Poemas sobre o Silêncio
O silencioso invisível.
As poucas pessoas que me conhecem (ou acho que me conhecem), deveriam saber que a única coisa que me basta, me supre e que me acalma é o ínfimo prazer do silêncio.
Quando as nuvens negras se aproximam de mim e tentam me devorar, os barulhos dos trovões me alimentam de raiva e fúria.
A energia do barulho é corrosiva...
Nosso mundo está inverso, o talento de ouvir está escasso e as palavras vagas ganharam espaço.
Fala-se, fala-se e não se fala nada. E os que estão distantes, por hora se torna tão próximos, aqueles que habitam ao seu lado parecem estranhos.
O principezinho já dizia: "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos".
Você já reparou no poder do invisível? Tudo o que é invisível me supre...
Tim Maia dizia: "Não quero dinheiro, eu só quero amar."
Meu estágio é outro, não me importo com o amor, não preciso ser amada e nem amar alguém. Eu não preciso de tribos...
Algumas pessoas evoluem para si, outras evoluem para os outros, alguns evoluem para Deus e outros evoluem para suas crenças internas.
E aqueles que já sentem que não precisam de mais nada? Que sentem que sua saciedade já chegou ao fim...?
Esses morreram ou evoluiram?
As perguntas são barulhentas, hoje acho que não gosto mais de tantas perguntas assim...
Quero apenas me sentir como uma folha, uma folha pequenina, leve e que o vento leva.
Sem precisar fazer escolhas, sem precisar escolher o destino.
Apenas deixar o vento silencioso e invisível me guiar.
TUDO É ÚNICO
Traduzir silêncio
é uma nota singular
O arbítrio das leis
Na alma humana,
a imagem da vida.
Tenho aprendido a ler os silêncios e entrelinhas.São tantas as descobertas, que prefiro o stand by dos momentos. Nos quais o modo avião é fluxo do feedback entre o eu, o estou e o nós."
BMelo✍️
SILÊNCIO ADMISSÍVEL
Olhe para dentro de ti; escuta o silêncio admissível com o qual tua alma se simpatiza; ouça os pensamentos que surgem no teu interior e ignore, sem desdenhar, o mundo ímpio que te amarra à materialidade. Aprenda, porquanto, a verdadeira vida está na espiritualidade que, com o tempo e amadurecimento, nascerá em teu interior. Portanto, muito mais que com a vida material, tens que te preocupar em desenvolver o teu lado espiritual, esse sim, haverá de retornar ao Criador, interior do qual saístes.
O abominável homem das trevas
Sombrio e obscuro,
ele navegava pelo asfalto da avenida
como quem veleja pelo concreto frio, cinza e duro da cidade.
Caminhava altivo e inexorável
os caminhos possíveis de seu pensar,
em ruinas, via o seu mundo inexplorável ruir a cada esquina.
Sentia suas dores mais intangíveis explodirem na escuridão à sua frente
e como um mensageiro da escuridão ele explorava o mundo de forma inabalável.
Em meio às trevas de sua existência embebidas de silêncios enormes
que lhe afagavam a face
penetrava o seu abismo mais profundo.
Feito mãos que penetram insensíveis as teclas de um piano e afagam sombrias as cordas de uma guitarra,
seus pensamentos mais sordidos ressoavam temerosos e solitários pelos acordes mais crueis e malignos daquela noite.
Ao caminhar por seus medos mais horrendos, se aprazia da amizade sincera que lhe ofertava a solidão, oprimido pelas sombras da noite retorcendo-se pelo caminho e beliscando o seu calcanhar, via, sentia,
a brisa da noite lhe afagar serena a face segundos antes do breu intenso da madrugada explodir em sua retina,
já turva e meio estorvada.
Enquanto percorria sozinho e intrépido os caminhos sombrios de sua escuridão revia os rumos prescritos em seu destino.
Ao passar pela avenida vazia,
via as luzes dos postes de iluminação se apagarem feito presságios.
O abominável homem das trevas caminhava sonoro, todos os dias,
pelas vias mais improváveis de sua quase morte
e bem em meio a percepção de sua inexistência
era acometido de uma euforia absorta e imponderável,
acometido de um prazer inexplicável.
A adrenalina lhe aprazia.
As trevas lhe aprazia.
A solidão lhe aprazia.
Nem mesmo a morte lhe metia medo.
Na escuridão, os seus olhos brilhavam feito estrelas raivosas
deslizando pelo céu infindo,
refletindo o brilho sagaz de sua impenetrável coragem.
Seu hábitat era a escuridão.
O ecossistema ao qual pertencia subsistia no caos à beira do quase fim.
Silêncios
"Em minhas fugas e buscas conheci muitos silêncios.
