Poemas de Chuva
Amor: ainda estruturalismo.
Terra molhada, barulho de chuva, tarde que calha,
Há um corpo invisível na incidência de cada.
Linguagem que calha, signo-chuva, sintaxe molhada.
Me sopra aos ouvidos o tal: foge da teia, foge da teia, foge da teia!
Injusta territorialidade, me furta a fuga a priori,
Nasço à tarde muito bem estruturado.
Esse monoteísmo, esse monofonismo, a unidade-mulher,
Espiritualidade semântica, desesperança quântica, labirinto lógico.
Quintal grande, balanço na arvore, avó, mãe, tio tocando violão,
Amor, grande amor, etc, etc, etc.
Um lugar de esperança e sem dor,
Céus perfeitos e sem chuva
Pode deixar este lugar mas desista,
Porque nós estivemos esperando por você
O amor sem destino
e como um pombo correio sem postal.
A terra sem a chuva,paro o molhar.
O sol sem os ceus para o erradiar
e expelhar.
como os ceus reflectem-se na mare.
Reflecte-se o amor no coracao da pessoa amada.
Lá, há uma chuva que começa fina;
Ganha forças à medida em que o tempo vai passando;
São lembranças que trazem arrependimentos;
Até mesmo as boas lembranças contribuem com a formação de uma chuva torrencial;
Apesar disso, essa chuva lava os caminhos por onde escorre;
Há um breve momento em que ela diminui de intensidade, como se fosse possível um breve respiro de alívio;
Mas logo volta a maximizar a água que cai, e com ela novamente toda aquela melancolia;
Entretanto, ela não será eterna;
Ela terminará no momento em que tudo estiver apaziguado, renovado;
E assim renascem as esperanças de um caminho melhor e sem tantos percalços;
E a chuva chega ao seu fim;
Então limpo meus olhos vermelhos;
Respiro aliviado e esperançoso;
E assim termina meu pranto que 'lavou'
minha alma e escorreu meus sentimentos ruins...
CHUVA (soneto)
Chove lá fora. O meu peito também chora
São suspiros de velhos e eternos pesares
Da alma que desapegando quer ir embora
Uma tristura que diviso, repleta de azares
Chove... Que agonia se percebe de outrora
Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares
Em preces de ira, com o chicote e a espora
Deixando as venturas laçadas pelos alares...
Chove lá fora. Minh’alma também aflora
E eu sinto o que o cerrado também sente
O pingo quente, e abafada a aflição afora
E esta tal melancolia que no temporal uiva
Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente
Tem a sensação: - choro! E chove chuva!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
BENQUERER
Tal qual a chuva no cerrado caída
Molha a terra: sedenta, e no estio
Coração ressequido: seca é a vida
E o sonho sonhado é ato sombrio
Feliz a quem pode curar a ferida
Da alma. Sem querer amor vadio
Fecundado de luz, e ter acolhida
Na ventura de um correto luzidio
É preciso mais que o só querer
Pra colher o bom fruto maduro
Não é ser... é ir além da fé ter...
Crer: que nos da visão no escuro
Saber é quem semeia benquerer
Pois benquerer, que colhe futuro!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Hoje o dia foi triste!
Céu nublado, chuva e frio,
e eu sozinho.
Lágrimas no rosto,
e a solidão de encosto.
nas sombras a chuva que caie
rebento que chora em tuas vaidades,
escolhas mortas por vontades,
desejos que se esvaíra por querer
ainda assim quero mero destino.
entre tantos caminhos o seu prazer...
dizendo entre linhas e curvas
terminam em tuas cavas
como sonhos que desaguam em sombras
que te fazem gemer
entre abito de línguas e linguajares
o sopro que delimita o desejo,
sendo intenso mais e mais seu querer
mais fundo faz mais
tudo que se embriaga nos dito amor.
Noite fria com céu nublado,
À espera da chuva cair.
Sinto a brisa do meu lado.
Sinto por aqui o clima bom ir.
Estou ao seu lado aguardando o temporal,
As nuvens sobrecarregadas de água.
O portão coberto pela ferrugem,
Com calma aprecio o café matinal.
As folhas das árvores voam com o tempo.
Sou apreciado pelos seus sentimentos.
E, a chuva está caindo do lado de fora.
O cheiro da grama se espalha pelo local.
Pode ser que não há mais temporal.
O tempo ruim foi embora e o sol está lá fora.
Poeta é sol
chuva fina
feito pássaro canta
versos e campinas
poeta é flor de cheiro
canta o verde
canta o mar
é prosa
rimas !
