Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Difícil responder
O que vai ou permanece
Tudo um dia se vai
Inclusive a gente
Que simplesmente vive
E se esquece
de atentar para um fato:
Em meio a tanta mudança
Existirá clareza na lembrança?
Não sabemos dizer
Se as águas do rio se foram
Ou se o rio carregou a gente
A paisagem muda
Conforme a ilusão
Há, contudo, uma certeza
Tudo se vai
Quase tudo se foi
E se a gente também não ficou
Será que as águas do rio passaram
Ou o rio carregou a gente
Paisagens, imagens, miragens
Será esta vida uma passagem
Ou a gente há de ficar
Enquanto o tempo e a vida
Assim como as águas de um rio
Haverão de sumir na curva
A visão vai turvando
Eu aqui, calado
De vez em quando me pergunto
Será que tudo passou pela gente
Nas águas de um rio gelado
Ou o rio carregou todo mundo
E aquele tempo ficou no passado?
Edson Ricardo Paiva
"Meu Deus, me ensine a ser um imbecil; para assistir televisão domingo à tarde no Brasil "
Edson Ricardo Paiva
Eu me lembro
Que quando em criança
Eu morei pertinho
de um pé de pitanga
Eu olho que passou-se
A vida inteira
Mas o cheiro das folhas fica
Se Deus nos fizesse alados
Quem sabe a gente não sofresse tanto
E se Deus nos quisesse atrelados à terra
Teria nos dado raízes
Assim, de certa forma, estariamos bem mais felizes
Mas quis Deus nos dar pensamento
Qualidade irracional
que nos dota de um medo
Medo da mentira e da verdade
E então Deus nos viu
Inventar a pedrada
Criar o machado e fazer a gaiola
Pra depois usar em nós mesmos
Se olhar direito
O resumo da vida é isso
e mais nada
Hoje eu vejo
Passarinho e a pitangueira
Bem mais contentes que nós,
De alguma maneira compreendem
Que a vida é algo mais além
Mas aquilo que eles sabem
Ninguém nunca vai saber
A coisa engraçada da simplicidade
É exatamente perceber
O quanto ela pode ser complicada
Me resta a esperança
de um dia acordar
Novamente criança
E voar como um passarinho
Pro ninho da pitangueira
Sem medo de pedrada
Que não há de importar em nada
E ser feliz por toda uma vida
Edson Ricardo Paiva.
Amanhece mais um dia
O tempo passa
O mundo gira
Nasce o Sol
E o Sol se põe
Nuns dias
a gente sabe onde vai
Noutros não
É somente uma questão de tempo
A vida vai correndo como um rio
Os sinos tocam
Mas você não os escuta
Sopra o vento
E vai mudando a cara do mundo
Momento a momento
Corre o rio
Frio e calor
Seu coração se enchendo de amor
Transborda segredos
Pra depois se transformar em ódio
Ódio em medo
E o medo traz saudade
Nesse momento você pensa
Que já possui sabedoria
Mas foi só mais um dia
Um dia na vida que passa
Não há nada que se faça
Ou que se possa fazer
A vida passa
O cansaço te alcança
O teu coração repleto de espaços
Incompletos
Vazio de valor
Amores e abraços
Agora há somente
Espaço e lembrança.
Edson Ricardo Paiva.
Quando a gente nasce
Um anjo faz uma prece
Em algum lugar deste Universo
Alguma coisa muda
Mas nem tudo que acontece
Na vida da gente
É do jeito que se espera
No dia que a gente nasce
Inicia-se uma contagem
Alguma imagem boa e muda
Na esfera do mundo
Existe e não é à toa
Apesar de fazer o inverso de tudo
Cada segundo vai sendo contado
Tem dias que a gente vive
E tem a incrível sensação
De ter sido esquecido
E deixado de lado pela vida
Mas um dia, finalmente a gente morre
E ocorre de nesse dia
O mesmo anjo fazer outra prece
Não sei dizer
Como e porque acontece
Mas sei que acontece assim
Portanto
Enquanto isso, eu vou vivendo
Pois a prece
Que algum anjo atrapalhado fez por mim
Deu certo
E quis Deus que fosse assim
Exatamente desse jeito
O mesmo vento que me trouxe
Deixou-me com um beijo doce
E me disse
Que eu devia encarar sorrindo
O lindo amargor dessa vida
Pois iria passar bem depressa
O vice-versa
O início ao avesso
O doce que sempre caiu no chão
As verdades de mentira
Deus, por favor, me socorre
Não me esquece!