Aquele que é refugio. Abrigo de muitas saudades. Guardiã de minhas lembranças. Arquivo das memórias mais sagradas.
Já busquei, desesperadamente, o silêncio.
Nele procurava um esconderijo para meus gritos, que de tão fortes, não cabiam nas palavras...
Já fugi do silêncio. É que seus gritos acordavam meus medos e ameaçavam meus segredos...
Gosto do silêncio que aflora meus sentidos e é música para meus ouvidos. Que conversa com minha solidão e sabe de mim mais que as palavras. Do silêncio que revela, na ocultação dos sons, meu mundo de sonhos e desejos.
Silêncio que se faz morada de tudo que vivi ou sonhei viver. Que me acompanha, mesmo quando os barulhos internos/externos são ensurdecedores e ameaçam minha paz.
O silêncio é sempre bem-vindo, pois me renova e me faz perceber, cada vez mais, o valor das palavras.
Gosto do silêncio nascido da paz!"
Mossoró/RN, 31/07/2015
Você está aqui, e mesmo
que eu não queria,
o coração te leva
..................em SILÊNCIO!
18/08/ de 2020
Gosto do silêncio da tarde
da alquimia que se nota
entre os elementos do universo
seguindo a sua traçada rota
Gosto da noite e das estrelas
que reinam donas de tudo
induzem ao sono e ao sonho
aos habitantes deste mundo
Gosto do dia e do sol
que anuncia nova aurora
dá vida à toda a natureza
embelezando as horas
Mas gosto mesmo é de viver
espalhando letras ao sem fim
e a Deus sempre agradecer
por tudo que deu a mim !
Minúcias
De dorso em curva
Montanhas pastosas
Rústico e rígido
De superfície corada
Queimada pelo sol
Cheiro de suor e mato
De olhar tenaz
Feito gavião em sua presa
Fixo e firme
De ouvido atento
Meio instinto, meio opção
De conversa curta
Ações ligeiras
De braços fortes
Protetores
De risos raros
Radiantes
De calor intenso
Fogo e madeira
De inverno abrupto
Ventos e uivos
De silêncio e pensamento
Imerso em si
Imerso em mim
Imerso...
É te vendo que te desvendo.
No teu silêncio escuto ecoar teu grito...
É amargurado, solitário, dolorido.
Não percebes a mão ali, pronta, ao teu lado, à espera.
Queres que alguém te puxe daí desse teu abismo.
Anseia por uma mão que possas chamar de amiga e reclamas:
_ Não há uma só!
Deveras, não há só uma mão a tua espera. São muitas!
E elas aí estão, frente ao véu de tua cegueira.
Por que não me puxam, então? _ perguntarás.
Porque teu abismo é um raso degrau;
Porque ao te puxarem não sairás do lugar;
Porque é de ti que deve partir o encontro das mãos.
Tantas vezes já tentaram e não te alcançaram!
Quando acreditavam te agarrar,
Atravessaram um espectro que não se deixa palpar.
Vejo-te clamar em silêncio sem aceitar resposta.
Sinto teu olhar suplicante fincado no chão.
Queres abrigo, mas enjeitas o amigo.
Alma em noite escura,
Espreito teu amanhecer.
Ao menor sinal de abertura,
Estarei aqui para te acolher.
Hoje preciso do silêncio
Verbalizar é o chamado. Porém hoje eu gostaria mesmo era de poder experimentar o silêncio, mas silêncio também no pensar. Os pensamentos podiam desacelerar... entender que a mente também precisa de descanso. Às vezes, é necessário parar, pois a saudade também tem o poder de nos deixar exaustos. Parar... Nem fazer perguntas nem tentar respondê-las; nem gritar nem sussurrar; nem isso nem aquilo. Eu queria mesmo era conseguir sentir o nada até que ele me incomodasse.
Mas silenciar a mente não faz calar o coração. Querer insano esse que experimento! Não há mesmo como tapar o grito que sai do coração! Como não escutá-lo? Como ignorá-lo sem apresentar distúrbios de alguma ordem?
Tendo a compreensão da impossibilidade do silêncio buscado, verbalizo. Não posso silenciar minha mente nem meu coração. Levo-os então a sonhar. Sonho feito de sons... Coloco o repertório que me agrada, a trilha sonora de tempos felizes, vozes que têm me feito falta, risos que alegram, olhares que denunciam o amor, abraço que redime e dilui a solidão. Sou generosa comigo em meu próprio sonho.
