Poemas com Rimas de minha Rua
Enlouqueça
Enlouqueça para sentir
Fique louca e dance, pule
Beije aquela boca na rua e sinta a vibração da música tocar dentro de si
Fique louca
Fique ousada
Fique atrevida
A loucura liberta.
O que seria da lagarta sem a loucura do casulo?
Jamais seria borboleta pra loucura do vôo.
Enlouqueça e viva
Fique louca e se jogue sem medo de mudar
Fique louca e jogue sem medo de amar
Enlouqueça e quebre as regras da sanidade
Retire as máscaras que te impedem de viver
Enlouqueça e viva
Simplesmente viva a deliciosa loucura que é viver.
Kátia Osório
Seu Próximo
Seu Próximo, caminhava
ao meu lado, na rua e todos os
dias; me cumprimentava.
Seu Próximo pegava, os plásticos
reciclados nas lixeiras.
E entregava as cartas, quando chegava.
Seu Próximo era o vizinho educado.
E também aquele , que não queria papo.
Seu próximo , era amigo de todas as horas.
Mas também o inimigo, o adversário.
O antagonista.
Seu Próximo, era uma figura , que fazia rir.
Andava com flores nos cabelos. E gostava
de se divertir. Dançar. Sorrir.
Seu Próximo estava lá. Quando precisava.
Também, quando passava despercebido.
Caído na calçada.
Seu Próximo estava ali.
Procuraram Seu Próximo, numa caixinha
eletrônica. Mas não acharam.
Onde esta o Seu Próximo?
marcos fereS
Eu fico triste
por essa geração.
As crianças não jogam
mais taco na rua.
Não tem mais
time da rua de cima
contra time da rua de baixo.
As calçadas
não tem mais marcas de giz.
Ninguém toca mais
campainha pra sair correndo.
Mas ainda brincam
de polícia e ladrão
aqui no quarteirão,
só que ao invés
de cano 'pvc' nas mãos,
a criançada sai armada
de fuzil e “três oitão”.
Roney Rodrigues em "Triste Geração"
SÉRIE LUA II
Entra doce, brilha lua,
pelo quarto a me acordar.
Corro e vejo na rua,
quantas coisas a pratear.
Entra lua, minha alma é tua,
vivo sempre admirar.
O teu branco perpetua,
todas as formas de amar.
O céu que nos brinda toda noite com a maravilhosa lua
Mostra que toda noite temos que estar na rua
sonhando acordado com você
Só me lembra que é do seu lado que quero viver.
Desolado
Caminhei sozinho
Sob a chuva
Não havia mais ninguém
Naquela rua
Enquanto todos a ouviam
De dentro de suas casas
A chuva me tocava
O corpo e a alma
Eu sentia que aquelas gotas
Eram o meu próprio choro
Que caia do meu vazio
Sobre o meu corpo
Frio
Amor não tem hora, aparece do nada, aqui, lá fora.Em Veneza, no Leblon, na rua, ou ao lado de casa. Num bar, na biblioteca, na faculdade ou na praia;
Amor não tem hora, aparece do nada, e cada um tem uma história. Na saída do cinema, abraçados no ônibus, ou debate na aula. Foi escutando uma musica, caminhando na praça ou foram aqueles olhares que se cruzaram na estrada;
Amor não tem hora, aparece do nada, e ele lhe pega sem demora. Você se encanta com a Cecília, com Vinicius e com Camões. Você se pega desenhando flores, bichos e corações. Ouvindo Caetano, Djavan, o Iorc e a Tiê. Suspira todo instante e faz rimas sem perceber;
Amor não tem hora, aparece do nada, e o colorido de repente aflora. É aquarela, arco-íris ou espectro. É o preto no branco, vermelho no rosa, azul no amarelo;
Amor não tem hora, aparece do nada, e se perde a noção do agora. O ontem parece hoje, e o ontem um amanhã. Duas horas parecem pouco e dois minutos demoram para chegar de manhã;
Amor não tem hora, aparece do nada, e de repente apavora. Por isso me agarro em Salmos, Coríntios, Mateus. Na oração, na fé e em Deus;
Amor não tem hora, aparece do nada, aqui, lá fora. Em mim, em você, na minha paciência, na sua inconstância, na nossa memória.
Você foi embora sem se despedir. Da janela do meu quarto ainda te vejo caminhando pela rua.
A cada passo seu, observo nossos momentos desprenderem das árvores e cairem no chão feito as folhas amareladas no outono.
O vento sopra para longe nossos sonhos que você foi jogando fora pelo caminho.
A medida que caminha posso ver minha sombra abraçada com a sua, como se ainda estivéssemos juntos nessa estrada.
Mas quanto mais você se afasta, sua silhueta parece ser a de uma outra pessoa. Alguém que eu não conheço. E nem conheci.
Te chamo, mas você já não me escuta mais porque está ouvindo uma nova canção.
E no horizonte te vejo pela última vez, dobrando a esquina da vida sem sequer olhar para trás.
"te vi na rua"
hoje eu te vi na rua
o teu sorriso me levou
da terra a lua
e o seu olhar
me fez viajar
viajar o mundo todo
parece que quando eu te vejo
eu me apaixono de novo
ELA
Ela carrega um silêncio de lua
E as cores de um fim de tarde.
Por onde passa perfuma a rua
E a noite ilumina a cidade.
Ela carrega um brilho de sol
E as horas perdidas de um relógio sem ponteiros.
Ela me fisga com um sorriso anzol,
E me pesca e me prende por inteiro.
RUAS DE QUINTANA
Tantas vezes cruzei por ti
na rua de teu andar
que pena!
não te reconheci
agora te encontro sempre
nas ruas que não andastes
naquela rua encantada
que nem em sonho sonhastes
Masmorra
Ficava em alguma rua sossegada, de vias estreitas, quase sem saída.