E Esse meu olhar triste me fez saber a preciosidade aonde já não mais se ver,
o alarde da chuva antes da tempestade,
a alvorada, que anuncia o sol que corta a madrugada.
as vitorias que trazem consigo o orgulho
as derrotas que traz pensamentos profundos,
seguido de um suspiro e um projeto de restauração é o primeiro passo apos receber o perdão.
no canto observando o olhar inconformado
do irmão mais novo que se sente menos amado
a silenciosa magoa que corroí alma a inesperada morte que traz junta a ela o trauma,
a essência desobediente
o erro que ensina apos o velório o olhar tenso da família,
o orgulho que cerca mas também prende
a alegoria do poeta com a tristeza que sente.
Tracos extintos. -Leonardo Kerigma
Via detalhadamente as gotas de chuva caindo e entrando em contato com o vidro rígido da janela. O som continuava a se repetir, atingindo o telhado. De repente, de uma maneira peculiar, sentia as lágrimas de solidão descendo pelo meu rosto; como se tivesse feito túmulo das mesma dentro de mim há tempos. Ela veio como monstro repleto de cicatrizes, parecia que estava pedindo desculpas por escorrer como a a chuva daquele fim de tarde. Viver fora desse mundo parecia melhor escolha. Talvez fosse estupidez pensar daquela forma - dizia eu. No entanto, quando me perdia nos livros, lembrava-me que escrever sempre me esclareceu está completa;e é exatamente o que sinto quando faço o mesmo. Embora, para mim, não significava está salva ao escrever. Mas verdadeiramente me fazia me sentir inteira.
Escrever simplesmente me eterniza!
E isso que traz de volta o ar que mundo me roubou. Isso me torna cada vez mais clara naquilo que me deixa livre. Meu refúgio ou até mesmo um pedido de socorro.
CASA ABANDONADA
Corre a chuva intensa lá fora,
Mas o telhado já cedeu,
Não há janela, nem porta,
É uma casa morta. Dentro dela tudo pereceu!
Quem diria que nessa casa,
Um dia a felicidade morou,
Hoje não resta quase nada,
É uma casa abandonada. Por ali tudo mudou!
Ninguém sabe, mas essa casa...
Já guardou um grande amor,
Os azulejos quebrados e as paredes mal pintadas,
Guardam segredos que o tempo não apagou!
Nessa casa havia tanta cumplicidade,
Companheirismo que o vento nao levou,
Ali também morava a felicidade,
Impulsionada pelo mais puro e belo amor!
Hoje vejo pedaços de madeira,
Soltos pela grama que ainda teima crescer,
Vidraças quebradas e tomadas pela poeira,
Pilares que se arrastam querendo ceder.
Como queria esquecer essa terra,
Não lembrar dessa casa e jamais voltar a este lugar,
No parapeito da janela, vejo você à minha espera,
Saudade de um tempo que jamais voltará!
Rodivaldo Brito Em 08.10.1982
Pássaro formoso que cai do céu a rodopiar,
Suas Penas tocam as gotas de chuva com leveza,
Gotas cristalinas que refletem seu passado,
Misturadas em gotas carmesins que refletem seu futuro trágico,
E o fazem pensar em seu atual estado,
Que mesmo sendo uma formosura no mundo,
Ainda foi alvejado ao invés de ser preservado.
Dia de chuva muitos reclamam!
Muitos se sentem obrigados a irem trabalhar e murmuram...
Poucos agradecem...
Agora tem aqueles que além de agradecer,
vendem guarda-chuvas
Veio a chuva intermitente
Lavar o campo e cidade
fazer brotar a semente
trazendo a prosperidade
Manhã assim tão bonita
onde a chuva faz melodia
nenhum coração se agita
e ganha da vida mais um dia !
Nem toda chuva é uma tempestade
Nem toda chuva tem raios
Assim como nem toda tempestade causa estrago.
Não importa quando vai chover
Não importa quanto vai chover
O que verdadeiramente importa
É saber que depois de tudo, o sol renasce
O importante é saber que tudo vai passar
E se estiver alguém a quem se agarrar
Valorize essa âncora, porque ele será
Quem irá te ajudar a superar toda e qualquer
Chuva ou tempestade
Independente de como ela vier e quais estragos ela for causar.
Você nunca estará sozinha
Basta fechar os olhos e ver
Quem está em sua mente e no seu coração
Dessa forma saberá onde estará sua âncora.
Chuva que cai...
Chuva que pinga...
Lava minha face de menina.
Em passos leves ginga,
Pequena linda bailarina.
Geilda Souza de Carvalho.
Pseudônimo: atelliercarvalho.
Pássaros alegres,
Cantam, sua alegria contagia
Será que chama a chuva?
Ora admiram a beleza do dia
A beleza da natureza, da vida.
Pouco valorizado pelo humano.
De visões distorcidas.
