Poesia
Gosto de uns
desgostos de outros
meu paladar é eclético
Gosto de alguns
desgosto de outros
meu tempero é poético
Ela me chama
O meu peito explode como uma supernova
Dissipando o encanto alegre entre as minhas virilhas
O músculo tenro balança medíocre como um sino
A morte dança e geme desnuda à cada badalada
Me excita
Preciso fomentar o peito com padecimento
Calado no açoite ferir-me à clausura
Conciso e consciente
Morrer.
TENTARAM CONTER OS POETAS...
Tentaram conter os poetas,
quando quiseram
engaiolar os pássaros
e domesticar as feras,
que nasceram para ser livres...
Tentaram conter os poetas,
quando tencionaram
avassalar os ímpetos das marés
e os ventos da montanha,
que não podem ser agrilhoados...
Tentaram conter os poetas...
Tanto fizeram...
Mas tudo foi em vão!...
A Poesia não se prende
às amarras da razão!
22/11/2014
© Pedro Abreu Simões
in MAR REVERSO (Ecos da Terra, do Mar e da Vida), Lisboa: CALÇADA DAS LETRAS, 2015. ISBN 978-989835262-0
Amo me perder no mar imenso de teus olhos castanhos..
você é que os torna interessantes
torna o castanho uma cor inovadora e atraente
um mar que desejo me banhar,
e as flores vermelhas de teus cabelos, cheirosos
a brisa sutil de tua respiração
que equaliza em nosso amor
Foi a partir daí que o amor ensinou,
as palavras a se tornarem poesia.
Ingênuo fogo que arde e queima,
Então, berro, grito, urro e clamo,
Impotentes são as minhas ações,
Sem melodia, sem festa.
Jmal
2013-10-25
Vivo sorrindo, pois assim não preciso
sentir o gosto salgado das lágrimas.
Vivo infringindo a lei porque as regras que impõem
me impedem de viver.
Sou totalmente contra aos sentimentos
porque junto com a alegria e o amor
vem a tristeza e o ódio.
Vivo loucamente por que somente quem é louco
sabe como é bom viver.
Essa sou eu... movida à paradoxos,
rebeldia e até um pouco de inteligência,
mas há quem diga que essa boba niña nice
ainda vai conquistar o mundo.
Tinha em si, todas as cores e todas as lãs que, customizavam uma espécie de inverno e tricotava dúzias e dúzias de amor por dia.
Fazia nas costuras, apliques com flores para perfumar ainda mais à liberdade da primavera.
Com agulha e linha, atravessava um novelo e pulava no verão dos outonos e quando se sentia cansada, estendia à colcha de retalhos e fazia piquenique com as sobras e remendos...
Era toda remendada, mas tinha uma alegria bonita de singelos contrastes e estampas que, furtavam só sentimentos bonitos, esses que, de tão bonitos, dá vontade guardar numa caixinha, pra não se perder...
O dia convida para encher os lençóis...
O sol, que não veio, está caindo às pálpebras de sono...
Tem cheiro de lavanda nos travesseiros e de chá de alecrim pela casa, a cama está desfeita da noite.
Da janela, vejo os pingos que gotejam do céu...
As vidraças embaçadas de água e gotas que formam desenhos no reflexo dos meus olhos.
O dia acordou preguiçoso, mas com pássaros cantando e vento trombando ecos nas curvas e no fim da montanha que, encontra-se junto às palmeiras que longe, fazem balé com às folhas verdes e eriçadas, alegria por mais um dia de vida!
Alegria...
E quando o mundo me diz, espera, eu logo respondo:
-Esperar o quê?
Eu tenho pouco tempo, até que a passagem dessa alegria, se faça outono e então hiberne, e eu preciso esperar...
Agora é hora de aproveitar as insanidades sadias!
Intimidade
Morena, o coração ribomba
quando lenta te desvendas
Nada há que desiluda
que bem te ficam as rendas
que excelsa ficas desnuda
NÃO
O calor rasga a minha pele
O furor esgotado em trevas
Escorrega na fúria encantada da Eva
Um "NÃO" pode ser ao rasgar do véu
E abrir o sonho do Céu
Não pereça no abrolho
Não procure no quintal as farras
Não faz sentido agir às cegas
Não contamine ao filhote de Leão as garras
Não mistures o púlpito com álcool
Não procure amanhã no passado
Não respire o peixe no anzol
Não contamines Santidade ao pecado
Perdure o "Não" e perceberás que nada valeu
Presentes de memória comprei
Coração arrebatei, só que morreu
Mas não sei...
Sim!... O Não prevaleceu...
O BELO
A Floresta me basta.
Não que seja o lar,
mas ela é veicu-lar.
Não basta eu entrar na floresta,
ela tem que entrar dentro de mim.
