Poemas de saudade que traduzem memórias em versos
Saudade
Saudade é o nome
daquilo que mora em silêncio no peito,
e faz barulho no olhar.
É ausência que pesa,
lembrança que toca,
tempo que não sabe voltar.
É quando a memória abraça,
mas o corpo sente falta.
Quando o riso vem fácil,
mas o coração falta.
Tem cheiro que chama,
voz que ecoa,
detalhe bobo que emociona à toa.
É querer ver de novo,
mesmo sabendo que não dá.
É conversar com o pensamento,
é esperar sem esperar.
Saudade é o espaço entre dois tempos,
entre o que foi
e o que talvez nunca volte a ser.
Mas mesmo doendo,
ela mostra:
aquilo que existiu valeu viver.
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22/07/2025. Querido inverno, saudades.
“Eu gosto do frio glacial do inverno”
Procuro pelo calor eterno
Um pouco de conforto interno
Para os ossos trêmulos, invisíveis ao externo
Onde a vida encontra o amor materno
E me rói os dentes, que batem expondo o inferno
“Eu gosto do frio glacial do inverno”
Me lembra da incessante dor
Que procuro congelar-me sem pudor
Mesmo que eu corra atrás do ardor
De ter-me-ei em seus braços
O fruto aconchego de seu abraço
Que no ato de querer te amar
Até mesmo o gelo há de me queimar
Acho que só não estou oca porque estou cheia de saudades.
É ela que me preenche quando você falta.
Uma presença dolorosa, mas viva.
Lembranças e lições
Memórias e saudades
Momentos e ilusões
Verdades e invenções
Atenção e evasão
Desespero
Desapego
Saudade
O tempo é uma roupa com saudade do algodão.
Entre eles havia o silêncio que antecedeu o big bang.
A porta estava aberta, mas ele não sabia mais sair.
Ele chorava a despedida, mas sua amada segurava sua mão.
Ele era uma bomba atômica com a aparência de um filhote de gato.
Ele era um feto em estado permanente de gravidez.
Ele construía uma escultura na areia como se fosse de bronze.
Ele tinha palácios, mas as camas eram feitas de espinho.
Ele tentava dizer, mas não tinha gesto nem cordas vocais. Estava paralisado como uma estátua.
O amor era tão profundo que a não reciprocidade anunciava a morte do sujeito que ama.
"O que você acha: dizem que para sentir saudades
tem que ter sido feliz!..."
Otávio ABernardes
Goiânia, 23 de julho de 2025.
🌫️
Às vezes, nem sei se é saudade do lugar…
ou de quem eu era quando morava lá.
Só sei que, mesmo rodeada,
sinto falta de algo que ninguém vê.
A ausência é o sal da vida, sua essência. A saudade é a expectativa do doce, quando ao paladar se apresenta o amargo. Ausência e saudade são faltas, que o ser humano suporta com resignação, de uma esperança que resultou inútil.
O tempo que não passa é uma fruta que não amadurece. É simbologia da estagnação, que leva à apatia e ao desespero. Todos os tempos fluem com a ação. A inação é a quebra da força vital.
Silêncio do cansaço é quando a retina se gasta com imagens que se repetem. O silêncio da contemplação é quando o silêncio pele um pouco de calma, para apreciar suas criações.
A memória é uma pulga que salta até quarenta vezes o seu tamanho. A memória é aquilo que ficou daquilo que passou. É um baú de lembranças que ao mesmo tempo alegra o coração ou o faz sangrar.
Lento é um nome poético para o vento, pois o vento é fluido e se vai de um canto a outro sem pressa. O vento calmo. Mas o vento pode ser potência destruidora, quando se embravece e brinca de arrancar casas e telhados.
Meu nome é solidão. Brinco com corações humanos, bombardeando-os de um silêncio absurdamente desconcertante. Meu objetivo é ver o homem se bastar.
O destino tem a cor dos meus olhos castanhos. Tem o amendoado dos meus olhos e me convida a rir ou chorar, no baile da sociedade ferida.
Se o amor fosse um labirinto seria o labirinto do Minotauro. O Minotauro encontraria-se em estado de paixão e seria incapaz de ferir até que a paixão passasse. Seguiria-se a realidade nua e bruta.
Ela nasceu nas fontes de água e morreu no deserto sem árvores. Ela era a antítese entre a abundância e a escassez. Renasceu como uma criança desconfiada, com a alegria do muito e o medo do nada.
Entre o céu e a terra havia um abismo que uma estrela cadente deveria atravessar, para o seu nascimento terreno. Era uma estrela em estado de epifania e nada podia temer. Era seu destino implacável.
VERSOS DE SAUDADE (soneto)
Vou de versos em saudade, sofrente
As trovas choram lágrimas, suspiram
Soluça. A solidão e o pesar, inspiram
Vertente. Nublando o verso da gente
O poetar de nostalgia, uma serpente
Ondeando o ritmo com um amargor
Envenenando o verso com sua dor
E na versificação uma dor clemente
Adeus, uma poesia que estrangula
Adeus, agonia que o pesar formula
Enfeitiçando a prosa tão cruelmente
Aperto, enjoo, o verso sem medida
Nesta saudade poética tão abatida
Enchendo o soneto de rima ardente.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 julho, 2025, 13’51” – Araguari, MG
Coisa linda, não posso te esquecer.
Teu sorriso acende meu peito, viraste saudade antes de ser lembrança,
morando em mim como uma doce canção que toca no silêncio do meu coração. Teu olhar mora em mim...
— Fram Lima —
O Trem da Minha Vida.
O trem da minha vida partiu sem aviso,
Levando esperanças, saudades, sorrisos.
Parou em estações de amor e de dor,
Carregando histórias de riso e clamor.