Manda o anjo fazer logo a prece
do dia que a gente morre.
Edson Ricardo Paiva.
Relendo um pedaço de vida
Escrito qual fosse
Endereçado aos Céus
Redigido em dourado
Uma longa descrição de nada
De frase em frase
O sentido das coisas muda
Depois de alguns pontos finais
Na mesma linha, ainda tentava
Enquanto a ideia era a mesma
O mesmo fôlego, depois da virgula
Um aposto
Reticências
A vida seguindo entre aspas
Navegava
Dígrafos e interjeições
Transmutanto em novas
As mesmas sempre velhas sensações
Esperanças em letras maiúsculas
O parágrafo insistente
Uma pausa a cada nova esclamação
O sinal que interroga
Uma praga que rogam
Bem querer descrito
Um mal feito
O antônimo de tudo
Transformando agora em nada
O que parecia
Tão bonito no princípio
Quem leu
Pouco soube interpretar
Lentamente
Sem sentido
Eis que surge
O último ponto final
Se fecha o livro
Livre pra prosseguir
O verbo é viver sem destino
Despedida; substantivo feminino
Sem sínteses
Nem parêntesis.
Edson Ricardo Paiva
O tempo é ferrugem
No metal da vida
A água foi sob a ponte
Um pássaro que eu nunca vi
Cantando perto da janela
Outras flores que surgem
A vida passa
Seja ela
cheia ou vazia
A lenha queima na fogueira
Ofusca a estrela lá no Céu
Um dia
de todas as estrelas que se vê no Céu
Restarão somente cinzas
Outras estrelas surgirão
Outro chão
Outros Céus
Outras vidas
Devagar e lentamente
Mas a gente nunca dispõe
de tanto tempo assim
Pra prestar atenção que nosso tempo
Diante do tempo
é nada.
Edson Ricardo Paiva.
Se um dia
A saudade não cabe mais
Dentro da gente
Insistente
Infinitamente a vontade grita
Mas grita sempre em silêncio
E por mais
Que a saudade não mais nos caiba
Saiba, assim como ela sabe
Que nem tudo termina
No lugar onde a gente queria
Pode ser que o mundo acabe ontem
E o Céu que se vê
Já desabou faz alguns dias
Porém
Se cair amanhã
Tomara que ele caia em cima de você
Saudade que me vem
A ninguém convém
Morrer de saudade
Ou viver de esperança
A vida se torna vã
Numa constante despedida
Comprometida num descompromisso
Nem morte e muito menos vida
Só algo que lembra a isso.
Edson Ricardo Paiva
Um dia
Uma Mente Superior
Sem nome
À Qual se dá muitos nomes
Aponta a cada um de nós
Um lugar no Universo
Uma pequena esfera azul
e que gira
E diz
Por fazeres parte desse imenso todo
Ficarás naquele lugar
Durante alguns giros que ele der
Mas saiba
Que quando menos esperares
Mandarei te buscar
Será um tempo bem curto
Que às vezes te parecerá infinito
Independente
de quantas vezes girar
Aquele pequeno lugar
Que às vezes
Te parecerá bem grande
Algumas vezes
Irás desejar e pedir
E serás atendido sempre
Portanto
Cuidado com o que deseja
Veja
Que cada um que lá se encontra
Se encontra exatamente onde pediu
Pois não saberás pedir, desejar ou receber
Às vezes vais pensar
Ser melhor ou ser pior
Maior ou menor
Mais e menos
Saiba que tudo é ilusão
E estarás sendo constantemente avaliado
Pois nesse lugar é tudo uma ilusão
Apesar de parecer que não
Pensarás-te esquecido de vez em quando
E agraciado noutras vezes
Nesses momentos
Pense sempre na ilusão
Nem uma coisa nem outra
Mais e menos
Acima ou abaixo
Deixo contigo
A companhia dos pensamentos
Pense
Medite
Escute
E aprenda
Erre bastante
Arrependa-se a cada instante
Que serão bem curtos
Somente algumas voltas
Nenhuma a menos
Nem uma sequer a mais
Agora vai e fique em paz
Mas não se esqueça
Que um dia eu mando te buscar.
