Poemas de Caio Fernando Abreu

Cerca de 2421 poemas de Caio Fernando Abreu

Eu aprendi que, na vida as coisas acontecem na hora certa e no lugar certo. Acho que ultimamente ando a todo o momento errada […] Mas que diabos é que tem de errado comigo? Há tanto tempo tenho suportado a ser despercebida de todos. Ando só, desprezada, angustiada, tristonha, melancólica, desamparada. Ando carente de carinho, de afeto, de afeição, de carícia, de amor. Sinto falta de dengo, de frescurinhas, de meiguices. Sinto falta de ser levada a sério […] Vislumbrei um clarão de carência em mim mesma, tão forte a ponto de cegar quem vê. Mas isto impossível seria, já que minha agonia ninguém há de perceber.

Inserida por gabi196

Mas quando estou com ele fico tão pequena, entrego-lhe o que ainda me resta, ele vai embora e eu fico aqui, me sentindo incompleta, me sentindo um nada, sobrevivendo apenas de migalhas da minha memória.

Inserida por usuario566773

"Vou sair para ver o mar e me perder entre os labirintos que distanciam nossos passos..."

Inserida por katiacristinaamaro

Não é fácil, muitas vezes eu me sinto sufocar de saudade, de vontade de estar perto. Se ... E se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo.... Ao mesmo tempo alguma coisa em mim não consegue desistir, mesmo depois de todos os fracassos.

Inserida por RafaBernado

Se não fosse amor não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você.

Inserida por LarissaSS

Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa.

Inserida por brendacesar

Nunca fui bom nessa coisa de finalizar, terminar, colocar um ponto final. Sou feito de vírgulas, reticências e projetos inacabados.

Inserida por Brunaralves

Hoje estou me permitindo escrever sobre este cansaço indivisível, sobre minha falta de tempo, sobre a desordem que se instaurou em minha vida. Por trás disso tudo, o mais perigoso espreita: a grande traição que estou cometendo, todo dia, comigo mesmo. Porque escrevendo assim, para sobreviver, não escrevo o que me mantém vivo – outras coisas que não estas.

Caio Fernando Abreu
O melhor de Caio Fernando Abreu. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

Nota: Trecho da crônica Querem acabar comigo, publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 29 de abril de 1987.

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Inserida por pensador

Não tinha nada a perder, pois embora fosse muito cedo, sentia que era desesperadamente tarde também.

Inserida por AmandaF

Tudo aos poucos vira dia e a vida - ah, vida - pode ser medo e mel quando você se entrega e vê, mesmo de longe.

Inserida por fetridapalli

A gente tem tantas memórias. Eu fico pensando se o mais difícil no tempo que passa não será exatamente isso. O acúmulo de memórias, a montanha de lembranças que você vai juntando por dentro. De repente o presente, qualquer coisa presente. Uma rua, por exemplo. E a rua não é mais a mesma, demoliram o edifício. As ruas vão mudando, os edifícios vão sendo destruídos. Mas continuam inteiros dentro de você. Chega um tempo, eu acho, que você vai olhar em volta sem conseguir reconhecer nada.

Inserida por thamynf

Minto. Sei, sim. Não é de repente, é mais aos pouquinhos que acontece. Difícil explicar, mas vai dando uma coisa de você não ver mais direito nem as coisas nem as pessoas que estão à sua volta. Você vai acostumando com elas, assim como acostuma com uma cadeira, uma mesa, um fogão. Quando tudo começa a ficar igual todos os dias e você, sem perceber, começa a se movimentar como quem liga o automático e, feito robô, apenas faz coisas, sem sentir o que está fazendo – bem, para mim é porque está na hora de dar o fora. Aí a gente muda. Se não dá para mudar de cidade, muda de casa, muda de rua, de bairro (cá entre nós: massa mesmo seria poder mudar de planeta). Não há nada mais estimulante do que ver ruas e pessoas pela primeira vez. Você tem que fazer um superexercício para conseguir descobrir os jeitos particulares delas se comunicarem – sim, porque tudo isso tem um jeitinho particular. Você é novo. A maioria das pessoas que conheço vive muito desatenta de estar vivendo: elas parecem tão acostumadas com as coisas que estão em volta que é como se estivessem dormindo.

Inserida por taynacabrall

Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à luz da lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Inserida por DannyL

Depois os dois se abraçaram e se deram beijos nas duas faces e como duas pessoas que não se vêem há muito tempo atropelaram perguntas como: por onde é que tu anda, criatura, ou exclamações como: mas tu não mudou nada, ou reticências tão demoradas que as filas chegavam a deter-se um pouco, as pessoas reclamando e uma hesitação entre mergulhar nas gentes entre um beijo e um me telefona qualquer dia e ficar ali e convidar para qualquer coisa, mas um medo que doesse remexer naquilo, e tão mais fácil simplesmente escapar que chegou a dar dois passos. Ou três.

Inserida por ClauAlema

Sei que tudo isso é tremendamente confuso, incoerente. São sentimentos que absolutamente não combinam entre si, é preciso optar por uma ou outra forma de pensar.

Inserida por ClauAlema

Talvez, afinal, eu devesse começar a acreditar em milagres. Em rezas, em sonhos, em delírios. — Caio Fernando Abreu.

Inserida por leidinhaaa

Preciso tanto de uma razão para viver, e sei que essa razão só está dentro de mim. — Caio Fernando Abreu.

Inserida por leidinhaaa

E digo despreparados porque sei que você não me esperava, da mesma forma como eu não esperava você. — Caio Fernando Abreu.

Inserida por leidinhaaa

Mauricio: E o príncipe sabia que ela gostava dele?
Luciana: Não. Ela não queria contar pra ele porque ele era muito bom e ia ficar triste por não poder gostar dela. E ela não queria que ele ficasse triste.

Inserida por Pvieira

Admito que doeu, que me sufocou. Admito que eu não sabia pra onde correr. Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou.

Inserida por Pvieira