Poemas de Casa
A casa caiu?
Ninguém gosta de errar ou falhar e não sendo possível mentir nem omitir, vale a pena lembrar que atos, fatos e boatos, fazem parte da mesma história e no futuro só alguns fragmentos serão lembrados.
O que aconteceu? Quem contou? O que os outros entenderam? O que tem de verdade nisso tudo? Em que isso pode te prejudicar?
Não se preocupe demais com as coisas ruins que já aconteceram, se não tem remédio, remediado está.
Depois de algum tempo a memória faz como julgamento de escola de samba, descarta os piores notas e isso dá às boas lembranças peso maior.
A natureza humana é sábia e a gente descobre um jeito para continuar.
Lembra do refrão? Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.
Ninguém está falando que é fácil, mas não há alternativa, pode ter certeza:
A casa caiu mas o mundo não vai acabar.
Saia de casa,
conheça novas pessoas,
permita-se Viver,
sorrir e amar...Você pode e merece
Ser Feliz!
Corpo, é apenas o carro no qual andamos, a casa na qual residimos, o rosto no qual nos escondemos e o modo como estamos unidos ao mundo.
E a vida continua sem parar,
a vida continua sem parar
O amor é casa construída sobre a rocha
Paixão é casa feita sobre areia
Amor é luz que não se apaga e o coração clareia
Paixão se apaga feito fogo sobre a tocha
TRIVIAL
Uma casa abandonada vive
Segura por seus fiéis pilates
Como dizem, o melhor amigo do homem
Mesmo a batidas, ao despreso e confinamento
Ali esperam sem em troca um vintém
A casa as sombras é libertário.
Aconselha sentimento fluidor
Juntas formam uma par perfeito
O abrigo e a tempestade
A dádiva não mais é presente
O passado se foi, voou
Juntas são só migalhas
Que junto ao solo unificou
A casa deixou endereço
O cão inconsolado restou
Diferindo do céu e da terra
Os rumos sem fé triunfou
A dor diluída vagueia
O cão separado ficou
A casa se transformou em areia
Tudo que paira agora são restos
Que o tempo não retera
Dipissou.
A tarde em que sai de casa
A tarde em que sai de casa
Eu esqueci
Esqueci que não havia comido
Esqueci que poderia chover
Esqueci que faria frio
Esqueci que ficaria escuro e eu não teria um lugar pra voltar
E esqueci que tinha medo do escuro
E também esqueci que ninguém estaria ao me lado
Para dizer "Oi, esta tudo bem, eu estou aqui"
E esqueci aonde deixei aquela liberdade
Aquela que tanto procurava
Até que se passou a primeira noite
E eu sobrevivi
Então pensei "se sobrevivi a está noite, posso ir adiante"
Até que um dia esqueci daquela tarde
A Casa da Mamãe
Teu nome está pintado nas paredes
Os teus passos são emitos pelo chão
Teu perfume é o incenso exalado
E tua voz a força de toda emoção.
Cada objeto, cada espaço
É como se tua imagem refletisse
E na tua cama sinto o abraço que me afaga e me fortalece
Mas o silencio dessa casa só me faz chorar...
E te procuro a todo momento
Mas nao te encontro em nenhum lugar.
E falta o cheiro,
Falta a voz,
Falta você...
Porque não aparece??
Eu vim aqui só pra te ver!!!
E o silêncio dessa casa só me diz
Que tudo aquilo que nunca esperei e nunca quis
É realidade
É mais que verdade.
E a dor toma conta do meu coração...
Transformando a alegria em solidão.
Aos poucos tudo vai sumindo...
E a amarga saudade vai me consumindo.
E agora a frase se descompleta...
Vai perdendo o sentindo tudo que interessa.
E o Tudo já nem existe mais
Se não existe a Casa da Mamãe.
Faz tempo que não te sinto assim...
Creio eu que a muito perdi, que por pouco achei...
Te amo, e amo sentir-te aqui.
Voz de trovão, presença avassaladora que me esmaga em meus conceitos, me arrebenta por dentro, me destroça e atrofia vontades vãs.
Por quê? Por que deixei de sentir-me assim?
Onde estava com a cabeça?
Que insanidade tomou-me?
Que faço eu para não perder?
Como faço para conquistar mais?
Pra que faço?
Pra que não faço?
O que falta?
O que está sobrando e precisa ser aparado, lapidado?
