Biografia de Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu (1948 - 1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro, considerado um dos expoentes de sua geração.

Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu em Santiago do Boqueirão, no Rio Grande do Sul, no dia 12 de setembro de 1948. Iniciou o curso de Letras e Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas não se formou. Começou a trabalhar como jornalista, em 1968, na primeira redação da revista Veja, após ser selecionado em um concurso nacional.

Foi perseguido pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e refugiou-se em São Paulo, na casa a escritora Hilda Hilst. Fugindo do regime militar no Brasil dos anos 70 morou em Londres e em Estocolmo. Retornou para a cidade de Porto Alegre em 1974, quando retomou sua criação literária.

Obras

Caio Fernando Abreu escreveu vários romances e contos, entre eles, "Limite Branco" (1971), “Pedras de Calcutá” (1977), “Morangos Mofados” (1982)  - o livro que o tornou popular, “Os Dragões Não Conhecem o Paraíso” (1988) e “Onde Andará Dulce Veiga?” (1990).

Consagrado pelo público on-line alcançou popularidade com à inclusão de seus textos em inúmeros perfis e fanpages, graças a seu humor simples, falando de temas de interesse universal, como amor, sexo, solidão e morte, de maneira direta, sem rodeios. Trabalhou também para as revistas, Nova e Manchete. Colaborou ainda para os jornais Correio do Povo, Zero Hora, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.

Após descobrir-se portador do HIV, retornou à casa dos seus pais, em Porto Alegre, falecendo no dia 25 de fevereiro de 1996.

Acervo: 3183 frases e pensamentos de Caio Fernando Abreu.

Frases e Pensamentos de Caio Fernando Abreu

Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, tô despreocupado, com a vida eu tô de bem.

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como “estou contente outra vez”.

Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu: o essencial da década de 1980. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.

Mas não te procuro mais, nem corro atrás. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta… Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de falar comigo ou me ver, me procura você.

Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.

Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa amanhã virará pó no filtro da memória. Mas o sorriso (...) ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo.