Ita Portugal

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O mundo que me cabe

Eu carrego o mundo onde não cabe nos meus sonhos. Carrego as doçuras, mas também as indecisões. Carrego alegrias que se misturam com as dores. E é disso que minha vida é feita, de tudo e mais um pouco e eu me esbaldo nestas coisas e fico tecendo uma colcha que me defina.
Tenho uma alma criança e vou continuar assim. Gosto de abraços apertados, sentir a alegria por completo, inventar o mundo, reinventar amores, misturar os sonhos em realidade.
Gosto de tudo ao meu modo e assim reinvento e costuro todos os meus pensamentos. O simples me fascina, o difícil me aborrece. Para mim o mundo é enorme e não entendo como as coisas envelhecem e o planeta gira e o amor daqui é igual em todo lugar. Bom, entender eu até entendo, mas algumas coisas eu acho complicadas demais, por exemplo: como pode o mar ser tão grande, o mundo ser colorido e o sol aparecer justamente quando a lua vai embora?
Quem inventou a saudade? Como se faz para tocar a alma? Tem coisas que para mim precisam ter explicações, mas também se não tiverem vou continuar tentando entender. Tenho um coração maior do que eu, maior que meus sonhos. Parece que ele mesmo nem cabe em mim. Nunca sei a altura de minha risada quando estou feliz nem o tamanho de meus sonhos. E por falar em sonhos, sonhos pra mim é aquilo que vou realizar quando eu rabiscar meus desejos no papel e eles saírem correndo direto para meu coração. E olha que tenho muitos sonhos que rabisco, leio, releio, prego na parede para eu olhar todos os dias e lembrar que ali estão os meus desejos mais secretos.

Se
Se
Se eu correr, me acompanhe. Se eu esmorecer me apóie. Se eu tentar desistir, não me deixe.
Se a alegria me faltar em alguns momentos, faça riso. Se eu tiver dúvidas me dê razões para eu confiar. Sobretudo se eu disser, preciso de ti, fique, porque é de ti que eu realmente preciso.

Tenho pavor de não ser eu. Precisar esconder as emoções, ficar calada porque é mais bonito. Esperar a conquista acontecer.
Não ando mais a fim de grandes projetos, sonhos, metas absurdamente altas, objetivos loucos.
Quero mais é tomar sorvete e me lambuzar, ler um bom livro, sair de cabelo molhado e cara lavada e nem me importar se alguém estranhar isso.
Ando com vontade de viver o exagero da simplicidade

Imperfeita
Eu já o deixe ir quando na verdade eu queria que ele ficasse, aliás eu pedi que fosse.
Eu já chorei todas as dores, todos os amores e todas as angústias. Pensei que não ia passar, mas passou.
Eu já tentei posar de perfeita, mas deu tudo errado e consegui me recompor.
Eu já andei por caminhos que eu tinha certeza. Até que eu percebi que estava na trilha errada.
Eu já procurei mil motivos para ser feliz e os motivos eram tão repentinos que passavam.
Hoje, eu sei com absoluta certeza de que não há nada de errado comigo. Sou imperfeita na tentativa de acertar.

Não quero perder meus sonhos. Não posso deixar o vento levar as ilusões.

Dois em um
Ela; quase bonita, quase comum, de cabelo normal,geométrica, tipo mignon, ora alegre, ora triste, espécie maternal, romântica, pés no chão, pés na lua, noturna, complicada, simples,musa de si mesma e tudo o que se pode acrescentar de um ser aparente sensível e sem méritos para nenhum destaque em livro de recordes.
Ele: quase forte, quase decidido, só às vezes romântico alto o suficiente, quase bonito, moreno como estava previsto pra ser, esquecido, lunático, panturrilhas, couro cabeludo, coração, tudo onde deveria estar. Ora sozinho, ora por ai.
Encontro, olhares, conversa café, outro gole, gosto musical, sintonia, risadas, pés, mãos entrelaçadas, olhares de novo, piscadinhas, concordância, fim de noite, cupido, conversas, beijos, carro, apartamento, desejos, roupas no chão, química, cheiro, pele, gosto, respiração, sentimento, teto, céu, afeto, ombro, colo, silêncio.
Isso também era amor.

O AMOR MODERNO
Fragmentos do texto: O amor moderno
o amor moderno tem consultório que geralmente custa muito caro.
O amor moderno quando tem crises, vai ao terapeuta. O terapeuta que não tem nada a ver com isso, prescreve um livro de auto-ajuda, marca a próxima consulta e manda cada um pra sua casa.
O amor moderno mesmo, divide bens em advogado, paga pensão, faz escala de visitas para as crianças, decide as férias que geralmente não é coletiva.
Quando o amor é super moderno,depois de juntar os trapinhos, pede-se um tempo para outras experiências. Amor moderno que se respeite e que tem status, discute a relação por e-mail porque é mais rápido.
Amor atual é aquele cheio de compatibilidade tal como dois banheiros.
Amor que é amor, mata-se em nome dele. E tudo bem, ficamos assim combinados porque moderno eu não quero ser

Solidão é quando você não tem de quem sentir saudades

"Os sonhos acabam onde a fé permanece.
Sem fé não há esperança, sem sonhos não há ilusão.
Abençoados são aqueles que possuem fé nos seus sonhos.
Abençoados são os que mesmo sem sonhos, possuem a fé."

Não é necessário melhorar a aparência, adquirir muita cultura, aumentar o salto do sapato, levantar mais o nariz. Precisamos diminuir o barulho, caminhar mais devagar, prestar atenção em quem chega, abaixar a cabeça e colocar a humildade pra funcionar. Somos grandes, quando somos pequenos.

A vida é um FELIZ atrevimento.

Ita Portugal

Eu só tenho medo de não ter tempo para cometer todas as loucuras que Desejo...

Sou da ilusão. Das confusas idas e vindas. Da insistência pela história. Sou de acreditar. De me perder nos romances. De entregas e depois arrependimentos. Sou da saudade dolorida. Das esperas angustiantes.
Sou da minha vasta imaginação. Da sobrevivência. Das tristezas ocasionais. Das perguntas sem respostas. Das respostas sem perguntas.

Minha Saudade é Noturna ...

"Deus me livre de gente que não entende que a beleza está na essência, que a melhor riqueza é a da alma e que as experiências amadurecem.
Gente que não sabe o valor do abraço que acolhe e da mão que aceita, da música que embala, do colo que serve de descanso. Gente que pensa que as coisas não mudam. Elas mudam continuamente. Gente que usa da vaidade que deturpa, do orgulho que afasta. Precisamos de gente que acredita na fé que fortalece e no amor que abastece, faz rir, distrai, enrosca, toca, cura, salva e tem a chance de ser maior do que a gente pensa. É essa gente que, sutil ou não, faz a diferença."

Se eu fosse rebobinar minha biografia afetiva, certamente encontraria: dois tropeções, uma loucura, três teimosias, uma ilusão, uma desistência, quatro bis, duas besteiras, uma escorregada, algumas covardias e vida longa para o romantismo.Sinto-me honrada pelas oportunidades de ter me danado e com isso aprender que preciso aprender. Andemos.

