Poemas a um Poeta Olavo Bilac
João, o poeta
Belíssimas e encantadoras
são as poesias do poeta João,
que no momento está numa prisão.
O que nenhum de seus admiradores sabia
é que, de dia, o João faz poesia
e, à noite, esse João é um ladrão.
Não sei ficar quieto
Falo além da conta,
Por isso sou poeta
Sigo gastando palavras
Vou contando histórias,
Assim aliviando a alma
Do que pesa dentro de mim...
ANTES QUE EU DEVANEIE DE VEZ
Sou poeta de múltiplas vidas e emoções
Umas vividas e outras inventadas
Amores que nunca cheguei a ter
E jazem em mim, sufocadas, por não desabrochar.
Devaneio dia e noite nas obscuras
Profundezas da escrita — pela dor
Tão intensas nas vidas que criei
Dar-lhes vida? Que audácia tamanha, a minha!
Fui apenas fantasma na estrada e vaguei
Sem que o mundo notasse a minha presença
E afastei-me, sem que sentissem a minha falta
Neste círculo de irrealidade onde me encontrei
Oh Poema! Oh Deus! Beliscai-me, uma última vez!
E traga-me à terra firme, antes que eu devaneie de vez
Por: Anilya Atsoc
Falso Poeta
O que possuis?
Nada!?
Farfalha as tuas cordas vocais...!
Secas!
Por nada!
Como dizes que isto ou aquilo é teu?
Nem és uma imitação falseada
de Cecília!
Tão pouco, o porquinho da índia
de Bandeira!...
Acaso podes tu
humano possuir (?)
as profundezas da terra
e as alturas dos céus?
no pequeno terreno teu?...
Não sejas superficial!
Acaso podes tu
humano
possuir alguma coisa
se passarás
antes mesmo que esta acabe?
Poeta vs Inteligência Artificial
Nós escrevemos com a alma... Com o olhar, com mãos calejadas...
Tu, escreves com comandos, fazes buscas rápidas, tens métricas e informações.... Fazes buscas em milésimos de segundos, e constrói e entrega o que foi pedido.
Pode parecer perfeito, mas, falta algo. Que não tens, e nunca terá, a alma poética.
Uma história pode ser escrita, narrada ou mesmo a ti solicitada e corrigida até se chegar ao perto de um poeta humano. Mas, o poeta tem sentimentos, amor, dor, ilusão, sofrimento, decepção...
Poetas não escrevem, declamam... Dizem por linhas o que se diria olhando aos olhos...
E nesse olhar mora a verdade que nenhuma máquina alcançará.
Cada verso carregado de vida, cada pausa marcada pelo coração, cada lágrima silenciosa que inspira uma linha...
Não há algoritmo que reproduza o tremor da emoção, o arrepio do encontro com a própria alma.
Enquanto tu replicas, o poeta se desnuda, se entrega, se transforma.
E é nesse espaço vulnerável, entre o sentir e o dizer, que nasce a poesia verdadeira.
Autores: Paulo Poeta Reis e Stephany Freitas
Consumimo-nos por algo maior que nós mesmos — pela posteridade, pelo futuro ausente.
Ser poeta é mergulhar no abismo e reconhecer,
no seu riso frouxo, o eco dos aplausos do caos,
sentir no âmago do desespero,
e mesmo assim se sentir contente.
A poesia morreu
O poeta nos deixou...
Mesmo inferno acordou...
A poesia morreu...
Ninguém sabe o que é o abismo literário?
O poema morreu a três dias Ninguém ressuscitou...
O momento se calou diante a trova Ninguém acordou...
Aonde esta o pensamento...?
Nossa imaginação se tornou parte da gente... e mesmo assim quem chorou?
Num mundo de palavras o mundo está cego e vendido...
Na semântica todos são apagados amor, no paradigma o estado de apologia somos a vertente... para aquele que ousam dizes que vida nunca foi uma opção...!
.
“Falo do que não vivo”
✍️ Valter Martins / Santo da Favela, o Poeta da Rua
Em meus poemas,
falo de cigarros que nunca acendi,
mas sinto a fumaça deles
entrando na alma.
Falo de bebidas que não bebo,
mas conheço o gosto amargo
de quem tenta afogar o que sente
no fundo de um copo imaginário.
Falo de lágrimas que não caem,
porque já chorei demais por dentro —
lá onde ninguém enxerga,
mas tudo dói.
Falo de amor,
mesmo sem saber amar,
porque o amor é isso:
tentar entender o fogo
sem nunca ter tocado a chama.
Escrevo pra não morrer calado,
pra dar nome ao vazio,
pra fazer das palavras
o abrigo que o mundo me negou.
E talvez seja isso o que me salva —
mentir em versos
pra dizer a mais pura verdade.
Eu de poeta não tenho nem o nome
Eu de poeta não tenho nada!
Por que não é meu
este verso que nasce
involuntário
do meu peito!
E hoje está cada vez mais presente
feito a humidade de um rio caudaloso!
De poeta eu não tenho nada
nao bebo vinho
não grito na calçada
nem me escondo em grupos
ou concursos literários!
Sou egoísta e reservado
Pensem o que quiserem
Eu apenas vivo o meu verso
feito o trovão no final da tarde!
William Marques de Oliveira
RIO DE JANEIRO
Evan do Carmo
Que poeta passaria sobre ti, adormecido
em tuas ruas estreitas, a um mar imenso?
Os meninos da Candelária
não se esqueceriam de ti
ao descreverem um paraíso.
