Poemas de Lembrança
parasitologia I
o verme que primeiro
roeu as entranhas
a saudosa lembrança
ficou por aí
(assim, sem ponto final,
como coisa que não termina)
multiplica-se
tecidos
novos
sepse
em microgênese
da vida
à morte
fermenta
por dentro
(o branco das páginas
sangrando
nas margens)
altamente
contagioso
simbiose
desigual
infecção
lenta
necrose
mortal
ferida
aberta
na alma
descoberta —
encoberta
a dor
desperta
e a chaga
infesta.
(e o silêncio entre os versos
é o som do vírus se reproduzindo)
Se eu pudesse mandar um recado pra minha terra,
diria com o coração apertado e cheio de lembrança:
Querida Rio Verde das abóboras,
Hoje me peguei lembrando do menino Júlio – o "Julin",
"fi" da dona Gilza, neto da "véia" Tieta.
Nasceu e cresceu onde tudo parecia possível,
mas quase nada se podia para o povo humilde daquele solo —
um velho retrato da botina suja de poder.
“Como, agora, olvidar-me de ti?” —
verso do hino que ainda ecoa no meu lamento.
Saudoso, jamais esquecerei do que vivi.
E é mesmo estranho sentir saudade
de um lugar marcado por dor e violência,
mas mesmo com tudo isso,
eu olho pra você hoje e digo com orgulho:
Que bom te ver melhor, Rio Verde!
Uma Boa Lembrança
Da areia o mar infinito
Como um arco a praia se faz
Olho o azul do mar em ondas que chegam
Espumas rolam em minha direção
Sereias desfilam a beira mar
Golfinhos sorriem dizendo que sim
Ao fundo um quadro de montanhas
Delas nasce um sol lindo a brilhar
Em um céu limpo azul ele sobe
Uma leve brisa refresca meu rosto
Sinto a maresia no camarote do paraíso
Sentado em areia macia percebo a beleza
Quanta alegria em um só momento
Apenas areia, um mar e um céu
A memória do poeta colocada em papel
"Arraiá da Minha Infância"
Lá no sertão da lembrança, num cantinho do meu chão,
há um arraiá danado que mora no coração.
Era fita, era bandeira, era milho na fogueira,
e o céu, todo enfeitado, de estrela e brincadeira!
Tinha cheiro de canjica, de pamonha e de baião,
e o som da sanfona velha mexia com o coração.
Menino de roupa xadrez, chapéu de palha e alegria,
corria feito passarinho, até a noite virar dia.
A quadrilha era um encanto, com noiva toda enfeitada,
e o noivo, suando bicas, com a cara atrapalhada.
"Anarriê!" — gritava o moço — "Alavantú, minha gente!",
e o povo dançava junto, todo mundo tão contente!
Tinha pau de sebo e sorteio, tinha forró no terreiro,
e um velho contando história de um santo milagreiro.
Tinha reza e tinha riso, tinha fé e brincadeira,
e o céu era um véu bordado por Deus a noite inteira!
Hoje, quando fecho os olhos, volto logo àquele lugar:
vejo meu pai com a risada, mamãe a me abraçar...
É o tempo que vai passando, mas dentro da alma alcança
o arraiá tão bonito da minha doce infância.
Saudade
Maldita é a lembrança.
Saudade do que foi.
Em cada retalho dela,habita um sentimento previsível e inevitável.
Permeia todo o ser.
Preso em sua própria gaiola,o homem se encontra,a degustar esse maldito sentimento,remoendo,sofrendo pelo que foi e pelo que nunca será.
Vestido com sua túnica anti-sentimento,acredita que assim será mais fácil lidar.
Mas no fima saudade sempre terminara em lágrimas.
“O cheiro dele ainda me encontra”
Às vezes, tudo o que basta é uma lembrança.
Um perfume no ar, um lençol guardando segredo, o cheiro dele grudado em alguma parte que eu não consigo limpar.
Não é sobre saudade comum.
É sobre aquele arrepio que vem só de imaginar ele por perto.
A pele ainda reconhece. O corpo ainda chama.
Era mais do que beijo, toque ou abraço.
Era alma encostando em alma.
Um amor surreal.
Que eu tento entender com a razão, mas é o coração quem responde:
"Ainda é ele.”
