Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
É domingo hoje
mas nós não saímos
é o único dia
que não repetimos
e que dura menos
Mas põe o teu rouge
que eu mudo a camisa
não como quem
de ilusão
precisa
Tomaremos chá
leremos um pouco
e iremos à varanda
absortos
Também eu trago a saudade
nos sentidos
se dissesse que não
era mentira
Também eu perdi um cão
casas
rios
Mas hoje
tenho mulher
amigos
e uma saudade mais real
é que me inspira
Não durmo ainda
Só na cama
o tempo
ainda é meu
como a palavra
Discretamente
me agito
no colchão
Não penso em Deus
na morte
Imprimo
Aqueço-me
Escuto
conservo a posição
Depois das 7
as montras são mais íntimas
A vergonha de não comprar
não existe
e a tristeza de não ter
é só nossa
E a luz torna mais belo
e mais útil
cada objecto
Vejo-te um pouco como se já não houvesse
uma casa para nós. As grandes perguntas estão aí
por todo o lado, onde quer que se respire, dentro
dos próprios frutos. É o começo da noite
e os cinzeiros já estão cheios de meias palavras:
porque escolhemos tão pouco
aquilo que nos pertence?
Vejo-te de olhos fechados enquanto me confiavas
a tua história – à mesa da cozinha, quase um espelho,
quase uma razão. As minhas canções preferidas
pareciam convergir para ti a certa altura, dir-se-ia
que te vestias com elas. E no entanto
como se apressaram as grandes florestas a invadir
as gavetas, como misturaram as raízes
no eco que fazia o teu desejo contra mim.
Para cada porta fechada há sempre muita história não contada.
Pessoas que nem sempre te apetecem precisam estar do lado de dentro.
As vezes são te impostas e levam se por ruídos e atropelos,
E quando sabemos que há luz e cores dentro de nós passamos a receber os dias sem nostalgias.
Dentro desta porta carregamos sempre espaço para o que é verdadeiro neste mundo,
E aqueles que fecham são incapazes de enxergar que as vezes é do avesso onde esta nossa maior coragem se seguir mais um dia feliz.
E ai qual seu plano para hoje?
Não importa quão difícil é a situação,
Uma certeza eu tenho em meu coração:
Deus comigo sempre estará,
Por qualquer lugar em que eu andar.
Então serei forte e corajoso,
Pois assim me ordenou o Senhor.
Sei que em todos os momentos da vida,
Estarei guardado e protegido em seu amor.
Decisão
Decidir sabiamente é ter responsabilidade
É não se dar ao luxo de exercer a imaturidade
É ter que analisar cada ação e reação
Sem deixar que na balança pese mais a emoção
Decidir corretamente é lançar mão do julgamento
E não se dominar pela vontade num momento
É entender que a colheita é fruto do que plantamos
E depois não amargar com os tormentos que enfrentamos
Escolher um caminho um ficar ou um partir
Exige sempre muita crítica e muita calma
Pra saber a hora certa em que se deve decidir
Decisão nem sempre é fácil, mas necessária para agir
Decisão é respeitar que decidir é renunciar
E quem decide sabe quão difícil é ter que decidir
Não fique triste, vamos!
levante a cabeça e sorria,
poderá fazer muitos planos
sempre haverá um outro dia
Seja apenas uma gaivota,
voando acima dos mares,
asas sincopando nova rota,
distante de todos os males
MELANCOLIA
Não há nada mais catastrófico que um poeta de alma partida, é catástrofe em cada estrofe de maneira decidida.
A alma do poeta é onde contém sua arte,
E a divisão dela pode ocasionar diversos dilemas morais, em diversos dilemas poéticos, em dilemas ecléticos.
Dividir a alma de um poeta é quase uma contravenção, um crime sem punição, sim, quase, pois se tal não fosse partida, jamais existiria no mundo mais doce poesia de amor.
