Poemas Sombrios

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DESENCANTO
Meu quarto outrora,
Habitava sonhos encantados – hoje,
Pesadelos (sombras de sonhos não realizados)
São meus anfitriões, aguardando-me
No limiar do meu sono de desencanto.
Meus pensamentos, que outrora
Deslizavam audazes e intrépidos
Através de minha boca,
Hoje se recolhem e só viajam
Por suas confidentes estradas secretas.
O que me constitui transformou-se
Numa silenciosa montanha
Aguardando a passagem do tempo,
Na certeza de que forças ocultas corroem-lhe a base,
Preparando-lhe a queda final.
O que guardo de belo em mim
São flores de cacto na aridez
Do deserto em que me tornei,
Castigado por “fenômenos climáticos”
Das minhas experiências de vida.
O que ainda me alenta
É a possibilidade de ter sido inventado,
E vivido e sofrido e usado,
Por um engenhoso e mágico inventor
Que saiba e queira e recicle
Os farrapos que sobraram de mim,
Quiçá até queira dar brilho novo
À luz que outrora
Fulgurava em meus olhos

Na encruzilhada silenciosa do Destino,
as duas sombras comovidas se abraçaram,
e, desde então, o Amor e a Saudade
nunca mais se separaram.

Prático...

Sombras, máculas...
Fantasmas do passado.
Vou usar um tira-manchas...

...Amigo,
haverá um lugar onde possamos descansar
as nossas sombras
que alguma coisa está nascendo do meu
para teu amor por mim
e que possamos chamar nosso..."

PENUMBRA

Contemplo
o breu incompleto,
da luz seduzindo teto,
sombras.

Movimentos reflexos
completos,
da luz acesa no teto,
sombras

Luz em riscos de giz
desenhando certo,
no teto,
sombras.

Luz incompleta no teto.
Sombras em movimento.
Penumbra
Eu, meus pensamentos e meus complexos.

Todos os homens fazem cavernas de sombras para os olhos,
Com chapéus e mãos, órbitas, pestanas, testas,
Para as delicadas pupilas ousarem olhar para a Luz.

Nas terras do norte também, onde a luz não tem sombra,
O homem ergue a mão para proteger a vista;
É coisa que já vi fazerem no luar forte.

Diante de qualquer clarão muito forte, essa mão vigente
Corre ao seu posto, fazendo um escuro;
Como os do gato, os olhos do homem ficam grandes e suaves de noite.

São olhos novos, ainda não habituados a ver.
Absorvendo facetas, individuais,
Ainda sem habilidade para os usarem redondos e certos.

Pensem: animais de quatro nós éramos, baixos,
Com o olhar horizontal bem guardado
Daquela claridade vibrante, chamejante de arder os olhos.

Porém tinha de vir esse dia inevitável:
Um animalzinho valente ergueu a pata ao galho,
Puxou-se para cima - e cambaleou à sua altura.

Nossos bebês humanos nos mostraram como foi.
Eles escalam; nós, vigilantes,
Deixamos que aprendam a loucura de seu susto.

Naquela primeira aventura, a luz desceu em saudação,
De igual a igual, um faiscar na mente,
E o animal pensou ser "anjo" - como bem podíamos.

Uma pata, livre da terra, agarrava-se ao galho liso;
A outra, liberta, esperava, enquanto os olhos
Erguiam-se afinal ás aves e nuvens voando.

E assim ele se equilibrou ali, um animal de pé.
E o anjo, poupando o que ele mal ganhara,
Levantou aquela mão inerte para proteger sua vista,
Naquele gesto mais comum que é feito.
O homem não pode olhar diretamente para o sol.
(Roteiro para um passeio ao inferno)

Doris Lessing
Roteiro para um passeio ao inferno

Sinto falta da certeza!
Necessito do espírito liberto...
Minha força vem das sombras
Minha mãe é a Lua!
Sou mulher, sou fada e feiticeira!
Sou o certo e errado.
Confundo os sentimentos
Sou a certeza da alma.
Sou o medo dos inimigos
O escudo dos amigos
Posso entrar nas mentes
Posso prever o futuro
Posso parecer real
E me fazer irreal!
Eu sou...
Algo que se sente sem ao menos tocar!!!

amargura solitude deseja
sombras, pura madrugada
salve me por um estante
tudo pode ser esquecido
nos extremos dessa vida
partida momentaneamente
sentido vazio obscuro...
sensações abruptas
do qual não me arrependo...
tristeza o amor sem valor.
angustia dos meus sentimentos...
vulgar horizonte do precipício
concedido pelo te amor.

sonhos
consequências
futuro sem demoras
nas areias caminhos sórdidos,
sombras belas bruxarias
de longe ar de dor
meros brilhos reluzentes,
para sempre desculpas.

Porque a vida é assim:
um constante tecer e destecer
de sombras vagas,
sem nenhum senso de beleza.