Edson Ricardo Paiva.
Pensamentos
Momento a momento
Um novo pensamento
Um mesmo velho pensamento
É como eu puxasse a algo
Que voltasse sempre ileso
E amarrado em um barbante
Monoideista
Coração egoísta
Lealdade insistente
Isso foi ontem
Tudo aquilo foi antes
Mas eu não posso ser eu mesmo
Sendo apenas eu somente
Se o dia de ontem
Não estiver lá amanhã
Nada vai restar de mim
Além desses pensamentos
Instante a instante
Presos insistentes
A um barbante
Invisível
Sempre ileso.
Edson Ricardo Paiva
Um dia o dia nasce
Como nascem os dias
Todo dia
Mas conforme o tempo passa
Vemos que se vão caindo
As vendas de nossos olhos
Os dias passam
Assim compreendemos
As lendas do passado no presente
Ou não
Isso é uma decisão só da gente
Compreender
A profundidade da vida e do Mundo
Podemos apenas passar por eles
Ser mais um
O Mundo prossegue girando
E não pára pra esperar ninguém
O vento carrega as folhas e o pó
Depende da minha vontade
Ser folha, ser só isso
Conhecer ou não
A verdade que me aguarda
No pouco que eu puder mudar
Em tudo isso
Os dias nascem
E vão continuar a nascer todo dia
Sem que a imensa maioria
Faça conta ou questão
De entender o motivo disso tudo
Mas saiba
Existe sim uma razão
Isso
É você que deve descobrir
Ou não.
Edson Ricardo Paiva.
Pra cada dia uma noite
Uma morte a cada vida
E pra cada norte um rumo
Vários ventos sem direção
Em cada mar, muitos naufrágios
A saudade que se vê tão só
A pá de terra sobre o tempo
O erro que me acerta
A resposta certa eu nunca soube
A tarde que não me cabe
Antes que o Céu
Desabe por sobre essas nuvens
Há pra cada chuva, um Céu
Mas não sei dizer
de quantos Céus há sobre nós
Sob meus pés
Estrada e pó
Simplesmente mais nada
Pra cada vida
Uma morte apenas
Viver de espera
Termina
Na serena morte
De sorte que ela vence no final
Pra cada um
Há outro igual
Só não se sabe onde.
Edson Ricardo Paiva
Estive ouvindo um cientista
Que falava sobre estudos
E descobertas da ciência
Pensamentos acerca
de nossa humana inteligência
O cara expôs uma lista, disse Muito
da importância disso tudo
Me lembro que falou sobre sinapses
Conexões neuronais
Discorreu sobre as nossas conquistas
E o que aquilo representa pra nós,
Seres pensantes
Como somos agora
E o jeito que éramos antes
Falou muito mais
E quanto mais ele falava
Menos as pessoas
Pareciam ser iguais entre si
Pois eu me ative a algo que ele não falou
Apenas expôs
de forma velada e subjetiva
Algo sobre o qual
Eles não sabem quase nada
E que muito os aparvalha:
A velocidade com a qual
Espalha-se a ignorância
Nossa ausência voluntária de pensamento
Na mais injusta medida
Ali
Cresceu também a ganância
Filha mais bem nutrida
da falta de inteligência
Pois
Parece que diante
da efemeridade dessa vida
O ato de pensar
Deixou de ser importante
A sua desnecessariedade
É muito mais atraente
Porquanto seduz
A muito mais gente que a gente pensa
A coisa que ele não disse
Mas que eu supus
Foi que é bem mais fácil compreender
O Pensamento de gente que pensa
Do que o pensar aparente
Sua falta de luz
Tornando assim
Quase impossível aceitar
A nossa mais que imensa
Festejada arrogância
Travestida de muitas coisas
Ele disse que todo mundo
Possui um cérebro na cabeça
Mas não falou que a ciência não tem
Conhecimento suficiente
Pra explicar
Porque é que tanta gente
Pode pensar e não pensa
Edson Ricardo Paiva.