Não sei se é certo esperar, mas sei que tem cheiro dele no meu silêncio.
Indio/ escravo/ escravo e indio.
Nordestino (Nordeste de minha lembrança,)
Negro (Lembraça da escravidão.)
Nordestino (No aperreio do memorar a seca veio de morar, meus olhos vieram a alagar por Cariri e Aduke.)
Indio e Negro (Lembro e cuido da minha amada lembrança, bumba e seus barulhos a passar.)
Negro e Indio (A união do pensamento e do olhar.)
Nordestino ( Uma mistura que lambuza a pele.)
Indio ( Grito do meu povo refletido nos olhos de uma pálida pele portuguesa.)
Negro ( Xicotes e gemidos de minha mãe, na dança, no batuque, escuto a voz de Oxalá.)
Nordestino ( Passa boi, passa boi-bumba, dançam os chamados de mulambos, gritam os pardos em cima dos galhos.)
Negro e Índio (
Nordestino (Nordeste de minha lembrança,)
Negro (Lembraça da escravidão.)
Nordestino (No aperreio do memorar a seca veio de morar, meus olhos vieram a alagar por Cariri e Aduke.)
Índio
( Minhas flechas.) Negro (minhas correntes.)
Negro e Indio (Quebrando as cadeias do passado, trago a união do pensamento e do olhar.)
Nordestino ( Uma mistura que lambuza a pele. Lembro e cuido da minha amada lembrança, bumba e seus barulhos a passar.)
Indio ( Grito do meu povo refletido nos olhos de uma pálida pele portuguesa.)
Negro ( Xicotes e gemidos de minha mãe, na dança, no batuque, peço à paz pra meu pai Oxalá.)
Nordestino ( Passa boi, passa boi-bumba, dançam os chamados de mulambos, gritam do alto dos galhos os pardos armados)
Índio:-
Negro e Índio (
Mistura Versão 3 - Completa.
Nordestino
(Nordeste de minha lembrança, o tempo leva a chuva, a união sustenta o tempo com a mistura das peles.
Saboreio a eternidade cultural, prestígio a saudosa tribo!
União...união, lembranças da escravidão, índios e seus espelhos refletindo os medos.
No aperreio do memorar a seca veio de morar, meus olhos vieram a alagar por Kariris e irmão Aduke.
Lembro e cuido da minha amada lembrança, bumba e seus barulhos a passar.)
Negro e Índio
(A união do pensamento e do olhar, minha pele, meus cabelos, minha liberdade, nessa luta nos unimos, em cultura viramos mis-tu-ra! Brasileiros...Brasileiros em espirito... guerreiros que foram trazidos, exportados, destruídos!.)
Nordestino
( É, ainda posso ouvir-los minutos antes de se erguerem para entrar na história.)
Índio
( Grito do meu povo refletido nos olhos de uma pálida pele portuguesa.)
Negro
( Chicotes e gemidos de minha mãe! Na dança, no batuque, escuto a voz de meu pai
:- Resistance .
Oxalá traga à paz. )
Nordestino
( Passa boi, passa boi-bumba, enquanto dançam os chamados mulambos, gritam os pardos em cima dos galhos.)
Negro e Índio
( Cante em meu peito liberdade! Cante nos rios e nos mares! Cante em meu peito cultura, me sustento em teu seio enquanto prematuro!)
Nordestino
( Meus pés gritam para Deus, porque tirou de um filho seu a água que banha a vida? Minha luta, minha labuta, o pensamento embebeda, os olhos escorrem meus molhados pingos.)
Negro
( Mãe! Deixe passar o boi! Deixe o boi passar! Festeje essa dor, alegre-se pelo que a de mudar.)
Índio
( Anauê Arebo. Salve a cada dia. )
Negro
(Ṣaaju ki ọjọ to pa ọ. Antes que o dia te mate.)
Nordestino.
( Antes que o tempo lhe leve, sem te tornar PARTE.)
Tenho uma vaga lembrança
Do mato, do passarinho que beijou a flor
E a traiu com voo livre
Tenho uma vaga lembrança
Do cheirinho de terra molhada
Tenho uma pequena esperança, que o seco da garganta, ira se irrigar de saliva
Tenho chão, não tenho sapatos
Pés que riam, hoje só rachão.
