Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Nada do que crio
serve ao ócio,
serve ao ópio,
serve ao cio.
Nada do que sou
serve a mim,
serve à míngua,
serve ao engano.
Prossigo adeusando
tudo que vejo,
tudo que desejo,
esperando o fechar das portas,
o apagar das luzes,
o descer do pano.
Distopia.
Desajeitado, andei, falei,
pensei.
O estranho é mais poético,
cada ato é verso,
já fui poesia.
Ambição de poeta é se tornar anônimo.
Ser, e só.
Improvável, o singular não cabe
no anonimato.
Para enquadrar-me,
travesti-me de multidão.
De poesia virei prosa, prosaico.
Descomprometi-me com a rima e seu desfecho,
conotação limitou-se a denotação,
o lirismo acabou com a chegada da distopia.
Matei o poeta, limitando-o.
E de mar, virei arroio.
Já fui verbo encarnado,
hoje sou texto inconcluso.
No fim da estrada,
estarei sozinho.
Os amores, os amigos,
os parentes, os saudosos inimigos
já terão me esquecido no caminho.
Terei os olhos vermelhos,
marca de letras nos joelhos
e as cicatrizes dos carinhos.
Uma lua silenciosa e amiga
vaga pela amplidão,
traz momentos de paz
e que seja bom o sono
e o descanso ao teu coração
Aquela Garota
Eu observo o tempo de quando te vi passar
De quando eu sentei do seu lado uma vez no ônibus
Quem diria que veria aquela garota de novo
Uma colegial e seus sonhos
Um rapaz adulto e seus problemas
Eu senti que te vi em outra vida
Em uma vida que talvez sonhei
Ou que talvez não vivi
Mais senti que era você quando te vi chegar
Mas você não se lembrou que era eu
O moço do ônibus que sentou do seu lado
E que disse que ser adulto não era bom
Que ser adolescente era demais
E ela dizia que não, que ser adulto era demais
E cá estamos nós dois adultos em seus mistérios
Te ver chegar assim tão grande e eu assim ainda tão pequeno
Me fez ver que andamos em caminhos opostos
Você aprendia a crescer e eu aprendia a ser você...
E quem diria que o destino tem dessas coisas...
Eu teria que aprender a te amar.
E quem diria que teu rosto beijaria
E mais ainda sorrindo (...)
@cicerolaurindotextos
Distinta das Demais
Seu andar
Não se promovia
Em pisadas convencionais,
Constituíam exímios
Passos coreografados.
Dispunha de algumas manias,
Que a diferenciavam salientemente,
Ainda mais das demais.
Bem como a incapacidade de falar baixo;
Assim como dissera antes,
Ela adorava estremecer os ambientes, Com timbres vocais apurados,
Naturalmente superiores,
Quase que como um sétimo sentido;
Pois o sexto, já fora acima referido, Sendo algo próximo
Da autopromoção inconsciente.
Não que fosse um problema para ela,
Pois parecia tratar-se de uma aliada, D
as atitudes que constrangem outros
E jamais a constrangiam;
Parecia ser desprovida de timidez.
Ela simplesmente alimentava,
Em seu grau mais elevado,
O arbítrio alforriado,
Da adocicada libertinagem.
Senhorita, desprovida de timidez,
Uma em milhões, distinta das demais,
Convertia sutileza em nitidez,
Exageradamente, distinta das demais.
Bem como a incapacidade de falar baixo;
Assim como dissera antes,
Ela adorava estremecer os ambientes, Com timbres vocais apurados,
Ela simplesmente alimentava,
Em seu grau mais elevado,
O arbítrio alforriado,
Da adocicada libertinagem.
Senhorita, desprovida de timidez,
Uma em milhões, distinta das demais,
Convertia sutileza em nitidez,
Exageradamente, distinta das demais.
Hoje eu me sinto,
como se todos os meus versos tivessem passado despercebidos do universo.
Mas um poeta que a vida não quis fazer caso.
A arte da escrita é deslumbrante.
Escrever é magnífico.
Contudo,a trama,muitas vezes,foge da mãos do autor e nesse momento a escrita se torna uma aventura incerta de seu desfecho.
Por conseguinte,escrever é assustador.
E se déssemos á elas todos os dias de nossas vidas...
Á elas que pensam com o coração, agem sob a emoção e vencem sempre pelo amor...
Que vivem milhões de emoções num só dia, mas sabem transmitir cada uma delas em apenas um olhar.
Sem elas eu aqui não estaria, não existiria o artífice poeta, a obra do poema e tampouco a arte da poesia...
No abraço que afaga, na delicadeza dos gestos e até na sensibilidade de exclamar...
É impossível não amá-las.
O Paraíso é Ela
Os portões do paraíso,
Se abriram para mim.
Mas o que adianta o céu ?
Sem Ela seria meu fim.
Parei na primeira capela que encontrei,
Acendi uma vela e orei,
O Paraíso é Ela, eu sei,
O Paraíso é Ela !
O capítulo final da minha novela,
O Paraíso é Ela,
Tem coisas que gostamos mais,
Tem coisas que gostamos menos,
Tem coisas que não gostamos
E ainda gostaremos.
Eu gosto de você
E vou lhe convencer,
Seguirei seus passos,
Pra mim é Deus no céu
E Você em meus braços.
Nos uniremos naquela
Pequena capela
E eu viverei o paraíso,
Porque o Paraíso é Ela.
Entre eu e o céu,
Estava você e eu te escolhi.
Uma dádiva cruel,
Afinal, o que é o Paraíso sem Você ali ?
Parei na primeira capela que encontrei,
Acendi uma vela e orei,
O Paraíso é Ela, eu sei,
O Paraíso é Ela !
Tem coisas que gostamos mais,
Tem coisas que gostamos menos,
Tem coisas que não gostamos
E ainda gostaremos.
Eu gosto de você
E vou lhe convencer,
Seguirei seus passos,
Pra mim é Deus no céu
E Você em meus braços.