Houve um tempo
Em que eu quis fazer as coisas certas
Pra poder ser visto e aceito
Como um bom menino e bom rapaz
Eu acreditava que se agisse assim
E Deus me visse
Ele iria gostar mais de mim
A vida foi passando
E eu insistia que havia uma boa razão
Pra prosseguir sendo um bom homem
Sem querer ser melhor em nada
Apenas via a cada dia que amanhecesse
Como a uma nova oportunidade
De fazer o meu melhor
Pelo mundo, por Deus, pelos meus irmãos
Hoje eu olho pro mundo
Olho a vida
Olho pra mim mesmo e pra cada manhã
Que foi perdida no meu passado
Percebo que a gente não precisa
Ver a vida como oportunidade
de ser bom ou agradar a ninguém
Na verdade
O mundo não está
Prestando a mínima atenção
Pois o ato de viver neste mundo
Não chega a ser compromisso
Contrato ou obrigação
E as coisas que eu faço hoje
A maneira que faço as coisas
Conduzindo meus próprios passos
Tem de estar de acordo
Unicamente com a minha consciência
E a maneira que eu achar a mais certa
Quando ninguém estiver me olhando
Sem procurar santidade ou atenção
Pois ninguém está olhando mesmo
Pra nada de certo que a gente fizer
Ou deixar de fazer
A não ser que faça errado
Pra ser apontado, julgado, condenado
A solução que encontrei
Pra viver esta vida
É eu mesmo saber
Se presto ou não presto
Sem corar branco ou vermelho
Diante do espelho
Sem jamais e nunca mais
me ater ao julgo de ninguém
...de resto
Eu deixo este mundo de lado e amém
Pois nem a gente e muito menos a vida
Tem que ser bom ou ruim
Ela é só vida
E eu sou apenas alguém
Que não vai consertar
E nem carregar os pecados do mundo
Isso não me dá o direito de piorá-lo
E nem obrigação de fazê-lo melhor
Mas a tudo de melhor que eu puder fazer
Eu o faço pra ficar de bem comigo
Sem esperar aplausos do mundo
Pois, a bem da verdade
Isso é coisa que nunca vem.
Edson Ricardo Paiva.
Eu não sei que outro nome se dá
Pra'quela coisa que tem um nome
Mas que cuja pronúncia
Me causa uma coisa ruim
E que eu não sei dizer que nome tem
Eu queria saber explicar
Que espécie de dor é esta
Um desconforto que cresce
E ao mesmo tempo
Me transporta, me deixa absorto
Dói em tudo quanto é lugar
Mas não sei te dizer onde dói
É algum tipo de chama
Fria e gelada
De olhar o Céu muito azul
E só ver nuvens de tempestade
É ver a idade avançar antes do tempo
Com tudo de ruim que o tempo faz
E depois do tempo, o nada
Uma pressa que termine o dia
Mesmo sabendo que amanhã
Essa dor que me acompanha vai voltar
Uma dor de tristeza que não passa
E que não pensa em me deixar
Creio
Que se realmente existe uma alma
Essa dor tá doendo é lá.
Edson Ricardo Paiva.