Moradia empilhada, de paredes finas e escadas escuras. Janelas apertadas davam ares de sufoco aos segredos. Entreabrindo a porta; de nada se vestiam as paredes, o chão empoeirado mostrava que ali morava o desabitado. Esperava encostada em alguma divisória o ingresso de uma figura dramática.
Chegava o visitante.
Sempre apertava seus braços e engolia seus beijos. O desejo e o medo se amavam.
Violavam a repreensão.
O temor logo desaparecia e os anseios gritavam doídos em sua carne explorada.
Havia um espelho mofado no lavabo, deformando sua imagem.
Iludiu sua boca de encarnado e saiu ajuizando que havia sido furtada por algum sentimento obscuro.
Na rua admitiu o sol abrasador iluminar sua marcha.
E nada do que desejava na sua profundeza permaneceria
no cárcere infinitamente.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Quando Eu Vejo Ela.
Quando estou na rua e avisto ela,
Meu coração infla de paixão,
Como se ele fosse sair flutuando
Até parar nos braços dela,
Para que eu possa me
Sentir mais apaixonado.
Assim que a vejo,
Sinto que o mundo desaparece
E quando ela saí,
O meu mundo
Volta com mais cor e calor da paixão que
Tenho por ela,
Que é tão forte que até outras
Pessoas querem se apaixonar.
Não sei quem ela é, a única coisa que sei
É que a cada encontro que temos na rua,
Ela me deixa sem pensar direito,
Me fazendo pensar nela o dia inteiro
E deixando meu coração alegre.
Borboletas
As Borboletas perseguem-me à rua
O bater de asas trouxe-me novos ares
Ignorando o medo do novo, as mudanças
Devorei todos os casulos e suas lagartas
Contenho agora borboletas em meu estômago
Metamorfoseando-me por todos os cantos
A cada esquina, novas flores, mulheres e cores
Novamente, tudo muda com um bater de asas
As flores fazendo fotossíntese e eu metamorfose.
Por que foram te abandonar?
Pobre cachorro de rua
Triste essa vida sua
De um cão abandonado
Traído, rejeitado
E você, pobre gato
Não te deram nenhum afeto
O abandono, a rejeição
Também feriu seu coração
Sentem sede e tristeza
A dor é uma infeliz certeza
Reviram os lixos para comer
Covardia te fazerem sofrer
Às noites frias é sofrimento
Solidão o sentimento
É tão grande a dor
Vocês merecem tanto amor
Serem ignorados é uma atrocidade
Vocês fazem parte da sociedade
Por que foram te abandonar?
Quem fez isso não aprendeu amar
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
A VIDA DE UM SKATISTA
Na vida de um skatista, a rua é meu palco,
Com o vento nos cabelos, eu sigo o meu traço.
Aos quinze anos, com sede de aventura,
Eu deslizo pelas ruas, com garra e bravura.
Meu skate é minha asa, meu escape, minha voz,
Nas pistas e calçadas, eu mostro quem sou nós.
Com manobras incríveis, eu desafio a gravidade,
E a cada queda, levanto com tenacidade.
As rampas são desafios, os corrimãos, amigos,
Nas praças e parques, eu deixo minha marca, meus abrigos.
Com calças largas e boné virado para o lado,
Eu expresso minha individualidade com um sorriso arrojado.
Nas ruas, eu encontro minha tribo, meu povo,
Compartilhando histórias e sonhos, lado a lado.
Na vida de um skatista aos quinze anos de idade,
A liberdade e a paixão são minha maior verdade.
" Sobre o acorde do silêncio da quarta esmaecida, na rua a solidão percorre, esperando a quaresma vestida de reflexão, a trazer o sentido da vida."
" Quarta de Cinzas"
(MELO, Rilnete., "Construindo Versos". Pindaré-mirim- MA: Selo ACILBRAS , 2022, p.58.
SONETO ANTES DE TU
Antes de amar, amor, era amador
Não tinha nome, rua ou endereço
Nada importava ou queria apreço
Expresso era o suspiro de amor
Eu sonhava sonhos pelo avesso
Nas fases da lua um devaneador
Em silêncio cochichava a tal dor
Num desprazer plácido, impresso
Tudo era um vazio, morto, clamor
Caído em um horizonte espesso
Onde escorria olhar tão sofredor
Antes de tu, não existia começo
Até que vieste com o teu amor
E pude no soneto ter ele impresso...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 21 de 2017
Cerrado goiano
Você bateu os olhos
em mim naquela
tarde subindo
a ladeira da tua rua,
Reconheceu que
sou adrenalina pura;
Talvez o jogo mais
perigoso da tua vida:
presença que alucina.
Ainda sou presença
que te fascina,
Mesmo que a distância
não permita,
Sinto que ainda
com fogo me anseia.
Até hoje você não
consegue me tirar
da tua cabeça
E a tua memória
ainda sente o meu
perfume de Lua,
Tudo por causa
daquela tal tarde
na ladeira da tua rua.
Meu Coração
Eu tenho um coração um século atrasado
ainda vive a sonhar... ainda sonha, a sofrer...
acredita que o mundo é um castelo encantado
e, criança, vive a rir, batendo de prazer...
Eu tenho um coração - um mísero coitado
que um dia há de por fim, o mundo compreender...
- é um poeta, um sonhador, um pobre esperançado
que habita no meu peito e enche de sons meu ser...
Quando tudo é matéria e é sombra - ele é uma luz
ainda crê na ilusão, no amor, na fantasia
sabe todos de cor os versos que compus...
Deus pôs-me um coração com certeza enganado:
- e é por isso talvez, que ainda faço poesia
lembrando um sonhador do século passado
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