Poemas de Passado
A um tempo atrás eu dizia que faria o possível e o impossível por ela, que eu daria a minha vida por ela, isso tudo como um ato de amor.
Mas com o tempo eu vi que é muito mais difícil viver por alguém do que morrer por alguém e que é mais difícil ainda viver sem esse alguém que você ama.
Então hoje eu digo que como uma verdadeira prova de amor eu vou viver por ela para que haja chances do nosso amor reflorescer, até porque o amor nunca acaba e se acabar é porque nunca se amou.
Nos traços da missão da sua luta,
Dirige-se ao prélio o legionário;
Definem da coragem o seu erário
Suas linhas com face resoluta.
E galopa veloz cortando o Tempo,
Do dever sua lança o império vibra:
Densas formas desenham sua fibra,
Que os mares da batalha vai rompendo.
Com o fatal findar da resistência,
Desmonta-se o lanceiro em seu declínio
Nos seus rumos desfeitos de existência.
Em esboços se prostra o paladino:
Ei-la, cavalaria de imponência,
Quebrantada em areias do Destino.
Desvendo, introvertida e tão dolente,
Com o verso, que acorda e nada oculta,
A rosa cuja espada vil se sente
No arrebol das paixões da vida adulta.
Aos grilhões do encanto me condeno
A cultuar, honrado, suas formas,
Admirando da lâmina o veneno
E queimando na dor de suas normas.
Ainda que aflições tenha por lemas,
Manifesta-se a rosa com estima,
Que dos versos se adorna nos dilemas.
Se no segredo o amor rasga e se firma,
Deixe o mundo que fervam os poemas,
De onde revela o mal a triste rima!
Somos todos prodígios de personalidades mortas, que morreram pelo mundo e que carregam em si a vontade de continuar sendo o que eram antes.
Somos a dor da perda e a relutância em deixar o passado se esvair.
E nossos trabalhos como as estrelas que vemos no céu, o reflexo de astros que já se foram.
- E, assim, a arte se cria.
Ver, mas não ver como antes.
Saber que o que foi não mais será.
Desejar que fosse diferente.
Mas rejeitar a ideia de tentar.
Lembrar de não olhar para trás.
E ao olhar poder sorrir, por não querer mais voltar.
Reciprocidade meio ao caos
Levanto-me em meus barulhos internos, encontro-me em noites de silêncio
caminhando como um cego no futuro, e uma criança em um passado breve.
em uma nebulosa do presente, sou como um cachorro velho, incapaz de esquecer suas noites soluçantes de autopiedade e culpa
Mantendo-me são para seus delírios de ciúmes (ossos do ofício), ainda sim
de olhos abertos para você, deixo-te escapar por receio do que eu podia lhe causar.
Uma atitude covarde que me custou pedaços de mim, pedaços que hoje permanecem contigo implorando pra voltar à mim
Há estrelas que mesmo nos dias de hoje me perguntam sobre você dizendo:
"como ela está" "por onde tem andado", Não sei como responder, mesmo querendo muito. Não intervir em seu mundo foi o que eu prometi nos últimos suspiros de força.
- Caio (c.a.s)
sem a queda não se aprende.
*
Antigamente eu pensei, mas, só para pensar ser algo ou alguma coisa coerente. Então, rente ao portão me feri com as rosas e sangrei a bonança que não tinha, eram apenas os vestígios das bulas de remédios, deitei o precipício, choramingando. Assim me vi no autorretrato, formando frases impensadas, "e, achando-se ser importante sem ter nada.".
*
Ricardo Vitti
"O que um dia se foi não nos pertence mais;
Para que carregar bagagens que já não nos servem mais?
Não vale o peso dos passos, o suor da caminhada, o que um dia existiu, lá no passado ficou e não faz sentido viver ele mais;
O que um dia o ser foi, não justifica ser mais, que descabido seria vestir uma roupa que não te serve mais?"
(do livro: Libélula (o diário))
Meus fantasmas vieram me visitar.
Trouxeram aquilo que um dia foi.
Sussurrando suas palavras em meus ouvidos, palavras que me causavam terror. Faziam-me olhar para aquele quarto escuro, em que outrora eu havia trancado a porta.
Porém ela estava aberta outra vez e senti-me atraído a adentrá-la, novamente. Mas resisti bravamente.
Ou pelo menos era assim que deveria ter sido, mas não foi.
Há um grito que não responde
Eco silencioso que soa longe
Solto no ar
A onda peleia com as pedras
-indestrutíveis -
Mar sem memória de marés
não é mar
Sal sem demasia,
apenas mar
sem sinônimos
nem significados
Arrojado,
céu azulado
A água passou:
é passado.
Correntes Espinhentas
Na noite fria, eu acordo
Com medo de sonhar,
As coisa que recordo
Me fazem sangrar.
O sangue tão escuro
Como a escuridão da noite.
No espelho, vejo o "sussurro"
Balançando a sua açoite.
"O seu destino é sofrer
Pelas lágrimas que causou
Tus só irás morrer
Se continuar oque começou".
A sua voz me divertia,
Ele é bastante persistente,
Enquanto eu sorria
Ele arruinava a minha mente.
Quero esquecer o passado,
Mas ele não sai do meu lado.
