Poemas a um Poeta Olavo Bilac

Cerca de 299440 frases e pensamentos: Poemas a um Poeta Olavo Bilac

fluorescência

cerrado
fulgor de cascalho
e vagalume alado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO ABSTRATO

Na prosa do poeta, não só tem poesia
às vezes de tão vazia, o abstrato pinda
arremata cada imaginação, e aí, ainda
nada lhe completa, nada tem harmonia

Tu'alma inquieta, o verso na berlinda
a solidão, a lágrima, a dor em romaria
se perfilam no papel em uma rima fria
e assim, a privação na escrita brinda

Neste limitado querer, sem simpatia
o silêncio, o belo, no feio prescinda
e a inspiração, então, fica sem orgia

Aí, o soneto sem quimera, não finda
e os devaneios perdidos na ousadia
sem fantasia, a ausência é provinda

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 09 de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Desejo

Quem me dera ter vivido poeta
Ter olhos que veem a emoção
Mãos pra cantar a canção certa
Fazendo poemas da inspiração

Ah, quem me dera!
Saber rimar frases de amor
Compor rimas com quimera
E na quimera lapidar a dor

Quem me dera, ah!
Ter a estrofe certa pra paixão
Na quadra ter a sublime forma
E doces versos para o coração

Ah! Sonhador de ser poético
E neste sonho muito quisera
E o pouco que faço é sintético
Ser poeta? Ah, quem me dera!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poesia parida

Pare dor e aflição os meus versos
Da inspiração do poeta por vir
São teus açoites em reverso
Com rimas que vão se despir
Gota a gota, gelha a gelha
Coando a quimera que põe a fingir
Tal veras, que ao banal se assemelha
Doando ao poeta sensação no existir
A poesia vida, odor, e a intuição centelha
Sussurrando suspiros do poema a parir

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/02/2016 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O silêncio é o exato momento do nada no lamento.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05/12/2015, 09’20” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO FAZ DE CONTA

Agora vou fazer de conta que sou poeta
Hoje a melancolia, não terá a rima certa
O céu alvoreceu poético e com harmonia
E em meu dia tudo será somente poesia

A minha existência não é mais só o eu
Cada verso trará o laço, o meu e o seu
O que outrora era somente ociosidade
Agora, o som da vida, é pura realidade

O silêncio deixei na solidão, no canto
Não sabia onde estava, para onde ia
Eu só queria um sentido, algum valor

E na busca de um pouco de acalanto
Parecia que o fado, gargalhava e ria
Até tu chegar, com o generoso amor...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 de novembro de 2019 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PARADOXAL

Como quisesse poeta ser, deixando
O estro romântico, espaço em fora
O amor, ao reconhecer sem demora
A seleta face, abriu o ser venerando

Encontros e desencontros, cortando
Caminhos e trilhas, percorri: e agora
Que nasce a poesia, o poema chora
E chora, a rima passada, recordando

Ó, estranha sensação despropositada
Tão saudosa como se fosse “In Glória”
Invade o poetar sem ter um comando

Assim por larga zanga aqui pousada
Me vejo perdido, triste nesta oratória
Quando poderia êxito estar versando

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04 de dezembro de 2019 – Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

PRAVOS A POETAR (soneto)

Estes, que a inspiração cruel poeta
Marcando-os com tristonha tensão
Estes ditados em má sorte na caneta
Apenas, para dores trazer à criação

De alma ferida grafa malícia secreta
Do inconstante amor, dentro do coração
Desabrocha tal erva má, e assim profeta
Pensamento abaçanado, nato da solidão

De melancólicas rimas, suspiros e luto
E de senso cego, traz ao cântico espinho
Áspero como o cerrado, e se põe a chorar

E, pegadiços, entra na trova num minuto
Sente, crespa, do sofrente que é sozinho
De infeliz imaginação, pravos, põe a trovar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

REGÊNCIA (soneto)

Como quisesse poeta ser, delirando
As poesias de amor, nas rimas afora
O beijo, o abraço que o desejo cora
A solidão assediou e trovou nefando

Vazios estros, de voo sem comando
Sombrios, que no papel assim espora
Os versos, sangrando e uivando, chora
Implora, num rimar sem ser brando...