Nos trilhos do tempo, a infância passou,
Por campos de sonho que o vento levou.
Os vagões da juventude dançavam no ar,
Com promessas no peito e sede de amar.
Em algumas paradas, perdi o compasso;
Chorei despedidas, recomecei passos.
Mas o apito insistia: “Avante, é viver!”,
E eu seguia em frente, sem me esconder.
Conheci passageiros de olhar profundo;
Alguns ficaram, outros sumiram do mundo.
Deixaram lembranças, lições, cicatrizes,
Mas também me ensinaram o que é ser feliz.
Hoje o trem corre — já vejo o entardecer;
Com janelas abertas, deixo o vento bater.
Não sei até que ponto ele vai me levar,
Mas aprendi, com o tempo, a não mais parar.
Se um dia ele frear no destino,
Quero estar em paz, num silêncio total.
Pois vivi meu caminho, sem medo ou medida...
Na locomotiva do trem da minha vida.
Saudades
A saudade é um sentimento que pela vida percorre.
Para que possamos superar durante a vida.
Devemos crê, e esperançar em Deus que nos socorre,
Mesmo em momentos que tratamos como despedida.
Ele nos dar forças e muita coragem,
Para enfrentar no dia a dia tantos desafios.
Que no percurso da vida nos dar margem,
Para vencê-la, suportando todos os calafrios.
Pois assim devemos seguir vivendo,
Sem olhar para trás como perdidos,
De cabeça erguida e do alto vendo.
Assim, jamais seremos seres confundidos,
Com muita fé, amor superamos a solidão.
Pois, temos Deus presente sempre no coração.
João Almir do Cordel
“A saudade que inventei para não esquecer você” — Análise de um poema de Leandro Flores
“Senti saudade do que nunca existiu.
Beijei bocas que sabiam seu sabor.
Num entardecer calado, fui canção sem ouvinte.
Era amor, mas era ausência — e eu provei.
O vento trouxe teu nome, mas não tua voz.
E a tarde morreu com um verso engasgado.”
Fonte: Leandro Flores – site Pensador e canal Café com Flores
Sobre mim
Oi, eu sou a Valkíria, professora e pesquisadora, e hoje trago um poema de Leandro Flores com um título belíssimo, original e poético:
“A saudade que inventei para não esquecer você | Te amando antes da primeira página...”
Agora minha análise
O poema de Leandro Flores é uma confissão breve, mas intensa, construída sobre a ausência. Logo no início, o paradoxo “Senti saudade do que nunca existiu” traduz a falta como presença imaginada, diálogo direto com Cecília Meireles: “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença...” (Crônicas de Educação, 1954).
Cada verso revela a impossibilidade do amor: beijos que não preenchem, a canção sem ouvinte, a dor provada como sabor. O desfecho, com o nome sem voz e o verso engasgado, sela a incompletude — o amor que não pôde nascer.
É um poema curto, mas que carrega a densidade de um romance inteiro. Ele mostra que a poesia pode surgir do que não se viveu, transformando o vazio em palavra. Afinal, quem nunca sentiu saudade do que não viveu?
Desejos
Faz em mim o que ninguém fez,
Tira de mim o que me corrói,
Afoga a saudade,
Devolve-me a paz perdida em ti.
Busco tua boca, teu corpo,
Perdido entre desejo e lembrança,
Entre o que fomos e o que ficou.
Que saudades tenho de mim
De quando eu era amor
Mesmo carregando tanta dor
Mas acho que tudo tem limite
Mas preciso voltar para mim
Só não sei se tenho fé
Saudades
Oh saudade daquele tempo
Tempo que não volta
Tempo que decepção era de perder nas brincadeiras
Tempo que ramos viravam bandeiras
Tempo que beijo curava arranhão
Tempo que meias viravam bolas de queimada
Tempo que não tinha preocupação
Tempo que abraço de mãe era melhor que pomada
Saudades daquele tempo
Aquele tempo que eu queria crescer
Nem sabia que eu não sabia o que era sofrer
Hoje cresci
Minhas asas bati
Senti dor,amor,sorri e chorei
Passei por coisas que nem acreditei
Olhando para mim vejo as marcas da caminhada
E assim agradeço a Deus
E guardo no peito a saudade.
A saudade que uma mãe sente dos filhos crescidos não tem barulho. Ela não aparece em fotos, não se conta nos aniversários esquecidos, nem se mede pelas mensagens que não chegam.
É uma ausência que mora no silêncio — aquele que fica depois do almoço feito com carinho, da roupa dobrada com lembrança, do café que esfria esperando alguém que não vem.
Ela lembra do menino que corria pela casa, que chorava por um joelho ralado, que pedia colo no meio da noite.
Agora, ele é um homem. Ela sabe.
Mas o coração...
O coração de mãe não entende de calendário nem de idade.
Ela não quer prender. Ela só queria mais tempo.
Mais um momento simples, mais uma conversa despretensiosa, mais uma chance de cuidar.
Por isso, ela reza.
Reza quando está lavando a louça.
Reza enquanto ajeita uma foto na estante.
Reza porque é o único jeito de continuar fazendo o que sempre fez: amar incondicionalmente.
Os filhos crescem, voam, erram, acertam...
Mas no peito daquela mãe, continuam sendo os mesmos pequenos seres que ela amou antes mesmo de nascerem."
. Cartas para meu irmão
Hoje faz 4 anos da sua partida.
Que saudades eu sinto de você.
Eu sei que estamos aqui de passagem.
Mas, nunca estaremos prontos.
Por mais difícil que foi sua vida, a saúde debilitada.....eu sei que você não queria ir.
Ah , meu irmão sinto sua falta
Eu me conformo em saber que você é um anjo, que nós guia aí de cima...
