Poemas de Saudade de Poetas Portugueses
COBIÇA
Eis que eu estou aqui frustrado!
E tendo, por momentos, a sensação de fracasso.
Mas fracassado eu seria na verdade,
Se trocasse meus ideias pelos conceitos impostos pela sociedade.
Se o dinheiro não vem à frente do amor para mim,
Não sou eu o fracassado,
Mas os outros sim...
Tudo que é comercializado pode ser arrematado por outro comprador...
Então, logo você não é o dono vitalício desse amor - não o tem,
És apenas o proprietário momentâneo de um bem...
Por isso as relações findam-se nos dias atuais,
A cobiça dita as regras e o amor é trocado por coisas banais.
Não é um sentimento fácil, caro amor
É árduo
É sofrido
É fogo que consome
Não é fácil te amar, caro amor
O meu coração fica em pedaços
E se reconstrói
Queima a alma
E me destrói
Não é fácil tentar não desatar o nó, caro amor
E quando já não aguento
Deixo que em cada palavra
Fique a marca de minhas lagrimas
Deixo que em cada palavra
Fique a minha dor
As noites em claro
O meu amor
Eu escrevo sobre o amor, ou o amor me escreve?
Eu escrevo sobre o amor quando digo que amar é um sentimento puro
E o amor me escreve quando eu amo outro alguém
Eu escrevo sobre o amor quando digo que posso senti-lo
E o amor me escreve quando eu escrevo sobre você
Quando escrevo sobre você eu tento
De todas as formas
Tocá-lo com palavras
Tento
De todas as formas
Aproximar-te desse sentimento
E quando o amor me escreve ele tenta
De todas as formas
Fazer com que eu toque você com palavras
Ele tenta
De todas as formas
Fazer com que eu aproxime você desse sentimento
O amor não só me escreve como nos escreve
Porque seja na paixão, daquelas que vem do fundo da alma
Paixão amor
Ou em um ato de solidariedade
O amor nos escreve
E quando ele nos escreve
Ele nos envolve
E então
Somos um só.
Ajustando as velas
Ajustando as velas
Desvestindo um santo para vestir outro
Apagando incêndios
É a vida
Sob todos os seus
Desalentos
Contratempos
E encantos
“É sobre a sintonia das nossas almas
A guerra dos nossos egos
A forma como a gente se machuca e se ama
Em proporção parecida
É sobre viver
Ferir
E ser ferido
É sobre o pedaço do meu coração
Que pertence a alguém
Que não sou eu.”
MINHA FUTURA NAMORADA
Oh, meu amor
Venha depressa
Quero sentir teu calor
Só de imaginar meu coração acelera
Quero sentar lá fora
Apreciar contigo as estrelas e a lua
Viver contigo intensamente o agora
De forma que vivi como nunca
Vou te abraçar
No fundo de teus olhos olhar
Lentamente irei te beijar
E então saberei que para sempre irei te amar
Posso prometer
Mas preciso de você aqui
Meu desejo é te ter
Para nunca mais sozinho me sentir
Farei-te de poesia
Quero sentir teu amor
Irei te querer em minha única vida
E nos curar de toda a dor
Venha ser a minha estrela
E eu serei o teu céu
Criaremos uma constelação inteira
Tudo tão doce quanto o mel
A Deus pedirei
Nosso amor irá se unir
Em suas mãos segurarei
E com você meus caminhos quero seguir
Por favor
Venha depressa
Estou a sua espera.
Tão perfeita fica a noite com a lua
tão lindo o brilho do sol
dia e noite, noite e dia
meu coração por ti palpita.
A poesia é a alma
do poema,
o poema é o corpo
que tudo pode
e quem escolhe é você.
O poema pode ser
escrito ou pode ser
tudo aquilo que você quiser,
ou simplesmente não quiser.
Poesia é subjetivismo,
e sem subjetivismo até
o poema não faz sentido.
A poesia só existe
se você ler e entender,
e sem os teus olhos
a poesia nunca irá existir.
(Poesia e poema têm
o compromisso de coincidir).
o poeta e a musa , a nota e a melodia ,
a canção e o autor , o obra e o autor ,
o romantismo e a inspiração ,
o retrato e a modelo ,
a amante e o amado ,
o começo e o fim ,
o fim da frase e o ponto final ,
Eu e você .
Sempre com emoção
Os Gritos da Maresia
Tempestade no Mar
Que não sabe amar
E nem se importa que
Estou a espera do meu alado
Para me levar
Para o outro lado
Mas tempestades não perdoam
Meu coração também não
E o meu alado
Também está acorrentado
A ouvir esta canção
Do meu Coração
Grades, correntes, paredes e ondas do oceano não nos separa
Pois porque o amor nunca para.
E os meus olhos acastanhados
Ficam molhados e azulados
As vezes sinto-me como o Mar
Sem vontade de Amar
Quero tudo devagar
Porque se meu tempo está pra acabar
Que eu o aproveite
Como deleite
De pouco passar
E que eu deixe a rapidez para os novos
Que não percebem
O que bebem
O que sentem
O que mentem
Que andam a navegar
Em terra solta
Quero tudo devagar
Porque se o fim chegar
Que seu intervalo seja passear
Pelas estrelas
Pela lua
Pela sabedoria
Quero tudo devagar
Porque a pressa de passar Se transformou
E se saúde faltou
Nada releva
Tudo se enerva
E uma brecada
Se dá em cada arrancar
Mostrando que a felicidade é devagar
E se dá somente
Na fortaleza do amar..
