Poemas de Deuses do Amor
Ela deu um bom lugar para os poemas que um dia já rimaram, mas que hoje já não rimam mais.
Novas rimas para novas páginas.
A TRAJETÓRIA DOS PRECONCEITOS
Demétrio Sena - Magé
Fiz muitos poemas e textos em prosa que hoje não faria, com a pretensão de conscientizar sobre o racismo. Acho agora, que todos aqueles poemas eram racistas. Também fiz muitos textos que, pretensamente, fariam refletir sobre o machismo. Usei até palavras de um cavalheirismo protecionista que atualmente julgo medieval. Fui machista. Homofobia, mesmo quando não se chamava homofobia, preconceito religioso e tantos outros, tudo isso passou pelas minhas canetas e teclas. Atualmente, seria preconceituoso republicar tais escritos.
É que todas as formas de preconceito evoluem. Ao mesmo tempo, as formas de combater preconceitos, pensar e verbalizar sobre eles precisam evoluir. Mais ainda, nossas formas de antipreconceito precisam ampliar horizontes e nos induzir a novas posturas sociais. Os textos de todos os escritores; as músicas, pinturas e outros desempenhos de todos os artistas, nessa direção, foram válidos em seus tempos. Foram. Hoje capengam, porque o mundo, com novas identidades, inclusive de gênero, exige novas mentalidades, sensibilidades e consciências. E o racismo, que é o pior e mais resistente preconceito, exige ainda maior avanço da sociedade.
Tenho rasgado páginas de alguns livros que lancei, porque os novos tempos tornaram ridículas essas páginas. E todos nós precisamos rasgar muitas; muitas páginas não só de livros, mas também da vida e da sociedade, para sermos um mundo conectado consigo mesmo e com a realidade que ora nos cerca. Realidade essa, que logo será também obsoleta; o que exigirá, mais e mais, novos avanços humanos; civilizatórios.
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Pego os problemas
Transformo em poemas
Mando meu desabafo
Contra todo descaso
Que o governo gera
Muitos na miséria
Desemprego cresce
O dólar sobe e o real desce
Nas escolas falta professores
Nos hospitais doutores
E o governo mete a mão na grana
Compra parceiros da câmara
Para não perder o poder
Que a oposição também quer ter.
Sou um livro de poemas sinceros,
Publico-me sem clareza.
Loquaz, gosto de desperdiçar as palavras,
Como num conto abstrato,
Pintado em letras.
Eu comporia as canções mais lindas pra você.
Escreveria os poemas mais perfeitos .
Eu cantaria a música mais linda mesmo com essa voz precária.
Eu dançaria minha melhor dança pra você.
Eu faria meu melhor prato.
Eu faria o amor mais perfeito com você.
Eu te conquistaria.
Eu faria MUITO por você, se por tão pouco não tivesse me deixado!
PEDIDO AOS MEUS VERSOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se os meus poemas puderem,
não tiverem compromisso
com alguns plagiadores;
algumas cartas de amor;
um editor satisfeito
sem ter direito a pagar...
Ou se não for triste caso
de já cansados de si,
de mim, do meu coração
e da minha compulsão
de compô-los toda hora,
pularem fora das pautas...
Não custa nada os meus versos,
os meus poemas de tudo,
perversos, de amor, de vida,
sinceros, sonsos e tristes,
alegres, duros, sensíveis,
fazerem este favor...
Se os meus poemas puderem,
quiserem, lhes der vontade,
já peço desde o momento,
que me abandonem à sorte
segundos depois da morte,
mas vão ao sepultamento...
VERSOS ANTI-DIDÁTICOS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Não corrija meus poemas,
pois não dou consentimento...
Não existe professor
de alegria; sonho; dor;
saudade; amor; pensamento (...).
NOSSA HISTÓRIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Temos tantas histórias, que somos um livro
de poemas, de contos e reflexões,
emoções controversas, partidas e voltas,
desencontros, encontros, reeternidades...
Conhecemos as senhas de quaisquer segredos
de viver e morrer e rebrotar pra nós,
o passado e o após nos mantêm no presente
onde os medos não podem com nossa esperança...
Foram tantos os voos e tombos do alto,
tanto sonho tecido e rasgado no ar
por algum sobressalto que a vida causou...
Mas o dom de sonhar se refez nos escombros,
corações, mentes, ombros e o mesmo destino
demarcados, curtidos, inalienáveis...
poemas alcoólicos, mente torpe
você só cospe as palavras
um tiro numa ruma sem poste
a cada gole você perde seu norte
você pede que ela volte
cada palavra não dita ecoa
sua mente boa
parece efeito de uma velha broa
ao aportar em casa
percebe sua desonra
mas que tristeza
a falência da trompa de um elefante
e é dos fortes, um grande
que potencial deixado para trás
um imenso atrase
Efeito Tempo
Recordei tempos de sua idade agora com esse caderno de poemas, penso em como o tempo passou rápido, e essa sensação aumenta para as gerações mais novas, então quando chegar sua vez, sentirá esse efeito mais agudo do que eu senti agora, então baby, corre, mas não pra chegar rápido, mas sim pra ver o tempo parado, desejo que você tenha a sabedoria de aproveitar cada segundo da sua vida, vida linda e leve, sinta-se livre pra errar dentro do que acerta e acertar dentro do que erra. Entenda tudo passa no tempo, só o tempo não passa pre ele mesmo, pegue carona com ele e siga seus sonhos.