Secou todo o meu Nordeste, mas não secou o coração
Ta vazio o grande rio que me banhei
Ta cheio de água salgada, tenho o mar nos olhos
Mas, não dá pra por no copo
Tiraria um gole se fosse doce!
Assim mataria a minha cede ao invés de morrer com ela
Saudade da nuvem preta, ela chorava de felicidade quando nos via
Dava pra escrever uma historia, minha paixão por ela era grande
Eita vento galanteador! Faz sete anos que não vejo minha preta, em um sopro você a levou.
Quando a morte nos tira alguém...
Uma lembrança permanece viva nos corações, são momentos difíceis pois nunca compreenderemos o mistério que tira d'entre nós as pessoas que amamos.
Essa saudade sempre baterá nas portas dos nossos corações para deixar esta terrível cicatriz, a perda de quem amamos. Porém devemos permanecer firmes, pois a força para continuidade vem do Senhor e Ele nos ajudará a carregar este fardo de saudades...
Saudade.
Saudade é lembrança do passado,
que chega sem avisar,
e num instante alquebrado,
o coração quer se enganar.
Saudade é sentimento diferente,
que a razão não sabe explicar,
é dor que sem doer se sente,
mas que já não se quer curar.
Saudade é um sentimento louco,
a acabrunhar um caboclo,
que não encontrando saída,
o quinhão da sua vida é sentar e chorar.
Autor: Cícero Marcos
SAUDADE, SIMPLESMENTE SAUDADE.
Autora: Profª Lourdes Duarte
Guardo a tua lembrança em meu coração,
Como se guarda um pedaço de paraíso,
Uma pérola rara ou um cristal.
Trago tua lembrança como uma brisa mansa
Ou como um furacão a me atordoar.
Hh! Se em troca dessa saudade,
Que aperta meu peito e me faz sofrer,
A minha alma me transportasse para onde desejo ir
Porque saudade é solidão acompanhada
É sentimento de vazio que me tira o sono
É a ausência do que ainda não se foi ou deixou de existir.
Aos olhos da saudade, o mundo é pequeno,
Saudade que tento fugir para não sofrer
Se me esqueceres, uma coisa eu te peço
Esquece-me devagarzinho porque mesmo que o tempo passe
O teu lugar, no meu coração irá existir.
DOCES LEMBRANÇAS E SAUDADE
Autora: Profª Lourdes Duarte
Guardo em minha mente, tuas lembranças
Afogo a saudade que brotam do coração
Saudade que transborda no olhar, em lágrimas
Da felicidade que juntos compartilhamos.
Um amor intenso, único e verdadeiro
Eterno, pois mesmo tu estando em outro plano,
Doces lembranças, são motivos de felicidade
E me dão a certeza que um amor assim,
Um dia, em outro lugar nos encontraremos.
O que fazer das lembranças que me deixar-te!
Lembranças que apertam meu coração
Do teu cheiro, da tua voz, do teu toque...
Do teu companheirismo, meu marido, meu amado.
Depois de anos e intenso amor vivido
Inesperadamente partiste, pra casa do pai
Embora, duas décadas se passaram
Não consigo te esquecer, meu amado.
Vivo de esperanças e recordações
Ao longo dos anos, tentando ser feliz,
Pois um amor assim, como foi o nosso,
Não dá lugar para outros sentimentos
A não ser, doces lembranças e saudade.
*****
Augusto Branco diz que “O verdadeiro amor não morre, ele adormecer
Mas tal como o vento, jamais deixa de soprar. Um Amor de verdade retém em si a própria essência do Tempo e do Universo
É imortal, é Infinito".
Esse poema, fiz em homenagem aos meus pais. Ao amor único e verdadeiro que viveram e nós filhas, fomos testemunhas, da felicidade que viveram.
Duas décadas da partida do meu pai para casa do pai e por nenhum dia, minha mãe deixou de sentir saudade. A saudade é tamanha, que vive na esperança de um dia, o encontrar.
O amor não tem idade, o amor é amor e quando verdadeiro torna-se imortal e infinito!
Você é minha lembrança favorita
A incerteza que machuca
É a ilusão mais bonita
E a esperança mais profunda
Sonho
🛩🕊️🛩🕊️🛩🕊️🛩🕊️🛩🕊️🛩🕊️🛩🕊️
Um sonho de menino;
Um sonho de criança;
A lembrança de uma infância,
Que o tempo e a distância levaram,
Me deixando com esperanças.