30.12.17
Há qualquer coisa em ti
Há qualquer coisa em ti,
Não sei bem o que possa ser,
Mas há, de facto, qualquer coisa em ti.
E essa coisa ou essas coisas que são tão tuas,
É que me fazem querer ser tão teu,
Porque há qualquer coisa em ti.
Num dia em que não esteja contigo,
Ainda vou descobrir o que te difere,
O que te faz ser tão única e especial.
Conheço-te melhor que ninguém,
Mas desconheço o que me fez querer-te conhecer.
Parece que a cada dia que passa vou te descobrindo cada vez melhor.
Essa coisa que há em ti,
Não é uma coisa qualquer,
É uma coisa muito tua, muito nossa,
Disso eu sei, mesmo não sabendo do que se trata.
Não és igual a nenhuma outra pessoa,
És igual a quem és e mesmo isso te incomoda,
Porque há qualquer em ti que te incomoda.
Ironia ou não, outros o dirão, se assim entenderem,
Mas a realidade é que essa tal coisa que tens em ti e que te faz tanto incómodo,
É precisamente a coisa que tanto me fascina.
Agora só te peço que feches os olhos,
Que me toques no peito e sintas,
Que há qualquer coisa em mim,
Que sabe que há qualquer coisa em ti.
SEUS BRAÇOS, MEU LUGAR
Há mais de uma década, vago pelo mundo
Buscando me encaixar
Andei por terra, céu e mar,
Mas em nenhum lugar parecia me enquadrar
A terra áspera, com suas pedras, me fez tropeçar
No céu o vento forte me carregava sem direção
E o mar com suas ondas indo, vindo e voltando
Não me deixavam respirar
Então ferida pelas pedras da vida
Largada sem direção pelos fortes ventos
E sufocada pelas ondas do mar
Sem entender me joguei na rede a balançar,
Pois ali não tocaria a terra,
Estaria não tão perto do céu
E longe do mar
Foi então que seus braços fortes me puxaram
E de repente eu flutuava
Mas não era mais sem direção
E as ondas que antes sufocavam,
Com seu toque se acalmaram
Quando me tirou daquela rede,
Nossos corpos se alinharam
E então eu entendi o que é encaixar
E então eu encontrei o meu lugar
422
Como queria ser seu caminho
Pra com carinho
Fazer um ninho de não parar
Como queria ser seu amor
Pra em seu corpo sentir calor
E suar desejos de ardor
Como queria mudar de rota
Pra que em nota
Comunicasse meu querer
E sem vencer
E sem perder
Ser seu alfinete
O mais ínfimo objeto
Que pudesse querer
E como em vida
Em despedida
Soltar foguetes
Fazer cacuetes
Que lhe fossem lembrar
Eternizar
Minha soltura presa
Minha falência sentimental
O que me faz sua em distância tal
Que me transporto em sorrisos
A espera do inesperado
Um namorado
Indignado
Com a falta de poesia
09.11.17
SOBRE A CARTA DE ROWAN A GARCIA
Procure-se uma alavanca que faça mover
uma bússola para orientar
qualquer outro instrumento que faça parar,
que sirva de travão a tudo
quanto de ruim está a acontecer.
Uma alavanca que sirva para despregar
erguer
mover
arrancar...
Uma alavanca que arranque
tudo quanto está a atravancar
e a impedir
de crescer.
Outro instrumento qualquer
que sirva de travão e faça parar
o mal que impede o bem-pensar
como em proveito universal agir.
Uma alavanca que arranque
tudo
de ruim - mas mesmo tudo.
Se a alavanca vai fazer mover
o que está parado
pela preguiça de pensar
e falta de vontade em ser um dia...
...que o travão pare
o absolutamente inútil e fútil.
E que a bússola da responsabilidade
oriente e faça agir
como em Rowan para levar a carta a Garcia.
(in TRIPLO V)
420
Mesmo distante serei sua,encarnarei minha alma a sua e terei seu pensamento, sentirei seu corpo em orações longas e me amaziarei de seus medos.Meu corpo fervera a seu prazer e serei seus delirios em frases úmidas de amor.
Lupaganini
3/11/17
Na prece silenciosa
desta tarde azul,
não paro de pensar
na força do destino
deste amor bonito
que há de nos unir.
O Sol dando beijos
na mata verde,
parece até contigo
que nunca sai
da minha mente.
O romance da Lua
tão aguardada
que prateando
a mata adormecida,
há de entreter-me
esta noite porque
não tenho você
para me distrair.
Tudo isso me faz
meditar as cores
da Pátria gentil
que erguidas num
dos topos do mundo,
trazem um sinal
parecido comigo;
porque em teu
peito vou ocupar
território fixo,
e jamais deixarei
que me toquem em retiro.
Em certo momento ás coisas esfriam.
O coração aperta.
O sentimento de angústia aumenta e se enrola no pescoço e sufoca a respiração.
A solidão é só questão de tempo, mas por fim sofremos em silêncio.
No ritmo universal
do nosso íntimo
refúgio silencioso,
nos possuímos
em nossa galáxia,
nós que temos
a certeza do infinito
Nos identificamos
e não importamos
quando chamam
a gente de lunáticos
Na crença sideral
que cultivamos,
somos os exilados
de um mundo triste
que não liga
mais para o futuro
Nos encontramos
e nós dois confiamos
no que há de etéreo
sublime e mais eterno
No espírito igual
ao da Lua alinhada
com a querência
de morar na delícia
da tua quentura
não me permitirei
outra coisa na vida fazer.
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