Estranho lampejo, assim compungido
Que dói o peito, sem nenhum carinho
Quando a prosa era para ser de paixão

Então, neste turbilhão me vejo perdido
Onde o prazer se faz tão pequenininho
Vão... e a desilusão é quem regi a mão!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

JULGA (soneto)

Ah.... o poeta procura
A alma em cada verso
Rimar o olhar disperso
Num canto de ternura

Porém, tem senso averso
Também, na sua estrutura
E de tal jura, na sua leitura
Que faz do leitor submerso

E, de momento a momento
Que varia o sintoma diverso
Levando-o na ilusão ter fuga

E, é em vão só o sentimento:
Se é alegre ou se é perverso.
Pois, ao poeta não cabe julga!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 17’14” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O POETA (soneto)

O poeta busca
Em cada verso
O senso diverso
E o estro rebusca

Porém, perverso
Na sua enfusca
D’Alma, sarrafusca
O destino imerso

De instante a instante
Muda do riso à mágoa
Se alegra e, entristece

Do segredo sussurrante:
Da terra, fogo, ar e água
Causa a toda a sua messe...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 19’40” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ser-se Poeta

Ser-se poeta é ser-se sentimental
( - ou mais do que piegas talvez...)
É pôr-se no romantismo especial
E ter a sofrência nunca em escassez

É devanear sem arrecadar nada
Consciente da redoma lhe posta
Nos versos da poesia traçada
Estar sempre em busca de resposta

É saber rir e chorar sem por nome
Ter no olhar um querer por alguém
Um amor que sempre lhe consome
E uma trateia que o leva para além...

É enredar com perfume a dor
E acha-la formosa e humana
Porque lhe faz eterno amador
Com sensações de rara porcelana

Ser-se poeta é ser-se sonhador!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AVERSO

Quem poeta pelo suspiro sofrido
Em lágrima dum trágico flagelo
É quem se deixou estar perdido
Esquecido dum versar mais belo

É quem do emotivo foi redimido
Expurgado do verso mais singelo
Na emoção se encontra indefinido
Na inspiração tristura em paralelo

É quem se norteia com a navalha
Da dor, em trova ensanguentada
Amortalhado em rítmica mortalha

É quem no choro faz de morada
No coração o amor sofre e talha
Mas, a paixão, sempre sonhada!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2020, 28 de setembro – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠POETA FUI

Poeta fui e do causar ferino
Me acariciou a carícia dura
Versei mais dor que ventura
Andei sonhador e peregrino

No devaneio, vivi o desatino
Amando o que pouco dura
Gozando da decepção dura
Poeta sem charme no destino

Porém, a cada verso, tentei
Ter o acaso e a doce poesia
Não agonia que não sonhei

Entendo, que versar alegria
Tem de tê-la. Pouco cantei
Se cantei foi porque sofria

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2020, 08’06” – Triângulo Mineiro
paráfrase José de Abreu Albano

Inserida por LucianoSpagnol

O MAIOR REVÉS DO VIVER

Cá dentro da alma de crer ser poeta
Alma feita de paixão e de imaginação
Sedento de devaneio e de sensação
Quanta coisa, quanta ilusão secreta

Quão querer escrever em linha reta
E, nas rimas aquela rima sem demão
A certeza do canto certo na emoção
A agnição que desejou ser completa

Porque a dor aberta, o que mais dói
E também que a tendência destrói
Não é a saudade do outrora perdido

Pois se foi, se suporta, é inevitável
É bem mais vândalo o irreparável
Do podido viver e não ter vivido!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/10/2020, 09’27” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O abraço é o cobertor do coração, quando se tem a álgida solidão...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29, maios, 2015

Inserida por LucianoSpagnol

⁠eu poeto
ele poema

poesia sem ledor:
é verso sem gema
é poeta sem amor.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VERBO POETA

Poeta, conjugação, expressão do amor
Das entranhas, frações de alma e grito
Escrito em sensações, o diverso infinito
Aflito, calmo, és da palavra manejador

Poetar, o poeta, frasear, variante flexão
Em cada canto, o teu canto é irrestrito
Largo, plural, tão singular, bela oração
O verbo poeta, muito além do espírito

Antes de modo, tempo, pessoa: a ação
Segue a ordem do coração, e profundo
O dialeto da emoção, da ilusão secreta

E, o que seria da poesia neste mundo?
De qual verbo seria o poeta a poetar...
Do amar, sonhar ou puramente poeta...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 setembro/2021, 11’:10” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Poético

O óbito leva o poeta
não a prosa
tua magia secreta
suspira gloriosa...
E a poesia, gazeta!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/10/2021 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O Poeta e a Poesia

Quis saber do poeta
Donde vem a poesia
Disse: duma secreta
Arca maga e luzidia
Duma paixão direta
Onde tem a melodia

E a magia donde vem?
Do vento da primavera
Que sensação contém
E também a quimera
Onde tem e vai além
Do prazer que impera

E, o poeta e a poesia
Mais que imaginação
É em uma só sintonia
É em um uno coração
Da alma em sangria
Pra cantar a emoção!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20, outubro, 2021, 14:50 – Araguari, MG
dia do poeta

Inserida por LucianoSpagnol

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