Como Mário Bennedetti, compreendo que o maior erro que alguém pode cometer é tentar extirpar da cabeça o que inunda o coração. Entendo agora que não é do silêncio que necessito, preciso é da esperança. Acreditar no sonho, continuar a caminhada com sorriso no rosto e fé no coração. Dou-me conta de que é verbalizando que a alma se acalma e retoma o ardor e a alegria. O silêncio se fez sim, externamente, e foi necessário para o colóquio interno, para que o sonho aflorasse e para que mente e coração, em união, voltassem a sonhar, voltassem a crer.
O Ruir do Tempo
Toca o tiquetaque do relógio,
No tique ignoro o tempo,
No taque pergunto porquê.
Segue o segundo do sonho,
Enquanto segue eu sorrio,
No segundo seguinte esqueço.
Vai a minha voz ao vento,
Quando ela vai eu acredito,
Até o vento parar em ninguém.
Rui o ruído ao romper do passo,
No romper aspira ser pegada,
No silêncio rui até ser nada.
Toca o tiquetaque do relógio,
Empurra o sonho mais um segundo,
Com uma voz mera brisa no tempo
E um passo onde só o silêncio passa.
"...Tudo se mostrava tão extenso, agregado,
Que nesse instante, dentro do teu silêncio,
Era como se uma profundidade entre nós se cingia.
Então, coloquei-me a teu lado, respirando-te.
Permanecemos emudecidos, por dentro acolhidos,
Guardando infinitos abraços em nossas almas..."
Carlos Daniel Dojja
In Fragmento Poema Recolhimento
O SILÊNCIO
Quantas palavras ele pode dizer
Quantas verdades ele pode expressar
Também pode cometer enganos
Depende de quem vai interpretar
O silêncio é torturador
As vezes ...
Outras vezes , é consolador
É também intrigante
Ou desolador
O silêncio pode ser maquiavélico
O silêncio pode ser tendencioso
Pode ser desnecessário o silêncio
Mas pode também ser precioso
O silencio pode gerar conflitos
Mas também pode evitar
O silêncio pode afastar pessoas
Mas também pode aproximar
O silêncio pode ser timidez
Outras vezes sensatez
O silêncio pode ser covardia
Mas também pode ser empatia
Não se deve apressar no julgamento
Na verdade não se deve julgar
Tudo depende do momento
O importante é observar
No meu silêncio eu reflito
Sobre pensamentos meus
Só no silêncio é que eu consigo
Ouvir a voz de Deus
Cigano Romani Em 10/04/17
Fb RomaniPoesias
Sol
Pela manhã
Olho para o lado
Me encontro em um Divã
Estava só eu
Parecia haver mais alguém
Mas só ouvia o silêncio
E um brilho
que ofuscava os meus olhos
Parecia você
O seu sorriso
Me levantei da cama
Bateu a saudade
Lágrimas...
Era apenas o sol...
... que eu morra como um corpo
dentro do coração da luz do silêncio
que me cale que não viva nem esteja morto
Às vezes falo de coisas determinadas
afasto-me irremediavelmente do silêncio do horror das cosas
Está tudo a acabar e a começar no entanto o peso da memória instala-se em todas as coisas de dentro para fora
O silêncio
Antes das palavras , dos idiomas e da tecnologia havia o silêncio , nele ( o silêncio ) era possível ouvir tudo e nada , Mas depois que surgiu a voz todo o som que se ouvia tornou-se mudo, inexistente e as diversas formas de comunicação tornam o silêncio como forma acabada , finda e imperceptível.
Sou de uma época que o silêncio era mais audível que o som , que sua mensagem continha mais reflexões que os textos de hoje e que suas consequências aconteciam em um tempo curto de reação e longo nos seus efeitos . Tenho pena daqueles que não ouvem o silêncio , me preocupa a dependência de quem tem que se pautar ou dirigir pelo som das palavras e são analfabetos do que não se diz . Confúcio afirmava que " o silêncio é um amigo que nunca trai " enquanto Oscar Wilde ponderava que " Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo" .
“A VOZ DO SILÊNCIO”
Eu sou o reflexo dela
Da minha eterna solidão
E gosto de Ser com ela
Essência da minha Paixão...
A solidão do apaixonado
Que alguns julgam conhecer
É o eterno, reiterado
Como a se autoreconhecer...
Solidão é a voz do silêncio
O refúgio da saudade
Mas é também o prenúncio
De um belo amanhecer
Se fazendo renascer
Em um instante de eternidade...
Por isso revolvo a alma
Até reencontrá-la, enfim
E regando-a com calma
Eu prossigo nesta estrada
Sozinha ou acompanhada
Mas com ela dentro de mim...
___(Nazaré Ribeiro – 10.06.2019)____
Talvez a morte seja este silêncio em real definição...
Pois em vida não passa de sentença desmentida,
refutada por compassadas batidas; do meu coração.
