Poemas me Ame no Silencio
Encontrar
Ouço o meu silêncio
Seus segredos revelar...
Tudo eu lhe diria
Se me quisesses escutar,
Mas o silêncio já revela
Que não deixo de te amar...
Quem te pode me afastar
Desse amor que em mim há,
Não há distância ou barreiras
Que nos possa separar.
O que me espera nesta vida
Já não careço mais buscar,
Pois é você, ó minha amada,
Que eu precisava encontrar...
Edney Valentim Araújo
1994...
Eu, você, o silêncio.
O tempo correndo...
Você me olhando...
Eu vendo ele passar....
E o silêncio em silêncio...
Adágio do Silêncio
Se, um dia, alguém te disser
Que este amor é eterno
Deves logo desdizer
Que não foi mais que inferno.
Diz que nunca houve amor,
Não dormimos em alcova,
Jamais trocámos suor
ou vimos luas, cheia e nova.
Foste, nos meus olhos e alma,
Um adágio silencioso,
Um abjecto belicoso,
sem ternura, paz ou calma.
Foste o leito podre de água,
De coração estagnado,
O vazio, o erro, a mágoa,
O nada deste pecado.
Não serás jamais viola
Que tange nas cordas, vibrante,
Sussurros e gritos de amante -
Apenas ais por esmola.
Este adágio não existe,
Nem sequer é nasciturno,
Pobre acto taciturno,
Sangue sujo que esvaíste.
No silêncio do adágio,
Tentei amar-te, por plágio,
Mas em pranto irrompi,
Perante tal monstro, fugi…
O amor...
as viagens que fazemos sem sair do lugar,
a compreensão do silencio,
o ponto onde tudo começa e termina,
é o sol que deixamos entrar pela janela,
é o tudo ou nada de nossas vidas,
e mesmo que nos falte o universo inteiro
só não pode faltar amor.
O silêncio é das coisas mais complexas que existem.
Se o usamos de menos, deixamos, por vezes, de alcançar nosso inconsciente, de entender alguns porquês, e ainda podemos machucar pessoas.
Se o usamos demais, podemos mergulhar tão fundo - ao ponto de um afogamento em nós mesmas/os. Podemos nos fechar até não sermos mais acessíveis, e também machucar pessoas.
Enfim, somente uma coisa é certa: entre barulhos e silêncios, a melhor escolha é o equilíbrio.
A noite divaga em passos sombrios
Enquanto a lua de prata ferida se põe a sangrar
O silêncio devora o tempo que me sobra
Quando penso na pessoa que desisti de amar.
CREPÚSCULO
Vê-se no silêncio, e vê, pela janela
O cerrado, eclodindo pra vespertina
Melancólico, perece o sol, e mofina
Outro fim de tarde, e a noite vela...
E ai! termina mais um dia, e revela
As horas, que a viveza se amotina
De sua rapidez, pérfida e assassina
Tão sem troco... - um atributo dela!
A melancolia no horizonte, é saudade
As sobras das lembranças, é desgosto
E o que se resta agora é outra idade...
Olhos rasos d’água narram o sol posto
Lúrido, duma emoção em calamidade
- de o crepúsculo do tempo no rosto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'00" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
*Porque um Silêncio diz Tudo?*
Sabe o *Verdadeiro sábio não fala que Sabe que Sabe*
Ser *Sábio* as vezes é manter-se Calado, ouvir mas e Agir quando *Necessário*
Palavras *Frouxas* são como Vidros soltos esperando o tempo para *Quebrar* um Silêncio!!!
Me julgam pelos meus erros
Me abraçam pelas minhas qualidades
Me confesso em silêncio nas madrugadas e bem baixo
Me aproximo daquilo que almejo &
Me afasto de pessoas tóxicas.
Sou literalmente livre em mente, mas algumas vontades, vantagens, maus pensamentos e meus vícios me aprisionam.
EMOÇÃO VAZIA (soneto)
Solitária, no silêncio do cerrado, um dia
A inspiração, acorda em um aflito apelo
Sente o falto e o logro num só pesadelo
E sua trova no nada suspirava e restrugia
Torvo o sentimento, tal qual um novelo
Sentiu, que palavras ali não mais havia
E que a sua devoção estava despida e fria
A paz e o acaso sem voz, o senso um gelo
Era o vão, a eversão do caos no ceticismo
Do amor, em um desapego tão profundo
A sensação estava largada em um abismo
E no talvez de um poetar com harmonia
Teve poema trapilho, pobre e moribundo
E o revés em maldição da emoção vazia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/03/2026, 06'56" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O grito, o choro, o silêncio a canção
Queria traduzir a poesia.
Cada canetada de fantasia.
Lamento.
Encanto.
Conto.
Pranto.
É o beijo mais ardente.
Sentimento mais profundo.
São os loucos do mundo.
Poetas e regentes.
É nada.
São apenas roteiros de sonhos.
Delírios exagerados.
Loucura dos desesperados.
É nada.
É ouro raro.
Prato caro.
Mulher virtuosa.
Onde andarás.
Na trilha da poesia está as raridades.
Diamantes de sangue.
Repito.