O que colocariam na minha lápide caso eu mantivesse tal curso? (Horrendo por sinal)
Agora, respiro... Ufa
Voltei a possuir a dádiva sentir, mas com esta volta veio também o sentimento de dor... A dor da tua ausência...
Me leva pra casa?
Não quero ficar aqui...
Aqui sou alien, sou peregrina e aqui não quero ficar...
Apaga rostos da minha realidade, eu te peço. Apaga histórias que não devem se concretizar. Apaga o que quiser apagar.
Faça-me perder a memória... Porque te amo, e não suporto mais ficar aqui... Ficar sem ti...
Título: Casa da quietude, quem perturba?
Primeiro veio o correio,
Depois a telefonia,
Aí chegou às mensagens eletrônicas,
Quem será o próximo a furtar minha tranquilidade?
Para ter sossego, qual a melhor opção?
Acho que é ser ermitão.
O que procura um eremita além da sua paz?
Ele procura a sua penitência, até jaz.
O silêncio me deslumbra,
Por isso odeio quem me perturba.
Quando eu não te responder,
Entenda que só estava querendo me satisfazer.
Autor: Nélio Joaquim
Deus não esta procurando casas lindas para morar, e sim casas disponíveis.
Se precisar de reforma, Ele mesmo é o arquiteto, engenheiro e o executor da obra.
Seja vc tb casa de Deus e templo do seu Espírito.
FANTASMAS (BARTOLOMEU ASSIS SOUZA)
Meus fantasmas têm fome
Meus fantasmas têm sede
Meus fantasmas têm sonhos
Estátua amputada da minha infância
Busco a casa que aguarda
Sonhos que já não se sonha
O traço,
A caneta,
O rabisco, tudo reduz
Olho o horizonte que
Ameniza essa mágoa...
Minha casa são muitas, uma só todas elas; o morar é a casa
com varandas, janelas.
Obs.: trecho adaptado. Texto original "Essa casa são muitas", do poema "Memória da Casa" de Walmir Palma e Fernando de Oliveira.
Oh menina da casa amarela oque questes !
Oh Menina da casa amarela pra que bateste!
Oh Menina da casa amarela podes entraste!
Oh Menina da Casa amarela sejas Bem Vinda.
Ainda que a vida insista em me vestir de mortalha,
rasguei as minhas vestes mortuárias.
O fantasma que impiedosamente me perseguia,
Transformei-o em camarada.
Não mais fico encolhida nos cantos da casa,
Não mais calo o grito que me sufocava...
Grito todos os gritos que calava.
As minhas noites escuras transformei-as em claro dia,
São de júbilo as minhas antigas noites de agonia.
Beijo a boca que ansiava,
Deixei de ser carne, hoje, sou navalha:
Escrevo!
Ao meu irmão
Quando revemos nossa casa, agora,
andamos encantados pelos cômodos,
ficamos longo tempo no jardim
onde – meninos levados – brincávamos.
E de todos os outros esplendores
que pelo mundo afora conquistamos,
nenhum mais nos alegra nem agrada
quando o sino da igreja faz-se ouvir.
Calados repisamos velhas trilhas
cruzando o verde terreno da infância:
e elas no coração tornam-se vivas,
grandes e estranhas, como um belo conto.
Mas tudo o que estaria à nossa espera
já não há de ter mais o puro brilho
de outrora – quando, ainda rapazolas
no jardim caçávamos borboletas.
A casa respira na intensa luz da manhã.
A poeira canta em raios oblíquos nessa manhã tão leve.
O Senhor se introduziu em minha casa e se assentou.
E ele me disse: ‘Como é bom estar em tua casa!’
Eu estava trabalhando e não me tinha conta que ele havia entrado.
Coloquei meu trabalho de lado
e me sentei a seu lado.
Com ele fiquei admirando o esplendor daquela manhã.
"Agora, tendo visto tudo e sentido tudo, tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar, quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade”.
( em carta a Armando Côrtes-Rodrigues, de 19 de Janeiro de 1915.)
“O amanhecer costumava ser um beijo no vidro de sua casa. Naquela manhã, porém, a luz era mais tensa do que intensa”.
(em "O outro pé da sereia". Lisboa: Editorial Caminho, 2006.)
Construir a casa sobre a rocha é viver e agir de acordo com a justiça do Reino apresentada no Sermão da Montanha. Construir a casa sobre a areia é ficar na teoria, sem passar para a prática.
(nota de rodapé)
