Poemas de Morte
Vida agridoce
Tristeza, sentimento doce e pungente,
Tão fácil de alcançar, presente e urgente.
Contraste com a realidade comum,
Tentação que ronda a vida, pungente e atroz.
Assim como a felicidade, paradoxal,
Tem na tristeza sua sombra abissal.
Tristeza carrega consigo o peso,
Do fim, do amargor, triste encanto aceso.
Me chama para a luz, de forma persuasiva,
Promete vitalidade, mas é uma via compulsiva.
Fatalidade que seduz, de forma impiedosa,
Ainda assim, a tristeza me atrai, poderosa.
No meu País se recorda
orando nos cemitérios
em memória daqueles
que se foram deste mundo,
A morte em si para mim
não carrega mistérios;
A morte não é partir rumo
ao Paraíso ou ao Inferno:
A morte é a invasão de limites
e aceitar a colonização do outro.
Desumanização
Começam te ensinando
que você e tudo aquilo
que existe de bom
ao seu redor é inútil,
Depois ensinam a você
e outros a ofender por
qualquer motivo fútil,
Convencem a você mesmo
e quem está ao redor
que a sua vida não tem valor,
Você e os seus estarão
tão entretidos com o círculo
vicioso de agressão que estarão
acreditando que merecem
e que a vida é assim mesmo,
E quando menos você
se der conta porque não
dão nenhum momento de paz
para pensar vão lá e acabam
com a sua vida e a do seu povo,
A desumanização sempre
para a morte constrói o escopo.
A existência corpórea é apenas um estágio, jamais o fim. Os que chamamos de mortos seguem vivos, e sua presença nos envolve como brisa suave que não vemos, mas sentimos. A certeza espírita nos mostra: a vida não cessa, e o amor é mais forte do que a separação.
O túmulo não encerra vidas; apenas abre horizontes mais vastos para reencontros felizes.
CONSELHOS DO MAR
Olhando para o mar entendi que:
A vida é uma construção.
Aprendemos a amar baseado nos pequenos detalhes.
O amor está entre a neblina da confusão mental.
A paz vive nos momentos de reflexão.
A luz irradia de dentro.
A morte é a libertação do espírito.
Só agradecendo receberemos a recompensa.
Se doando ao próximo seremos agraciados.
Precisamos caminhar com os próprios pés.
Precisamos gostar da nossa companhia.
O que vem é apenas complemento.
Tudo acontece por algum motivo.
Parando e colocando os pés no chão, entenderemos os mistérios e os segredos da natureza.
Que a vida nada mais é que a nossa própria imagem.
Sinal do Universo
Pedi ao Universo um sinal. Apenas um sinal. Um só. Mesmo que fosse fraquinho. Pequeno. Nebuloso. Um resquício de poeira. Seria apenas um único sinal, mas o único emitido foi o silêncio. Um silêncio sepulcral. Como se a morte tivesse passado e levado para o submundo todas as palavras. Foi tão intenso e tão triste, que senti como se um raio tivesse atravessado o meu peito e rasgado a minha única esperança. A única saída foi me encolher.
Abracei a saudade tão apertado, tão apertado, que quase sufoquei-a. Caminhamos em direção ao nada e percebi a esperança me esperando do outro lado da ponte. Atravessei-a calmamente sem tirar os olhos dela. Ao nos encontrarmos, nos abraçamos e percebi que tínhamos muita coisa em comum. Ela pegou na minha mão e seguimos caladas sem pretensão de chegar em algum lugar. Queríamos sentir apenas o frescor do vento daquela manhã de fim de verão.
Durante nossa caminhada silenciosa entendi que a esperança vem do substantivo “esperar”. Esperar o tempo certo. Esperar que as coisas se alinhem. Esperar que dará tudo certo. Esperar que a conexão se encaixe e se torne uma só. Esperar que a vida se encarregue de fazer acontecer no momento que tiver que acontecer.
semente infeliz
Era uma semente alada,
com um futuro promissor.
ganhou um berço de lata,
seu futuro virou opressor.
sem perceber caiu na cilada,
não era admirada,
cresceu, ficou entalada,
não sabia que era na lata,
que seu destino era a salada,
e assim a morte a ceifou.
O mar do esquecimento
A melhor forma de começar um texto é dando lances no mar das ideias; para alguns possa parecer algo entediante, para outros um esporte, mas para mim é uma questão de vida ou morte; Sei que parece um exagero, mas é assim que vivo, dependendo da sorte, pescando no mar da vida e correndo risco de fisgar a morte. De uma maneira mais inteligível, diria que os momentos em que passei tentando rabiscar algo ceifaram parte da minha vida, e a outra parte que restou está perecendo por causa da parte que se foi. Com efeito, uma parte depende da outra, e nesta lógica, preciso plantar o resto que me resta; sei que não irá trazer de volta o tempo perdido, mas a floração de uma parte pode imortalizar a outra. Entretanto, no meio disso tudo, corro o risco de perder tudo, e ser mais um nesta vida em que os mais fortes imortalizam e os mais fracos transmutam em esquecimento.
"O cachorro vai para o céu? Mas é claro que vai.