Mulher virtuosos onde andarás meu rubí.
Varão valoroso estão por aí.
Que dentro da poesia cada Deus possa existir.
Onde estarás a poesia?
No cotidiano do lamento, nessa perca de lamento.
No coração que pulsa na pluma e relento.
O mundo gira na poesia da balada.
Os escombros, o relento, o lamento.
A poesia, o sonho o contentamento.
Giovane Silva Santos
"Quando o silêncio tomar conta do coração, quando o sorriso fugir dos seus lábios, e
seus lindos olhos não enxergarem nada como antes, busca o seu querer; as alegrias vão e vêm, uma lágrima cai equanto a outra seca, quando as palavras são apagadas os sentimentos são escritos nas páginas do invisível, o livro da vida pública todos os dias novos capítulos, sempre um após o outro e sem chegar ao fim, e o amor é intuitivo à toda nova edição."
RUDNEY VENTURA
TEMPO DIFÍCIL?
É tempo de mais oração
tempo de mais silencio e meditação.
É tempo de mais amor e compreensão
tempo de mais clamor e menos repreensão.
ÔNUS
Tantas vezes, chorei, no infinito da emoção
Solto no silêncio áspero da pesada saudade
E em soluços os sonhos caíram na solidão
Tonto, vazio, e o pensamento pela metade
Sem ti, a alma voa num espaço de ilusão
A noite... atordoa sem a menor afinidade
E os dias me parecem não mais ter chão
A imensidão dobra para uma eternidade
Para cada verso da inspiração parda, dor
O meu universo cheio de pesar e de breu
E o coração já não mais trova com ardor
Tudo é rumor no ávido afeto que foi seu
Confesso... - que não mais está ao dispor!
Deste amor... - levo somente o que é meu...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Aqui, neste silêncio, aonde grita
o mal sobre a matéria, o mundo gera;
Aqui, não há sinais da primavera,
há Deus e a liberdade circunscrita.
Aqui, o mal se espalha, o bem se cerra,
as ruas, antes fartas, estão desertas;
aqui, todas as horas são incertas,
no mal que leva a paz e traz a guerra.
O Silêncio está cantando.
Autor: Ederson Silva
O silêncio está sussurrando em meu ouvido,
ele busca contemplação, busca silêncio.
Em meio ao silêncio minha imagem refletida mostra a essência desviada,
os sonhos esquecidos e a criança que cresceu.
Silêncio emite sons que desconheço,
a sua memória remete as andanças e descobertas que fiz pelo mundo.
O silêncio está cantando,
melodias que nunca parei para escutar, ele me levou ao silêncio.
Parei e escutei o silêncio de minha voz, pois é preciso em alguns momentos parar;
O silêncio está cantando,
memórias infantis de uma criança que precisou ser silenciada em seu medo.
O silêncio me mostrava o medo que sentia, mas que me dava razões para pensar e sentir meu respirar.
O silêncio está cantando,
ouço sua voz a me acalmar e me fazer sentir o coração;
Ele me faz companhia e me faz ir ao meu encontro;
Percebi que o silêncio está em mim, e assim nos tornamos grandes amigos.
SONETO EM SILÊNCIO
Este é o azarado malfeito no amor
Que os sonhos afoga na garganta
E, solitariamente, vive no dissabor
Aos olhares outros nunca encanta
Deixado, no escuro e sem assessor
Vaga. E, ao cabo de solidão tanta
No desejo pouco coexistiu amador
E com o tempo o vazio só agiganta
Coração deserto, lágrimas e pranto
O silêncio no peito é um pesar tonto
E aos lábios frios a carência acaricia
Num beijo sem calor e sem manto
Onde está sensação é sem pesponto
E a emoção sem apaixonada poesia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 06’45” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NÃO CHORE O AMOR
Não chore nunca o amor perdido
No silêncio sombrio da sofreguidão
Deixai ir, à solta, o luto da emoção
Na dor de o afeto vão adormecido
E quando, à noite, o vazio, for valido
Abrolhai, no peito, a doce recordação
Pura, e feliz, das horas em comunhão
De outrora, e na história de ter vivido
Lembrai-vos dos enganosos, dos idos
Das sensações com haveres divididos
E das maquinas que te fez quiçá doer
E, ao considerar, então, a tua perca
Vereis, talvez, como é frágil a cerca
Da divisão. E que é possível esquecer!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 10’41” - Cerrado goiano
Do ruído ao silêncio
O ruído dos motores dá lugar aos sons das pisadas firmes, de quem tem pressa de chegar. A chave que abre e fecha rapidamente o portão; as portas entreabertas, e a família se reúne novamente.
A pressa acabou, mas acabaram também os abraços e beijos de fim de tarde, no cessar da correria.
Conversas não te graça, melhor não ter tempo de tê-las; lágrimas, preocupações e excessos de cuidados, agora ocupam o tão precioso tempo.
Agora o tempo sobra, não tem como ocupá-lo. O vazio, o inesperado, o medo, angústia em tempos sombrios.
O olhar perdido, não encontra o que procurava até o amanhecer. O mesmo vento que leva as boas lembranças, traz as incertezas do amanhã.