O DESPERTAR
Com um olhar sério e sereno vaguei pelos meus pensamentos, vasculhei as gavetas que guardavam meu passado, me vi no meio de uma multidão de vidas, as quais muitas vezes me flagelei, feri minha alma, não me respeitei. Existem tantas histórias no fundo dessas gavetas, mas já passou, não quero revivê-las, não preciso mais senti-las.
O passado esta repleto de lembranças que vez ou outra podem nos afrontar, com imagens repetitivas tomando uma proporção grandiosa na corrente das nossas emoções. Não permitirei que o pretérito direcione como será o meu presente, de que modo transcorrerão meus pensamentos hoje, de que forma me comportarei no decorrer do dia e o que atrairei, só me permito seguir em frente e prosseguir evoluindo.
Algumas lembranças só fui jogando na caixa vazia do presente sem olhar, outras me demorei um pouco mais revivendo-as, mas logo depois as dispensei, e houveram aquelas que me detive em deixar ir, por serem histórias sem pares, singulares, tão minhas, voltei para a realidade e pensei que essas lembranças também não cabem mais em mim e não irão voltar, por fim também as deixei partir.
Sustentei a caixa vazia do presente e continuei limpando todas as gavetas do passado, só permitindo a permanência das lembranças que sem interferir, interagem com o presente e me deixam fluir, ativando boas sensações, leves recordações, ilimitados aprendizados e mantê-las significa visualizar de onde vieram e para onde progredir, pois hoje só me permito evoluir.
O amor que nunca vivi
No silêncio das palavras que nunca vivi,
Nas linhas traçadas em sonhos perdidos,
Escrevo um poema de amor que não senti,
Em versos profundos e sentimentos escondidos.
Fala-me de um amor que nunca provei,
De um toque suave que nunca senti,
De um olhar profundo que nunca encontrei,
Numa história que o destino jamais permitiu.
Nas páginas vazias deste meu coração,
Desenho retratos de amores ausentes,
São ilusões que ganham vida na imaginação,
São suspiros perdidos em ventos inertes.
Versos de um amor que não vivi,
Perco-me em desejos que nunca foram meus,
E em cada palavra que escrevo aqui,
Liberto emoções que nunca conheci.
Mas mesmo sem tê-lo, sei que o amor existe,
em outros corações e encontra morada,
E enquanto meu peito solitário persiste,
Acredito que o amor chegará na minha jornada.
Por isso, neste poema que nunca vivi,
Deixo palavras de esperança e devoção,
Porque o amor, mesmo que tardio, há de surgir,
E preencherá minha alma de gratidão.
Os versos de um amor que jamais experimentei,
E que um dia, quem sabe, se tornarão cor,
Na história que finalmente eu viverei.
Tem coisas nessa vida que é melhor a gente não lembrar.
Pra não sentir saudade ese arrepender.
E sofrer...
Tenha a coragem de assumir a verdade
Reclamar do que já sabia não tem sentido.
Assumir os nossos erros e a mudança
Transcendental difícil de enfrentar.
Agradeça pelo amor e a luz que você ganhou
De tanto se arrepender ficamos no passado
O que importa é o que fazemos agora.
Então ela abriu a porta, e percebeu que entrou na casa errada. O ambiente estranho, mobílias desarrumadas. O perfume de antes, já não exalava. Na mesa, louças quebradas, taças caídas sobre a toalha mofada.
Na parede, fotos de sorrisos empoeirados, que não se harmonizavam com a decoração.
O barulho da torneira que gotejava sobre a louça esquecida na pia. E o odor do lixo que não fora recolhido e jogado.
Então, ela fechou a porta que pertencia ao passado.
Hoje já não te espero, como antes
Não sinto a tua falta, como sempre senti
E te trazia pra mim, em noites de escuridão
Nas muitas conversas com teu espectro
Conversas em dias de chuvas intensas
Hoje vives no meu passado
Ancorado no meu coração
Em um espaço que brilha
Assim reza na história do nosso passado
Tumultuado, enérgico, intenso, inteiro
Feliz!
Rodrigo Gael - Portugal
e de tanto pensar
e de tanto
e de...
a vida passa
E de tanto sofrer
sem antes acontecer
sem antes...
a vida passa
e de tanto esperar
pode medo de errar
por medo...
a vida passa
"Desenganado"
A dor é seu legado
Finge estar despreocupado
Olha para o lado
Balbucia o errado
O erro foi no passado
"Já fiz"
Embaixo estava assinado
Nas teias do tempo e do medo, perdidos,
Corações anseiam, segredos escondidos.
Em busca da alegria, às vezes nos retraímos,
Pensando que não merecemos, esquecemos que existimos.
Encontramos almas que brilham, verdadeiras estrelas,
Desejando compartilhar histórias tão belas.
Mas nossas cicatrizes do passado nos assombram,
E o receio de machucar nos silencia, nos domam.
O futuro é incerto, não podemos controlar,
Mas podemos escolher amar, podemos ousar.
Comunicar nossos sentimentos e medos, ser sincero,
É o caminho para construir um laço verdadeiro.
Nada ganhamos sem tentar, sem arriscar,
A vida é um conto de amor que devemos criar.
Nossos relacionamentos podem florescer, crescer,
Quando juntos decidimos, nosso coração conhecer.
Então, quebrar as correntes do receio é fundamental,
Para construir relações sólidas, de forma natural.
Na dança do amor, na canção do tempo a passar,
Com diálogo e carinho, nossa felicidade iremos encontrar.