Enquanto o homem carrega o peso dos seus próprios pecados, os cães vivem de maneira pura, inocente, sem malícia. Dizem que os cachorros não têm alma — mas quem diz isso é o próprio homem, esse ser complexo, tortuoso, repleto de falhas e contradições. Foi por causa do pecado humano que Cristo precisou morrer na cruz, numa tentativa divina de nos resgatar de nós mesmos.
Já os cachorros... eles não precisam de redenção. Não traem. Não mentem. Não matam por inveja. Não conspiram. Eles apenas amam — de maneira incondicional, fiel, silenciosa. São amigos leais até o fim, mesmo que esse fim chegue cedo demais. Não foi preciso um cachorro crucificado para que fossem dignos do céu: eles já são, por essência, aquilo que nós lutamos a vida inteira para ser.
O céu, se for mesmo um lugar de justiça e amor, seria incompleto sem os cães.
Eles chegam lá antes de nós — e talvez nos ensinem, do outro lado, aquilo que esquecemos aqui: a arte de amar sem reservas.
O homem complica. O cachorro entende.
Um dia
Um dia...
Um dia tudo terá fim
Esses olhos não mais verão
Esses dedos não mais tocarão
E esse coração que hoje bate por ti
Não irá bater...
Nem por ti e nem por ninguém mais
Ele irá perecer
Será decomposto
Pelo verme que come
Os míseros restos
Que sobrarão do meu ser
'Que morbidez!'
Você pode dizer...
Mas apenas escrevo
O que vai acontecer
Porque um dia tudo terá fim
Ao vento será deixado
E tudo que há em mim
Será apenas pó espalhado
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.
"Escute, escute, sabe o que eu ouço? Ouço minha razão conversando com meu delírio e eles estão num bar em algum neurônio por aqui."
E apercebi-me novamente que nunca me quis ser. Talvez porque nunca me fui. E se nunca me fui, nunca saberei o como é me ser.
“Não foram dias felizes”
“Enterramos FILHOS, MÃES, PAIS, IRMÃOS, AMIGOS, NOIVAS, AVÓS”
“Os relógios batem, mas o tempo não passa”;
“O sol nasce, o sol se punha, mas a sombra permanece;
“Onde já houve som, agora só há o silêncio;
“O que foi inteiro, agora jaz em pedaços;
“O tempo não passa;
“O tempo não passa;
“E o tempo não passa”
“Não são dias felizes”
“O Tempo não Passa...
byJUSE
Devemos saber aproveitar a vida enquanto
estivermos vivos, para bem vivê-la,
porque depois, será tarde demais...
VIDA E MORTE DA VIDA
Existem duas certezas na vida...
A primeira é que nascemos,
caso contrário vivos não estaremos...
A segunda é que morreremos,
pois para semente não ficaremos...
Tendo essa certeza,
poderemos fazer da vida uma beleza,
com felicidade e calor,
espalhando sempre amizade e amor...
Caso contrário, se não a soubermos viver,
mais depressa poderemos morrer...
Ao nascermos, temos diante de nós a vida,
que vale a pena ser vivida,
e poderemos fazer desta passagem,
uma doce e gostosa viagem...
Depende de nossas atitudes,
pois, se pensarmos nas virtudes,
melhor viveremos...
Se pelos vícios formos dominados,
quisermos prazeres desregrados,
a morte estaremos chamando,
estaremos sempre a buscando...
Assim, como morreremos,
depende de como viveremos...
Uma vida bem vivida,
para uma morte bem morrida...
Destarte, sem ter nada que se lamente,
podemos morrer, simplesmente,
deixando aquela saudade
em quem sentiu felicidade
de nos ter conhecido,
de ter conosco convivido...
É nosso real Destino...
Não vamos perder o tino,
tentando saber o como e o quando...
Será como for, sem tirar nem por...
Não havia sonhos. Não havia amores. Já não havia belos anjos e muito menos flores. - Somente havia espinhos...e não havia mais ninguém naquele caminho. Já não se ouvia música. E no céu não havia estrelas ou lua. Um estranho nevoeiro denso cobria as ruas. E de repente um forte vento...um estridente grito de dor ... Tudo ruiu em um só momento. (O meu rosto estava coberto de palor !). Não havia cura. Não havia nada. Somente uma sepultura a beira da estrada...e ao lado, uma pequena navalha que fez o corte no pescoço santo que conheceu a morte sem ter um véu, uma mortalha,um sagrado manto... De repente eu via a imagem de uma donzela, radiante e bela que languida adormecia em meio a devastada natureza... Sua face parecia cheia de dor e agonia, medo e tristeza. Vi que em sua testa estava escrito em brasa a palavra POESIA. Tudo alí era incerteza ! Em nada mais havia encanto. E se ouvia os prantos de algumas almas suicidas, estranhas,amargas,frias... Já não havia mais almas puras. Era então a hora mais sombria quando anjos pálidos da morte surgiram por repentinas nuvens escuras. Eles tinham negros olhos e um terrível sorriso mudo. O tudo transformou-se em nada e o nada em tudo. Ali, naquele hora, morreu-se toda forma de sentimento. Já não soprou mais o vento... sangue, água,e lágrimas secaram... E os anjos pálidos da morte em meio aos vinhos,gritos e risadas levantaram a falecida donzela alada e fizeram uma profanada o*gi*. E então depois disso até mesmo os versos e as prosas se calaram ...
- E tudo virou morte sem POESIA!
