Poemas de Horacio
Dê o seu melhor, se esforce ao máximo, entregue-se verdadeiramente a uma pessoa ou uma causa. E então verá que no final, é preciso permitir que as pessoas acertem ou errem sozinhas.
A insensatez de todo homem consiste na crença de que tudo que foi, pode ser novamente. Um erro comum. Se algo termina por um grande erro, está fadado a sempre terminar pelo mesmo erro, eternizando um looping de agonia para duas almas. O amor é um sentimento inteiro. Nada surge, permanece e se estende por estradas fragmentadas, pelo mesmo motivo que carros se quebram em asfaltos falhos e gastos. E quando as vielas cinzas do amor se tornam rotina, e a presença um do outro se mantém pela mera formalidade do medo de se estar só, então o sentimento em si já perdeu. Não há nada mais deprimente que o desamor, o sentir pela aparência, pela ideia de que os outros pensarão coisas ruins, escarnecendo, e debochando. Se só aquele que vive a situação sente o pulsar do sangue na garganta, como se os arames farpados o esmagasse em cada ''eu te amo'' dito no vazio. E em sua amargura, amarguram uns aos outros, e em suas feridas, ferem uns aos outros. E meditam sobre os próximos vinte ou trinta anos no fundo de uma garrafa, ou no filtro chamuscado dos cigarros amargos. Acreditam no que não há mais, e erroneamente constroem as paredes do seu inferno pessoal, onde a paz de um beijo, de um abraço torna-se o chicote dos carrascos e o lamento dos condenados.
Começou como toda fraqueza da mente costuma começar. Frente ao desengano, criou para si uma linda mentira, uma que torna-se fácil ou o fizesse seguir. ''Não preciso disso, não preciso de amor''. E por muito se seguiu, na esperança quase vil de um desesperado. Mas com o tempo, convencia-se de que sua mentira era verdade, e que evitar os amores que magoavam, era a melhor das soluções. E como toda boa tragédia, fugiu de tudo que possuísse potencial, e evitou tudo que poderia machucar. E como julgar alguém, que de tão ferido pelos sentimentos rasos e superficiais, acabou como uma paródia mal resolvida de seus enganos? Talvez essencialmente, todos são possuidores de um amor descabido, que quando recusado, criou essa onda de desamor sem fim. Talvez estejam todos feridos, talvez estejam mentindo. Feliz é quem realmente não esbarra com um ser que desacreditou de tudo, contaminando-se com o desespero coletivo que as almas humanas abraçaram.
Amor, carinho, afeto, são expressões do sentimento que possuem prazo de validade. Nas condições certas pode durar pra sempre, do contrário, pode acabar amanhã.
A frieza coletiva é cada vez mais aparente. Uma doença. Uma doença da alma que se espalha e corrompe até os ossos. E quando essa pestilência alcançar cada coração e mente, o mundo será exatamente como é. Já estamos no final do nosso tempo.
Falei o teu nome em três bares por onde passei. Em tom de alegria, raiva e dúvida. De certa forma fui redefinido por você. Embora diga que não sou, talvez seja. Embora diga que não estou, talvez esteja. Embora ache que não esteja olhando, talvez veja.
Um homem que conversa com um cachorro pode até ser uma cena engraçada, mas ali está alguém que tem muito a dizer e ninguém para ouvir. O álcool só deu a coragem.
Aproveite a presença de quem quer estar contigo. Ame os que te amam, valorize quem te valoriza, respeite quem te respeita.
O mundo é escasso de pessoas que realmente valem à pena. E um dia elas simplesmente partem...
Pessoas ficam no mesmo trabalho por anos, as vezes décadas, somente pelo comodismo. Sentem que não vão arranjar coisa melhor, que não possuem capacidade para serem felizes em outro lugar, e assim o tempo passa. Ah, isso também se aplica ao amor.
Aquele vinho você nunca mais bebeu. Bebia do meu copo, experimentava na minha boca. Agora prefere água, que em nada surpreende o paladar acostumado com o que havia de melhor.
Não é careta ser calculista, não tem nada de errado em pensar antes de agir. As pessoas fazem suas escolhas como se não houvesse amanhã, mas sempre há um amanhã.
Só existe o certo e o errado. Não existe cinza entre o preto e o branco. Alguém que procure brecha moral numa coisa que é logicamente errada, simplesmente procura cobertura para fazer algo que a própria consciência abomina sem que se sinta tão culpada.
A miséria do homem tá no apego. Não existe em nenhum conto de fadas uma maldição maior do que o amor pelas coisas que não podemos amar.
Ela era um poço de amores. Profunda e intensa. Seus sentimentos contrastavam com as experiências dolorosas que a marcou profundamente. Aquelas eram cicatrizes que um dia serviriam para mostrar que apesar dos pesares ainda vale à pena acreditar na legitimidade de alguns sentimentos. De manhã olhava pela janela, tomava um banho quente, arrumava o cabelo e antes mesmo de colocar os pés fora de casa pensava: "Hoje é meu dia!", e assim o fez, por todos os dias que se seguiram. Foi apenas amor, negou - se a rotina de pensamentos vazios e a preencheu - se do que mais possuía: sua luz.
Me tornei um personagem das histórias que escrevo. Não como a maioria das histórias, narrativas de belos amores, mas sim, um personagem que o público desconhece. Histórias que opcionalmente nunca saíram do papel, nem da gaveta.
É inevitável que em algum momento você não olhe pra trás e perceba tudo que conquistou, da mesma forma que numa vida finita, você não conseguirá realizar tudo que já quis. Esse equilíbrio cruel, é uma balança irônica. É como se te dissessem: "você pode ir pra qualquer lugar, contanto que não passe dali."
E um dia você será a pessoa mais importante do mundo pra alguém, dando propósito e sentido a todas as coisas que não compreendia.
O amor é um construtor. Ele não é capaz de destruir ou desfazer nada. A não manutenção do amor, do carinho, a falta de zelo, indiferença, são destruidores. E é no achismo de que o amor cria problemas, que surgem mais pessoas que se culpam pelos mesmos.
Os que melhor se enquadram em posições de poder normalmente são os que não a desejam mas vêem nela as alternativas de mudança. Aplicam suas idéias com a simplicidade de um comum.