POEMAS (soneto)
Navego os poemas, linha a linha
Ergo mastros, porta e tal janela
Por ela, os devaneios donzela
Em nudez, trespassam, asinha
Nesse instante imaculado, vela
O verbo e, que no senso avinha
Onde velejo com a alma sozinha
Que esmoe olhar e dor em tutela
Nesta maré anino, e gavinha
A solidão na ilusão que fivela
Cada estória na história minha
Então, faço versos tal caravela
Navegante e, tal qual grainha
Na vinha, germino em aquarela
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março, 2017, 05'02"
Cerrado goiano
Feitos de mim
Meus poemas
São feitos de histórias
De derrotas
De vitórias
De tantas coisas vividas
Lembradas
E esquecidas
Abandonadas
Ou remoídas
Meus poemas
São feitos de mim
Ou de você!
Quem vai saber?
Quem lê!
Orar um Adixá,
tocar estrelas,
ouvir as lendas,
ler os poemas
da noite profunda
e a acalantar a liberdade
que pede continuidade.
Chimarrão ou Tereré
tradicionais sempre
e sem misturas extras,
Ambos são poemas
postos nas cuias onde
quer que se encontrem
na nossa Pátria Brasileira,
nas nossas fronteiras
e nas Pátrias irmãs
que compartilhamos
das mesmas riquezas
da América do Sul cheia de belezas.
Desculpa, se os meus
poemas te roubaram
ou te roubam a paz,
Eles passaram
a ser onde os ouvidos
e as bocas
estão fechadas demais.
Numa hora como esta
só vejo um banquete
de ego e de vaidade,
Vamos nos dar
as mãos por mais
união e humanidade.
O diálogo nacional
se avizinha horas
antes do dia que
o Comandante - Eterno -
foi libertado
do cárcere de Yare.
Numa hora como
esta te peço
para deixar
as diferenças de lado
pelo General que
está preso há dois anos
injustamente,
E por todo um
povo que precisa
ser libertado
independentemente
do lado escolhido,
Todos devem se unir
em nome e se permitir
um novo destino.
Envio poemas
em doses
homeopáticas
para a sua
irrazoabilidade
sacodir
e não te deixar
nem por
um segundo
descansar
até o nó cego
do autoritarismo
você desfazer,
Há muitas baixas
de indígenas
neste continente
para investigar,
E garimpos
para expulsar.
Estamos perto
do Ano Novo,
Houve uma
promessa
por uma mesa
de diálogo
nacional
antes do Natal,
e ela não
foi cumprida:
Não soltaram
a tropa,
o General
e outros tantos
que estão
enterrados em vida;
Em qualquer lugar
quando falta
o diálogo
sempre faz lembrar
da diplomacia da Bolívia.
Quando há
falta de justiça
a quem
é inocente
sobram poemas
neste continente
de memória
marcada:
Letras de cela
apertada,
sem ventilação
e ainda
sem ventilador.
O tempo tem
passado lento,
Provocando tudo,
menos o nosso
esquecimento.
O General
anda engolindo
a dor no ombro
pela alta
temperatura
inflamatória,
E a Mãe orante
pelo manto
Virginal
de Coromoto.
Segue esta
trágica situação
vexatória mais
para quem tem
o dever de fazer
e ignora o dever.
Neste tempo
em tempo
de conseguir
fazer justiça,
E encaminhar
a liberdade
em pronto
andamento,
Pois já são
18 meses
sem nenhum
discernimento.
Deste distante torrão
de terra sulino,
Venho escrevendo
poemas feitos
de lágrimas, chamas
e de multidão,...
As FAES são um
capítulo já visto,
Por mim entendido
e por quem nada
entende condenado.
Sul-americanos
versos para clamar
pelo resgate
do continente
em degradação,
Convidando a um
minuto de silêncio
e uma oração:
Pelo miliciano
que covardemente
por paramilitares
foi [tombado],
Peço que prendam
os culpados.
Ah, amada Pindorama,
o Estado Plurinacional
e toda a Abya Yala
neste momento
estão sendo
lambidos pelo fogo,
e a Primavera
tem que ressurgir.
Temo que não
sobre mais nada
para o nosso povo;
Daqui de Rodeio
ando sentindo
o mau cheiro
dos incêndios
das nossas matas,
e a dor continental.
Quero acreditar
nas palavras
do General
dos olhos
de azabache
inabaláveis
que pede por
camaradagem,
solidariedade,
companheirismo,
e mais amizade
ante o bloqueio
e as perturbações,...
Quando
virá
a justa liberdade
do General?
Vamos escrever
novas histórias
no livro da vida?
Vem, e me diga
quando acabará
a pena da tropa?
Os meus poemas perturbam
de maneira original:
as cenas passam,
os poemas ficam,
por terem entrada direta,
e sem pedir licença
à mente e ao coração
de quem quer que seja.
A manifestação é o verbo
da exaustão pertencente
a população que não
deixa de ter a sua poesia,
os poemas registram
no tempo o mau líder,
e toda a sua covardia.
O poema como indignação
sempre será consultado,
por ser ação imperecível,
há mais de um que se
encontra na prisão recolhido,
sem contato com o mundo,
sem direito a defesa,
e talvez sendo torturado.
Assim, sigo escrevendo
mesmo sem ser presença
física, mas assumindo
ser permanente
para deixar o absurdo
a cada dia mais espalhado.
Eu quero saber se você
está inteiro e vivo!
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