De carona com a saudade,
Lá vou eu fazendo arte,
Arte de voar e sonhar
Arte de fazer acontecer
Arte de inspirar e escrever.
Em minha inocência de criança,
Imito pássaros e borboletas,
Imito albatrozes e helicópteros,
E vou filmando a mãe natureza.
Com minhas asas velozes,
Chego onde eu quiser,
Vôo alto, vôo baixo,
Vôo até onde Deus quizer.
As vezes não sei de nada,
Ao mesmo tempo tudo eu sei,
O céu é meu limite.
E é nele que realizo tudo que sonhei
Na carona dessas asas,
Dou sentido brilhantes a ilusão,
Faço manobras no céu estrelado,
Dou de cara com o luar prateado,
Nas galáxias e constelações.
Nessa carona,
Ouvi dizer que voar é imaginar,
Que sonhar é viver.
Então acordo para ver
Se dormindo estou, pois nisso não quero crer.
Em minhas asas,
Chego ali e chego lá,
Volto cá e torno a sonhar.
Pois sonhando eu vôo alto
E deste sonho não quero acordar.
Recolho minhas asas
Dou uma pausa para o lanchinho,
Deito na rede e me embalo com os passarinhos,
De repente lá estou eu,
Decolando novamente.
Nessa carona,
Sigo sem destino..
Como criança sonhadora,
Nessa carona fiz minha parte.
Com dom de Poeta que temos
Sem pedirmos licenças,
Nesse dueto versejamos,
Junto escrevemos
Junto,
Voamos....
Autor:Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Surgiram enredos embriagados,
Coisas de uma tarde com gosto de charutos,
E a lembrança de uma noitada de vinho,
E tantas outras com gosto de lúpulo,
Nada melhor que qualquer bom motivo,
Para um gole de um rebolado sonho,
Tocando sem parar nesse palco,
É o samba do devaneio,
Agora é a tristeza que está na cara,
O choro é pesado,
E o tempo roubará a lembrança?
Fica a saudade,
Eu não lembro quantos pessoas amei
Engraçado! Ontem eu tive uma lembrança, mas não era amor, porque eu não lembro das coisas de amor
Porque que a gente não lembra?
Se ontem era amor
Talvez não fosse porque se fosse amor eu lembraria
Mas eu não lembro
O amor é mais fraco que a dor
Porque a dor eu lembro
Eu só não lembro do amor
Eu não lembro das pessoas que eu amei
É por isso que amor rima com dor
É inspira(dor)
É desespera(dor)
É perturba(dor)
Mas eu não sei porque estou falando de amor e dor, se eu não lembro
Eu nunca lembro das coisas de amor
Como é? Amor?
É disperso
É controverso
É um outro universo?
Eu não sei! Eu não lembro dessas coisas de amor!
Amor é subversivo
É suburbano
Como é amar outro ser humano
Ainda bem que eu não lembro
Ele até rima com humor
Com cor
Com sabor
Ainda bem que o narrador deste amor, não lembra
Eu nunca lembro dessas coisas
É até meio ameaçador, o amor
É sem pudor
Faz a gente virar escritor
É por isso que eu não escrevo e não lembro
Até tem um certo rigor
No amor
No amar
Faz até a gente subestimar o que a gente lembra
Ainda bem que eu não lembro o que é amar
Tem calor
Tem calar
No amar
Do amor
Eu nem lembro
Amar
É navegar em alto mar
De dia amar
De noite amor
Mas eu não sei
Eu nunca lembro
Me faz um favor?
Não me pede para escrever sobre amor
Porquê eu não lembro.
A lembrança de um sonho foi o que de melhor restou.
Prefiro um sonho a uma realidade dolorosa.
Então volto a sonhar!
- Relacionados
- Mensagens para santinho de falecimento para homenagear quem partiu
- Poemas de Lembranças
- Mensagens de sétimo dia para familiares com palavras de conforto
- Frases de luto que expressam a dor da saudade e do adeus
- Frases de despedida de amigos para deixar uma lembrança inesquecível
- Lembrança Amigos Saudades
- Lembrança