Facundo Cabral

Nota: Trecho do texto "El Día Que Yo Me Vaya"

⁠Na teia sutil dos dias corridos,
Vive, entre sombras, a ilusão,
É tal o dom de alguns fingidos,
Que entorna a verdade ao chão.

Enganar, com ar de fácil encanto,
Veste-se fato como seda ao vento,
E na crença, o humano canto,
Faz do engano um leve alento.

Porém, na luta de esclarecer,
Mais árduo é o desafio presente,
Pois fácil é não querer ver,
A verdade queima e sente.

Por que é difícil se desiludir?
Talvez por dor, orgulho ou medo,
Mas se o coração conseguir se abrir,
A luz da verdade reina sem segredo.

⁠Você não precisa estar bem o tempo todo.
A vida também se faz de sombras, intervalos e silêncios.
Não se cobre tanto.
É no descanso que a alma renasce.
É na pausa que o coração aprende a respirar de novo.
— Edna de Andrade

Aquela Noite

Era tarde, mas o mundo parecia calmo,
a rua deserta, só nossas sombras no asfalto.
Andávamos devagar, como quem não quer chegar,
e as palavras vinham soltas, sem pressa pra acabar.

Eu fumava, como sempre,
ele não — já tinha deixado.
Mas por uma noite, por mim,
ele pegou um cigarro calado.

Entre tragos e risos baixos,
falávamos de tudo e de nada.
O tempo parecia suspenso,
como a fumaça entre nós espalhada.

O cigarro tremia em seus dedos,
mas o olhar... ah, o olhar era firme.
Não era sobre nicotina ou vício,
era sobre estar, por inteiro, comigo naquele crime.

Talvez tenha sido um gesto bobo,
mas ali, eu entendi tanta coisa.
Tem amor em cada renúncia breve,
em cada entrega silenciosa e corajosa.

A brisa levava a fumaça,
mas a lembrança ficou no peito.
Naquela rua, naquela noite,
foi quando tudo pareceu perfeito.

"Nas sombras da minha mente, habita um ser dividido. Uma parte se ergue plena e grata, enquanto a outra se encolhe, frágil e submissa ao destino. Ambas coexistem, travando uma batalha silenciosa, mas sei que apenas uma delas é o reflexo da minha verdadeira essência."


R.C.G.Medeiros

SEGREDO

Procuro-te nas sombras
Nos sonetos do teu corpo
Entre o mel da tua boca
Afago de beijos loucos
Enlouqueço no teu corpo
Onde padeço de desejo
Estremeço só de pensar
Adoeço a alma sem ver-te
No teu corpo onde deliro
Sem medo do meu pecado
Entrego-me aos impulsos
Os meus olhos revelam-te
Todo o desejo escondido
Sem sensatez entrego-me
A ti desta louca loucura
Nesta destemida aventura
Deste segredo tão só nosso.

Quando olho profundamente nas sombras, vejo uma inspiração maligna tentando me influenciar.
O preço de minha vitória é uma experiência de profunda agonia!
Na minha maior ambição, descobri a minha pior perda ...
Na busca mais importante da minha vida, encontrei a meu maior sofrimento.
Agora o sofrimento é minha única motivação.
No sacrifício eu alcançarei o equilíbrio e a compensação de absolutamente tudo.
Conhecimento é uma maldição maior que seu uso.

Permaneço calado, entre as sombras sou tão frio
Abismo, onde encontra minha dignidade?
Foi levada junto aos ventos de ilusões
Ou fugiu de minha alma obscura?

Alma🍃

Cantei e encantei às sombras, versifiquei as lágrimas.
E por causa de um amor flori os acordes, sequei, não os lenços que levei, mas pétalas orvalhadas em teu jardim...vagabundeei pelas vielas do tempo a procurar rastros de mim, e foi no brilho da chuva, filtrado em meu corpo, que tua alma eu beijei... 

Em dias de sombras
procure o bem!
É possível percebê-lo entre elas,
pois, por menor que seja a luz
que ele irradia,
é impossível não notá-la.

Cika Parolin

Nota: 20 de dezembro de 2017

Noite Adentro


Na solidão da noite onde as sombras dançam e sapateiam sobre a minha alma, mistérios se escondem.


No cerne da escuridão um fogo arde em segredo, e ainda que os sonhos que ouso sonhar sejam cada vez mais frequentes, a noite é um labirinto de mistérios e verdades que eu preciso desvendar


Ao som do vento que arranha a noite sem cessar


O silêncio é um véu! Que esconde a verdade que eu preciso ouvir


A veracidade das coisas eu busco sentir


Ao silêncio que ensurdece, eu dou ouvidos!


Pois por vezes as imagens que se repetem acompanhadas pela agonia me tomam por incontáveis horas, até que por um impulso do consciente eu me desperto


Pois é no silêncio que me encontro, e na realidade faço a minha verdade e o caminho para desvendar os segredos que a noite esconde.


Karina Cardoso.

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