava.
Vive, senti, morri e renasci, e ainda era inútil,
Rodas em Marte, anéis em Saturno e nada amava.
ULTRAVIOLETA
_
Mantenha seus lábios selados como um segredo,
Atento aos desejos que sobrevenham...
Mantenha-os longe!
Sobretudo do mar que abarcar desdenhos.
FELIZ ANO NOVO
_
Rolhas pelo ar, tudo está para recomeçar...
Um brinde ao arrependimento
E Dois últimos a este sentimento.
Três passos solitários...
Deus perdoe meus pecados.
Estraguei tudo mais uma vez,
Sei que me odiarei até morrer
Mas agora não me abandone,
Pois Preciso de você!
Eu lhe prometo que será a última vez.
Sensações \sǝ̃o̧ɔɐsuǝS
_
Flutuando sobre os ecos de minha mente
Pude perceber,
O quão vasto era os sentimentos
que tinha por você.
Ressonância de corpos e sentimentos abstratos,
memórias tão fragmentadas
Consoante aos passos que tínhamos dado.
_
Fez-se Verão insólito e índole,
Proeminência de afetos desleixados
E alimento de obsessão mística opressora
_
Era recessão de memórias passadas,
Interferidas pela casualidade.
O destino que transcendia nossas almas,
Foi tão incerto quanto a ressonância
que tínhamos pelo certo.
(2018-2019)
44 MINUTOS APÓS A MEIA NOITE
_
44 minutos após a meia-noite
Os demônios fica à espreita
As palavras são reprimidas
E a tristeza de outrora desbota
_
44 minutos após a meia-noite
Maldição subjuga os
sentimentos
Solidão ganha linhas e contornos
E um grande nó permeia minha alma
_
44 minutos após a meia-noite
Já não sou humano ou demônio
O maligno esmorece o coração
O abismo entoa uma ode à derrota
Magenta tinge o véu negro
Torno-me noiva do abismo
E refém dos sentimentos.
dos olhos derrama
o que afoga por dentro
alma branda em sofrimento
agoniza e clama
consomes da vida
o amargo de sentir
toda dor em existir
dos males embutida
expurga o que te afogas
traz a par paz concisa
soluça
não deixes de sentir
solta e não prendas
chora
Para cada porta fechada há sempre muita história não contada.
Pessoas que nem sempre te apetecem precisam estar do lado de dentro.
As vezes são te impostas e levam se por ruídos e atropelos,
E quando sabemos que há luz e cores dentro de nós passamos a receber os dias sem nostalgias.
Dentro desta porta carregamos sempre espaço para o que é verdadeiro neste mundo,
E aqueles que fecham são incapazes de enxergar que as vezes é do avesso onde esta nossa maior coragem se seguir mais um dia feliz.
E ai qual seu plano para hoje?
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