Desta forma eu encontro a paz
e com a paz dispenso os meus sentidos.
Os sentidos não fazem sentido.
Não confuda um poeta com um buda.
Um buda é um poeta, cuja vida virou poesia,
mas um poeta é alguém que se ilude com a beleza.
A beleza é uma ilusão,
pois a visão pode acabar,
e os ouvidos podem falir.
Então não haverá
o belo meneio das folhas luminosas
nem se ouvirá os sons do bosque.
Como saber se a ipoméia
e as hortências
ficaram azuis?
A função da floresta é me
conduzir ao vazio,
um vazio sem sentido algum.
O único jeito!
Por quantas e quantas vezes fechei os olhos e não sonhei?
Por mais quantas vezes sem motivos eu chorei?
Por outras tantas sem sono fiquei?
Acho nunca saberei,
Acho que não serei aquele a saber,
Mas sempre sei que serei eu a sofrer,
Sabemos que sempre seremos nós a chorar,
Mas entendemos que na vida muito mais há,
E então eu me pergunto por que devemos nos lamentar,
Pra que ficar preso as essas lagrimas?
Porque preciso chorar?
Juro neste momento nunca mais me lamentar,
Juro neste momento nunca mais uma única lagrima em meu rosto secar,
Pois só assim a verdade a mim virá,
Pois só assim neste mundo eu poderei ficar,
Pois só assim eu poderei pensar em amar!
"Que aproveitemos a vida
nos seus lances mais singelos,
cada momento é precioso:
minuto, segundo e centésimo"
As vezes quase me lembro
os melhores poemas que cresci
eu feito uma arvore
Onde já caíram tantas folhas
que cresce do compasso
Um torto tronco
Num tomado de galhos
Toda hora em voga
fazendo sombra
outrora raios de luz
e de quase tudo
um esqueci
Quando me pousa um bem-te-ti
Dedos soltos
imprudentes cachos endoidados
me cegam macios
caindo no tato desse pescoço
onde me caibo
nesse todo louco
que por fim
desfaço de mim
nos seus laços despenteados
Solidão
Mais um dia cansado passou...
Não o culpo de está comigo
Mas hoje és o melhor amigo
Que realmente me sobrou
Pode não acreditar, mas sou
Alguém ainda de compaixão
Independente da ocasião
Só nos sobrará um ao outro
De longe, pareço até solto
Mas vivo preso a ti, Solidão.
(Jefferson Moraes)
Olinda, Pernambuco
20/05/201
Meu desejo é que eu desperte,
amores, paixões, afetos...
não dores.
Mesmo em preto e branco,
que me vejam...
em cores.
Que me acusem de atrair,
mais amores.
Que eu desperte por aí,
mil amores.
Feito pólen em bico de
beija-flores.
"A Beleza vai com o tempo. E você? Quem você é? Por dentro?"
O resumo da vida, não se define em quantos elogios você recebeu, ou quantas pessoas você conquistou, e chamou de amigo ou de amor, nem em quanto dinheiro você tem ou o seu status na sociedade. - A vida se resume no que você deixará de bom; no que você deixou marcado nas pessoas que passaram pelo seu caminho, no que você aprendeu e ensinou. Nos erros que assumiu e nas conquistas que batalhou com seu suor. Nas idas e vindas do amor, no que você achava belo, no que você se decepcionou. Nas expectativas certas com pessoas erradas. Também no momento em que você somente descobriu um amor, após perdê-lo. Resume-se no amor familiar, em que você aprende que precisa sim do afeto infinito de seu pai e sua mãe. Que não vale a pena passar por cima, nem discutir o que é óbvio, relevar o ser ignorante, dar valor ao que tem valor em sua vida. Porque mesmo que você se importe e dê valor, existem pessoas que não aproveitam a chance de se sentir valorizado. Mas nem por isso você deve criar frieza sobre outras pessoas. A vida se resume na confiança que você pôs nas pessoas que tem por perto, a anos, e a consciência de que essa confiança pode acabar a qualquer momento, em segundos. Sim, você fará coisas que se arrependerá para resto da sua vida, e que no momento mais forte da sua coragem, você não terá forças, e irá chorar. Resume no que você deixou no tempo em que esteve aqui e pode aproveitar cada momento, no simples gesto de ser lembrado com sorrisos, talvez por fotos antigas, ou por um texto gigante que você acabou de ler. A vida é um milagre, aproveite se for da sua forma ou não. Não há problema, o importante é ser feliz e fazer feliz a quem te faz feliz. Fim.
Bateu-me um besouro na testa
e me contou o segredo da festa:
_ Não esperes da menina o sorriso,
vá dançando a valsa da loucura,
que dela iras roubar o desejo obtuso
de tratar um apaixonado sem cura.