Teus poetas atingem
ainda em vida
a perfeição.
Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sol e Poesia,
hermética canção, bruxo de Cosme e Mil de Castro, Chico, Buarque.
Embarque, EMBARQUE à perdição.
Que estrangeiro não morreria
para que tu estejas sempre linda?
Todo carioca um dia vai ao morro,
caminho reto,
da queda à ascensão.
Qual dos deuses não desceria
do Olimpo
para viver
um dia apenas
em tua copa ou em tuas cabanas?
Os meninos da Candelária
não se esqueceriam de ti
ao descreverem um paraíso.
Teus poetas atingem
ainda em vida
a perfeição.
Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sol e Poesia,
hermética canção, bruxo de Cosme e Mil de Castro, Chico, Buarque.
Embarque, EMBARQUE à perdição.
Que estrangeiro não morreria
para que tu estejas sempre linda?
Todo carioca um dia vai ao morro,
caminho reto,
da queda à ascensão.
Qual dos deuses não desceria
do Olimpo
para viver
um dia apenas
em tua copa ou em tuas cabanas?
A poesia precisa do poeta para pega-la
com palavras
como a água precisa de algo
para conte-la,
se não fosse a tinta da caneta
a poesia seria desperdiçada
despalavrada no não
e não declamada
saciando o imaginar
que pede conclusão
contida em cada letra
preciosa em um poema
é só vim e pegar um declamar
e ser
O poeta incomoda incomoda o silêncio
até que ele sai da frente de frases prontinhas nas coisas que tão...
que são que acontecem...
Incomoda a ausência
de assistência
poética.
O mais do mesmo é vírus malicioso
inimigo da linguagem ele ataca
o pensamento prova falta de
imaginação levando a
repetição que não
cuidada bloqueia
a autenticidade
Cuidado se sentiu vício delinguagem procure um trava-língua
próximo a sua razão
E imagine com mais imagens.
(Leonardo Mesquita)
O poeta é o craque da caneta
Ele dribla com as palavras o tédio, o mais do mesmo e o vício de linguagem
Ele encontra no peito o que alguém sentia desse jeito...
Domina a palavra descomplicando a interpretação colocando na ponta da língua o sabor da imaginação
O poeta dribla com facilidade frases sem jogo de cintura...
Esse tipo de craque não passa a bola pra amargura porque tem o tempo certo da palavra na situação
Ele tem o coração no outro ele é irmão de ação...
Ele grita EU junto com o próximo... O poeta costuma levantar razão
No campo da vida a gramática é sempre amiga
No papel as letras do poeta vibra
Costura a jogada e CHUTA sem chance pro BRANCO e grita que frase que frase
Junto com a imagem que fica...
O poeta precisou passar da imaginação pro poema, mas o branco tava muito forteentão o poeta cortou frases
com a caneta amarrou-as com imagens
das margens do branco em cena e colocou a jangada de frases na água com criatividade o poeta passou a poesia pro papel...
Aprendi a colar palavras com cola emoção, onde se compra essa grudenta que o poeta tem à mão, será barata
será batata passou secou inventou, coladas em versos chiclete palavras
divertem quem gosta do doce que
entrete com figurinhas de imaginação...
na boca a recordação nhoc nhoc
nhoc
Leonardo Mesquita
A cultura acaba quando o caos toma conta de uma sociedade sem sentimentos.
Poeta Pernambucano Fernando Matos
O que queres poeta?
Quero a leveza do vento que entra pelos fios dos meus cabelos em preto e branco.
Quero a verdade das crianças, a beleza das rosas vermelhas e ficar corada por amar demais.
O que queres poeta?
Quero me sentir desejada, amada, querida e admirada, ser o lugar que ninguém é, um lugar que só eu posso ser, e sou.
O que queres poeta?
Que o relógio pare, toda vez que eu amar e me sentir amada, mais nada.
Nildinha Freitas
Não sou poeta!
Os poetas se retratam nos versos que entrelaças
Nos rabiscos do seu lápis! Papéis escritos entre graças
Às vezes se vê os choros de algumas almas em desgraças
Mas no unir das saudades, rabiscando se maltratas...
Não sou poeta ou poema! Nem rimas mesmo eu sou
Não se rimas dores minhas com a palavra amor
As saudades de minha alma não rimas mesmo com flor
Eu já rimei em outrora! Um sonho e um sonhador...
Alguns às vezes no agrado de poeta me chamaram
Não rio, e não faço troças! Às vezes eu mesmo calo
Rabiscando entre estas linhas minha alma entrelaçaram
O seu pensar e o meu! Talvez almas que se amaram...
Poetas escrevem com técnicas! Eu rabisco sem noções
O que me importa é o pensar! Que se esvai do coração
Se tu leias meus rabiscos? Sinal que tens emoções
Às vezes por entre as linhas se vê neles com razão...
Mas continuo em rabiscos meus pensares escrevendo
Talvez de mim faças troças nas linhas que tu vais lendo
Mas se chegares a ler! Verdade que não condeno
Devo deixar te intrigado! Nos meus rabiscos se vendo...
(Zildo de Oliveira Barros)19/04/13 12h00min
O poeta solta palavras no poema
como peixes no aquário e em límpidas letras essas tem o oxigênio do imaginário ocasionando a troca pragmática pela quebra de tensão
( que com jeito ) ( como ) um olhar poético bole nas palavras ( assim ) em um texto poroso
permeando de poesia a mente
que acende a luz do vocabulário...
e solto nesses versos o ah ah
que quebra quem sabe pensar...
Leonardo Mesquita
