Poemas de Memória
Desde tempos remotos, tempos que minha memória não consegue alcançar, meu coração já esperava pelo seu.
Em algum canto empoeirado da memória, contorno traços desbotados e refaço em frente ao espelho baço um rosto que já não é meu.
A gente não percebe, mas o amor é feito de infinitos que vão se acumulando na memória, até tornar-se eternidade.
Esquecer não é apagar da memória como se nunca tivesse existido. Esquecer é lembrar sem sentir dor.
Não revele a qualquer um as suas fraquezas. Pessoas más têm boa memória e quando querem te ferir, buscam no fundo das lembranças coisas que você lhes confiou na inocência.
O tempo leva tudo embora, apaga tudo da memória, exceto as lembranças que permanecem suspensas na atmosfera do presente com o precioso cheiro da saudade.
Afastar-se de alguém que te faz mal não é o suficiente. É necessário manter vivo na memória o motivo pelo qual você fez isso.
Guardo no bolso da memória pequenas delicadezas que vou colhendo, nos jardins dos coraçoes por onde passo.
As palavras de amor dele, ainda ressoam em minha memória como um mantra sagrado avisando que ainda não é hora de esquecer.
Saudade é perfume que por algum motivo permaneceu intacto, pairando sob a atmosfera da memória e, na mudança de estação dos sentimentos são espalhadas pelo vento das lembranças até chegar ao nosso olfato.
Saudade é barco que já zarpou e nenhuma memória tem força suficiente para trazê-lo de volta ao cais.
Há determinadas páginas da história que mesmo se forem arrancadas deixarão para sempre na memória coletiva a marca da violência, a mancha de sangue sobre o solo. Sangue derramado é como flecha: uma vez lançada é impossível voltar atrás.
As lembranças são como vinho de uma boa safra guardadas na garrafa da memória. Vez ou outra, por mero descuido ou propósito a abrimos e nos embriagamos de saudades.
Para guardar um amor, temos que ter memória fraca para certas coisas e um coração desesperadamente atento para outras. É preciso conhecer certos detalhes e dar-lhes a devida importância, apreciar o pôr do sol como se fosse a primeira vez e se dar as mãos como se elas nunca se tivessem separado. Ah, o amor!
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