O poema de amor nasce da dor de um poeta magoado, de um poeta machucado, de um poeta alcoólatra e melancólico e viciado, de um poeta que cheira a desespero.
A melancolia que devia ser sua amiga,
Desaparece deixando apenas a garrafa de vinho barato na mesa, dando espaço para o remorso, arrependimento e a tristeza profunda, amarga e fria.
há um tempo provo da vulnerabilidade,
carne crua,
contato real.
despercebo.
não tenho lidado muito bem.
humano látex,
vulgar em demasia.
de mim, carrego um vendaval
que um dia suscitei.
ainda que inconcebível,
sem muito redemoinho.
digo, do interno
há que se provar desse sabor de ventos.
de ventos...
não menos poeira em vendaval.
digo, em movimento.
do mundo, o mito do mundo.
das barreiras ilimitadas.
das fronteiras em primazia.
do amor primário,
do bom dia interrompido.
do abraço não incorporado.
da frieza e quentura.
da pele,
a secura do que se é.
do que se tem sem escolher,
ou,
de que se tem, mas tem escolha?
do olhar, a perdura.
o movimento em descompasso,
da pupila dilatada
corroendo a lágrima do choro manso,
que deveria transbordar.
há muito, tenho provado
o quão não se deve provar.
de ciranda,
das quais um dia dancei
aprendi que em círculos não se ultrapassa
o que vem à frente.
mas o que vem à frente?
da incógnita,
a dúvida.
se não sinônimos,
antônimos.
teses ou antíteses.
sínteses.
da incógnita a incógnita.
a incongruência da matéria.
desmaterializada.
O Natal não pode existir apenas no calendário que segue o tempo.
Não!
O Natal tem que existir dentro de nós, essa data é um presente ao nosso espírito. Basta reconhecer isso e será Natal todos os dias em nosso coração.
Feliz Natal!
Então tu és criador.
Se és,
Não-cries-dor,
No que se auto-cativa…
Na mente ativa,
Se fazem milagres,
Que curam até “peca-dores”…
O centro não é um ponto.
Se fosse, seria fácil acertá-lo.
Não é sequer a redução de um ponto a seu infinito.
O centro é uma ausência,
de ponto, de infinito e ainda de ausência
e somente se o acerta com ausência.
Olha-me depois que tenhas ido,
ainda que eu recém tenha partido.
Agora o centro me ensinou a não estar,
porém mais tarde o centro estará aqui.
palavra do homem não é uma ordem:
a palavra do homem é um abismo
O abismo,
que arde como um bosque:
um bosque que ao arder se regenera.
Estranho é o sono que não te devolve.
Como é estrangeiro o sossego
De quem não espera recado.
Essa sombra como é a alma
De quem já só por dentro se ilumina
E surpreende
E por fora é
Apenas peso de ser tarde. Como é
Amargo não poder guardar-te
Em chão mais próximo do coração.
Explicação da Ausência
Desde que nos deixaste o tempo nunca mais se transformou
Não rodou mais para a festa não irrompeu
Em labareda ou nuvem no coração de ninguém.
A mudança fez-se vazio repetido
E o a vir a mesma afirmação da falta.
Depois o tempo nunca mais se abeirou da promessa
Nem se cumpriu
E a espera é não acontecer — fosse abertura —
E a saudade é tudo ser igual.
hoje o dia é lindo.
mas não é sobre hoje,
nunca foi sobre hoje.
dias lindos belos e claros,
dias lindos belos e brancos.
dias lindos,
belos e claros
belos e brancos.
dias.
Na minha bagunça só têm lembranças, elas não vão embora se você ainda continua lá; apertando o mesmo botão pra voltar.
Remoendo as cenas boas, o gosto do vento em teus lábios.
Quero jogar tudo isso fora, começar de volta.
Se acabou não foi verdadeiro.
Mas, e se a verdade é uma mentira criada para nos abraçar?
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