Amanhece o dia
A loucura, sorridente e imperativa
Tenta um dedo de prosa
A mostrar-se combalida
Procura fingir-se amiga
Loucura que me engana
no final da noite
Besta-fera que me espera
Me acorda de voz suave
Não concordo
Há grave briga
Me abandona de madrugada
Loucura falsa e verdadeira
Com sua face fingida
E tua urgência imperiosa
Inadiável, quando é tua
Se pudesse, eu te curava
Mas creio ser
Da tua natureza
Esse poder
De apodrecer a tudo que toca
Loucura louca
Que me faz só e com medo
Chorar em segredo
Imerso em solidão
Entardece agora
Daqui a pouco, noite escura
Penso em você como outro louco
Sempre odiando mais um pouco
Loucura verdadeira, voz fingida
Eu só queria compreender
Tamanho mal que fiz pra Deus
Te colocar na minha vida.
Edson Ricardo Paiva
Eu penso em conhecer uma mulher
Que possua um sorriso lindo
E que fique feliz
Sempre que souber
que eu venho vindo
Eu quero uma mulher
Que cuide de mim
Enquanto eu estiver dormindo
Uma mulher que seja linda
E que tenha um olhar
Mais lindo ainda
E que esse olhar seja pra mim
Um olhar assim
Sem maldade,
repleto de perversidade
e me complete
e me aquiete
Sem trazer nem exigir
prova de nada
E simplesmente
Jamais me queira ver triste
Eu quero uma mulher
Que eu acho que não existe
Edson Ricardo Paiva.e Fellipe Arcanjo.
Eu tenho um pé de acerola no quintal. Todo dia ele amanhece carregado, eu vou lá e colho o máximo que posso. Amanhã vai estar cheio de novo. No dia que eu me cansar e parar de colher, ele vai parar de amanhecer carregado. As coisas são desse jeito.
Eu conheço um mendigo chamado João. Sempre que o vejo eu converso com ele. Se eu lhe oferecer alguma coisa, ele aceita. Se eu não oferecer, ele não pede nada. Ele é mendigo há muitos anos e me contou que no início usava a voz pra mendigar as coisas na rua. Um dia ele percebeu que as pessoas não estão tão preocupadas umas com as outras como dizem estar. Então ele se cansou de acreditar e parou de mendigar. Continua mendigo, mas só pra si mesmo, pois compreendeu, após a passagem de anos, que a vida o esqueceu no dia que ele se esqueceu da vida. As coisas são da maneira que são.
Edson Ricardo Paiva.
Um pássaro tristonho
Muito estranho e muito feio
No meio de uma noite
Apareceu num sonho meu
Mas o noite não parou
Pra que eu pudesse compreender
A vida amanhece
E cada um tem seus próprios sonhos
Cada vida traz em si mesma
Pássaros tristes
Pois eles existem
Espalhado pelo caminho
Mas nada mudam
Quando a gente não se entrega
A permitir que um deles
Venha a fazer seu ninho
Aqui no coração da gente
A estrada segue adiante, empoeirada
O pó de uma estrada
É o mesmo pó de todas as estradas
Interligadas
Entradas, saídas, partidas e chegadas
Pássaros tristes
Sonhos e encruzilhadas
A clara luz da tarde iluminando a vida
A vida também não pára
Nem o mundo esperou
Eu chorar minhas tristezas
Espalhadas pelo caminho
No galho seco, um pássaro triste
Que não canta, nem se alegra
Segue as regras que criou
Mas só vem fazer ninho
Quando a gente o convida
Então, alguém de passagem
Verá seu coração pelo caminho
Um galho seco, outra pousada triste
Mas ... se estiver só de passagem
Não vai te esperar também.
Edson Ricardo Paiva
Um dia depois do fim do mundo
A Lua ainda vai estar lá
Vai nascer um dia lindo
Em Plutão
Todas as fotos de cometas
Terão explodido
Juntamente com as gavetas
Armários e arquivos
Mas um cometa vai passar no Céu
Lançando um breve olhar furtivo
Sobre um espaço vazio
Que ficou no vazio do espaço
Então, alguém que estiver distante
Vai pensar na gente
De um jeito que ninguém pensou
Pois
Por mais tempo um povo viva
Nunca se vive o bastante
Um dia depois do fim do mundo
Toda a existência
Não terá passado de instante
Passado.
Edson Ricardo Paiva