Queria acreditar que na sexta-feira, no finalzinho do dia terei o descanso merecido, inclusive das torturas dos dias quentes. Acreditar que os batimentos cardíacos não representam a fadada estafa que finjo não existir.
Queria acreditar que o tremor de meu olho direito é presságio de coisas boas e que elas chegarão sempre que eu precisar. Acreditar que sou compatível com a minha coragem e esperança e que nada disso será abalado pelas tempestades.
Queria sim, como eu queria acreditar que o êxtase da alegria será proporcionalmente maior do que o da dor e que um dia após o outro é o que devo viver sem muita pressa.
Queria acreditar que o café quente cura ressaca. Que uma noite de sono afasta todos os males. Que o samba me fará dançar mesmo eu não sabendo nenhum passo. Que o doce de leite de minha avó irá retirar o gosto salgado dos problemas. Que o dia transcorrerá normal. Que as pedras no caminho servirão para algo mais além de machucar o dedão do pé. Que o sorriso breve será apenas a apresentação de próxima gargalhada. Que o afago na cabeça, dado pelo homem grande é um gesto de carinho e não interesse escondido.
Queria acreditar na bolsa de valores. No Papai Noel. No sorriso do palhaço. Na previsão generosa da cigana. No automático bom dia da vizinhança. No boa noite do jornalista da TV. Na esperança dos cientistas. Nas promessas dos políticos. No resultado positivo da loteria. No fim da inflação. Na medicina naturalista.
Queria acreditar que relâmpago não é perigoso. Que a taça cheia não vai embriagar. Que chocolate não engorda. Que o bandido irá deixar o crime porque ele não compensa.
Queria acreditar nos livros de autoajuda. Na beleza do meu cabelo liso. Na minha falha memória. No “vai passar” dito para a tristeza.
Sinceramente eu queria acreditar que quando casar sara. Quando crescer passa. Se comer não engorda. Se perdoar a mágoa vai embora.
Queria acreditar que meu salário dará para todas as despesas. Que eu definitivamente irei aprender os cálculos mais difíceis de Matemática. Queria acreditar na lógica do homem.
Queria acreditar no fim do desafeto. Na insistência da justiça. Na validade do perdão. No término da maldade. Na claridade da verdade. Na ausência da inferioridade. Na cura da saudade.
Queria eu poder acreditar que o afeto será verdadeiro e que a palavra não mais mentirá. Queria acreditar na perpetuação do amor.

A gente mente a dor que não dói. Mente o amor que não sente falta. Mente o equilíbrio que não tem. Mente a vontade de falar um palavrão. Mente contando história de que tudo vai passar. A bondade que não temos. A mágoa que ainda existe. Não há quem escape das mentiras que aprendemos para viver. Mente o feio. Mente o bonito. Mente o mais ou menos. O quase, quem sabe, talvez. A verdade tirou folga. Está de férias ou foi demitida.

Viver verdadeiramente e intensamente não é nada simples. É preciso ter coragem para retirar as máscaras de proteção. Aceitar o óbvio. Encarar as valas, passar pelas pontes, pular a cerca, subir as escadas, atravessar a rua, quebrar as regras sem quebrar conceitos, empinar pipas sem encostar-se aos fios, lavar as janelas sujas para enxergar o dia, pescar cuidadosamente a alegria e empurrar a maldade, dormir pra sonhar e acordar para realizar, sujar os pés na lama e depois lavar, tomar sorvete se lambuzando para aproveitar o sabor, lamber o dedo e virar a página, decorar o texto e improvisar os esquecimentos. Caímos aqui, então o melhor é viver. Pé na tábua e boa sorte.

Somos passageiros, exigindo eternidade.

Sobre críticas, conselhos, opiniões nas escolhas de cada um:
Não estou apta para cuidar da vida alheia. Estou ocupada aprendendo a cuidar minimamente da minha.

Não sei fazer cálculos, mas calculo que o amor não é uma conta que se faz sozinho e tampouco tem resultado exato.

Quando não se acredita em nada, a vida torna-se penosa.

Era só pra dizer, um pouco de alma, um pouco de calma.
Era só pra dizer, sem nenhuma intenção, tenho uma dose de saudade.
Era só pra dizer, que os olhos continuam hipnotizados, os pés acostumados com o mesmo caminho, o corpo tomou forma do abraço e nunca mais foi o mesmo.
Era só pra dizer que as noites parecem mais longas que o habitual. Que a vida segue, embora os dias sejam bofetadas.
Era só pra dizer que a ilusão incomoda e meia dúzia de sonhos censurados ficaram guardados. Era só pra dizer que meu vocabulário continua o mesmo, ou seja, uma série de repetições que me enchem de tédio.
Era só pra dizer que a conexão afetiva falhou sem meu genuíno desejo.
Era pra dizer que os imaginários existem, apenas aqui.
Era só pra dizer.

Tenho uma história bonita, escrita nos meus sonhos.
Acordar, costuma ser borracha...